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Avaliação psicológica no domínio das toxicodependências: das estruturas aos processos

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Academic year: 2021

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(1)Revista TOXICODEPENDÊNCIAS. ® Edição SPTT Volume 8 Número 3. Ano 2002 pp. 11-25. Resumo: Após uma breve referência à evolução histórica dos paradigmas orientadores da avaliação nas últimas décadas e à relação entre avaliação psicológica, psicodiagnóstico e intervenção com toxicodependentes, são apresentados alguns dos instrumentos de avaliação ("geral" e "específica" para situações de toxicodependência) existentes. Discute-se a necessidade de uma avaliação que vá para além das estruturas e avalie processos e significados, as exigências da avaliação psicológica e o problema da falta de instrumentos de avaliação construídos ou adaptados para o nosso país, bem como o reduzido número de instrumentos de avaliação específicos para a área das toxicodependências. De entre os vários instrumentos indicados, o Teste de Rorschach é alvo de um aprofundamento particular. Palavras-Chave: Avaliação psicológica; Toxicodependentes; Instrumentos de avaliação; MMPI; Rorschach.. Avaliação psicológica no domínio das toxicodependências: das estruturas aos processos. Résumé: Après brève référence à l'évolution historique des paradigmes qui ont orienté l'évaluation les dernières decénies; après brève référence à la relation entre évaluation psychologique, psychodiagnostique et intervention auprès des toxicomanes, sont présentés quelques outils d'évaluation disponibles ("générique" et "spécifiques" pour toxicomanes). On discute le besoin d'évaluation qui va au delà des structures, pour atteindre des procédés et des signifiés, les exigences de l'évaluation psychologique et de problème de manque d'outils d'évaluation élaborés ou adaptés pour notre pays, et bien aussi le nombre réduit de outils d’évaluation spécifiques pour la toxicomanie. Parmi les différents outils énumérés, le test de Rorschach est objet d'un développement particulier. Mots-Clé: Évaluation psychologique; Toxicomanes; Outils d'évaluation; MMPI; Rorschach.. A evolução histórica dos paradigmas de avaliação, associa-. Abstract: After a short reference to the historical evolution of last decades evaluation orienting paradigms and to the relationship between psychological evaluation, psychodiagnosis and intervention with drug addicts, some existing instruments of evaluation ("general" and "specific" to drug addiction situations) are presented. We discuss the need for an evaluation that goes further the structures and evaluates procedures and meanings, the demands of psychological evaluation and the absence of evaluation instruments constructed or adapted to our country, as well as the reduced number of specific instruments of evaluation for the field of drug addiction. Among all the mentioned instruments, Rorschach Test is particularly deepened. Key Words: Psychological evaluation; Drug addicts; Evaluation instruments; MMPI; Rorschach Test.. Celina Manita. 1. A evolução dos paradigmas de avaliação. da às transformações sofridas pela concepção de sujeito e de personalidade, têm implicado inevitáveis reconceptualizações ao nível da avaliação, não só da avaliação no contexto da investigação ou da prática da orientação vocacional e profissional, mas também, ou talvez sobretudo, da avaliação que é praticada em contexto clínico. Assim, e à semelhança do que ocorre nos restantes domínios, uma das questões centrais na intervenção psicológica com toxicodependentes, hoje, deverá ser a do papel destinado à ou do lugar ocupado pela avaliação, sobretudo, pela avaliação na relação com o diagnóstico e com a intervenção psicológica. E, para além disso, ou na base disso, a interrogação sobre “que avaliação”, “como”, “porquê” e “para quê". De instrumento de diagnóstico - papel que, durante mais de 50 anos, ocupou de forma quase exclusiva no domínio da psicologia clínica/psiquiatria -, a prática “sem sentido” - no contexto das mais recentes abordagens do construcionismo social e intervenções de orientação narrativa -, a avaliação psicológica percorreu já um longo caminho, pautado por diversas evoluções teóricas e empíricas, quase nunca isentas de dificuldades ou de acesa controvérsia. Um caminho que, em grande medida, é paralelo ao que sustenta a discussão em torno das teorias explicativas e compreensivas do comportamento humano e da personalidade, delas não podendo ser dissociado. Na realidade, o modelo teórico que enquadra a nossa intervenção clínica e/ou a concepção que fazemos do indivíduo - e, mais particularmente, da sua personalidade e comportamento(1) - afectam profundamente a forma de avaliar. Avaliar uma “personalidade conjunto de traços", não é a mesma coisa que avaliar a “dinâmica dos processos primários/secundários”, avaliar “esquemas cognitivos,. 11.

(2) atitudes ou crenças” ou, ainda, avaliar “significações” atri-. processos de avaliação clínica, noutros, serão particular-. buídas a determinadas acções, para só referir alguns dos. mente úteis e necessários.. enquadramentos e modelos possíveis.. Sempre sem esquecer que “o exercício da avaliação psi-. Para além disso, importa distinguir a avaliação que pre-. cológica exige cada vez mais uma formação sólida por. tende alcançar um conhecimento “geral” das característi-. parte do psicólogo - em termos técnicos e éticos (...).. cas de personalidade e funcionamento psicológico de um. Donde, a avaliação psicológica está muito longe de ser. indivíduo, daquela que pretende uma análise aprofun-. uma actividade simples. Como refere Zazzo, por mais per-. dada duma dada dimensão ou daquela que visa a identi-. feitos que sejam os instrumentos, nunca esta actividade. ficação de perturbações de comportamento, psicopato-. pode prescindir da “sensibilidade” de quem os utiliza. logias, quadros disfuncionais, elaboração de diagnós-. (Zazzo, 1980). Como Kaufman, somos de opinião que os. ticos(2).. utilizadores devem ser sempre melhores que os instru-. A um quadro teórico de orientação positivista e. estruturalista, corresponderá um modelo de avaliação -. mentos que usam (Kaufman, 1982)(4), ou que o verda-. segundo a definição de Guba e Lincoln (1989) avaliações. deiro valor das informações e o sentido do instrumento se. de “1ª e 2ª geração” - preocupado com a medida e a des-. perde quando o psicólogo não domina suficientemente as. crição/categorização, enquanto que a um quadro teórico. provas que emprega” (Almeida, Gonçalves & Simões,. de orientação construtivista/hermenêutica, mais proces-. 1995, p. II).. sual, dos modelos da auto-organização, do construtivismo, do construcionismo social ou da organização narrativa, cor-. 