ATUALIZAÇÃO
2016-2017
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A Lei no 13.281, de 04 de maio de
2016, revogou o § 2o do art. 302 do CTB. Página 131 – Segunda coluna
Objetivando regulamentar o art. 199 da LEP, que diz respeito ao uso de algemas, foi editado o Decreto no 8.858,
de 26 de setembro de 2016, cujos arts. 1o
a 3o dizem, verbis:
Art. 1o O emprego de algemas
observará o disposto neste Decreto e terá como diretrizes:
I – o inciso III do caput do art. 1o e o inciso III do caput do art. 5o da Constituição, que dispõem sobre a proteção e a promoção da dignidade da pessoa humana e sobre a proibição de submissão ao tratamento desumano e degradante;
II – a Resolução no 2010/16, de 22 de julho de 2010, das Nações Unidas sobre o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras (Regras de Bangkok); e
III – o Pacto de San José da Costa Rica, que determina o tratamento humanitário dos presos e, em especial, das mulheres em condição de vulnerabilidade.
Art. 2o É permitido o emprego
de algemas apenas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, causado pelo preso ou por terceiros, justificada a sua excepcionalidade por escrito.
Art. 3o É vedado emprego de algemas
em mulheres presas em qualquer unidade do sistema penitenciário nacional durante o trabalho de parto,
no trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a unidade hospitalar e após o parto, durante o período em que se encontrar hospitalizada.
Página 150 – Nova redação do art. 318:
Art. 318. Poderá o juiz substituir
a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
I – maior de 80 (oitenta) anos;
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV – gestante;
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
Página 253 – Modificar o inciso V para
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Nova redação dada pela Lei no 13.344, de 6/10/2016)
Página 256 – Segunda coluna. Modificar o tópico:
Cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
O inciso V foi introduzido no art. 83 do Código Penal pela Lei no 8.072/90,
aumentando o tempo de cumprimento de pena para fins de livramento condicional para os crimes por ela previstos. Em 6 de outubro de 2016, foi publicada a Lei no 13.344, inserindo mais uma infração
penal ao rol elencado pelo mencionado inciso V, vale dizer, o delito de tráfico de pessoas (art. 149-A do Código Penal). Ao acrescentar o inciso V do art. 83 do diploma repressivo, a Lei no 8.072/90
trouxe de volta, ainda, o instituto da reincidência específica, que terá o condão de impedir a concessão do livramento condicional.
Vejamos, portanto, as situações previstas no inciso V, do art. 83 do Código Penal, agora já modificado pela Lei no 13.344, de 6 de outubro de 2016.
Inicialmente, o tempo de cumprimento da pena foi aumentado para mais de dois terços da pena.
Além disso, não pode ser considerado reincidente específico.
Página 477 – Novo capítulo sobre TRÁFICO DE PESSOAS
Tráfico de Pessoas
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar,
transportar, transferir, comprar, alojar
ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III – submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV – adoção ilegal; ou V – exploração sexual.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê- -las;
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.
INTRODUÇÃO
Assim, aproximadamente 12 anos após a edição do Decreto 5.017, de 12 de março de 2004, foi editada a Lei no 13.344, de 6 de outubro de 2016,
dispondo sobre a prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas, criando, outrossim, o crime de
do Código Penal, bem como revogando as infrações penais previstas nos arts. 231 e 231-A do mesmo diploma repressivo, que tipificavam, respectivamente, o tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual e o tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual.
Dessa forma, o tipo penal em estudo possui uma abrangência maior, prevendo a prática de comportamentos criminosos não somente ligados à exploração sexual.
Portanto, de acordo com a figura típica constante do art. 149-A do estatuto repressivo, comete o crime de tráfico de pessoas, aquele que vier a: agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II – submetê- -la a trabalho em condições análogas à de escravo; III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV – adoção ilegal; ou V – exploração sexual.
Previu a lei, portanto, um tipo misto alternativo, com os verbos que compõem a figura típica, toda a cadeia que diz respeito ao tráfico de pessoas, desde o seu começo, com o aliciamento da vítima, passando pelo seu transporte, até o acolhimento no local de destino.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum tanto com relação ao sujeito ativo como ao sujeito passivo; doloso; formal (tendo em vista que os comportamentos previstos no tipo – Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa – são levados a efeito com alguma das finalidades previstas nos incisos I a V do art. 149-A do Código Penal); comissivo (podendo ser praticado via
omissão imprópria na hipótese de o agente gozar do status de garantidor); de forma livre; instantâneo (quanto às condutas de agenciar, aliciar, recrutar, transferir e comprar); permanente (no que diz respeito ao núcleos transportar, alojar e acolher); monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte (como regra).
OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO
Bem juridicamente protegido pelo tipo penal em estudo é a liberdade da vítima, bem como a sua vida ou integridade física, dependendo da modalidade de tráfico de pessoas que seja levada a efeito pelo agente.
Objeto material é pessoa, sobre a qual recai a conduta do agente, que remove seus órgãos, tecidos ou partes do corpo, que a submete a trabalho em condições análogas à de escravo, que a submete a qualquer tipo de servidão, que a adota ilegalmente ou que a explora sexualmente.
SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa pode praticar a infração penal prevista no art. 149-A, sendo, portanto, considerado um delito comum, que não exige qualquer qualidade especial do sujeito ativo.
Da mesma forma, qualquer pessoa também poderá figurar como sujeito passivo do crime em estudo.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Pelo que se depreende da redação típica, estamos diante de um crime formal, de consumação antecipada.
ELEMENTO SUBJETIVO
Os comportamentos previstos no tipo penal do art. 149-A do Código Penal somente podem ser praticados
dolosamente, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.
MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA
Os núcleos agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher, previstos no caput do art. 149-A do Código Penal, pressupõem um comportamento comissivo por parte do agente.
CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA
Diz o § 1o, do art. 149-A, do diploma
repressivo, que a pena é aumentada de um terço até a metade se:
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las
O conceito de funcionário público encontra-se previsto no art. 327 e § 1o do
Código Penal.
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência
O art. 2o da Lei no 8.069/90
(Estatu-to da Criança e do Adolescente) estabe-leceu que se considera criança a pessoa com até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Idoso é aquele, de acordo com o art. 1o, da Lei no 10.741, de 1o de outubro de
2003, com idade igual ou superior a 60
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função
Ao contrário do que ocorre normalmente, o inciso III do art. 149-A, do Código Penal, não indicou expressamente quais seriam as pessoas consideradas nessa relação de parentesco.
Assim, quem está inserido no contexto da expressão relação de parentesco? Entendemos que, como a lei não fez qualquer distinção, apontando aqueles que poderiam se encontrar nesse status, entendemos devam ser aplicados os arts. 1591 a 1595 do Código Civil, que se encontram no Subtítulo II (Das Relações de Parentesco), do Capítulo I (Disposições Gerais) que dizem:
Art. 1.591. São parentes em linha reta
as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha
colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural
ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta,
os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o
Art. 1.595. Cada cônjuge ou
companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. § 1o O parentesco por afinidade limita- -se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional
Ocorre, aqui, o chamado tráfico internacional de pessoas, quando a vítima do tráfico for retirada do território nacional.
CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA
Diz o § 2o do art. 149-A do Código
Penal:
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.
Cuida-se, portanto, de uma causa especial de diminuição de pena, que deverá ser obrigatoriamente aplicada desde que o agente seja primário e, também, não integre organização criminosa.
PENA, AÇÃO PENAL, COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO
A pena cominada para o delito de tráfico de pessoas é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
De acordo com o § 1o, do art. 149-A
do Código Penal, a pena é aumentada de um terço até a metade se:
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê- -las;
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.
Nos termos do § 2o, do art. 149-A
do mesmo diploma legal, a pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.
Página 513 – Furto Acrescentar parágrafo 6o ao art. 155:
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.(incluído pela Lei no 13.330, 02/08/2016)
Página 525 – Primeira coluna.
Subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. Com a finalidade de dar um tratamento mais severo à subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração, a Lei no 13.330, de 2 de agosto
de 2016, inseriu o parágrafo 6§ ao art. 155 do Código Penal, prevendo, outrossim, mais uma modalidade qualificada para o delito de furto, cominando uma pena de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos para aqueles que praticarem essa modalidade de subtração.
Página 691 – Novo crime Receptação de animal
Art. 180-A. Adquirir, receber,
transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
INTRODUÇÃO
O delito de receptação de animal foi inserido no Código Penal através da Lei no 13.330, de 2 de agosto de 2016,
criando, outrossim, o art. 180-A.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo, haja vista que o tipo penal não exige nenhuma qualidade ou condição especial; doloso; comissivo (podendo, excepcionalmente, ser praticado via omissão imprópria, na hipótese de o agente gozar do status de garantidor); omissivo próprio (na hipótese de ocultação, dependendo do caso concreto); material; permanente (quando o agente estiver transportando, conduzindo,
monossubjetivo; plurissubistente; não transeunte (como regra).
OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO
O tipo penal que prevê o crime de receptação de animal tem por finalidade proteger o patrimônio, seja ele de natureza pública ou privada.
Objeto material do delito em estudo é o semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes.
SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de receptação de animal, não havendo qualquer qualidade ou condição especial exigida pelo tipo constante do art. 180-A do Código Penal.
Da mesma forma, qualquer pessoa também poderá figurar como sujeito passivo do crime de receptação de animal, incluindo, aqui, não somente o proprietário, mas também o possuidor do semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Em se tratando de um delito material, a receptação de animal se consuma quando o agente, efetivamente, adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, tem em depósito ou vende semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em parte.
A tentativa é admissível, tendo em vista a possibilidade de fracionamento do iter criminis considerando as condutas previstas no tipo.
ELEMENTO SUBJETIVO
O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o delito de
previsão para a modalidade de natureza culposa.
MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA
As condutas de adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender pressupõem um comportamento comissivo por parte do agente.
Excepcionalmente, poderão ser praticadas via omissão imprópria, desde que o agente seja considerado como garantidor.
PENA, AÇÃO PENAL, COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO
A pena cominada no preceito secundário do art. 180-A do Código Penal é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada.
Página 833 – Retirar completamente o art. 231 e todo o conteúdo. Foi revogado
Página 838. Retirar completamente o art. 231-A e todo o conteúdo. Foi revogado