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Representações sociais de mulheres que vivem no cárcere relacionadas as mudanças no ciclo menstrual / Social representations of women living in prison related to changes in menstrual cycle

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 59218-59227 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Representações sociais de mulheres que vivem no cárcere relacionadas as

mudanças no ciclo menstrual

Social representations of women living in prison related to changes in

menstrual cycle

DOI:10.34117/bjdv6n8-368

Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação:19/08/2020

Juliana Alves da Silva

Enfermeira, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas, E-mail: julianaalves130@hotmail.com

Amuzza Aylla Pereira dos Santos

Enfermeira, Doutora em Ciências da Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas

E-mail: amuzza.santos@gmail.com

Tâmara Silva de Lucena

Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas

E-mail: tamaralucenaa@gmail.com

Julio Cesar Silva Oliveira

Enfermeiro, Mestrando do Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas

E-mail: enf.juliocsoliveira@gmail.com

Deborah Moura Novaes Acioli

Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas

E-mail: deborahmnovaes22@gmail.com

José Augustinho Mendes Santos

Enfermeiro, Mestrando do Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alagoas

E-mail: augustinhomendes1@gmail.com

RESUMO

Objetivo: Conhecer as representações sociais de mulheres que vivem no cárcere relacionadas as mudanças no ciclo menstrual. Métodos: Estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com 20 reeducandas em um estabelecimento prisional do Estado de Alagoas. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa, e solicitada a autorização à Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social. Os dados foram coletados de junho a dezembro de 2018 por meio de entrevista semiestruturada e tratadas por análise de conteúdo e discutido pela Teoria das Representações Sociais. Resultados: Emergiram-se as seguintes categorias temáticas após a análise

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do conteúdo: Representações sociais associadas as questões psicológicas, ao ambiente x confinamento e a Preocupação. Conclusão: As representações sociais sobre o comportamento do ciclo menstrual relacionadas ao ambiente, questões psicológicas e a preocupação foram evidenciadas como importantes fatores para a mudança do ciclo menstrual vivenciada pela mulher no cárcere.

Palavras-chave: Distúrbios menstruais, Enfermagem, Prisões, Saúde da mulher. ABSTRACT

Objective: To know the social representations of women living in prison related to changes in the menstrual cycle. Methods: Qualitative, descriptive and exploratory study, conducted with 20 reeducated women in a prison in the State of Alagoas. The research was approved by the research ethics committee, and authorization was requested from the State Secretariat for Social Re-socialization and Inclusion. Data were collected from June to December 2018 through semi-structured interviews and treated by content analysis and discussed by the Theory of Social Representations. Results: The following thematic categories emerged after content analysis: Social representations associated with psychological issues, the environment x confinement and Concern. Conclusion: Social representations about the behavior of the menstrual cycle related to the environment, psychological issues and concern were evidenced as important factors for the change in the menstrual cycle experienced by women in prison.

Keywords: Menstrual disorders, Nursing, Prisons, Women's Health.

1 INTRODUÇÃO

O ciclo menstrual é responsável por uma série de alterações hormonais, caracterizado pela participação do estrógeno e progesterona. A modificação desses hormônios promove alterações psicológicas, fisiológicas e físicas, mudanças essas que podem implicar no metabolismo de mulheres em condições normais 1.

A fisiologia do ciclo menstrual é iniciada a partir do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. O hipotálamo é responsável por estimular a produção do fator de liberação das gonadotrofinas (GnRH) pela pré hipófise que por sua vez, induz a produção dos hormônios LH (Hormônio Luteinizante) e FSH (Hormônio Folículo estimulante) a produzir estrogênio e progesterona no ovário para dar início a menstruação².

Nessa perspectiva Ratti³, conceitua a menstruação como eliminação de sangue e partes do endométrio pela vagina quando as taxas sanguíneas de hormônios FSH e LH diminuem totalmente. Ou seja, a menstruação é a descamação da parede uterina não utilizada para sustentar um embrião quando não há fecundação3.

Durante o período menstrual algumas mulheres podem apresentar alguns distúrbios que são influenciados pelas mudanças físicas e emocionais, e que podem comprometer toda função fisiológica deste processo. Distúrbios como: amenorreia, dismenorreia e oligomenorreia, podem ser

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caracterizados pela ausência dos períodos menstruais acima de noventa dias que podem estar associados as restrições alimentares ou outras causas, dor pélvica e abdominal associada a menstruação, caracterizada logo após a menarca, com ausência de patologias na região pélvica ou um pouco mais tarde associada a patologias na região pélvica com dores persistentes durante todo o ciclo e por fim as mulheres podem apresentar 3 a 6 ciclos menstruais anuais com pouco fluxo4.