2. As escolhas.... responderá um modelo de avaliação “de 4ª geração”, mais preocupado com a compreeensão e a interpretação ou,. Para além do quadro teórico ou do modelo de intervenção. avaliação(3).. psicológica que nos orienta, todo um conjunto de condi-. A maioria dos modelos de intervenção actuais não põe,. ções influenciam decisivamente o tipo de grelha e instru-. contudo, em causa a existência de uma “avaliação psi-. mentos de avaliação a utilizar em cada situação. Desde. cológica” - “apenas” a questiona e redefine, contestando,. logo, o(s) objectivo(s) da avaliação (e.g., se se pretende. na maioria dos casos, uma ideia mais restritiva da avalia-. um conhecimento “global” do funcionamento psicológico. ção, seja a orientação médica, nosográfica e nosológica,. ou da personalidade do indivíduo, se se pretende avaliar. seja a orientação psicométrica ou diferencial. Importa,. uma determinada área específica, se se pretende um diag-. assim, interrogarmo-nos não só sobre “que tipo de avalia-. nóstico ou uma identificação de sintomas, categorial ou. ção”, mas também sobre se o recurso à avaliação psico-. em sistema de contínuo, se se pretende avaliar progressos. lógica e, mais especificamente, o recurso a instrumentos. numa dada intervenção em curso), o indivíduo ou popu-. de avaliação estandardizados é indispensável em todos. lação-alvo (e.g., se se trata de alguém em acompanha-. os contextos. A resposta não é seguramente una: se em. mento clínico ou não, se é toxicodependente ou não, se. determinado tipo de intervenção terapêutica, nomeada-. possui a escolaridade suficiente para interpretar um teste. mente nos modelos narrativos, estes instrumentos são,. de auto-administração ou não), o tempo disponível para a. de facto, dispensáveis, já em domínios como o da avaliação. sua realização (e.g., se estamos a avaliar no contexto duma. psico-forense eles são, pelo menos no estado actual do. instituição em que cada terapeuta tem de atender 10 uten-. desenvolvimento da Psicologia e do Direito, incontornáveis.. tes num dia ou num contexto em que se pode reservar. No plano da investigação, da compreensão e da inter-. uma manhã só para a avaliação) e o tempo que o teste. venção psicológica com toxicodependentes acreditamos. demora a administrar, cotar e interpretar (em alguns casos,. numa resposta intermédia (dependendo do objectivo, da. existem já meios auxiliares de codificação/interpretação,. população, do tempo disponível e da possibilidade de reco-. informatizados, que agilizam estes procedimentos).. lha alternativa de informações): em determinados contextos. Mas também o contexto e as condições nos quais será. os testes ou provas psicológicas estandardizadas serão. implementada a avaliação, a formação específica do psi-. dispensáveis e substituíveis por outros procedimentos e. cólogo (ou a ausência dela) na utilização e interpretação. mesmo, em alguns modelos, a supressão da. 12.

(3) de determinados instrumentos e modelos de avaliação (se. e capacidades do terapeuta para realizar uma boa avalia-. há instrumentos, como a BSI, que qualquer técnico pode. ção clínica, “despida” de testes estandardizados, é funda-. administrar, já um teste como o de Rorschach ou o MMPI. mental, destacando-se, entre outras, as competências de. exigem uma formação em psicologia e competências e. observação, entrevista, análise, integração e interpretação. conhecimentos específicos, associados a uma elevada. dos dados recolhidos (todas elas sustentadas numa sólida. prática de utilização do teste), a existência ou não e a aces-. formação).. sibilidade dos testes pretendidos e, elemento central mas,. Infelizmente, uma dificuldade é comum a todos os técni-. infelizmente, nem sempre concretizável no nosso país, o. cos e investigadores em Portugal (na área das toxicode-. facto do teste reunir as condições de validade e fiabili-. pendências como nas outras): a falta de instrumentos de. dade necessárias e/ou ter sido feita uma adequada tradu-. avaliação, quer construídos em Portugal e devidamente. ção e aferição do teste, existirem dados normativos actua-. validados, quer traduzidos e adaptados segundo os crité-. lizados para a análise/referenciação dos resultados obtidos. rios de validação cientificamente exigidos (e não apenas. nesse teste, caso ele não tenha sido elaborado no país.. traduzidos, como frequentemente acontece). Bastará. De forma geral, a fiabilidade (consistência, confiança. consultar os catálogos “oficiais” de testes disponíveis para. ou segurança) é elevada nos testes psicológicos (num. aquisição no nosso país e constatar o número muito signi-. dado período de tempo, num mesmo ou entre similares. ficativo de “versões espanholas” aí apresentadas (e, à. testes), sendo-o também a validade de constructo, vali-. falta das nacionais, frequentemente adquiridas e usadas).. dade interna (factorial e de consistência interna) e valida-. Alguns esforços têm sido feitos no contexto das Univer-. de externa (convergente e discriminante). Não podemos,. sidades - no âmbito de projectos de investigação, mestra-. porém, esquecer que a maior parte dos constructos ava-. dos, doutoramentos - mas há ainda um longo caminho. liados correspondem a características que tendem a trans-. por construir. São, por isso, de louvar e apoiar iniciativas. formar-se ao longo do tempo, sendo fundamental, quan-. e esforços como os que têm conduzido à organização. do se pretende avaliar um dado traço ou característica do. dos Congressos Internacionais de Avaliação Psicológica,. indivíduo, ter acesso a instrumentos capazes de diferenciar. na Universidade do Minho, ou os do grupo que elaborou. traço de estado (como o faz, v. g., a STAI).. os dois volumes das Provas Psicológicas existentes em. A qualidade duma avaliação não depende, contudo, ape-. Portugal (Almeida, Simões e Gonçalves, 1995; Simões,. nas da qualidade psicométrica ou clínica dos instrumen-. Gonçalves e Almeida, 1999) e prepara para breve a edi-. tos/grelhas de avaliação. Como Weiner (1989) tão bem. ção de um terceiro volume(5).. defende, um processo de avaliação competente e ético. Tendo em conta estas exigências e limitações, é altura de. só poderá ser concretizado na medida em que se conhe-. colocar a questão: no domínio das toxicodependências,. çam adequadamente as funções psicológicas que um. de que instrumentos dispomos actualmente, se quisermos. teste descreve, as conclusões que dele poderão ser infe-. optar pelo recurso a testes estandardizados de avaliação. ridas e o grau de (in)certeza com que o fazemos e com. na intervenção e/ou na investigação? Um número crescente. que, a partir desses elementos, poderemos estabelecer. de inventários e escalas, especificamente construídos pa-. um diagnóstico ou um prognóstico relativo à evolução de. ra a avaliação e compreensão dos consumidores e dos. um determinado comportamento. As dimensões éticas e. comportamentos adictivos, e, sobretudo, os testes de ava-. deontológicas não podem, nunca, ser postas em causa. liação “geral”, não especificamente dirigidos a esta popu-. ou “suspensas” quando se procede à avaliação dos indi-. lação, mas igualmente relevantes para a sua caracteriza-. víduos, seja em que contexto for.. ção e conhecimento.. Tenhamos uma posição mais ou menos favorável à utiliza-. De alguns desses instrumentos - os que nos parecem mais. ção dos testes estandardizados na avaliação, um aspecto. adequados para a avaliação junto de toxicodependentes. deve ser reconhecido e destacado como crucial: quando. - suas características, vantagens e limitações, aplicabili-. se fala de avaliação no contexto da intervenção (tenha esta,. dade e graus de integração no processo terapêutico,. ou não, preocupações de diagnóstico), as competências. daremos conta nas páginas seguintes, descrevendo uma. 13.

