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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO NÚCLEO DE SAÚDE COLETIVA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

NÚCLEO DE SAÚDE COLETIVA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ELIZANGELA ARAUJO DE MELO PEREIRA

INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO, 2008 A 2017

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

NÚCLEO DE SAÚDE COLETIVA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ELIZANGELA ARAUJO DE MELO PEREIRA

INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO, 2008 A 2017

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2018

Projeto de TCC apresentado ao Curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para conclusão da Disciplina de TCC II.

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Catalogação na fonte

Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV.

Bibliotecária Jaciane Freire Santana, CRB4-2018

P436i Pereira, Elizangela Araujo de Melo.

Internações de idosos por condições sensíveis à atenção primária no nordeste brasileiro, 2008 A 2017/ Elizangela Araujo de Melo Pereira. - Vitória de Santo Antão, 2018.

41 folhas.; tab.: gráf.

Orientadora:Ana Lúcia Andrade da Silva.

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado em Saúde Coletiva, 2018.

1. Atenção Primária de Saúde. 2. Assistência à Saúde do Idoso. 3. Internação Hospitalar - idosos. I. Silva, Ana Lúcia Andrade da (Orientadora). II. Título.

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ELIZANGELA ARAUJO DE MELO PEREIRA

INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO, 2008 A 2017

TCC apresentado ao Curso de saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de graduado em Saúde Coletiva.

Aprovado em: 10/12/2018

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Profº. Drª.Ana Lúcia Andrade da Silva (Orientadora)

Centro Acadêmico de Vitória CAV/UFPE

_________________________________________

Profº. Drª. Fabiana de Oliveira Silva Souza (Examinador Interno) Centro Acadêmico de Vitória CAV/UFPE

_________________________________________ Profº. Msª. Márcia Virginia B. Ribeiro (Examinador Externo)

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Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ser meu sustento em todas as horas e meu amigo fiel;

A minha mãe, Maria, minha maior incentivadora, que mesmo diante de todas as dificuldades da vida, sempre nos mostrou o quanto somos capazes de alcançar nossos objetivos;

Aos meus pais, Adriano e Salatiel, que contribuíram para minha formação pessoal e profissional, a minha irmã Elizandra e meu cunhado que me deram a maior riqueza chamada Ana Olívia. Ao meu tio Dé, Vó Bio, e meu avó José (em memória), que estão comigo em todas as horas, como os demais parentes.

Ao meu amigo e namorado, Jeandro, que pode ver de perto minha trajetória, e hoje compartilhamos uma linda história juntos.

A minha orientadora, professora Ana Lúcia, que me ajudou de uma forma incrível a realizar este trabalho, sempre com paciência e incentivo, obrigada!

Aos meus colegas de turma, em especial a Martina, Mariana e Franciele, que se tornaram companheiras pra vida.

Aos professores do curso, que nos mostrou o poder transformador que a Saúde Coletiva pode realizar.

Aos idosos, que depois de um longa jornada nos mostram a importância do dom da vida.

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"Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos anos, estes ainda reservam prazeres."

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RESUMO

Introdução: Diante das mudanças no perfil epidemiológico e demográfico que vêm ocorrendo mundialmente, onde o envelhecimento da população surge como uma de suas principais consequências, os sistemas de saúde precisam se organizar para atender aos “novos” desafios que surgem. Nesse sentido, a atenção Primária á Saúde é considerada fundamental como coordenadora do cuidado, garantindo a promoção e prevenção da saúde. Objetivo: Analisar as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos no nordeste brasileiro, no período entre 2008 a 2017. Método: Realizou-se um estudo ecológico, de corte transversal, utilizando-se a abordagem quantitativa a partir de dados secundários do Sistema de Internações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo foi realizado em quatro etapas (i) análise da tendência temporal da proporção das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos; (ii) descrição do coeficiente de ICSAP/1.000 habitantes idosos, segundo as variáveis sexo, faixa etária, e UF; (iii) análise da evolução do percentual de cobertura da Estratégia de Saúde da Família nos estados; e (iv) distribuição da proporção de ICSAP, segundo grupo de causas na região nordestes e seus estados. Resultados: Entre 2008 e 2017 foram registradas 6.195.151 internações hospitalares de idosos residente na região nordeste brasileira, destas 2.412.371 foram por Condições Sensíveis a Atenção Primária (CSAP), o que representa 38,94% do total das internações. Identificou-se tendência decrescente estatisticamente significante (p< 0,0001) das ICSAP nos idosos no período avaliado, passando de 42,08% em 2008 para 34,36% em 2017. As ICSAP ocorreram em maior frequência no sexo masculino e na faixa etária acima de 75 anos. Entre os estados nordestinos, o Maranhão foi o único que apresentou crescimento no coeficiente das internações (13,2%), enquanto o maior decréscimo foi observado na Paraíba (-51,6%), estado com o segundo maior percentual de cobertura da ESF em 2018 (96,31%. Em relação às causas de ICSAP as mais prevalentes foram: Insuficiência cardíaca (17,2%), gastroenterites infecciosas e complicações (14,4%), Doenças cerebrovasculares (13,9%), Diabetes mellitus (10,6) e Hipertensão (8,5%). Conclusões: As ICSAP em idosos apresentaram uma redução importante na região nordeste, acompanhada da expansão da cobertura da Estratégia de Saúde da Família, demonstrando que o fortalecimento da Atenção Primária é fundamental para a garantir o atendimento às necessidades de saúde da população idosa, no âmbito do Sistema único de Saúde.

Palavras chave: Atenção Primária de Saúde. Assistência à Saúde do Idoso.

