“Qualidade Química
dos Solos de
Rondônia“
Fernando Antônio Rebouças Sampaio.
Engenheiro Agrônomo
Solo é a base dos sistemas de produção agrícola. A sustentabilidade das produções dependem da manutenção desse recurso natural da terra.
A origem das
primeiras civilizações estão relacionadas com a presença de solos férteis.
Evolução do
Conhecimento
A utilização de
cada solo, para obter rendimentos
economicamente viáveis, sem
degradá-lo, depende do conhecimento de suas características e de seu potencial de uso.
SOLO como meio de nutrição de plantas “A ênfase não
está em
maximizar a produção, mas sim otimizar o uso do recurso solo e sustentar a
“Solos são corpos naturais, ocupam porções na superfície terrestre, suportam plantas e as edificações do homem e apresentam propriedades resultantes da atuação integrada do clima e dos organismos, atuando sobre o material de origem, condicionado pelo relevo, durante um período de tempo”
(Soil Survey Staff, 1951).
“Coleção de corpos naturais, constituídos por parte sólida, líquida e gasosa, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza, onde ocorrem. Ocasionalmente podem ter sido modificados por atividades humanas”.
(EMBRAPA, 1999)
“É a capacidade de um solo funcionar dentro dos limites de um ecossistema natural ou manejado, para sustentar a produtividade de plantas e animais, manter ou aumentar a qualidade do ar e da água e promover a saúde das plantas, dos animais e dos homens”
(Doran & Parkin, 1994)
Qualidade do Solo
16/09/2016 - FARS
“É a integração das propriedades biológicas, físicas e químicas do solo, que o habilita a exercer suas funções na
plenitude”
Meio de desenvolvimento de plantas;
Reservatório de nutrientes (adsorver e liberar nutrientes e outros compostos químicos);
Reservatório de água (reter e liberar água para as plantas, rios e lençol freático);
Transformador de materiais orgânicos (propicia habitat favorável aos organismos);
Promover e sustentar o crescimento radicular;
Responder ao manejo e resistir à degradação;
Armazenar e deixar fluir calor e gases.
16/09/2016
16/09/2016
Os indicadores biológicos usados tanto no que se refere à ciclagem dos nutrientes, como também na estimativa da capacidade do solo para o crescimento vegetal são:
Biomassa microbiana do solo;
Nitrogênio mineralizável;
Respiração microbiana do solo;
Atividade enzimática;
Quociente metabólico.
16/09/2016
Principais indicadores físicos utilizados e recomendados são:
textura do solo;
espessura (horizonte A; solum);
densidade do solo;
resistência à penetração;
Porosidade total;
capacidade de retenção d’água;
condutividade hidráulica;
estabilidade de agregados.
16/09/2016
Os indicadores químicos são, normalmente, agrupados em variáveis relacionadas com:
o teor de matéria orgânica do solo;
a acidez do solo;
a CTC;
o conteúdo de nutrientes;
a presença de elementos fitotóxicos (Al3+, por exemplo);
e determinadas relações como a saturação de bases (V%) e de alumínio (m%).
Os solos, quando submetidos a determinados sistemas de cultivo, tendem a um novo estado de equilíbrio, refletido em diferentes manifestações de seus atributos, os quais podem ser desfavoráveis à conservação da capacidade produtiva destes solos.
O uso inadequado do solo pode levar a um profundo desequilíbrio do sistema produtivo, diminuindo a qualidade, quantidade e os respectivos rendimentos agrícolas
A relação entre o manejo e a qualidade do solo pode ser avaliada pelo comportamento de indicadores físicos, químicos e biológicos.