(4) trajectória que nos levará de uma avaliação mais centra-. e de procura proactiva das experiências, de imaginação. da nas estruturas e organização da personalidade a algu-. activa, sensibilidade estética, curiosidade intelectual, etc.. mas pistas para uma avaliação de processos e sentidos.. Tem como facetas avaliadas: fantasia, estética, sentimentos, acções, ideias, valores); 4 - Amabilidade (que se cen-. 14. 2.1. Para uma avaliação de estruturas e organizações.... tra nos estilos de relacionamento interpessoal, na quali-. Para a “avaliação da personalidade”, ao nível das estruturas-. dade da relação com os outros - que pode ir desde a. -traços, da sua caracterização geral, organização e funcio-. competitividade/antagonismo, associados a isolamento. namento e, ainda, da eventual presença de perturbações. face aos outros, manipulação e autocentração egoísta,. psicológicas, dispomos actualmente de um vasto leque de. à empatia/compaixão/cooperação, por exemplo, colocan-. instrumentos de avaliação, com graus também eles diversos. do os interesses dos outros sistematicamente à frente dos. de validade e utilidade nas diferentes populações-alvo.. seus - medida ao nível das acções, sentimentos e pensa-. Do leque de testes disponíveis para esta “avaliação global”,. mentos. As facetas avaliadas neste domínio são: confian-. destacaremos apenas dois que nos parecem ser parti-. ça, rectidão, altruísmo, complacência, modéstia e sensibi-. cularmente úteis para a obtenção de um conhecimento. lidade); e, por último, 5 - a dimensão de “Conscienciosi-. aprofundado sobre características de estrutura, organiza-. dade” (que mede o grau de organização, motivação. ção e funcionamento da personalidade dos sujeitos, sua. e persistência nos comportamentos orientados para um. relação com o mundo/outros, podendo, também, indiciar. dado objectivo, não se devendo confundir um valor baixo. potenciais perturbações psicopatológicas: o Teste de Rors-. na escala de conscienciosidade como um sinal de falta. chach, de que falaremos de forma particularmente apro-. de valores ou princípios, apenas menor capacidade de or-. fundada no ponto 2.4., e o NEO PI-R (NEO Personality. ganização, investimento e perseveração nas suas acções.. Inventory Revised).. Tem como facetas: competência, ordem, dever, esforço. O NEO PI-R assenta num modelo conceptual que defen-. de realização, autodisciplina e deliberação).. de a existência de traços de personalidade e o seu papel. Este inventário mede traços e avalia diferenças nos traços. organizador fundamental (do comportamento das pessoas,. de personalidade, mas não tem como objectivo fazer. da sua consistência inter e intra-situações e da diferencia-. diagnósticos psiquiátricos ou de psicopatologia, muito. lidade interpessoal). Mais especificamente, a escala ope-. embora as informações que fornece sobre o funciona-. racionaliza o modelo de personalidade dos cinco grandes. mento e características pessoais possam indiciar a neces-. factores (mais conhecido por “the big five”) e propõe uma. sidade (ou não) de proceder a avaliações complemen-. organização dos traços de personalidade em torno de. tares no domínio da psicopatologia.. cinco grandes dimensões ou domínios gerais(6) (e seis. É um instrumento que, apesar do elevado número de. traços ou factores específicos para cada um desses domí-. ítens (240) - tendo como opções de resposta Discordo. nios): 1 - Neuroticismo (que avalia essencialmente as for-. Fortemente, Discordo, Neutro, Concordo e Concordo For-. mas de reacção emocional dos indivíduos e a sua estabi-. temente -, não suscita grandes dificuldades de resposta. lidade/instabilidade, sendo as facetas avaliadas neste. ou fácil saturação por parte dos sujeitos, demorando, em. domínio: a ansiedade, a hostilidade, a depressão, a auto-. média, 30 minutos a preencher. Já a sua codificação e in-. consciência, a impulsividade e a vulnerabilidade); 2 - Extro-. terpretação, apesar do apoio de sistemas informatizados,. versão (que avalia o relacionamento com os outros, em. é morosa e exige, à semelhança da maioria dos instru-. áreas como a quantidade e intensidade desses relaciona-. mentos de avaliação, uma formação específica e prática. mentos, níveis de actividade, e necessidades de estimu-. com o instrumento, por forma a que as informações dele. lação. Como facetas deste domínio avalia: o acolhimento. extraídas tenham validade e utilidade clínica e/ou de pro-. caloroso, a gregariedade, a assertividade, a actividade,. dução de conhecimentos.. a procura de excitação e as emoções positivas); 3 - Aber-. À semelhança do que acontece com outros testes, como. tura à Experiência (Openess) (que avalia a forma como o. o MMPI, permite a avaliação do grau de validade das res-. sujeito responde às experiências, o seu grau de abertura. postas dos sujeitos e tem em conta os efeitos quer da.

(5) aquiescência quer da tendência para discordar, os quais. próprios limites e potencialidades da intervenção.. podem ser controlados e, quando verificados, tidos em. Se existir a preocupação de não incorrer nesse erro, um. conta na interpretação dos resultados.. dos instrumentos mais importantes na avaliação da perso-. O perfil para cada sujeito que o teste fornece deve ser ana-. nalidade e da psicopatologia é o Minnesota Multiphasic. lisado à luz da história pessoal e das problemáticas actuais. Personality Inventory (MMPI)(7). Desenvolvido nos anos 30. do sujeito e, sempre que possível, integrado com os resul-. e publicado em 1942, por S. Hathaway e C. McKinley, este. tados de outros testes de avaliação orientados para outros. teste procurava, inicialmente, a identificação de desordens. aspectos, como a avaliação de psicopatologia.. psiquiátricas. Revisto e actualizado, ele é, actualmente,. O NEO PI-R tem, em Portugal, a vantagem de ter sido al-. concebido, definido e utilizado como “um teste clínico” de. vo de estudos de tradução, aferição e validação, existindo. mais amplo espectro, e será, de acordo com diversos es-. valores de referência para a população nacional (Lima &. tudos, um dos teste mais utilizados, se não mesmo o mais. Simões, 1995).. utilizado, em todo o mundo (quer a versão original, quer o. 2.2. Para uma avaliação de psicopatologia(s).... deste teste deve-se, em grande medida, ao facto de lhe ser. MMPI 2, quer, mais recentemente, o MMPI-A). O sucesso A avaliação orientada para o diagnóstico assenta, funda-. reconhecida uma elevada validade em diferentes domínios. mentalmente, numa noção reificada de “personalidade”,. da avaliação (entre outros, o psiquiátrico, o forense e, tam-. de “self” e de “doença” (mental), admitindo a existência. bém, especificamente o domínio das toxicodependências). “de facto” de uma dada estrutura de personalidade res-. e de permitir produzir, com facilidade, aquilo que os seus. ponsável pelo comportamento do sujeito, de estruturas. defensores definem como “uma medida objectiva da per-. psicopatológicas responsáveis por “doenças mentais” e. sonalidade”. Mais especificamente, fornece elementos sobre. aceitando que estas perturbações “existem em si” (ao. problemas psicológicos, sintomas de psicopatologia e outras. contrário da noção de construção social, defendida por. características do indivíduo, recorrendo a