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Desenvolvimento de alface em diferentes fitomassas e manejos de adubos verdes

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Academic year: 2021

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Pauline Corrêa Ferreira(1), Hortência Maria Abranches Purcino(2), Luciano Donizete Gonçalves(2), Maria Helena Tabim Mascarenhas(2),

Francisco Morel Freire(2)

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Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, pauline_correa@hotmail.com;

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Pesquisadores EPAMIG-Prudente de Morais, hortencia@epamig.br

Introdução

A sociedade moderna demanda por sistemas produtivos que agridam menos o meio ambiente, onde se incluem os sistemas agrícolas. Neste contexto, destaca-se a adubação verde. Esta adubação é uma prática conservacionista, em que a vegetação espontânea e principalmente plantas específicas, são cultivadas, cortadas e incorporadas ou mantidas na superfície do solo, com a finalidade de assegurar ou aumentar a sua capacidade produtiva, preservando ou melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo (ESPÍNDOLA et al., 1997; CALEGARI, 1993). Esta é uma prática agrícola utilizada pelos gregos, romanos e chineses antes da Era Cristã. Com a Revolução Verde, a adubação verde passou a ter importância secundária.

Entretanto, a partir da década de 1980, com o aumento de cultivos em sistemas de plantio direto e/ou orgânico e a busca por sistemas de produção autossustentáveis e ecologicamente corretos, a adubação verde tornou-se imprescindível. A preferência por plantas da família Fabaceae (=Leguminosae) para esta finalidade, é explicada por apresentarem capacidade de fixar nitrogênio atmosférico (N2) por meio da associação simbiótica entre suas raízes

e bactérias do solo do gênero Rhizobium e pela maior quantidade e qualidade da fitomassa (PURCINO, 2006; EVERS, 2001). As leguminosas anuais recomendadas para adubação verde em área de Cerrado são crotalária, feijão-de-porco, mucuna e anão e as arbustivas/arbóreas, leucena e guandu-arbóreo. Os adubos verdes podem ser cultivados em pré-plantio, rotação, sucessão ou consórcio com a cultura de interesse econômico. Em pequenas

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propriedades, comuns entre os produtores de olerícolas, os adubos verdes podem ser cultivados em uma área marginal da propriedade e levados até a área de cultivo comercial.

Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes leguminosas e de manejos na produção de alface.

Material e Métodos

O experimento foi realizado na Fazenda Experimental de Santa Rita (FESR), da EPAMIG, localizada no município de Prudente de Morais, MG, a 19°27’15’’ S e 44°09’11’’ W e 732 m de altitude. O solo coletado foi da área experimental de plantio de hortaliças da Fazenda, e os resultados das análises químicas são descritos a seguir: pH (H2O)= 6,4; H+A+= 1,9 cmolc/dm3; Al3+= 0;

Ca2+= 10,36; Mg2+= 2,96; K= 1.950 mg/dm3; P= 125 ppm; soma das bases (SB)= 18,31; capacidade de troca catiônica (CTC)= 20,21; saturação por base (V)= 91%; SAT Al= 0 e MO= 10,36. A análise física apresentou 14% de areia grossa, 7% de areia fina, 15% de silte e 64% de argila. O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso em fatorial (6 x 2) + 1 com quatro repetições. Os fatores foram seis leguminosas; mucuna-preta (Mucuna

aferrima), guandu-anão (Cajanus cajan), leucena (Leucena leucocephala),

feijão-de-porco (Canavalia ensiformes), crotalária (Crotalaria juncea) e cratília (Cratylia argentea), dois manejos da fitomassa (incorporação e não incorporação da fitomassa), mais uma testemunha sem adição de fitomassa de leguminosa.

O experimento foi conduzido em casa de vegetação, utilizando vasos com capacidade média de 11 kg de solo. Por ocasião do transplantio das mudas de alface ‘Regina de Verão’, em 14 de outubro de 2008, cada vaso recebeu 0,5 kg de fitomassa seca das diferentes leguminosas, equivalente a 10,0 t/ha de fitomassa seca. O solo foi irrigado sempre que necessário. O experimento foi cortado após um período de 30 dias de crescimento. Foram determinados o peso total das plantas, número e peso das folhas maiores de 3 cm e diâmetro da cabeça. Os dados foram submetidos à análise de variância e testes de média, adotando-se um nível de significância igual a 5% de probabilidade. As médias foram comparadas pelo teste Tukey.