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ABSTRACT

Introduction: Faced with the changes in the epidemiological and demographic profile that are occurring worldwide, where aging population emerges as one of its main consequences, health systems need to organize to meet the "new" challenges that arise. In this sense, primary health care is considered fundamental as a co-operator of care, guaranteeing the promotion and prevention of health. Objective: To analyze hospitalizations for conditions sensitive to primary care in the Brazilian Northeast in the period between 2008 and 2017. Method: An ecological cross-sectional study was carried out using the quantitative approach based on secondary data from the System (SIH) of the Ministry of Health and the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The study was carried out in four stages: (i) analysis of the temporal trend of the proportion of admissions due to conditions sensitive to primary care of the elderly; (ii) description of the coefficient of ICSAP / 1,000 elderly people, according to the variables gender, age group, and UF; (iii) analysis of the evolution of the coverage percentage of the Family Health Strategy in the states; and (iv) distribution of the proportion of ICSAP, second group of causes in the northeast region and its states. Results: Between 2008 and 2017, 6,195,151 hospitalizations of elderly people living in the northeastern Brazilian region were registered. Of these, 2,412,371 were Primary Care Sensitive Conditions (CSAP), representing 38.94% of all admissions. A statistically significant (p <0.0001) decreasing tendency of the HPSC was observed in the elderly in the period evaluated, from 42.08% in 2008 to 34.36% in 2017. The HPSC occurred more frequently in males and females. age range over 75 years. Among the northeastern states, Maranhão was the only one that presented a growth in hospitalization coefficient (13.2%), while the largest decrease was observed in Paraíba (-51.6%), state with the second highest percentage of FHS coverage (13.4%), Diabetes mellitus (13.9%), Heart failure (17.2%), infectious gastroenteritis and complications (14.4%), (10.6%) and hypertension (8.5%). CONCLUSIONS: The ICSAP in the elderly presented a significant reduction in the northeastern region, accompanied by the expansion of the coverage of the Family Health Strategy, demonstrating that the strengthening of Primary Care is fundamental for to guarantee the health needs of the elderly population, within the scope of the Single Health System.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 11

2.1 O processo de Transição Demográfica e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa no Brasil ... 11

2.2 Atenção Primária à Saúde ... 12

2.3 As Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária ... 13

3 OBJETIVOS ... 15 3.1 Objetivo Geral ... 15 3.2 Objetivos Específicos ... 15 4 ARTIGO... 16 INTRODUÇÃO ... 18 MÉTODOS ... 19 REFERÊNCIAS ... 26 5 CONCLUSÂO ... 5 REFERÊNCIAS ... 5

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1 INTRODUÇÃO

Em todo o mundo mudanças no perfil demográfico da população vêm ocorrendo, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais, está crescendo mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária (BRASIL, 2005). Trata-se do fenômeno da Transição Demográfica, caracterizada por uma sequência de eventos que resulta na elevada proporção de idosos, essa transição pode ser sintetizada em três fases distintas: elevadas mortalidade e fecundidade, queda da mortalidade e crescimento populacional, queda da fecundidade e envelhecimento populacional (BRASIL, 2013).

O envelhecimento populacional nos países desenvolvidos se deu de forma proporcional as adequações de condições de vida estabelecidas, diferente dos países em desenvolvimento que necessita de políticas sociais e de saúde para conseguir atender as novas demandas do crescimento acelerado dessa população (VERAS, 2009).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a definição da pessoa idosa é o indivíduo com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos. É importante reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem diferenças significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade (BRASIL, 2005).

No Brasil, segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018 a população idosa é composta por 27.034.163 indivíduos o que representa 12,9% do total da população. Nos próximos dez anos, essa proporção passará para 17,7%, um crescimento proporcional de 36,7% (BRASIL, 2018).

Conforme o processo de envelhecimento vem ocorrendo, o perfil epidemiológico acompanha as transformações demográficas. Segundo Kalache (1987), o aumento da população idosa é caracterizado pelo maior número de problemas de saúde de longa duração, que geram internações custosas e cuidados adequados.

Com esse avanço, os sistemas de saúde e de previdência social passam a enfrentar o desafio de garantir do envelhecimento saudável, diminuindo os

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10 problemas de saúde e consequentemente os potencializando seus gastos (BRASIL, 2005).

A atenção primária à saúde é um dos principais meios de proporcionar melhor qualidade da atenção à saúde, possuindo o contato preferencial dos usuários com o sistema, sendo ela orientada pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2006).

Sendo assim, a atenção primária de saúde tem o papel significativo no contexto das internações de idosos, já que a maior parte de internações hospitalares são por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Saúde, ou seja, internações evitáveis na atenção primária (TORRES et al., 2011).

Diante desse cenário foi definida a Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária utilizada como instrumento de avaliação da atenção primária e/ou da utilização da atenção hospitalar, podendo ser aplicada para avaliar o desempenho do sistema de saúde nos âmbitos Nacional, Estadual e Municipal (BRASIL, 2008).

Considerando o processo de envelhecimento no mundo e no Brasil e suas implicações para a (re) organização dos Sistemas de Saúde, esse estudo buscará responder: qual o perfil das Internações de idosos por Condições Sensíveis à Atenção Primária, na região Nordeste do Brasil, no período entre 2008 a 2017?

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O processo de Transição Demográfica e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa no Brasil

O Envelhecimento populacional é um fenômeno que vem ocorrendo mundialmente, quando a população antes predominantemente jovem, passa a envelhecer mais rapidamente, esse processo é consequência da transição demográfica, que se inicia com a redução das taxas de mortalidade e posteriormente com a de natalidade, transformando a estrutura etária populacional (MIRANDA et al., 2016).

A transição demográfica pode ser dividida em 4 fases, sendo a primeira caracterizada pelas altas taxas de mortalidade e natalidade, e consequente a isso a população passa a ter o crescimento vegetativo baixo; na segunda fase o nível de mortalidade passa a cair, enquanto a de fecundidade se mantem em crescimento, passando a ter uma população mais jovem e o crescimento demográfico maior; na terceira fase acontece um declínio nas taxas de natalidade, caracterizando um momento de crescimento da população em idade ativa; já na quarta fase, acontece a diminuição tanto da taxa de mortalidade quanto da de natalidade, diminuindo a população etária ativa, e tornando-a envelhecida (BRITO et al., 2007).

O processo de transição demográfica modifica rapidamente o perfil etário populacional, tornando o processo de envelhecimento um desafio para os sistemas de saúde(MIRANDA et al., 2016). Segundo a OMS, até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos (BRASIL, 2005), ou seja a população com 60 anos ou mais será de 136.084.074 de idosos, representando 16,5% da população (IBGE, 2010). O aumento acelerado do envelhecimento gera desafios a serem enfrentados pelos sistemas públicos, e mesmo não sendo considerado um problema de saúde, o processo de envelhecimento necessita de acompanhamento adequado, principalmente no sistema de saúde(MIRANDA et al., 2016).