uma linguagem. modelos mais recentes). Os traços de personalidade e as. clínica muito útil no contexto da avaliação-intervenção.. diferentes formas de psicopatologia (ou seus sintomas). Dado que o MMPI 2 é considerado uma revisão adequa-. poderão, então, segundo os defensores destes pressu-. da do original que em nada desvirtua o seu valor, apenas. postos, ser objectivamente descritos e quantificados.. nos iremos referir aqui a esta versão que, à semelhança. O sistema de diagnóstico mais utilizado na Europa, como. da original, tem 10 escalas clínicas (e.g., depressão, intro-. de resto no Canadá e nos EUA, de onde é originário, con-. versão, esquizofrenia, paranóia (8)) e 8 escalas de validade,. tinua a ser o DSM (Diagnostic and Statistical Manual of. apresentando ainda 31 subescalas clínicas, 15 escalas de. Mental Disorders), seguido de perto pela CID (Classifica-. conteúdo, 27 escalas de componentes e 25 escalas suple-. ção Internacional das Doenças, com origem na OMS), um. mentares. Para além dos índices e perfis que se estabele-. sistema de classificação também amplamente usado no. cem através da análise e integração dos resultados nas. contexto clínico e perfeitamente consistente com o DSM.. diferentes escalas, possibilita a produção de relatórios e. Assim sendo, não será de estranhar que a maioria das. perfis em áreas específicas, incluindo o domínio forense. escalas de diagnóstico existentes sejam baseadas nos. (no qual é muito utilizado, particularmente nos EUA) e o. critérios do DSM. Embora reconhecendo o papel destas. domínio do alcoolismo e outras dependências, área na. grelhas na elaboração de diagnósticos e na construção de. qual fornece informações sobre o “potencial para a adi-. testes de avaliação, não podemos deixar de chamar a. ção” do indivíduo, as desordens psicológicas associadas. atenção para um erro que é frequentemente cometido em. ao abuso de drogas, assim como elementos relevantes. diferentes áreas de intervenção (a das toxicodependências. para o tratamento.. não sendo excepção): o de transformar a DSM-IV ou a. A grande limitação do MMPI 2, à semelhança do original,. CID-10 (International Classification of Diseases, Tenth edition,. será a morosidade da sua administração, codificação e. ICD-10), não em guias, mas em pontos de ancoragem/ fixa-. interpretação, na medida em que é composto por 567. ção das avaliações e diagnósticos e, a partir daí, estreitar os. itens de resposta Verdadeiro/Falso, demorando a sua. 15.

(6) aplicação, em média, 1hora a 1 hora e meia, e exigindo,. aos seus comportamentos, atitudes, valores, ou outras. para uma correcta administração e, sobretudo, interpre-. dimensões sobre as quais sejam questionados - e são ins-. tação, uma formação específica sólida que, à semelhança. trumentos que têm vindo a sofrer sucessivas melhorias,. do que acontece com o Teste de Rorschach, é escassa. em termos da metodologia para a sua construção, admi-. em Portugal.. nistração, codificação, análise estatística e interpretação.. Existem já sistemas informatizados de apoio à interpreta-. Apesar disso, alguns autores têm vindo a questionar a per-. ção do MMPI 2 (tal como existem para outros testes, co-. tinência ou, mesmo, a validade destas medidas.. mo o NEO-PI-R ou o SIR), mas é fundamental que estes. Essas críticas derivam, de forma directa ou indirecta, da. instrumentos informáticos sejam utilizados apenas como. linha de investigação surgida na sequência do trabalhos. auxiliares e não substituam, nunca, a interpretação do ava-. de Nisbett & Wilson, que, no seu célebre Telling more than. liador, tentação à qual tão frequentemente os avaliadores. we can know (1977), põem em causa a existência de um. menos experientes sucumbem.. verdadeiro acesso introspectivo aos processos cognitivos. À semelhança de qualquer outro teste de auto-relato, o. superiores, argumentando que, mesmo que o acesso. MMPI é susceptível de ser falseado pelo sujeito (delibera-. introspectivo à justificação dos seus comportamentos. damente ou pelo efeito, mais ou menos consciente, da. exista, ele não será suficiente para produzir respostas. desejabilidade social). Por isso, os seus autores desenvol-. adequadas acerca do papel de alguns elementos ou estí-. veram escalas de validade, procurando, através delas,. mulos críticos nas respostas às questões formuladas. Os. identificar os indivíduos que, por exemplo, respondem de. autores adiantam possibilidades explicativas alternativas. forma aleatória às questões, “mentem” deliberadamente. para justificar a frequente correlação encontrada entre os. na sua resposta, ou, a partir duma certa altura, por efeito. auto-relatos e os comportamentos efectivamente reve-. de fadiga, começam a responder “sem pensar”. Dada a. lados pelos indivíduos, sendo um dos principais argu-. qualidade destas escalas de validade, será mais difícil. mentos o de que, se as descrições destes processos. falsear um resultado no MMPI do que na maioria das. forem adequadas é porque coincidiram com teorias a. restantes escalas/instrumentos de auto-relato.. priori acerca desses comportamentos e não por terem re-. Em Portugal, confrontamo-nos com a inexistência de uma. sultado de um verdadeiro acesso introspectivo do sujeito. versão adaptada ou adequadamente aferida do MMPI e. aos seus processos superiores.. com a consequente ausência de valores normativos de. Como seria de esperar, existe paralelamente a esta cor-. referência para a nossa população, pelo que a sua utiliza-. rente, que defende genericamente que nós “dizemos mais. ção deve ser efectuada com todo o cuidado. Sabemos. do que aquilo que podemos saber”, uma outra linha teó-. que muitos clínicos e investigadores se socorrem de tra-. rica e empírica que se opõe às conclusões destes au-. duções deste teste, realizadas a partir da versão original. tores, analisando-as criticamente e contrapondo-lhes um. ou da versão espanhola, devendo a sua utilização, nessas. alternativo “sabemos mais do que aquilo que podemos. condições, impor cuidados e limites ainda mais rígidos.. dizer” (Bowers, 1984; White, 1988). Um número especial da revista Behavioral Assessment foi, em 1990, dedicado. 16. 2.2.1. O caso particular dos inventários e checklist .... à análise da validade destas medidas de auto-relato,. Para uma avaliação de áreas/domínios específicos de fun-. sendo a conclusão geral a de que a sua utilização é útil e váli-. cionamento do indivíduo ou para uma despistagem rápi-. da, mas poderá ser ainda melhorada através de determina-. da, mas válida, de sintomas de psicopatologia, dispomos. das estratégias complementares, por forma a obter resul-. de um vasto conjunto de inventários e de checklist.. tados mais consistentes e válidos.. Estes instrumentos (tal como o NEO PI-R e o MMPI, e co-. Dadas as limitações de espaço, referiremos apenas alguns. mo os que serão referidos no ponto 2.3.) enquadram-se. destes instrumentos e, por uma questão de pragmatismo,. no que genericamente é designado por medidas de auto-. aprofundaremos apenas as que resultam de trabalhos. -relato - aquelas que recolhem informação a partir dos. nacionais ou estão já aferidas para Portugal.. relatos, respostas ou escolhas do indivíduo relativamente. Em termos de checklist, as mais usadas actualmente são.