16/09/2016
DESFLORESTAMENTO
QUEIMADAS
Sampaio (1997)
pH
Ca
2+, Mg
2+, K
+
SB, CTC, V
Disponibilidade de P
Al
3+
m
Níveis de Fertilidade
Provisório ?
da temperatura do solo oxidação da matéria orgânica
Aquecimento na superfície do solo > absorção da radiação solar (cor da cinza)
Retirada da cobertura vegetal da temperatura do solo
TEMPO, h
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
TE M PE RA TU RA , º C 20 25 30 35 40 45 Solo Descobero Cacau Pastagem Floresta
Temperatura do Solo sobre Diferentes Sistemas de Usos
Sampaio et al, 2002
Sampaio et al., 2002
Ds Pt e Mp GD
Argila
1:1 MO
Aeração AM, AF, AMF Dinâmica da Água no Perfil
RP Evaporação
Crescimento Radicular Armazenamento de Água no Perfil
Produtividade Impedimento Físico Erosão
%m Impedimento Químico Suprimento de Nutrientes
S, CTC, %V e P
Entender o que acontece na planta
Identificar limitações
Entender a resposta que a planta esta mostrando
16/09/2016
Solo Fértil é o solo que tem a capacidade de suprir às plantas os nutrientes essenciais nas quantidades e proporções adequadas para o seu desenvolvimento,visando altas produtividades de madeira, grãos, fibras, frutos, tubérculos ou raízes
Solo Produtivo É aquele que, sendo fértil, está situado em zona climática favorável ao desenvolvimento das plantas
16/09/2016
Leis da Fertilidade do Solo
Lei da Restituição (1860): “A fertilidade de um solo só poderá ser conservada quando lhe são restituídos os nutrientes removidos pelas
colheitas”.
16/09/2016
Leis da Fertilidade do Solo
Lei de Mitscherlich ou dos Acréscimos Decrescentes: “Os
aumentos de produção de uma cultura, obtidos pela adição de quantidades crescentes de um nutriente, são decrescentes”
DOSE DO NUTRIENTE X
PRODU
ÇÃ
Conceito relacionado ao armazenamento do nutriente pela fase sólida, sua transferência para a solução do solo, seu deslocamento até as raízes e sua absorção pelas plantas
ANÁLISE QUÍMICA E FÍSICA DO SOLO
DIAGNOSE VISUAL DA PLANTA
DIAGNOSE VISUAL DA PLANTA
Avaliação da Fertilidade do Solo
Manejo da Fertilidade do Solo
PRÁTICAS CORRETIVAS
16/09/2016
Parâmetro Classe Níveis
pH (H2O)
Extremamente ácido Fortemente ácido Moderadamente ácido Praticamente neutro Moderadamente alcalino 4,3 4,3 a 5,3 5,4 a 6,5 6,6 a 7,3 7,4 a 8,3 P (mg dm-3) Baixo
Médio Alto
00 a 10 11 a 30
30 K (cmolcdm-3) Baixo
Médio Alto
0,00 a 0,12 0,13 a 0,38
0,38 Ca (cmolcdm-3) Baixo
Médio Alto
2,0 2,0 a 6,0
6,0 Mg (cmolcdm-3) Baixo
Médio Alto
0,4 0,4 a 0,8
0,8
Al (cmolcdm-3) Baixo
Médio Alto
0,5 0,5 a 1,5
1,5
Soma de bases (SB%) Muito baixa
Baixa Médio
Alto Muito alto
< 25 26 a 50 51 a 70 71 a 90 > 90
Saturação de Bases (V%)
Muito baixa Baixa Média
Alta
30 31 a 49 50 a 69
70
Saturação de Al (m%) Muito baixo
Baixo Médio
Alto
5,00 5,01 a 10,00 10,01 a 20,0
20,01
Parâmetros, Classes e Níveis de
Interpretação de Análises de Solos
16/09/2016 14,44 30,71 38,03 14,26 2,56 0 5 10 15 20 25 30 35 40
<4,3 4,3 a 5,3 5,4 a 6,5 6,6 a 7,3 7,4 a 8,3
F re qu ên ci a (% )
pH em H2O
Frequência de valores de pH em H2O em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
Fonte: Grassi & Sampaio (2004)
16/09/2016 61,61 35,47 2,92 0 10 20 30 40 50 60 70
< 0,5 0,5 a 1,5 > 1,5
Baixo Médio Alto
F
requê
nc
ia
(%)
Al3+ cmol
c.dm-3
Frequência de valores de Al3+ em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
Fonte: Grassi & Sampaio (2004)
16/09/2016 86,10 13,34 0,56 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
00 a 10 11 a 30 > 30
Baixo Médio Alto
F re qu ên ci a (% )
P disponível (mg.dm-3)
Avaliação do Teor de Fósforo Disponível