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Resultados e Discussão

Pelos resultados apresentados na Tabela 1, verifica-se que nenhum dos tratamentos utilizados foi eficiente no aumento da produção de alface, peso e número de folhas maiores de 3 cm e no diâmetro da cabeça. Este fato pode ser explicado pela alta fertilidade do solo utilizado no experimento. Resultados semelhantes, utilizando diferentes adubos verdes em consorciação para a mesma olerícola, foram encontrados por Fontanétti et al. (2006).

Conclusão

No solo utilizado, os adubos verdes e seus manejos não foram eficientes para aumentar a produção de alface. Estudos complementares poderão ser estimulados para avaliar as modificações estruturais e biológicas do solo.

Agradecimento

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) pelo financiamento do projeto de pesquisa e bolsas de produtividade científica e PIBIC Institucional.

Referências

CALEGARI, A.; MONDARDO, A.; BULISANI, E.A.; WILDNER, L. do P.; COSTA, M.B.B. da; ALCÂNTRA, P.B.; MIYASAKA, S.; AMADO, T.J.C.

Adubação verde no sul do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1993. 346p.

ESPÍNDOLA, J.A.A.; GUERRA, J.G.M. de; ALMEIDA, D.L. de. Adubação

verde: estratégia para uma agricultura sustentável. Seropédica:

EMBRAPA-CNPAB, 1997. Disponível em: <http://www.cnpab.embrapa.br/serviços/download/ doc042.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2008.

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EVERS, G.W. Why we need forage legumes In: ______. Principles of

cool-season forage legume management. Overton: Texas A & M University

Agricultural Research and Extension Center, 2001. Disponível em: <http://overton.tamu.edu/clover/cool/index.htm>. Acesso em: ago. 2004.

FONTANÉTTI, A.; CARVALHO, G.J. de; GOMES, L.A.A.; ALMEIDA, K. de; MORAES, S.R.G. de; TEIXEIRA, C.M. Adubação verde na produção orgânica de alface americana e repolho. Horticultura Brasileira, Brasília, v.24, n.2, p.146-150, abr./jun. 2006.

PURCINO, H.M.A.; MASCARENHAS, M.H.T.; LARA, J.F.R.; CRUZ, J.C.; DIAS, M.S.C.; FREIRE, F.M.; VIANA, M.C.M.; FACION, C.E. Contribuição da adubação verde na produção orgânica de olerícolas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA, 4., 2006, Belo Horizonte. [Anais]... Belo Horizonte, 2006 . 1 CD-ROM.

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Tabela 1 - Produção de alface em diferentes fitomassas e manejos de adubos verdes, EPAMIG – FESR, 2008

Adubos verdes Manejos

Peso total (g) Peso folhas > 3,0 cm (g) Número folhas > 3,0 cm Diâmetro cabeça (cm) Leucena Incorporado 179,0 C 155,3 C 39 AB 27,2 ns

Não incorporado 238,0 ABC 196,8 AB 42 AB 31,8 ns

Cratília Incorporado 229,0 ABC 193,6 AB 42 AB 26,0 ns

Não incorporado 264,0 A 220,3 A 46 A 26,9 ns

Guandu-anão Incorporado 240,0 ABC 200,8 AB 43 AB 28,6 ns

Não incorporado 237,0 ABC 196,1 AB 40 AB 28,4 ns

Crotalária Incorporado 203,0 ABC 174,0 AB 41 AB 29,8 ns

Não incorporado 265,0 A 219,6 A 45 A 31,3 ns

Mucuna Incorporado 185,0 BC 145,4 BC 36 B 27,0 ns

Não incorporado 237,0 ABC 197,1 AB 42 AB 27,4 ns

Feijão-de-porco Incorporado 188,0 BC 164,1 ABC 38 AB 25,6 ns

Não-incorporado 252,0 AB 209,9 A 46 A 28,1 ns

Testemunha Sem adição de

adubo verde

246,0 ABC 189,3 AB 42 AB 27,8 ns

CV (%) 12,46 11,82 8,1 11,08

NOTA: Médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna, não apresentam diferenças significativas a 5% de probabilidade pelo teste Tukey.

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