(7) a CBL-90 (Symptom Checklist-90-R) e uma versão mais. o compõem estão elaboradas de forma a registar a pre-. reduzida, feita a partir desta - a BSI (Brief Symptom. sença ou ausência do sintoma e, no primeiro caso, a sua. Inventory), ambas de L. Derogatis (1977, 1982). Uma vez. intensidade. Engloba a referência a perturbações bioló-. que as duas permitem a identificação do mesmo conjun-. gicas, cognitivas, interpessoais e de desempenho de tare-. to de problemas psicológicos e sintomas psicopatológicos,. fas, áreas fundamentais de emergência de perturbação e. e a BSI, ao contrário da CBL-90-R, foi adaptada para a. de identificação de sintomas de depressão. Uma análise. população portuguesa (Canavarro, 1999), existindo da-. factorial dos seus componentes evidenciou a existência. dos normativos para a nossa população, optámos por,. de cinco factores, dos quais, tendo em conta os objec-. neste texto, nos referirmos apenas às características da BSI.. tivos do presente texto, destacamos três: o primeiro, que. Trata-se de uma escala de auto-relato, breve, multidimen-. diferencia de forma adequada depressões “endógenas”. sional, que permite (à semelhança da CBL-90) avaliar nove. de depressões “reactivas”, o segundo, que destaca a. sintomas de psicopatologia (somatização, obsessões-. existência de uma forma perturbada de relação do indiví-. compulsões, sensibilidade interpessoal, depressão, ansie-. duo consigo próprio, e o terceiro, que reúne os elementos. dade, hostilidade, ansiedade fóbica, ideação paranóide. da “constelação suicida” (Vaz Serra, 1995).. e psicoticismo) e, ainda, estabelecer três índices de perturbação/mal-estar gerais (índice geral de sintomas, total. 2.3. Para uma avaliação de processos e áreas. de sintomas positivos e índice de sintomas positivos).. específicas do funcionamento.... Para além desta despistagem inicial de sintomas é um. Já não para a avaliação de problemas psicológicos e/ou. instrumento útil para o acompanhamento dos progressos. sintomas de psicopatologia, mas para um melhor conhe-. durante uma terapia. Enquanto a CBL é composta por 90. cimento das características de funcionamento, atitudes,. itens e demora cerca de 20 minutos a preencher, a BSI. cognições, emoções, estilos de relacionamento interpes-. é constituída por 53 itens (com resposta em escala de. soal, comportamento,... dos indivíduos, dispomos de um. Likert com 5 valores de frequência) e demora, em média,. leque amplo de instrumentos de avaliação.. 8 minutos.. Na impossibilidade (e inutilidade) de os referir a todos,. Sendo a co-morbilidade um dos problemas clínicos mais. optámos, mais uma vez, por destacar inventários desen-. referenciados em estudos nacionais e internacionais com. volvidos no nosso país, neste caso, dois inventários ela-. populações toxicodependentes, torna-se evidente a utili-. borados por A. Vaz Serra: o IRP (Inventário de Resolução. dade deste tipo de escalas na avaliação/intervenção com. de Problemas) e o ICAC (Inventário Clínico de Autocon-. toxicodependentes. De forma mais específica ainda, a fre-. ceito), instrumentos que avaliam áreas fundamentais quer. quente associação entre abuso de drogas e depressão,. para a compreensão dos comportamentos, quer para o. torna fundamental o recurso a escalas ou inventários de. apoio à intervenção psicológica e que, simultaneamente,. avaliação desta perturbação.. se revelaram já válidos no trabalho com populações de. Em Portugal, os dois instrumentos mais frequentemente. toxicodependentes e/ou delinquentes (Santos, 1998).. utilizados são o Inventário de Depressão de Beck e o. O Inventário Clínico de Autoconceito (Vaz Serra, 1986). Inventário de Avaliação Clínica da Depressão (IACLIDE). avalia, em geral, as dimensões emocionais e sociais do. de Vaz Serra. Seguindo os mesmos princípios atrás referi-. autoconceito, permitindo distinguir 4 factores específicos:. dos, apenas destacaremos aqui o Inventário desenvolvido. Aceitação/Rejeição social, Auto-eficácia, Maturidade Psi-. por Vaz Serra (1994, 1995), uma escala de auto-avaliação. cológica, e Impulsividade-Actividade. Por sua vez, o Inven-. composta por 23 questões que permite a identificação da. tário de Resolução de Problemas (Vaz Serra, 1988) tem. existência de um quadro clínico de depressão e, em caso. como racional teórico subjacente o modelo desenvolvido. positivo, a medida da sua gravidade. De fácil adminis-. por Monat e Lazarus, atendendo às relações intrínsecas. tração e codificação/interpretação (podendo ser auxiliada. entre os fenómenos de Stress e de Coping, e avalia as. por um programa informático), esta escala demora, em. Estratégias de Coping dos indivíduos perante três tipos. média, 8 a 10 minutos a ser preenchida e as questões que. de situações definidas como sendo mobilizadoras destas:. 17.

(8) o Dano, a Ameaça e o Desafio. Permite obter uma nota. Avaliação da Severidade da Dependência (no original, ASI. final total e 9 valores parciais relativos a cada um dos 9. - Addiction Severity Index, de McLellan et al., 1980, 1992),. factores que avalia (e.g., Pedido de ajuda; Confronto e. da qual vimos já uma “tradução livre” utilizada em con-. Resolução Activa dos Problemas; Controlo Interno/Externo. texto clínico, mas desconhecemos qualquer trabalho sério. dos Problemas; Agressividade Internalizada/Externalizada;. de adaptação (10). Avalia áreas como o uso de drogas,. Auto-Responsabilização e Medo das Consequências).. severidade da dependência, uso de álcool, suporte familiar. Os inventários e escalas que se referem especificamente. e social, problemas psiquiátricos e problemas com a. a questões ligadas ao consumo de drogas serão referen-. justiça, e permite obter informação quer sobre o percurso. ciados no ponto seguinte.. de vida do sujeito, quer sobre os problemas quotidianos vividos nos últimos 30 dias. É constituído por 200 itens, de. 2.3.1. Para uma avaliação específica na área da(s). auto-relato, podendo ser auto-administrado, e demora,. toxicodependência(s).... em média, 1hora a completar.. Em Portugal são escassos os instrumentos de avaliação. Com objectivos e características similares, existem, com. específicos para a área das toxicodependências, muito. validade clínica já comprovada em diferentes estudos, o. embora eles somem largas dezenas nos EUA, Canadá e. QFV (Questionário de quantidade e frequência do uso de. em diferentes países europeus. Sendo mais frequentes e. drogas), de Cahalan, e o DUSI - Drug Use Screening. mais conhecidos os que avaliam dimensões associadas. Inventory - de Tarter (1992), este último de espectro mais. exclusivamente ao consumo de álcool do que ao con-. alargado e permitindo, não só a “quantificação” e “tipifi-. sumo de outras drogas, optamos por referir apenas. cação” de usos de drogas, mas também a recolha de ele-. alguns dos que se destinam especificamente à avaliação. mentos compreensivos, muito úteis para o desenvolvi-. de aspectos relacionados com o consumo de “outras dro-. mento de intervenções psicológicas com toxicodepen-. gas” (embora, num ou noutro caso, permitindo a avaliação. dentes. Aliás, um instrumento semelhante ao conhecido. de dimensões associadas aos dois tipos de dependência).. CDP - Comprehensive Drinker Profile - de (Miller e Marllat,. Correndo o risco de cometer erros ou injustiça, por desco-. 