Considerando as mudanças no perfil demográfico fez-se necessário que o setor saúde disponha de uma política relacionada à saúde do idoso. Foi assim, aprovada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), regulamentada pela Portaria GM nº 2.528 de 19 de outubro de 2006, que estabelece que a atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa deverá ser estruturada nos moldes de uma linha de cuidados, com foco no usuário, baseado nos seus direitos, necessidades,

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12 preferências e habilidades; estabelecendo fluxos bidirecionais, aumentando e facilitando o acesso a todos os níveis de atenção; providos de condições essenciais, infraestrutura física adequada, insumos e pessoal qualificado para a boa qualidade técnica (BRASIL, 2006).

Dentre as atribuições da atenção primária de saúde está à garantia do cuidado levando em considerações objetivos presentes na Política de Saúde a Pessoa idosa, sendo eles: promover o envelhecimento ativo e saudável; estruturar a atenção à pessoa idosa, garantindo a integralidade do atendimento; monitorar o processo de envelhecimento; identificar fatores de risco para doenças e agravos; envolver a família e a comunidade no cuidado aos idosos; identificar e promover os fatores de proteção e recuperação da saúde; melhoria da qualidade de vida do idoso e promover a avaliação multidimensional do idoso (SOUZA, 2011).

O cuidado com a pessoa idosa, além de contar com uma política especifica, possui redes de cuidados no qual o idoso está inserido na atenção primária, seguindo a lógica dos princípios do Sistema Único de Saúde – SUS. Essas redes possuem como características de processo de trabalho a atenção continuada, a garantia de efetivação do cuidado ao longo do tempo, e acompanhamento da pessoa idosa, seja ela realizada na própria unidade de saúde ou através de visitas domiciliares, podendo assim acompanhar, cuidar e ordenar da melhor forma o estado clínico que na maioria das vezes são instáveis, decorrentes do envelhecimento (BRASIL, 2007).

2.2 Atenção Primária à Saúde

A atenção primária em saúde trata-se de um modelo de atenção à saúde organizado prioritariamente para a promoção, proteção e recuperação da saúde, sendo ela de forma integral e contínua(AMORIM et al., 2017). Esse nível de atenção é essencial para atender as necessidades de saúde da população, considerada porta de entrada para o Sistema Único de Saúde, possui a função resolutiva dos problemas comuns de saúde(RAMOS, 2018).

A APS possui quatro propriedades essências ao seu desempenho: ser o primeiro contato do usuário com o sistema de saúde, manter o acesso continuo do usuário nesse nível de atenção, proporcionar o cuidado de forma integral, e

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coordenar o acesso, quando necessário, dos usuários aos demais níveis de atenção (STARFIELD, 2002).

Diante do aumento do envelhecimento populacional, as taxas de morbidades que acometem essa população fazem com que os serviços de saúde passem a ser mais utilizados, como as internações hospitalares, que na sua maioria poderiam ser evitáveis na atenção primária (AMORIM et al., 2017). Considerando a importância da APS, o Ministério da saúde tornou esse nível de atenção como referencia ao acompanhamento da saúde da pessoa idosa, possuindo políticas, manuais técnicos e recomendações (BRASIL, 2010).

O acesso da pessoa idosa à atenção primária, faz com que os níveis de atenção à saúde desempenhem seus papeis de acordo com as necessidades, assim, os indicadores de saúde apresentam melhoras, contribuindo para o melhor fluxo dos usuários no sistema de saúde, melhorando a qualidade no atendimento, satisfazendo as necessidades dos usuários, principalmente diante do novo cenário demográfico que o país se encontra (BATISTA et al., 2016).

O desempenho da atenção primária pode ser considerado uma ferramenta de avaliação, demostrando as necessidades existentes nesse nível de atenção, colaborando para que adequações sejam realizadas para seu melhor desempenho (RAMOS, 2018).

2.3 As Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária

A Atenção Primária à Saúde (APS) é considerada uma estratégia de organização da atenção à saúde capaz de responder a maior parte das necessidades de saúde, a partir da ordenação, coordenação e continuidade do cuidado, integrando ações preventivas e curativas (OLIVEIRA; SIMÕES; ANDRADE, 2009).

As Condições Sensíveis à Atenção Primária em Saúde são agravos de saúde, que podem ser evitados ou reduzidas através de serviços efetivos de saúde na atenção primária (ALFRADIQUE et al., 2009).

Sabendo da importância da atenção primária, o Ministério da Saúde utiliza a Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária, publicado em 17 de abril de 2008, por meio da Portaria nº 221, como instrumento de

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14 avalição de desempenho desse nível de atenção, nos âmbitos Nacional, Estadual e Municipal(BRASIL, 2008).

As causas de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária estão listadas por 19 grupos de diagnósticos, subdivididos em 120 categorias e 15 subcategorias de acordo com a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças - CID-10 (BRASIL, 2008).

Essa ferramenta de análise já era utilizada internacionalmente, e no Brasil foram realizadas adaptações de acordo com a realidade existente, principalmente para identificação das fragilidades presentes na atenção primária, que geram consequências no atendimento da população (PEREIRA; SILVA; LIMA NETO, 2015).

A construção da lista de ICSAP, levou em consideração as características das internações, como: ser causas com facilidade de ser diagnosticadas; apresentar evidências científicas sensíveis à atenção primária; deveriam ser condições que apresentassem possibilidade de resolução e/ou prevenção dos fatores de risco para internação por parte do primeiro nível de atenção; não deveriam ser causas consideradas raras(SOUSA et al, 2016).

As altas taxas de hospitalizações por condições sensíveis a atenção primária podem demonstrar dificuldades no acesso e no desempenho do sistema de saúde, servindo como referencial nas tomadas de decisões acerca das deficiências no serviço (ALFRADIQUE et al., 2009).

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos no nordeste brasileiro, no período entre 2008 a 2017.