Para que o ciclo menstrual seja considerado normal, ele deve durar entre 21 e 35 dias. Em situações de vulnerabilidades ciclo menstrual normal pode sofrem modificações que podem ser caracterizados como alguns dos distúrbios e no cárcere este processo pode ser ainda mais acentuado devidas as condições de confinamentos precárias e estressantes vivenciadas pelas mulheres 4,5.

Nos últimos anos o encarceramento feminino aumentou, evidenciando precariedade da assistência jurídica e das condições de confinamento, refletindo diretamente na saúde dessas mulheres, que incluem a própria inadequação estrutural do sistema carcerário e a falta de acesso a saúde e condições de bem-estar, que perpassam pela precariedade do padrão de higiene, alimentação, estrutura física inadequada, violência e discriminação, tornando as prisões um espaço de degradação humana e propenso a doenças5,6,7,8.

Nesse contexto o estudo justifica-se no fato de que as mulheres em cárcere estão mais susceptíveis a desenvolverem transtornos que podem contribuir para modificação do ciclo menstrual devido as alterações psicológicas, físicas e estruturais vivenciadas no sistema prisional. Por conseguinte, é nessa perspectiva que o presente estudo se concentra, foi levantado o seguinte questionamento: Quais as representações sociais sobre o comportamento do ciclo menstrual em um presídio feminino?

Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo conhecer as representações sociais de mulheres que vivem no cárcere relacionadas as mudanças no ciclo menstrual

2 MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa, de natureza descritivo-exploratória, com abordagem qualitativa. A pesquisa serviu de base para a elaboração de trabalho de conclusão de curso. Realizada no período de outubro a dezembro de 2018, realizada no Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia (EPFSL), localizado em Maceió, Alagoas. Obteve a aprovação do comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), por meio do CAAE nº 94664418.70000.5013.

Participaram do estudo 20 mulheres em situação de cárcere, sob prisão provisória ou já condenada e em idade fértil durante a reclusão. O estudo foi desenvolvido em cumprimento a resolução 466/12 e 510/16 os quais estabelecem normas para pesquisas envolvendo seres humanos,

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visando proteção e integridade dos sujeitos que participaram da pesquisa, respeitando os princípios éticos. Também necessitou que as participantes envolvidas na pesquisa aceitassem a participar do estudo e para tanto assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A coleta de dados ocorreu a partir da entrevista semiestruturada. Os dados foram transcritos na integra e analisados de acordo com a técnica de Análise de Conteúdo, na perspectiva de Bardin9. A discussão dos resultados foi apoiada a partir na Teoria das Representações Sociais de Sergi Moscovici10. A teoria das representações sociais de Serge Moscovici está composta em duas fases: na ancoragem e na objetivação. Na qual é denominado de ancoragem, a familiarização de algo que nos cerca e que passa a ter influência sobre outras pessoas, tornando-se o não familiar em familiar. Já o processo de objetivação, constituem de informações e crenças acerca do objeto da representação. Organização de todos os elementos e naturalizando os conceitos10. Para manter o anonimato das mulheres foram criados pseudônimos com nomes de flores.

3 RESULTADOS

A apresentação dos resultados desse estudo foi dividida em dois momentos: o primeiro refere-se à caracterização das participantes da pesquisa e a refere-segunda as categorias relacionadas as representações sociais diante da mudança do ciclo menstrual vivenciados no cárcere.

Com relação ao perfil das participantes, das 20 participantes, observou predominância com número de reeducandas na faixa etária entre 20 a 30 anos, sendo a maioria mulheres solteiras, com ensino fundamental incompleto e residirem outros municípios de Alagoas.

Das mulheres entrevistadas, todas apresentaram-se com tempo de reclusão superior a três anos. Diante dos dados gineco-obstétricos levantados, a maioria das mulheres alegaram a menarca até os 12 anos, referiram o início da coitarca a partir de 12 a 15 anos e a ter vivenciado a primeira gestação na faixa etária de 15 a 20 anos.

A diminuição das visitas intimas e as relações homoafetivas foram as justificavas para o a maioria das mulheres no cárcere não fazer uso de nenhum método contraceptivo dentro do presidio. Com relação ao ciclo menstrual a maioria das mulheres informou que já apresentou alguma modificação e que os materiais de higiene de uso pessoal são fornecidos pelo próprio sistema, mesmo não sendo suficiente para as condições de cada uma.