Frequência dos valores de fósforo disponível em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
16/09/2016 31,99 57,22 10,79 0 10 20 30 40 50 60 70
0,00 a 0,12 0,13 a 0,38 > 0,38
Baixo Médio Alto
F re qu ên ci a( % )
K, (cmolc dm-3)
Fonte: Grassi & Sampaio (2004)
Frequência dos valores de potássio trocável em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
16/09/2016 75,68 20,11 4,21 0 10 20 30 40 50 60 70 80
< 2,0 2,0 a 6,0 > 6,0
Baixo Médio Alto
F re qê nc ia ( % )
Ca (cmolc.dm-3)
Avaliação do Teor de Cálcio Trocável
Frequência dos valores de cálcio trocável em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
16/09/2016 36,01 44,61 19,38 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
> 0,4 0,4 a 0,8 < 0,8
Baixo Médio Alto
F re qu ên ci a (% )
Mg (cmolc dm-3)
Avaliação do Teor de Magnésio Trocável
Frequência dos valores de magnésio trocável em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
16/09/2016 31,63 33,46 18,28 16,63 0 5 10 15 20 25 30 35 40
_< 30 31 a 49 50 a 69 _> 70
Muito baixa Baixa Média Alta
F re qu ên ci a (% ) V%
Fonte: Grassi & Sampaio (2004)
Frequência dos valores de % saturação por bases em 547 amostras de solos do município de Ji-Paraná, RO
16/09/2016
Composição Típica de Vários Materiais Orgânicos de Origem Animal, Vegetal e Agroindustrial (sem secar)
(Boletim Técnico, 100, IAC, 1997)
• Os valores não são absolutos, servindo apenas para uma avaliação de ordem de grandeza. Para converter as quantidades dos elementos da tabela para quantidade no material seco (base seca), usar a relação:
Concentração no resíduo seco em g/Kg ou mg/Kg = concentração no material sem secar em g/Kg ou mg/Kg x 1000 / (1000 - umidade em g/Kg).
16/09/2016
Solos de Rondônia
ARGISSOLOS (PVa; PVd; PVAd; PVAe)
CAMBISSOLOS (CXa; CXd; CXe)
CHERNOSSOLOS (XTo)
ESPODOSSOLOS (ESK)
GLEISSOLOS (GXd; GXe)
LATOSSOLOS (LAd, LVd, LVAd, LAVw)
LUVISSOLOS (TCo)
NEOSSOLOS (RLe, RLd, RYd, RQo, RQg)
NITOSSOLOS (NVd)
16/09/2016
Solos com horizonte B textural (acumulação de argila em horizonte subsuperficial – abaixo dos horizontes A ou E).
Características: solos com argila de baixa atividade, desenvolvimento de cor, estrutura e diferenciação textural da superfície para baixo.
A fertilidade natural é variável, com predomínio de solos de relativa pobreza de nutrientes, embora ocorram áreas de ótima fertilidade natural.
16/09/2016
Solos com horizonte B incipiente e em estágio inicial de formação (pouco evoluído, com presença de fragmentos de rochas e minerais primários, fraco desenvolvimento de estrutura e cor), pedogênse pouco avançada e teores relativamente mais elevados de silte em profundidade.
O horizonte Bi ocorre abaixo de horizonte superficial de qualquer tipo, inclusive de horizonte A chernozêmico (horizonte superficial de cor escura, rico em matéria orgânica e muito fértil).
16/09/2016
Solos com horizonte A chernozêmico (horizonte superficial de cor escura, muito fértil), com atividade de argila e saturação por bases altas, com ou sem acumulação de carbonato de cálcio. Evolução não muito avançada, caracterizando-se pela presença de um horizonte A espesso, escuro, bem estruturado, rico em matéria orgânica e com elevados teores de cálcio e magnésio.
Geralmente pouco profundos, podendo ou não apresentar aumento do teor de argila em profundidade, moderadamente ácidos ou alcalino, portanto de elevada fertilidade natural.
16/09/2016
Solos muito arenosos desde a superfície, com acumulação de matéria orgânica e/ou óxidos de ferro e/ou alumínio em profundidade, imediatamente abaixo do horizonte E ou A, ou horizonte orgânico.
