Bases Computacionais da Ciência
Projeto Final – Análise do Deslocamento dos Alunos da Subturma 20 à
UFABC
Identificação
Alunos:
Edson Cirino Filho
Larissa Setsue Tagino Ishikawa
Lucas André Tonin
Subturma 20
Introdução
A Universidade Federal do ABC é uma universidade nova, e mais que isso, é inovadora. Este último aspecto deve-se principalmente ao seu projeto pedagógico¹ diferenciado e auspicioso. Tal projeto pedagógico permite que o aluno usufrua de relativa liberdade quanto à escolha das disciplinas que integrarão o seu currículo escolar, bem como o horário e o trimestre em que a disciplina será cursada. Este método confere ao aluno grande autonomia e liberdade, mas também exige bastante responsabilidade e seriedade, sobretudo ao estabelecer sua carga horária. Esta é uma das grandes dificuldades especialmente para os ingressantes, a maioria dos estudantes acaba subestimando a carga horária compacta do curso e administrando mal o tempo disponível, deste modo prejudicando seu desempenho acadêmico por não analisar cuidadosamente outras variáveis que possam vir a tomar o precioso tempo de estudo.
As mais freqüentes causas da falta de tempo são trabalho, filhos, parentes convalescentes, e de maneira especialmente freqüente, o tempo perdido no transporte entre a casa e a universidade. Muitos alunos moram longe do ABC e chegam atrasados às aulas ou não estudam a quantidade recomendada de horas prevista pelo projeto pedagógico por um simples motivo de transporte.
Objetivo
O objetivo deste projeto é realizar um estudo sobre o tempo gasto no transporte de casa até a universidade pelos estudantes, a fim de verificar-se uma possível correlação entre grandes quantidades de tempo perdido no transporte e insuficiência de tempo para o estudo acadêmico.
Justificativa
A contribuição deste trabalho é a de somar-se a outras pesquisas cujo propósito seja delinear o perfil dos estudantes da UFABC a fim de nortear projetos de assistência universitária como o bolsa moradia por exemplo, visto que muitos alunos percorrem distâncias relativamente grandes e perdem um tempo precioso porque não dispõem de renda suficiente para manter as despesas de uma casa no ABC paulista. Este trabalho será encaminhado ao NAE – Núcleo de Apoio ao Estudante, órgão que se responsabiliza pelos projetos de assistência universitária.
Metodologia
Os dados utilizados no projeto foram obtidos através de entrevistas com as pessoas pertencentes a subturma 20 mais os dados do Professor. Os dados para a entrevista foram obtidos de forma sucinta, uma enquete escrita foi passada a todos os membros, e a confiabilidade dos dados dependeu somente dos entrevistados. Não foi feito nenhum tipo de discriminação, por mais que o perto que o indivíduo esteja da faculdade eles foram incluídos da mesma maneira que o indivíduo que gasta mais tempo leva para chega a UFABC.
Apresentação dos Dados e Analise dos Resultados
Parte A – Coleta das informações para a realização do projeto
Abaixo segue a tabela (Tabela 1.) com as informações coletadas dos alunos da subturma 20 que foram utilizadas na realização do projeto.
Tabela 1. – Dados coletados a partir da entrevista dos membros da subturma 20
Nome Cidade onde
mora Tempo médio (min) Tempo máximo (min) Tempo mínimo (min) Meio de transporte
Lucas André Tonin Limeira - SP 180 300 150 publico
Renato Tanaka da Silva
São Paulo - SP 70 90 60 publico
Felipe Sillej São Paulo - SP 90 120 70 publico
Guilherme Haddad São Paulo - SP 60 90 45 publico
Thais M. Fernandes São Caetano do Sul - SP
30 40 20 carro
Karina Kaori São Paulo - SP 90 120 75 publico
Débora Ishikawa São Bernardo do
Campo - SP
60 70 40 publico
Camila Takano São Paulo - SP 100 120 80 publico
Eric Hajime Taki São Paulo - SP 80 120 75 publico
Bruno José Rodrigues dos Santos
São Paulo - SP 120 240 90 publico
Lucas Soares de Faria Santos - SP 90 150 60 carro
Anna Cláudia São Paulo - SP 120 180 100 publico
Tainara Ngabile Osasco - SP 100 120 90 publico
Kayo Vinícius Santo André - SP 4 6 3 a pé
José William Rodrigues Pereira
São Paulo - SP 120 180 90 publico
Suzan Elizabeth Kawata Morioka
São Paulo-SP 15 30 10 carro
Rodrigo Apolinário de Faria Garcia
Franca - SP 390 420 270 publico
Gustavo Passos Medros
Santo André - SP 15 20 10 a pé
Felipe B. Baccarin São Paulo - SP 40 60 30 carro
Luís Felipe Albano São Paulo - SP 90 115 70 publico
Edson Cirino Filho São Paulo - SP 90 120 50 publico
Larissa Setsue Itapecirica - SP 180 320 160 publico
Fernando Madeira Santo André - SP 13 15 11 a pé
Vale ressaltar que foram considerados transportes públicos todos as formas de locomoção que não sejam carro, ônibus intermunicipais, metrô, CPTM, todas essas formas de transporte foram também incluídas na categoria “público”.
Tabela 2. – Filtragem da Tabela 1 pelo numero de indivíduos em cada cidade.
Cidade Número de pessoas
Santo André 3
São Caetano do Sul 1
São Bernardo do Campo 1
São Paulo 13
Santos 1
Osasco 1
Itapecirica 1
Limeira 1
Franca 1
Representação Gráfica da Tabela 2.