3.2 Objetivos Específicos

a) Analisar a tendência temporal da Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos, na Região nordeste do Brasil, no período entre 2008 a 2017;

b) Descrever a distribuição do coeficiente das ICSAP na população idosa, segundo sexo, faixa etária e estados nordestinos, 2008 a 2017;

c) Avaliar as ICSAP de idosos segundo grupos de causas na região nordeste e seus estados, 2008 e 2017.

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4 ARTIGO

O presente trabalho está apresentado no formato de artigo requerido pela

Revista Brasileira de Promoção da Saúde, cujas normas para submissão de artigos

se encontram em anexo (Anexo A).

INTERNAÇÕES DE IDOSOS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO NORDESTE BRASILEIRO, 2008 A 2017

Elizangela Araujo de Melo Pereira1

Ana Lucia Andrade da Silva2

1Discente da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória. R.

Alto do Reservatório, s/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE, 55608-680. E-mail: elizangelaaraujo14@hotmail.com

2Professora Doutora da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de

Vitória. R. Alto do Reservatório, s/n - Bela Vista, Vitória de Santo Antão - PE, 55608-680. E-mail: anadasilva78@yahoo.com.br

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RESUMO

Objetivo: Analisar as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) de idosos no nordeste brasileiro, entre 2008 a 2017. Método: Realizou-se um estudo ecológico, quantitativo utilizando dados secundários do Sistema de Internações Hospitalares e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, através das etapas: análise da tendência temporal da proporção das ICSAP de idosos; descrição do coeficiente de ICSAP/1.000 habitantes idosos, segundo sexo, faixa etária, e UF; análise da evolução do percentual de cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) nos estados; e distribuição da proporção de ICSAP, segundo grupo de causas. Resultados: Entre 2008 e 2017 foram registradas 6.195.151 internações hospitalares de idosos residentes no nordeste, sendo 38,9% por Condições Sensíveis a Atenção Primária, com tendência decrescente estatisticamente significante, no período avaliado, passando de 42,08%, em 2008 para 34,36%, em 2017. As ICSAP ocorreram com maior frequência no sexo masculino e na faixa etária acima de 75 anos. Entre os estados, o Maranhão apresentou crescimento no coeficiente das internações, enquanto o maior decréscimo foi observado na Paraíba (-51,6%), estado com o segundo maior percentual de cobertura de ESF em 2018 (96,3%). Em relação às causas, as mais prevalentes foram: Insuficiência cardíaca, gastroenterites infecciosas e complicações, Doenças cerebrovasculares, Diabetes mellitus e Hipertensão. Conclusões: As ICSAP em idosos apresentaram uma redução significativa no nordeste, acompanhada da expansão da cobertura da ESF, demonstrando que o fortalecimento da Atenção primária é fundamental para a garantir o atendimento às necessidades de saúde da população idosa, no âmbito do Sistema único de Saúde.

Palavras chave: Atenção Primária de Saúde; Assistência à Saúde do Idoso;

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INTRODUÇÃO

Em todo o mundo mudanças no perfil demográfico da população vêm ocorrendo, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais, está crescendo mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária1. Trata-se do fenômeno da Transição Demográfica, caracterizada por uma sequência de eventos que resulta na elevada proporção de idosos, essa transição pode ser sintetizada em três fases distintas: elevadas mortalidade e fecundidade, queda da mortalidade e crescimento populacional, queda da fecundidade e envelhecimento populacional2.

O envelhecimento populacional nos países desenvolvidos se deu de forma proporcional as adequações de condições de vida estabelecidas, diferente dos países em desenvolvimento que necessita de políticas sociais e de saúde para conseguir atender as novas demandas do crescimento acelerado dessa população3.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a definição da pessoa idosa é o indivíduo com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos. É importante reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem diferenças significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade1.

No Brasil, segundo as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018 a população idosa é composta por 27.034.163 indivíduos o que representa 12,9% do total da população. Nos próximos dez anos, essa proporção passará para 17,7%, um crescimento proporcional de 36,7%4.

Conforme o processo de envelhecimento vem ocorrendo, o perfil epidemiológico acompanha as transformações demográficas. Segundo Kalache5 (1987), o aumento da população idosa é caracterizado pelo maior número de problemas de saúde de longa duração, que geram internações custosas e cuidados adequados.

Com esse avanço, os sistemas de saúde e de previdência social passam a enfrentar o desafio de garantir do envelhecimento saudável, diminuindo os problemas de saúde e consequentemente os potencializando seus gastos1.

A atenção primária à saúde é um dos principais meios de proporcionar melhor qualidade da atenção à saúde, sendo o contato preferencial dos usuários com o sistema, é orientada pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da

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coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social6.

Sendo assim, a atenção primária de saúde tem o papel significativo no contexto das internações de idosos, sendo as por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Saúde, uma das principais causas ou seja, internações evitáveis na atenção primária7.

Diante desse cenário foi definida a Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária utilizada como instrumento de avaliação da atenção primária e/ou da utilização da atenção hospitalar, podendo ser aplicada para avaliar o desempenho do sistema de saúde nos âmbitos Nacional, Estadual e Municipal8.

Considerando o processo de envelhecimento no mundo e no Brasil e suas implicações para a (re) organização dos Sistemas de Saúde, esse estudo buscará responder: qual o perfil das Internações de idosos por Condições Sensíveis à Atenção Primária, na região Nordeste do Brasil, no período entre 2008 a 2017?

MÉTODOS

Foi desenvolvido um estudo quantitativo, ecológico, de coorte transversal, sobre a ocorrência e evolução das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos residentes na região nordeste brasileira e seus estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Foram utilizados dados secundários do Sistema de Internações Hospitalares (SIH) do Ministério da saúde e dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Considerou-se ICSAP, os 19 grupos de diagnósticos, subdivididos em 120 categorias e 15 subcategorias de acordo com a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças - CID-10, de acordo com a portaria 221/2208 do Ministério da Saúde8.

As proporções das ICSAP de idosos foram obtidas a partir do coeficiente entre as ICSAP de idosos residentes em determinado local e ano pelo total de internações registradas em determinado local e ano.