1984), do qual existem “traduções” no nosso país (desco-. nhecimento de estudos aos quais não tenhamos tido. nhecemos, contudo, a existência de estudos de adap-. acesso, a conclusão a que chegamos, nos trabalhos. tação) e que avalia dimensões como a história e perfis de. desenvolvidos na última década, é a de que, se o pano-. consumo, as motivações, a percepção de auto-eficácia e. rama não é positivo no que diz respeito aos “instrumentos. dimensões socio-demográficas, quer no início quer após. de avaliação geral”, ele revela quase um “deserto” no que. o tratamento. Trata-se de uma escala composta por 88. se reporta a instrumentos orientados especificamente. itens, de auto-relato (pode ser auto-administrada), e que. para a avaliação de dimensões da toxicodependência. Na. demora, em média, 2 horas a completar (dada a com-. realidade, e à excepção de uma ou outra versão experi-. plexidade e multidimensionalidade de alguns dos elemen-. mental, que oportunamente referiremos, é praticamente. tos a recolher).. impossível encontrar, em Portugal, instrumentos de avalia-. Por último, gostaríamos de referenciar a Escala de Pen-. ção devidamente adaptados (ou construídos de raiz),. samentos sobre Drogas de McMullin (McMullin Addiction. sendo meras “traduções livres” a maioria dos inventários. Thoughts Scale) que, não obstante ser considerada uma. e escalas. 18. disponíveis(9).. das mais válidas e úteis na avaliação/intervenção com. Não obstante as dificuldades que os psicólogos nelas in-. toxicodependentes, não se encontra, ainda, adaptada/. teressados terão em obtê-las, indicamos algumas das. aferida para o nosso país(11), e a BCAS - Beck Co-Depen-. escalas disponíveis nesta área - curiosamente, a maioria. dence Assessment Scale (Beck, 1991) - igualmente utiliza-. delas traduzida, adaptadas e aferidas no Brasil, mas não. da e referenciada na maioria dos países ocidentais(12) e. em Portugal - e que se revelam de elevado interesse e uti-. que, como o próprio nome indica, avalia a co-dependência. lidade na avaliação/intervenção com toxicodependentes.. de outros significativos. Trata-se de uma escala para adul-. Uma das mais referenciadas e utilizadas é a Escala de. tos, de auto-relato (pode ser realizada por auto-adminis-.

(9) tração), composta por 35 itens que demoram, em média,. referir(13) (e.g., estrutura, organização, funcionamento, sen-. dez minutos a preencher.. tidos, processos, psicopatologia), mas também por ter-. Afastando-nos da visão mais “tradicional” da avaliação,. mos trabalhado de forma regular com este teste, nos últi-. gostaríamos de referir um “instrumento de trabalho” em. mos 12 anos, termos comprovado a validade e utilidade. psicoterapia com toxicodependentes e dependentes de. da sua utilização no domínio das toxicodependências (San-. álcool que, não sendo especificamente uma escala de. tos, 1994, 1996, 1998) e considerarmos que o sistema de. avaliação, serve os objectivos de uma avaliação que se. Exner não foi ainda suficientemente “descoberto” no nos-. pretenda “de 4ª geração”, hermenêutica e construtivista,. so país, não obstante ter sido introduzido em Portugal há. orientada, mais do que para a caracterização, para a. cerca de 20 anos, por Danilo Silva (1983, 1986). compreensão dos processos e sentidos do comportamento do toxicodependente. Um instrumento que, para. Para uma breve história e caracterização do teste. além disso, permite uma perfeita integração entre inter-. de Rorschach e do SIR. venção e avaliação - sabendo-se que as duas são inter-. Desde a sua publicação, em 1921, o teste de Rorschach. dependentes, que a avaliação é já um primeiro passo da. não deixou de suscitar elevado interesse por parte de. intervenção e que a intervenção produz a todo o momento. clínicos e investigadores de diferentes orientações, a que. avaliações, mas sendo este princípio tão frequentemente. se associou, desde cedo, o desenvolvimento de uma di-. “esquecido” - na medida em que foi concebido no quadro. versidade de perspectivas teóricas a seu respeito, acom-. de um manual de intervenção.. panhada de intensa controvérsia entre os defensores dos. Trata-se de um manual concebido por Berg & Reuss (1998). sistemas de administração e interpretação do teste entre-. que tem por base os princípios da terapia centrada nas. tanto desenvolvidos. A esta diversificação não será alheio. soluções, cujas “fichas” nos permitem recolher dados sobre. o facto do seu criador, Hermann Rorschach, ter falecido. os “momentos de excepção” (i.e., aqueles momentos que,. precocemente sem chegar a finalizar os estudos empíricos. mesmo raros, acontecem na vida de qualquer toxicodepen-. que iniciara nem a definir completamente o quadro teóri-. dente, em que o indivíduo, por qualquer razão, não consu-. co e conceptual de base que considerava mais adequado. miu ou reduziu os consumos ou foi capaz de tomar algu-. para a sua caracterização, compreensão e utilização.. ma iniciativa positiva em relação ao seu problema de. Actualmente, os diferentes sistemas e modelos interpreta-. dependência). A ideia é identificar esses momentos para. tivos do Rorschach poderão, numa simplificação que pre-. depois os trabalhar, reforçando não os consumos e os. tende apenas facilitar o seu enquadramento, ser divididos. problemas do sujeito, mas as estratégias e as competên-. em dois grandes grupos ou linhas de orientação, consi-. cias que o indivíduo, algures, demonstrou ter tido, ajudando-. derados inconciliáveis pelos seus defensores e utilizado-. -o a reactualizar essas competências e a reforçá-las, e. res. Dada a sua proveniência geográfica e os países em. estimulando, passo a passo, a implementação das solu-. que encontraram maior desenvolvimento, aceitação e uti-. ções para os problema.. lização, estes dois sistemas são frequentemente apelida-. Uma boa pista para quem pretenda intervir com toxicode-. dos de “escola/sistema francês”, num caso, e de “esco-. pendentes no contexto das abordagens mais narrativas,. la/sistema americano”, no outro (um nítido simplismo/re-. construtivistas ou construcionistas, ainda muito pouco. ducionismo classificatório, no qual vamos incorrer por mera. aplicadas no nosso país.. facilidade de referência). A escola francesa (dominante até aos anos 70) - por sua. 2.4. Um instrumento potencialmente integrador.... vez, subdivisível em diferentes sistemas, conforme a teoria. Tomamos a decisão de dar particular relevo ao teste de. da personalidade em que assenta a interpretação dos. Rorschach (segundo o SIR de Exner), essencialmente. protocolos - pode ser caracterizada, genericamente, pelo. porque o consideramos um instrumento particularmente. facto de considerar o Rorschach uma técnica clínica por. útil, na medida em que fornece um leque muito amplo de. excelência e não um teste psicométrico, mais especifica-. informações nos diferentes domínios que temos vindo a. mente uma prova projectiva reveladora da organização e. 19.