Levando em consideração as características do grupo estudado, realizou-se a análise do conteúdo, o que possibilitou a categorização das representações sociais de mulheres frente ao ciclo

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associadas as questões psicológicas, Representações associadas as questões relacionadas com o ambiente x confinamento e Representações associadas a Preocupação.

As representações sociais de mulheres frente ao ciclo menstrual vivenciados no sistema prisional, se apresentaram a partir dos relatos:

Fiz uma citologia pra saber o porquê da minha menstruação não estar do jeito que era... mas deu tudo normal. Eu sempre achei que era o sangue que estava fraco. (JASMIM)

Notei que a minha menstruação estava diferente, fui perguntar a psicóloga e a enfermeira não me recordo bem quem foi das duas.... só sei que falaram que poderia ser o estresse. (TULIPA)

Para as reeducandas, o fenômeno da ancoragem configurou-se a partir da percepção do tempo de duração do ciclo menstrual, expresso por estas. Como um comparativo entre o período de reclusão e o de liberdade. Ocorrendo uma mudança brusca do comportamento do ciclo menstrual. Objetivando a mudança e a auto percepção diante de seu organismo. As representações sociais sobre o comportamento do ciclo menstrual foram divididas em unidades temáticas.

3.1 REPRESENTAÇÕES ASSOCIADAS AS QUESTÕES PSICOLÓGICAS

Foram objetivadas sobre questões que implicavam na modificação do ciclo das mulheres em privação de liberdade e a ancoragem com os fatores psicológicos foram relacionados para a mudança menstrual. Algumas diante dos relatos já apresentavam sofrerem de síndrome de Tensão Pré-Menstrual (STPM) e objetivando com as questões das representações sociais como fator agravante ou determinante para essa síndrome10. Diante disso segue as falas:

Associo a saudade no período menstrual... Ansiedade... Preocupação. (....) a preocupação é isso e aquilo. (GIRASSOL)

Só se for o estresse... e a saudade.... o estresse mexe muito com o nosso corpo e os hormônios. O meu cabelo tá caindo.... mexe muito com os hormônios...o emocional .. e com o psicológico da pessoa... Tem dias que amanheço sem vontade de falar com ninguém, só de chorar...(COPO DE LEITE)

As representações sociais foram associadas aos fenômenos de saudade e estresse marcada nas falas, como um fator determinante para a modificação desse ciclo e de outras alterações. A saudade da família se ancorou como forma de determinação psicológica e hormonais, vista diante da fala de copo de leite.

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3.2 REPRESENTAÇÕES ASSOCIADAS AS QUESTÕES RELACIONADAS COM O AMBIENTE X CONFINAMENTO

Na qual a ancoragem associa a maneira como as relações simbólicas entre o ambiente e o grupo poderá intervir no ser em questão10. Essas questões como as condições de confinamento corroboram com o agravamento de adoecimento mental e alterações fisiológicas. E quando questionadas sobre quais os fatores que interferiam na alteração do ciclo menstrual, foram ancoradas sobre o ambiente e confinamento. Diante disso segue as falas:

Eu acho que pode ser a mudança de ambiente. O ambiente aqui é horrível...horrível...nojento! (ROSA)

Mas acho que é o barulho, a temperatura da cela, a gente vê um monte de mulher conversando. O calor da cela e as roupas.. já aconteceu de eu ter que tirar a roupa toda de tanto calor e ficar só de cueca... que é a roupa que a gente tem fora essa. O ambiente também, tudo... a cela é muito quente... muito ruim tá lá dentro. (ZINIA).

A mudança e a nova adaptação enfrentadas diariamente por essas mulheres, remetem averiguar se as políticas públicas realmente estão sido efetivas. Na qual a condição de confinamento está fortemente relacionada as questões de saúde.

3.3 REPRESENTAÇÕES ASSOCIADAS AS QUESTÕES RELACIONADAS A PREOCUPAÇÃO

Para as reeducandas o fenômeno da ancoragem foi determinado através da preocupação expressas por estas como um fator de extrema importância para as relações sociais, sendo o sentimento mais evidenciado nas entrevistas, a preocupação, seja ela com seus familiares ou a sua própria condição de encarceramento. Relatados nas falas a seguir:

Eu associo a mudança da minha menstruação, com a minha preocupação da minha família e principalmente com meu filho. Que sou preocupada demais... acredito que o ambiente também e o estresse. (JASMIM)

Eu associo a mudança... Quando estou pensando no meu sobrinho, que pensou que ia para algum canto no dia da minha prisão. Eu fico preocupada (VIOLETA)

4 DISCUSSÃO

O perfil apresentado corrobora com os dados do Infopen, onde a maioria da população encarcerada são jovens, negras, ensino fundamental incompleto e solteiras o que pode ser justificado pela alta concentração de jovens no sistema prisional7.