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20 A análise da tendência temporal da proporção de ICSAP de idosos foi realizada através do modelo de regressão linear simples, considerando a proporção de ICSAP a variável dependente (Y) e os anos, a variável independente (x). Todas as decisões foram tomadas considerando o nível de significância estatística de 5,0%9.

Para a descrição do perfil das ICSAP de idosos, foi calculado o coeficiente da internação por CSAP, a partir do coeficiente entre o número de ICSAP em idosos segundo variável de interesse pela população de idosos residentes multiplicado por 1.000. As variáveis utilizadas foram: sexo (feminino e masculino); faixa etária (60 a 64 anos, 65 a 70 anos, 71 a 80 anos e 80 anos e mais); e UF (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

A cobertura da população pela Estratégia de Saúde da Família foi obtida do histórico de cobertura Saúde da Família do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

A distribuição das causas de ICSAP na região nordeste foi realizada através da média e proporção dos biênios (2008-2009; 2010-2011; 2012-2013; 2014-2015; 2016-2017).

Para O coeficiente da internação por CSAP e cobertura da população pela ESF foi calculado o Coeficiente de Variação Proporcional (CVP) entre o primeiro e o último ano avaliado, obtido pela equação: CVP =[(indicador no último ano/indicador no primeiro ano)-1X100.

Os dados foram processados e analisados utilizando os softwares Tabwin, Microsoft Excel e o sistema Estatístico R.

A pesquisa utilizou exclusivamente dados secundários de domínio público do Ministério da Saúde, não sendo, portanto, necessária a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos.

RESULTADOS

No período entre 2008 e 2017 foram registradas 6.195.151 internações hospitalares de idosos residente na região nordeste brasileira, destas 2.412.371 foram por Condições Sensíveis a Atenção Primária (CSAP), o que representa 38,94% do total das internações. Identificou-se tendência decrescente

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estatisticamente significante (p< 0,0001) das ICSAP nos idosos no período avaliado, passando de 42,08%, em 2008 para 34,36%, em 2017, sendo as maiores reduções observadas nos dois últimos anos de estudo (gráfico 1).

Na tabela 1, observou-se que no período estudado as maiores proporções de ICSAP em idosos concentraram-se nos estados do Maranhão (48,9%); Piauí (48,2%); Bahia (46,4%) e Paraíba (45,2%), superando a proporção da região. Em contra partida, em Pernambuco (33,1%) e no Rio Grande do Norte (35,7%), identificou-se os menores percentuais. Em relação ao Nordeste, identificou-se uma proporção de 41,8% de ICSAP nos dez anos avaliados, com redução média proporcional de 7,7% entre 2008 e 2017.

A análise do coeficiente de ICSAP de idosos, segundo sexo, demonstram que as internações ocorreram em maior número no sexo masculino, apresentando redução média percentual de 24,9%, enquanto no sexo feminino esse decréscimo foi de 31,0%. Em relação à faixa etária, identificou-se maior proporção entre os idosos acima de 75 anos (46,8%). Em todas as faixas etárias houve queda na variação média proporcional no período analisado, sendo maior a população com idade entre 60 a 64 (-33,5%) (tabela 2).

Ainda na tabela 2, verificou-se que entre os estados nordestinos, o Maranhão foi o único que apresentou crescimento no coeficiente das internações (13,2%), em Pernambuco identificou-se a menor redução (-8,2%) do coeficiente de ICSAP entre idosos no período avaliado, enquanto os maiores decréscimos foram observados na Paraíba (-51,6%), Rio Grande do Norte (-44,5%) e Bahia (-39,1%), sendo superior ao observado na região nordeste, com redução de -28,2% das ICSAP.

No gráfico 2, identificou-se que o percentual de cobertura da população pela Estratégia de Saúde da Família em 2017, foi superior entre os estados do Piauí (98,75%), Paraíba (96,31%), Sergipe (87,11%), Maranhão (83,88%) e Ceará (83,59%). Em relação a evolução do percentual de cobertura, verificou-se o maior crescimento na Bahia passando de 54,98% em 2008, para 75,21% em 2017, um acréscimo médio proporcional de 36,80 % no período. Os estados com menores crescimentos da cobertura na região foram: Rio Grande do Norte (0,29%), Paraíba (1,72%) e Sergipe (4,52%).

Os resultados apontaram que as cinco principais causas de ICSAP nos idosos residentes da região nordeste foram: Insuficiência cardíaca (17,2%), gastroenterites infecciosas e complicações (14,4%), Doenças cerebrovasculares (13,9%), Diabetes

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22 mellitus (10,6) e Hipertensão (8,5%), tais causas representam 64,6% do total de ICSAP nos últimos 10 anos. As doenças relacionadas ao pré –natal e parto e Doença Inflamatória de órgãos pélvicos femininos apresentam as menores proporções entre as causas de ICSAP nos 10 anos avaliados, 0,1 e 0,0%, respectivamente. Verificou-se comportamento decrescente entre 2008 a 2017 nas seguintes causas: internações causadas por insuficiência Cardíaca (19,2% para 15,7%), Gastroenterites Infecciosas e complicações (18,1% para 10,8%), Doenças cerebrovasculares (10,9% para 16,9%), Diabetes mellitus (9,2% para 10,8%) (Tabela 3).

DISCUSSÃO

Esse estudo permitiu conhecer o cenário existente na região nordeste do Brasil em relação às internações por condições sensíveis a atenção primária de idosos no período de 2008 a 2017. Os resultados revelaram que houve tendência de redução estatisticamente significante da proporção das internações na região nordeste no período (-28,2%). Resultados semelhantes foram encontrados nas regionais de saúde do estado de São Paulo e nas micro regiões do Espírito Santo10,11.

Andrade12 (2016), em estudo relacionando as ICSAP no estado de Pernambuco observou que houve diminuição no número de internações por esta condição no período de 2000 a 2014, e identificou o grupo etário com 60 anos ou mais como uma das principais ocupantes no número de internações. Por outro lado, avaliações realizadas nos municípios de Juiz de Fora (MG), entre 2002 e 2009 e em São José do Rio Preto (SP) entre 2008 e 2010, identificaram crescimento das ICSAP nos períodos avaliados13.