Santo André
São Bernardo do Campo Santos
Itapecirica
Franca 0
2 4 6 8 10 12 14
Núm ero de pessoas x Cidade
Número de pessoas
Cidade
N
º
d
e
p
e
s
s
o
a
s
Segundo o que podemos observar no gráfico é claramente visível que a grande maioria dos alunos reside na Grande São Paulo, sendo menos de 15% dos
entrevistados oriundos de outras regiões do estado de São Paulo como o Interior ou o Litoral Paulista.
Tabela 3. – Filtragem da Tabela 1 pelo meio de transporte utilizado.
Meio de transporte Nº de Pessoas
Público 16
Carro 4
Representação gráfica da Tabela 3
público carro a pé
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Meio de transporte
nº de pessoas
transporte
n
º
d
e
p
e
s
s
o
a
s
Mesmo utilizando margens de erro de 10% (levando em consideração
eventuais mudanças no itinerário de transporte diário) pode-se observar que a grande maioria ainda depende do transporte público para vir para a universidade e,
juntamente com a conclusão do gráfico anterior supoe-se que o meio de transporte mais utilizado seja Metrô/CPTM pela rapidez e por integrar uma grande parte das regiões da Grande São Paulo.
A próxima tabela retrata o objetivo inicial do projeto, que é verificar o tempo que os alunos levam de suas casas até a UFABC, para efeito de consulta foi feito uma média com os tempos de chegada de cada cidade até a universidade.
Tabela 4. – Relacionamento entre a cidade e os tempos médios de chegada à UFABC.
Cidade Tempo médio geral
(min)
Tempo mínimo geral (min)
Tempo máximo geral (min)
Santo André 10,6 8 13,6
São Caetano do Sul 30 20 40
São Bernardo do Campo
60 40 70
São Paulo 83,44 65 121,92
Santos 90 60 150
Osasco 100 90 120
Itapecirica 180 160 320
Limeira 180 150 300
Tempo médio geral
• Média: 124,89 min
• Mediana: 90 min
• Moda: 180 min
• Desvio Padrão: 115,21 min • Erro Padrão: 40,73 min
Tempo mínimo geral
• Média: 95,89 min
• Mediana: 65 min
• Moda: Inexistente
• Desvio Padrão: 83,84 min • Erro Padrão: 29,64 min
Tempo máximo geral
• Média: 172,84 min
• Mediana: 121,92 min
• Moda: Inexistente
• Desvio Padrão: 140,71 min • Erro Padrão: 49,75 min
Representações gráficas da Tabela 4
Santo André
São Bernardo do Campo Santos Itapecirica Franca 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
f(x) = 10,62 x^1,44 R² = 0,96
Tempo médio de transporte à UFABC por cidade
Tempo médio geral (min)
Regressão geométrica de Tempo médio geral (min) Cidade T e m p o ( m in )
Santo André
São Bernardo do Campo Santos Itapecirica Franca 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
f(x) = 10,62 x^1,44 R² = 0,96
f(x) = 7,35 x^1,5 R² = 0,97 f(x) = 13,59 x^1,5 R² = 0,96 Tempo Médio, Mínimo e Máximo geral (min)
Tempo médio geral (min) Regressão geométrica de Tempo médio geral (min) Tempo mínimo geral (min) Regressão geométrica de Tempo mínimo geral (min) Tempo máxim o geral (min)
Regressão geométrica de Tempo máxim o geral (min) Cidade T e m p o ( m in )
Novamente utilizou-se barras de erro de 10%, a linha de tendência que melhor se adequou aos gráficos foi a geométrica e a média entre todos os tempos foi por volta de 175 minutos. Os gráficos mostram o obvio, que quanto mais longe da universidade maior será o tempo para chegar na universidade, porém vale ressaltar que os alunos que residem na grande São Paulo, apesar da distância de suas casas até a universidade ser pequena muitas vezes gastam o mesmo tempo de uma viagem intermunicipal utilizando-se rodovias.
Conclusão
A partir da interpretação dos dados observou-se que a maioria dos alunos gasta um tempo precioso todos os dias para percorrer a distância entre casa e universidade. Contabilizando os dados revelou-se que, contando somente os dias úteis, em geral são perdidos uma média de 900 minutos, equivalendo a 15 horas semanais que poderiam estar sendo aproveitadas para outras atividades como o estudo.
Esse dado revela que o problema do deslocamento afeta não só o tempo livre dos alunos como também a pré-disposição fisica dos mesmos, tendo outra influencia direta em seus desempenhos.
Uma das causas deste problema é a dificuldade de os alunos encontrarem uma moradia razoável e acessível para se mudar, próximo à faculdade, obrigando-os a permanecerem em suas respectivas moradias, sujeitos a gastos diários de tempo que refletem num menor proveito, em relação ao estudo, necessário para todo universitário. Tendo em vista a ajuda financeira de 300 reais propiciada as estudantes à procura de uma moradia mais próxima à faculdade, deve-se, portanto, aumentar esta quantia devido ao aumento médio do preço do aluguel pela alta demanda de novas moradias, que, na atual situação, força os estudantes a permanecerem em suas casas.
Portanto concluiu-se que o problema do deslocamento é um fator muito importante, tendo que ser levado em conta pelos órgãos acadêmicos e discutido seriamente pois afeta diretamente não só os alunos como a universidade em si, pois o baixo desempenho acadêmico é um sério problema já que a boa formação é
prioridade e um dos seus pilares, que é o desempenho dos alunos, está sendo seriamente comprometido.
Referências Bibliográficas
1
PORTAL UFABC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC. Projeto Pedagógico. On-line.
Disponível em