Visto que o tempo de encarceramento pode contribuir de forma direta ou indiretamente nas condições de saúde dessas mulheres, uma vez que elas são expostas as diversas situações, tais como:

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ambiente insalubres, más condições de higiene, alimentação, normas extremamente rígidas existentes dentro do sistema penitenciário e a falta da família que está fortemente ligada ao processo de adoecimento mental e físico. Assim entende-se que quanto maior o tempo mais podem ser afetados por transtornos mentais e físico 12,13.

Os dados sobre naturalidade, constataram que a sua maioria são de outros municípios, dificultando dessa forma o recebimento de visitas de seus familiares e amigos. Consequentemente, vão se tornando poucas e angustiantes por parte das reeducandas, que esperam ansiosas o dia da visita para se sentirem acolhidas e saber como estão seus familiares sem a presença delas.

Outro dado importante foi a não adesão aos métodos contraceptivos, aumentando dessa forma o risco de exposição as infecções sexualmente transmissíveis e outros agravos. Portanto necessita de mais efetivação das políticas públicas que incentivem a promoção de saúde e prevenção de outros agravos preexistentes no sistema carcerário14.

Analisados dentro de todos os conjuntos que englobam essas mulheres, o enfrentamento do ciclo menstrual mostrou- se um fator de preocupação e abandono por parte das políticas públicas pela pequena quantidade de materiais fornecidos para as mulheres no período menstrual. As informações que as participantes possuem acerca do comportamento do seu ciclo menstrual vivenciados por elas, são dados considerados importantes a serem averiguados, uma vez que trazem informações relevantes de como esse ciclo pode estar sendo modificado. Entretanto o ciclo menstrual é constituído por alterações hormonais constantes que por si já induz uma série de mudança de comportamento fisiológicos e psicológicos, somados com as condições de confinamento podem favorecer a exacerbação dessas mudanças1,2.

Os relatos corroboram com as informações de algumas dessas mulheres apresentaram ou acentuaram alguns dos distúrbios menstruais. Sendo possível observar diante das falas, a presença de sangramentos excessivos até amenorreia. Tornando preocupante, por apresentar o que seria considerado normal inicialmente está sendo um sinal de alerta para os profissionais que prestam assistência no cárcere ou até um acentuado agravo de saúde. Necessitando de mais atenção por parte dos profissionais de saúde4,5.

Diante de todos os relatos, o fenômeno da ancoragem configurou-se a partir da percepção do tempo de duração do ciclo menstrual, expresso por estas. Como um comparativo entre o período de reclusão e o de liberdade. Ocorrendo uma mudança brusca do comportamento do ciclo menstrual. Objetivando a ancoragem com os fatores psicológicos, foram relacionados para a mudança menstrual8.

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A função fisiológica do ciclo menstrual é altamente sensível a estresses, afetando o ciclo menstrual podendo a levar casos de amenorreias e distúrbios neuroendócrino do eixo hormônio de crescimento (GH) fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-I), principalmente em mulheres que são submetidas a intensa atividade física ou altos níveis de estresse1,2.

As representações sociais de Moscovici10, retrata as questões ambientais e sociais como sendo determinante os fatores externos para a construção do ser social, contudo essas mulheres são expostas a diversas situações dentro do cárcere, somados com a falta da família, ansiedade e a preocupação todos esses fatores poderão favorecer ou agravar o adoecimento mental e dessa forma desestabilizar o ciclo menstrual.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As representações sociais sobre o comportamento do ciclo menstrual relacionadas ao ambiente, questões psicológicas e a preocupação foram evidenciadas como importantes fatores para a mudança do ciclo menstrual vivenciada pela mulher no cárcere. Fatores como abandono da família, local inapropriado para atender as necessidades das mesmas, ambientes sem estruturas para abrigar as demandas decorrestes da superlotação propiciando o agravamento dos problemas de saúde e processos de adoecimento no cárcere e tornando todos mais vulneráveis.

Contudo, as mulheres necessitam de mais efetivação das políticas públicas frente ao sistema carcerário feminino, entre infraestrutura, condições de higiene, materiais de consumo e entre outros. Para a melhoria das condições de confinamento e diminuição dos agravos a saúde. Visto também que os profissionais de saúde devem ter uma atenção voltada a essas mulheres para acesso e integralidade da assistência, no sentido de fornecer estratégias que possam ajudar na promoção de saúde e prevenção de agravos no cárcere.

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