Entre os nove estados que constituem a região Nordeste, em todos os anos do estudo, as maiores proporções de ICSAP de idosos foram verificadas nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Paraíba. Achados semelhantes foram identificados por um estudo realizado na região Nordeste em 2014, que identificou as maiores proporções de ICSAP de idosos no Maranhão e Piauí14.

Os resultados apontaram que houve redução da proporção e do coeficiente das ICSAP na região Nordeste e estados entre 2008 e 2017.

Achados semelhantes foram relatados por um estudo realizado envolvendo o perfil das Internações por CSAP nas regiões brasileiras no ano de 2014, verificou-se

(25)

que o Nordeste apresentou a segunda menor taxa de ICSAP por 10.000 habitantes14.

Apenas no estado do Maranhão, o coeficiente de internações segundo 1.000 habitantes idosos residentes, apresentou crescimento no período analisado, mesmo com a expansão da cobertura de Estratégia de Saúde da Família no mesmo período.

Cenário que aponta possíveis problemas na organização, adequação e qualidade dos cuidados prestados na Atenção Primária, na medida em que diversos estudos já demonstraram haver forte relação entre o aumento da cobertura da Estratégia de Saúde da Família e redução das ICSAP12,13,15, mesmo que a análise da ampliação contemple apenas a cobertura populacional da ESF, sem considerar a adequação da composição das equipes, a qualificação profissional, os vínculos trabalhistas, ou outros aspectos estruturais11.

Ferreira e colaboradores13 (2014) ressaltam que a avaliação da capacidade resolutiva da Atenção Primária à Saúde e/ou da acessibilidade a seus serviços deve ser realizada no contexto de uma Rede Saúde como um indicador que revela aspectos essenciais da organização desse ponto do sistema.

A Cobertura da população pela Estratégia de Saúde da Família aumentou em todos os estados e na região nordeste, com maior expansão na Bahia e Ceará. Em 2018, os estados com maior cobertura da população pela ESF foram Piauí, Paraíba que apresentaram um proporção superior a 95% de cobertura. Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia foram os estados que apresentaram as maiores reduções médias proporcionais do coeficiente de internação por 1000 habitantes entre 2007 e 2008.

Situação semelhante foi relatada por Pazó e colaboradores11 (2012) entre as microrregiões do Espírito Santo, onde a redução da ocorrência das internações por CSAP não foi menor nas regiões que apresentaram altas coberturas do ESF, e comentaram que baixa escolaridade, maior taxa de desemprego e menor renda da população, bem como menores contingentes populacionais são fatores associados a uma maior proporção de internações por CSAP.

Considerando o coeficiente de internação por sexo, o estudo revelou que no nordeste as internações ocorreram com maior frequência entre idosos do sexo masculino. Achados contrários foram identificados em estudos que analisaram as ICSAP em todas as faixas etárias no Espirito Santo e na região de Saúde de São José do Rio Preto (SP), onde a maior ocorrência se deu entre as mulheres11,13.

(26)

24 Os achados desse estudo apontaram maior prevalência de ICSAP entre idosos com 75 e mais anos de idade. Em São José do Rio Preto e no estado do Espírito Santo, as maiores proporções de ICSAP foram verificadas em pessoas com 60 anos e mais e 70 e mais anos de idade, respectivamente11,13.

Os resultados demonstraram que as principais causas de ICSAP de idosos residentes da região nordeste entre 2008 e 2017 foram: Insuficiência cardíaca, Gastroenterites Infecciosas e complicações, Doenças cerebrovasculares, Diabetes mellitus e Hipertensão. Excetuando-se as gastroenterites infecciosas, as causas mais prevalentes de internações de idosos são doenças crônicas degenerativas relacionadas ao envelhecimento da população.

As internações por CSAP são mais frequentes em pessoas idosas, por essa faixa etária ser acometidas em sua maioria por doenças crônicas que necessitam de acompanhamento constante, além de que os agravos dessas doenças se manifestam de forma mais expressiva, levando as internações frequentes desse grupo16.

Poffo17 (2017) identificou a insuficiência cardíaca como principal causa de internações por condições sensíveis a atenção primária, em idosos, justificadas pelo aparecimento precoce de doenças cardiopatas no Brasil, e questões relacionadas ao tratamentos de controle das doenças que levam ao aparecimento das insuficiências cardíacas. Um estudo realizado entre as regiões brasileiras, no ano de 2014, revelou as gastroenterites como uma das três principais causas de internações14.

A relação do desempenho da atenção primária no controle das doenças sensíveis à esse nível de atenção, é uma das questões que influenciam nos números de internações por essas causas (CSAP), estudos apontam a importância do olhar do gestor acerca da qualidade dos serviços e as adequações necessárias para o controle das doenças por CSAP de acordo com as necessidades especificas13.

Cortez18 (2015), relaciona o tempo de duração das doenças sensíveis à

atenção primária e a importância dos profissionais em propor o autocuidado dos usuários como forma de diminuição das ICSAP, além de realizações de ações que minimizem as complicações da doença, daqueles que não realizam o autocuidado.

Avaliar a Atenção á Saúde utilizando o indicador de ICSAP, possibilita a avaliação dos serviços primários de saúde, como a relação da Estratégia de Saúde

(27)

da Família e os impactos das internações por causas evitáveis a esse nível de atenção19.

Um estudo realizado no Rio de Janeiro em 2012, já indica a reorganização da atenção primária nos impactos das internações hospitalares, além de apontar as ICSAP como forma de adequar as ações da atenção primária para garantir a redução das internações por estas causas20.

Os resultados do presente estudo revelaram uma melhoria na ocorrência da internações de idosos, relacionadas aos cuidados prestados na Atenção Primária, sobretudo pelas Equipes da Estratégia de Saúde da Família. Frente as recentes mudanças no cenário nacional no âmbito da política Nacional da Atenção Básica com a reforma da PNAB e o recente desmonte do Programa Mais Médicos, possivelmente o cenário encontrado por esse estudo tenderá a mudanças desfavoráveis na efetivação dessas ações nos próximos anos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo analisou as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos no nordeste brasileiro, no período entre 2008 a 2017, verificando a redução das ICSAP em todos os estados, exceto no estado do Maranhão. Idosos do sexo masculino se internaram mais que os do sexo feminino, e a faixa etária de 75 anos e mais responderam por quase a metade do total das ICSAP de idosos.