(10) dinâmica internas do indivíduo, no jogo entre as diferentes. oposições e dicotomizações que, como todas as outras,. instâncias ou tópicas e das forças psicológicas que es-. têm as suas limitações(15).. truturam e operam no sistema da. personalidade(14).. Na. sequência dessa posição, não admite a possibilidade de. Da (in)estrutura à atribuição de significados. interpretação do teste para além de ou sem uma teoria da. Dadas as características de ambiguidade perceptivo-. personalidade que a oriente, recorrendo a teorias psica-. -cognitiva que o Rorschach apresenta, ele revela-se um. nalíticas para a sua interpretação.. instrumento particularmente adequado para aceder, não. O sistema francês permite-nos dois tipos de análise: uma,. só à caracterização base do sistema de personalidade,. mais quantitativa, traduzida nos cálculos e variáveis que. como aos processos e elementos base de estruturação. compõem o “psicograma” do sujeito, ponto de partida. do real, subjacentes à leitura e experiência que dele é. para uma análise global dos resultados; e uma outra, de. feita por cada indivíduo e, dessa forma, também aos. cariz qualitativo, assente nos conteúdos das respostas e. sentidos que orientam a sua acção (estes últimos através. na forma como elas se articulam em termos perceptivo-. de uma análise de conteúdo das respostas).. -linguísticos, nível que, na sequência dos trabalhos de. Na realidade, muito embora se encontrem algumas regu-. Schafer, se tornou dominante neste sistema de interpre-. laridades de resposta nas placas do Rorschach (banali-. tação do Rorschach. Esta última inclui, fundamentalmente,. dades, no sistema francês; respostas o, no sistema ameri-. dois aspectos: uma análise “temática” de cada resposta,. cano), não se encontram, por muitas administrações que. assente em conceitos como os de dependência/indepen-. se façam, dois protocolos finais de Rorschach iguais em. dência, regressão, conflito, atitudes face ao papel sexual,. dois sujeitos diferentes (e até os protocolos de um mes-. narcisismo; e uma análise das respostas, placa por placa,. mo sujeito, em diferentes pontos temporais, não são iguais),. (cartão, prancha, lâmina) que se baseia no pressuposto. apesar de os elementos a considerar e a integrar em. de que cada uma delas suscita de forma dominante um. cada placa serem sempre os mesmos. Tal variabilidade. determinado conteúdo latente, presente na forma como o. deve-se ao facto da sua complexidade e ambiguidade. sujeito vai articular a resposta a essa placa (e.g., placa III. formal-perceptiva (e significante) ser de tal ordem que. e o relacionamento interpessoal; placa IV e os imagos. cada indivíduo valoriza e interpreta de forma diferente os. parentais/confronto com a autoridade; placa V e o con-. diferentes componentes de cada percepto, atribuindo. fronto com o real; placa VI e a orientação sexual).. uma configuração, um significado e uma estrutura narra-. Por sua vez, o sistema americano - que tem vindo a expe-. tiva particular à formulação final - ou resposta - que dá a. rimentar crescente implementação nos últimos 20 anos,. cada placa.. na sequência dos trabalhos levados a cabo nos EUA pela. Poderemos, então, hipotetizar que, tal como o faz face a. equipa da Rorschach Research Foundation, coordenada. cada placa de Rorschach, fá-lo-á perante a variabilidade,. por J. Exner, e sobre o qual nos debruçaremos de forma. a ambiguidade, a complexidade (e, simultaneamente, a. mais aprofundada um pouco mais à frente - adopta uma. quotidianeidade e a regularidade) das situações e facto-. perspectiva cognitivo-comportamental, recusando as lei-. res com que lida ao longo da sua vida.. turas psicanalíticas, e considerando-o um teste fundamen-. Por outro lado, o teste de Rorschach, não sendo um instru-. talmente perceptivo-cognitivo (no qual, por vezes, ocor-. mento de auto-relato, permite escapar às influências da. rem fenómenos de projecção) e não um teste projectivo,. desejabilidade social(16), bem como às dificuldades sen-. como durante vários anos foi considerado.. tidas por indivíduos com baixo nível de escolaridade, no. No essencial, esta oposição entre as duas escolas ou sis-. que diz respeito à compreensão (e, logo, à forma de lhes. temas traduz a querela ou oposição existente entre a sua. responder) das questões colocadas nos inventários de. utilização como prova qualitativa ou quantitativa, objectiva. auto-relato.. ou projectiva, como método clínico ou como teste com. 20. características psicométricas, como prova idiossincrática. O Sistema Integrativo de Rorschach (SIR) de J. Exner. ou referenciável a valores normativos de uma população,. Tendo tomado contacto com este teste, pela primeira vez,.

(11) em meados de 1950 e tendo iniciado a sua utilização de. teste eram formadas através de uma integração de traços. acordo com a abordagem dinâmica, preponderante na. de memória com as sensações criadas pelos estímulos da. época, J. Exner, confrontado com a diversidade de siste-. figura. Esta integração implicava uma operação psicoló-. mas existentes e com a não comunicação e não articulação. gica consciente, na base da qual estava a constatação, pe-. ou troca entre eles, resolveu proceder a um estudo mais. lo sujeito, de que a mancha apresentada era diferente dos. aprofundado das características dos diferentes sistemas. objectos armazenados na memória, operação que envolvia. de interpretação, suas diferentes modalidades de utiliza-. um processo de identificação e associação. O autor via o. ção, características comuns e características divergentes.. processo de resposta ao seu teste como fundamentalmen-. Na sequência destas análises, constatou a existência de. te perceptivo ou aperceptivo (17).. diferenças entre os sistemas a todos os níveis, desde a. Os estudos desenvolvidos nos últimos 30 anos pela equipa. posição física do administrador face ao sujeito e da ins-. de Exner têm demonstrado que H. Rorschach tinha razão. trução que é dada no início da administração, até ao mé-. quanto aos seus pressupostos básicos e que, de facto, o. todo de recolha dos dados, forma de proceder ao inqué-. indivíduo elabora a sua resposta depois da tomada de. rito e, finalmente, codificação e interpretação dos dados. consciência de que a mancha é diferente dos traços de. obtidos, concluindo que a diversidade era tanta que a. memória, sendo a identificação uma das operações psi-. noção de “um teste de Rorschach” acabava por ser mais. cológicas fundamentais na elaboração da resposta. Esta. um mito que uma realidade. Na verdade, vários testes de. resposta implica um processo de transformação ou de. Rorschach diferentes tinham, entretanto, sido criados. tradução de um estímulo inestruturado e é essa “actividade. (Exner, 1986).. mediadora idiográfica” que constitui “a força e o mistério do. Face a esta constatação tomou a decisão de os estudar. teste” (Exner, 1980).. aprofundada e criticamente, tendo como preocupação subja-. Ou seja, quando se administra o teste de Rorschach é. cente a resposta a duas questões fundamentais: qual deles. pedido ao sujeito que indique nas manchas algo que, na. mostrava maior valor empírico e qual tinha maior utilidade. realidade, não está