Considerando a grande quantidade de areia, esses solos são geralmente muito pobres, muito ácidos, com altos teores de alumínio trocável, portanto apresentam baixa fertilidade natural e baixa capacidade de adsorção de nutrientes e retenção de água
16/09/2016
Solos constituídos por material mineral com horizonte glei (material de cor cinzenta) iniciando-se dentro dos primeiros 150 cm da superfície, imediatamente abaixo de horizonte A ou E, ou de horizonte orgânico.
A característica marcante é a presença de tabatinga, material predominantemente argiloso e muito argiloso que passou por processos de oxidação e redução em ambiente hidromórfico saturado por água, mal ou muito mal drenados. Apresentam forte manifestação de cores predominantemente acinzentados a partir de 50 cm da superfície.
16/09/2016
Solos com horizonte B latossólico (horizonte subsuperficial, uniforme em cor, textura e estrutura), evolução muito avançada com atuação severa dos agentes de intemperismo. A intemperização intensa dos constituintes minerais resulta na concentração relativa de argilo-minerais resistentes (óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio). Inexpressiva mobilização ou migração de argila em profundidade.
São solos profundos, de baixa fertilidade natural, ocupando superfícies mais velhas da paisagem. São de textura variável, de média a muito argilosa, porosos, de alta permeabilidade.
16/09/2016
Solos com horizonte B textural, alta saturação por bases e argila de atividade alta. Evolução pedogenética conjugada à produção de óxidos de ferro e mobilização de argila da parte mais superficial, com acumulações em horizonte subsuperficial. São constituídos por material mineral, com alta fertilidade natural e eram anteriormente conhecidos como Brunos Não Cálcicos.
Normalmente são pouco profundos, de coloração avermelhada ou amarelada, com estrutura bem desenvolvida, apresentando aumento do teor de argila em profundidade.
16/09/2016
Solos pouco evoluídos, sem horizonte B diagnóstico, seja pela reduzida atuação dos processos de formação ou por características inerentes ao material originário. Pouca diferenciação de horizontes, com individualização do horizonte A, seguido de horizontes C ou R, apresentando predomínio de características herdadas do material originário. São pouco evoluídos, jovens, constituídos por material mineral, ou por material orgânico com menos de 20 cm de espessura.
Subdividem em: N. Litólico; N. Regossólico; N. Flúvico e N. Quartzarênico
16/09/2016
Solos de textura argilosa ou muito argilosa sem aumento significativo do teor de argila da superfície até o subsolo. Em síntese, são solos constituídos por material mineral com 350 g/kg ou mais de argila, com horizonte subsuperficial imediatamente abaixo do horizonte A, com pouca diferenciação textural e estrutura bem desenvolvida e cerosidade bastante nítida.
Em geral são profundos, bem drenados, predominantemente avermelhados ou brunados, moderadamente ácidos e de fertilidade natural muito variável.
16/09/2016
Solos com excessiva presença de plintita (material constituído basicamente de uma mistura de argila e óxidos de ferro na quase ou total ausência de matéria orgânica), com ou sem formação de petroplintita (plintita endurecida irreversivelmente), apresentando segregação localizada de ferro atuante como agente de cimentação, com capacidade de consolidação.
Em geral, apresentam restrição de drenagem, o que lhes confere mosqueados e reações de oxirredução expressos em cores cinzentas, vermelhas e amarelas no padrão variegado.
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Porto Velho
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Rio Crespo Cujubim
16/09/2016
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
Cacaulândia Theobroma
Gov. Jorge Teixeira Jaru
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Mirante da Serra Alvorada do Oeste
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
16/09/2016
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
Presidente Médici Ministro Andreazza
Castanheiras Cacoal
Espigão do Oeste Pimenta Bueno Primavera de RO
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
16/09/2016
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
16/09/2016
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
Chupinguaia Vilhena
16/09/2016
Mapa Exploratório de Solos - Rondônia
IBGE – 2006
Escala: 1:250.000
Corumbiara Colorado do Oeste
16/09/2016
Considerações Finais
16/09/2016
Atenciosamente
Fernando Antônio Rebouças Sampaio
E-mail: fernando.sampaio@ifro,edu.br