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Braz. j. . vol.77 número6

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Academic year: 2018

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806

Brazilian Journal of otorhinolaryngology 77 (6) novemBro/DezemBro 2011

http://www.bjorl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br

Pneumoparotitis

Diego Ferrasso Zuchi

1

, Paola Conrad da Silveira

2

, Cristiano de Oliveira Cardoso

3

, Wilson Madeira de

Almeida

4

, Carlos Jader Feldman

5

Pneumoparotidite

1 Residência em Radiologia, Médico residente em Radiologia e Diagnósico por Imagem do Insituto de Cardiologia do RS/ FUC.

2 Radiologista, Médica Radiologista do SIDI Medicina por imagem. 3 Mestre em Ciências da Saúde: Cardiologia, Médico Hemodinamicista.

4 Especialização em Radiologia Cardiovascular, Chefe do Serviço de Radiologia e Diagnósico por Imagem SIDI.

5 Especialização em Radiologia Cardiovascular, Chefe do Serviço de Radiologia e Diagnósico por Imagem SIDI. SIDI Medicina por Imagem e Insituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/ Fundação Universitária de Cardiologia (IC/FUC).

Endereço para correspondência: Av. Princesa Isabel, 370, Santana, Porto Alegre - RS. Brasil. CEP: 90.620-000. Este arigo foi submeido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da BJORL em 22 de junho de 2010. cod. 7173

Arigo aceito em 22 de junho de 2010.

CASE REPORT Braz J Otorhinolaryngol.

2011;77(6):806.

Para citar este artigo, use o título em inglês

BJORL

Keywords: diagnostic imaging, parotid gland, ultrasonography.

Palavras-chave: diagnóstico por imagem, glândula parótida, ultrassonografia.

.org

INTRODUÇÃO

O termo pneumoparótida, primeira-mente descrito em 1865 por Hyrtl1, define a

presença de ar no sistema parotídeo (glândula e ducto de Stensen).

O mecanismo que provoca o refluxo de ar pelo ducto de Stensen consiste, basica-mente, no aumento excessivo da pressão intra-oral, associado a um defeito nos mecanismos preventivos do refluxo. Saliva e bolhas de ar podem ser observadas emanando do ducto de Stensen durante a massagem/palpação da glândula, além de ruídos crepitantes. Edema glandular e dor local compõem o quadro clínico clássico2.

RELATO DO CASO

Paciente feminina, de 50 anos, iniciou há três anos com otalgia súbita à esquerda. Avaliação com especialista evidenciou que a dor não era oriunda do ouvido, mas sim da parótida esquerda.

Ultrassonografia das glândulas salivares revelou nódulo sólido, com pequenas calcifica-ções periféricas na parótida esquerda. A punção e estudo histológico do nódulo demonstraram numerosos linfócitos típicos, sendo negativo para células malignas.

Ocorreu piora do quadro álgico asso-ciado a edema da região mandibular e cervical esquerda, sialorreia com drenagem de secreção purulenta pelo ducto parotídeo esquerdo.

Uma tomografia computadorizada de pescoço identificou lesão escavada com nível hidroaéreo compatível com abscesso no polo inferior da parótida esquerda. Múltiplas peque-nas cavitações contendo ar dentro da árvore ductal e no ducto de Stensen, compatíveis com processo inflamatório com formação de abscesso (pneumoparotidite), também foram observadas (Figura 1A e 1B). Nova ultrasso-nografia da parótida esquerda confirmou os achados tomográficos (Figura 1C).

Indicou-se tratamento com sulfame-toxazol/trimetoprima por 14 dias e medidas sintomáticas locais. Houve melhora da secre-ção purulenta, porém persistência discreta da otalgia e edema local transitório no seguimento de 1 ano.

DISCUSSÃO

A presença de ar dentro da glândula parótida tem recebido diversas denominações: pneumoparotitis, pneumoparotiditis, pneumo-parotis, pneumosialadenitis, pneumatocele e glandulae parotis1. O mecanismo pelo qual

o ar pode entrar pelo ducto de Stensen não é explicado apenas pelo aumento da pressão intraoral2. Outros fatores predisponentes têm

sido atribuídos às anormalidades anatômicas, incluindo um ducto de Stensen patológico, hipotonia do músculo bucinador, hipertrofia do músculo masseter e obstrução transitória do ducto Stensen por muco1-4.

Normalmente, as glândulas parótidas não são palpáveis. Glândulas edemaciadas sugerem processo patológico. Processos in-fecciosos, autoimunes, desnutrição, distúrbios endócrinos, drogas e obstrução ductal são as causas mais comuns. Pneumoparotidite é uma rara causa de edema das glândulas parótidas.

O tratamento clínico é a terapêutica inicial, sendo a cirurgia reservada aos casos sintomáticos e irreversíveis1.

COMENTÁRIOS FINAIS

Embora a demonstração de ar na glândula parótida ou nos ductos seja impres-cindível, o diagnóstico de pneumoparótida pode ser feito clinicamente quando existe um fator predisponente, com a glândula abaulada e crepitante, e quando são observadas bolhas de ar provenientes do orifício do ducto2.

Radiografias simples da cabeça e pes-coço podem mostrar ar dentro do ducto de Stensen e da glândula parótida e, em casos graves, enfisema subcutâneo. No entanto, radiografias normais não excluem a patologia5.

A sialografia pode identificar sialecta-sias, cálculos radiolucentes, estenoses ductais, e áreas radiolucentes no interior do contraste intraductal, que podem representar bolsões de ar aprisionado pela injeção de contraste3. Sua

associação com a ressonância nuclear magné-tica é uma ferramenta valiosa na pesquisa de pneumoparotitis recorrentes5.

A ultrassonografia é considerada útil para o diagnóstico e acompanhamento5. No

entanto, a tomografia computadorizada é o método preferencial de diagnóstico e acom-panhamento, pois detecta o ar no interior da glândula e determina sua extensão através dos ductos5.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Luaces R, Ferreras J, Patiño B, Garcia-Rozado A, Vázquez I, López-Cedrún JL. Pneumoparotid: a case report and review of the literature. J Oral Maxillofac Surg. 2008;66(2):362-5.

2. Huang PC, Schuster D, Misko G. Pneumoparotid: a case report and review of its pathogenesis, di-agnosis, and management. Ear, Nose Throat J. 2000;79(4):316-7.

3. Maehara M, Ikeda K, Ohmura N, Sugimoto T, Harima K, Ino C, et al. Multislice computed tomography of pneumoparotid: a case report. Radiat Med. 2005;23(2):147-50.

4. Calcaterra TC, Lowe J. Pneumoparotiditis. An unusu-al case of parotid gland swelling. Arch Otolaryngol. 1973; 97(6):468-9.

5. Sittel C, Jungelhülsing M, Fischbach R. High-resolution magnetic resonance imaging of recur-rent pneumoparotitis. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1999;108(8):816-8.

Imagem

Figura  1. Aspecto  radiológico  da  pneumoparotidite  por  tomo- tomo-grafia (A e B) e por ultrassonotomo-grafia (C).

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