lá. Este pedido, aparentemente tão. clínica. Os resultados alcançados pelas pesquisas de Exner,. simples, irá desencadear uma variedade de complexas. levaram a que, em 1970, o seu objectivo se alterasse e pas-. operações psicológicas implicadas na actividade media-. sasse a ser a criação de um sistema de integração das ca-. dora que é realizada pelo indivíduo, na tentativa de esta-. racterísticas mais válidas de cada um dos sistemas.. belecer um equilíbrio entre a exigência de “violação” da. Nesse sentido, inúmeros estudos foram implementados. realidade que lhe é feita pelo pedido do administrador e a. procurando-se desde a compreensão da natureza do teste. necessidade vivenciada de manter a sua integridade pes-. e do processo de resposta que ele induzia até às modali-. soal. Por essa razão, o Rorschach poderá ser encarado. dades de codificação e interpretação dos seus dados que. como uma situação de resolução de problemas que põe. se revelassem mais adequadas. O “Comprehensive Sys-. em jogo processos de tomada de decisão, a partir dos. tem”, assim designado na medida em não se trata de. processos de percepção, mediação e processamento da. mais um sistema do Rorschach mas da integração de. informação que lhe estão subjacentes.. diferentes aspectos dos restantes sistemas e “dos conhe-. Assim se encontram identificados os elementos fundamen-. cimentos mais sólidos alcançados por aqueles que desen-. tais da conceptualização que Exner (1986, 1991) faz do. volveram e investigaram o teste” (Silva, 1986), irá resultar. teste de Rorschach: uma tarefa essencialmente perceptivo-. deste conjunto de reflexões e dos inúmeros estudos. -cognitiva, uma “amostra do comportamento” do indiví-. empíricos desenvolvidos pela equipa de investigadores. duo em que se manifestam processos de tomada de de-. orientada por Exner.. cisão e de resolução de problemas, reveladores das estra-. Conceptualização dos diferentes processos envolvidos. da personalidade e do funcionamento psicológico dos su-. na resposta ao teste de Rorschach, de acordo com o SIR. jeitos (e não um estímulo essencialmente projectivo).. Hermann Rorschach considerava que as respostas ao seu. O fenómeno de projecção suscitado pelo Rorschach cons-. tégias de coping e de diferentes aspectos da organização. 21.

(12) titui o principal ponto de discordância entre as duas esco-. exemplo, esquizofrenia ou depressão e, finalmente; (c) a. las de interpretação do teste. Como afirma Exner (1986),. predição do comportamento. Esta última questão revela-. ao contrário do que muitos pensaram, o Rorschach não é. -se bem mais complexa que as duas anteriores, na medi-. “um raio-X mágico da mente” mas um procedimento que. da em que implica a consideração das variáveis ambien-. evoca muitas das operações psicológicas fundamentais. tais em interação com as individuais, não podendo conti-. do sujeito. Não há dúvida de que a projecção pode ocor-. nuar a aceitar-se a ideia de que os traços de personalidade. rer durante o teste, mas considerá-lo só como projectivo. sejam entidades determinadoras do comportamento de. seria, para este autor, limitar-lhe as potencialidades.. uma forma linear e determinista. De acordo com Weiner. Sendo a projecção entendida por Exner no sentido propos-. (idem), o Rorschach será útil para (a) e (b) e, com ele-. to por Murray, i.e., enquanto tendência que as pessoas. vadas reservas e uma cuidadosa análise do impacto do. têm para influenciar a mediação cognitiva dos inputs per-. meio sobre os comportamentos, poderá contribuir para (c).. ceptivos, de acordo com as suas necessidades, interes-. Considera, assim, inequívoca a sua validade como instru-. ses e características de organização psicológica.. mento de avaliação de processos de personalidade, o que. Na realidade, e pelas características de ambiguidade e. ele efectivamente é, mais do que como teste de diagnósti-. inestruturação perceptiva deste teste, a projecção pode. co ou de predição de comportamentos, o que ele não será.. surgir em diferentes momentos do processo de resposta,. 22. particularmente ao nível da mediação cognitiva e afectiva. Domínios e processos psicológicos avaliados pelo SIR. dos estímulos perceptivos, por interferência de neces-. Poderemos considerar, globalmente, a existência de seis. sidades, de interesses e da organização psicológica do. grandes áreas ou domínios da organização da personali-. indivíduo (Exner, 1989), sendo de destacar o facto da per-. dade e do funcionamento psicológico acerca dos quais o. cepção implicar sempre algum grau de ambiguidade, a. teste de Rorschach (segundo o SIR) nos poderá fornecer. partir da qual o sujeito estrutura a sua própria versão do. informações: a) Estilos de Coping, Controlo e Tolerância. real e na qual as emoções, em inter-relação constante. ao Stress; b) Iniciativa e Complexidade Cognitiva/Proces-. com os processos cognitivos, têm um papel estruturante. samento da Informação; c) Mediação dos estímulos, Con-. fundamental.. vencionalidade e Adequação Perceptiva; d) Factores e ca-. Dada, porém, a existência dos dois tipos de processos -. racterísticas da Ideação; e) Aspectos Afectivos; f) Aspectos. perceptivos e projectivos - o sistema integrativo de Exner. relativos à Autopercepção e Percepção e Atitudes Interpes-. possibilita também dois tipos de análise: uma “interpre-. soais. Processamento, Mediação e Ideação constituem. tação representativa”, assente nos dados quantitativos. aquilo que Exner (1991) designa de “tríade cognitiva”, inter-. fornecidos pelo sumário estrutural e uma “interpretação. agindo entre si.. simbólica”, centrada na análise do conteúdo das produ-. Fornece-nos, ainda, indicações acerca da presença de. ções verbais do sujeito. A primeira revelar-nos-á como o in-. estados psicopatológicos como a esquizofrenia ou a de-. divíduo se comporta habitualmente, enquanto a segunda. pressão e revela determinadas constelações de variáveis. nos fornecerá indicações sobre o porquê dele se com-. relativas a modalidades de funcionamento como défices. portar dessa forma (indo da estrutura e da organização,. de coping ou um estilo hipervigilante.. aos processos e sentidos...).. A análise destes dados efectua-se a partir do Sumário Estru-. Weiner (1977, 1983, 1989), ao analisar as questões éticas. tural e deve ser, sempre, integrada nos dados biográficos,. associadas à utilização deste teste, elaborou uma sistema-. e outros, do sujeito, bem como complementada por uma. tização das informações que o Rorschach, com as suas. análise qualitativa, temática, a partir dos conteúdos e regula-. características particulares, poderá ou não fornecer-nos.. ridades ou excepções nas respostas do sujeito.. Para tal, distingue os três tipos essenciais de questões a. Pensamos que a sua relevância no contexto da avaliação/. que a avaliação psicológica é chamada a responder: (a). intervenção psicológica com toxicodependentes e as possibi-. o funcionamento psicológico do indivíduo; (b) a presença. lidades integradoras que possui - permitindo avaliar estrutura,. ou não de um dado estado ou condição, como, por. organização, funcionamento, processos e significações -.

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