Entre as causas das internações, as cinco mais prevalentes representaram mais de 60% das internações, sendo representadas pelas doenças crônico-degenerativas.

A relação entre a cobertura de Estratégia de saúde da Família e as internações por CSAP, demonstram que a relação entre a diminuição das ICSAP e a cobertura não ocorre de forma homogênea entre os estados, e aponta a necessidade desenvolvimento de outros estudos que busquem avaliar outros aspectos para além da cobertura populacional, como processo de trabalho, acolhimento, vínculo, composição das ESF, entre outros.

O presente possibilitou descrever a evolução de indicadores levando à reflexão acerca da relação direta entre as ações desenvolvidas na atenção primaria com a resolutividade de problemas de saúde da população idosa. Demonstrando a

(28)

26 importância do fortalecimento e consolidação da Atenção Primária, sobretudo no cenário de envelhecimento da população.

REFERÊNCIAS

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(29)

10. Rehem, T. C. M. S. B. et al. Registro das internações por condições sensíveis à atenção primária: validação do sistema de informação hospitalar. Revista

Latino-Americana de Enfermagem, v. 21, n. 5, 2013.

11. Pazó, R. G. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária no Espírito Santo: estudo ecológico descritivo no período 2005-2009.

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12. Andrade, S. S. S. Estratégia Saúde da Família e sua relação com as

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Pernambuco, no período de 2000-2014 . Dissertação (Mestrado Acadêmico

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16. Costa, E.; Varrengea, E. C.; Nardo, P. A. D. E. Caracterização das

internações de idosos em uma Unidade de Terapia Intensiva, de um hospital público no interior do Paraná. Revista UNINGÁ, Maringá – PR, n. 36, p. 85– 92, 2009.

17. Poffo, M. R. et al. ARTIGO ORIGINAL Perfil dos Pacientes Internados por Insuficiência Cardíaca em Hospital Terciário Profile of Patients Hospitalized for Heart Failure in Tertiary Care Hospital. International Journal of

(30)

28

18. Cortez, D. N. et al. Complicações e o tempo de diagnóstico do diabetes mellitus na atenção primária. Acta Paulista de Enfermagem, v. 28, n. 3, p. 250–255, 2015.

19. Silva Cardoso, C. et al. Contribution of hospitalizations for primary care-sensitive conditions to the profile of admissions in the public health care system. Revista Panamericana de Salud Publica, v. 34, n. 4, p. 227–234, 2013.

20. Marques, E. S. Análise das causas de internação de idosos segundo a

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Gráfico 1 - Tendência temporal das da proporção das ICSAP de idosos residentes no Nordeste do Brasil, segundo o total de internações, no período de 2008 a 2017.

(31)

Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponíveis no Departamento de Informática do SUS.

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30 Tabela 1 - Proporção e variação média proporcional das ICSAP em idosos residentes, nos estados da região nordeste.

Brasil, 2008 a 2017.

UF/REGIÃO

Proporção de ICSAP em idosos

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total CVP % % % % % % % % % % N % Maranhão 47,3 48,9 50,5 48,8 46,3 47,1 45,0 44,0 41,4 41,0 301.813 48,9 -13,3 Piauí 49,5 49,4 49,0 47,1 45,5 45,4 43,9 42,5 41,2 40,6 204.794 48,2 -18,0 Bahia 45,6 49,0 48,1 46,0 44,8 44,1 42,0 41,1 37,3 37,0 750.207 46,4 -18,9 Paraíba 49,6 46,8 46,5 44,7 42,1 42,5 40,7 39,0 36,0 35,2 194.192 45,2 -29,0 Alagoas 41,3 43,2 41,9 42,3 41,7 37,4 32,3 31,9 29,9 29,9 107.029 39,7 -27,6 Ceará 37,0 36,5 37,1 36,1 35,0 36,7 34,1 33,7 32,2 32,9 346.655 37,7 -11,1 Sergipe 37,4 37,1 35,0 32,2 31,1 31,9 32,3 32,6 32,3 35,3 43.407 36,5 -5,6 Rio Grande do Norte 39,0 39,8 40,4 37,1 33,3 33,3 30,5 27,9 26,4 24,1 110.341 35,7 -38,2 Pernambuco 33,4 32,9 29,9 30,1 30,4 31,8 30,5 29,8 29,4 29,4 353.933 33,1 -12,0 Região Nordeste CSAP 42,1 42,9 42,2 40,9 39,6 39,8 37,7 36,8 34,6 34,4 2.412.371 41,8 -18,3 Não CSAP 57,9 57,1 57,8 59,1 60,4 60,2 62,3 63,2 65,4 65,6 3.361.778 58,2 13,3 Total de Internações 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 5.774.149 100,0 - Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Departamento de Informática do SUS/MS.

(33)

Tabela 2 - Coeficiente de ICSAP por 1.000 habitantes idosos, segundo sexo, faixa etária e estados nordestinos. Brasil, 2008 a 2017.

CARACTERÍSTICAS 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 CVP

Sexo

Masculino 52,3 55,0 55,2 53,5 48,8 50,3 46,9 45,9 41,6 39,3 -24,9

Feminino 47,0 49,0 48,8 47,3 42,2 43,5 40,4 38,8 34,3 32,4 -31,0

Faixa etária (em anos)

60 a 64 27,2 28,0 27,9 27,2 24,8 24,7 23,0 21,8 19,7 18,1 -33,5 65 a 70 38,0 39,8 38,6 36,6 33,7 34,1 31,5 31,0 27,9 26,3 -30,7 71 a 74 49,39 52,28 53,79 51,61 46,50 48,49 45,36 42,46 37,74 35,35 -28,4 75 a 80 69,77 72,33 70,98 69,32 59,78 61,92 58,16 58,35 51,61 48,92 -29,9 80 e mais 98,29 104,17 105,74 104,04 94,56 99,65 92,10 89,93 80,29 77,09 -21,6 UF Maranhão 47,4 55,4 60,3 61,9 55,4 62,2 58,1 58,4 51,4 53,6 13,2 Piauí 72,3 80,5 77,4 75,7 67,7 68,4 61,8 60,3 57,7 53,1 -26,5 Ceará 45,3 46,2 43,6 43,4 36,9 40,5 38,3 36,5 33,5 32,8 -27,7

Rio Grande do Norte 37,6 41,2 42,7 38,8 31,7 33,5 28,6 26,4 24,3 20,9 -44,5

Paraíba 62,7 60,9 59,3 51,4 43,0 44,4 39,3 35,9 31,9 30,3 -51,6 Pernambuco 38,8 39,4 40,1 38,2 38,1 40,7 38,7 36,9 35,8 35,6 -8,2 Alagoas 44,5 46,9 44,1 44,6 40,5 37,8 32,4 32,9 31,5 30,3 -31,9 Sergipe 29,3 27,9 25,4 22,3 19,9 20,6 20,3 23,7 23,4 21,1 -27,8 Bahia 56,4 58,6 59,5 58,4 53,7 51,8 49,2 47,7 39,3 34,3 -39,1 Região Nordeste 49,3 51,6 51,6 50,0 45,1 46,5 43,2 41,9 37,5 35,4 -28,2 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

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Gráfico 2 – Percentual da população coberta pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), segundo estados nordestinos. Brasil, 2008 e 2017.

Fonte: Departamento de Atenção Básica – DAB/MS

Maranhão Piauí Ceará Rio Grande

do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Nordeste

2008 78,11 96,56 67,22 79,97 94,68 68,04 70,33 83,34 54,98 70,62 2017 83,88 98,75 83,08 80,2 96,31 79,75 77,52 87,11 75,21 82,07 CVP 7,39 2,27 23,59 0,29 1,72 17,21 10,22 4,52 36,80 16,21 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 20 40 60 80 100 120 % P o p u a lç ã o c o b er ta p e la E S F

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Tabela 3 – Distribuição da média e proporção das ICSAP de idosos residentes na região nordeste. Brasil. 2008 a 2017

GRUPO DE CAUSAS ICSAP 2008-2009 2010-2011 2012-2013 2014-2015 2016-2017 Total

Média % Média % Média % Média % Média % N %

Insuficiência cardíaca 46170 19,2 46070 18,0 42442 17,3 38279 15,8 34883 15,7 415686 17,2

Gastroenterites Infecciosas e complicações 43546 18,1 40199 15,7 37047 15,1 28918 11,9 23970 10,8 347359 14,4

Doenças cerebrovasculares 26088 10,9 31137 12,2 34605 14,1 38319 15,8 37539 16,9 335375 13,9

Diabetes mellitus 22102 9,2 28137 11,0 26649 10,9 27679 11,4 23855 10,8 256842 10,6

Hipertensão 23595 9,8 23836 9,3 20447 8,3 19879 8,2 14962 6,7 205435 8,5

Doenças pulmonares 15731 6,5 15986 6,2 14254 5,8 14850 6,1 13880 6,3 149398 6,2

Infecção no rim e trato urinário 11938 5,0 14104 5,5 14319 5,8 16301 6,7 16622 7,5 146565 6,1

Asma 14123 5,9 13675 5,3 9139 3,7 7217 3,0 5057 2,3 98420 4,1

Pneumonias bacterianas 7868 3,3 8462 3,3 9669 3,9 10979 4,5 11747 5,3 97447 4,0

Angina 7806 3,2 8821 3,4 10586 4,3 11041 4,6 10135 4,6 96776 4,0

Infecção da pele e tecido 4929 2,1 7581 3,0 8054 3,3 11278 4,6 13059 5,9 89798 3,7

Deficiências nutricionais 7983 3,3 8707 3,4 8314 3,4 7280 3,0 5035 2,3 74636 3,1

Úlcera gastrointestinal 3282 1,4 3677 1,4 3966 1,6 4980 2,1 5327 2,4 42463 1,8

Anemia 2156 0,9 1995 0,8 1708 0,7 1568 0,6 1340 0,6 17532 0,7

Doenças previníveis por imunizações 1499 0,6 1828 0,7 1795 0,7 1324 0,5 1298 0,6 15485 0,6

Epilepsias 749 0,3 1117 0,4 1336 0,5 1559 0,6 1717 0,8 12953 0,5

Infecções de ouvido, nariz e garganta 496 0,2 665 0,3 711 0,3 895 0,4 964 0,4 7462 0,3

Doença Inflamatória pélvica feminina 211 0,1 254 0,1 280 0,1 277 0,1 283 0,1 2608 0,1

Doenças relacionadas ao pré-natal e parto 9 0,0 13 0,0 23 0,0 5 0,0 16 0,0 131 0,0

Total 240278 100,0 256261 100,0 245339 100,0 242623 100,0 221686 100,0 2412371 100,0

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34

5 CONCLUSÂO

O estudo analisou as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária de idosos no nordeste brasileiro, no período entre 2008 a 2017, verificando a redução das ICSAP em todos os estados, exceto no estado do Maranhão. Idosos do sexo masculino se internaram mais que os do sexo feminino, e a faixa etária de 75 anos e mais responderam por quase a metade do total das ICSAP de idosos.

Entre as causas das internações, as cinco mais prevalentes representaram mais de 60% das internações, sendo representadas pelas doenças crônico-degenerativas.

A relação entre a cobertura de Estratégia de saúde da Família e as internações por CSAP, demonstram que a relação entre a diminuição das ICSAP e a cobertura não ocorre de forma homogênea entre os estados, e aponta a necessidade desenvolvimento de outros estudos que busquem avaliar outros aspectos para além da cobertura populacional, como processo de trabalho, acolhimento, vínculo, composição das ESF, entre outros.

O presente possibilitou descrever a evolução de indicadores levando à reflexão acerca da relação direta entre as ações desenvolvidas na atenção primaria com a resolutividade de problemas de saúde da população idosa. Demonstrando a importância do fortalecimento e consolidação da Atenção Primária, sobretudo no cenário de envelhecimento da população.

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REFERÊNCIAS

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AMORIM, D. N. P. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária de idosos no Brasil, 2003 a 2012. Rev. enferm. UFPE on line, Recife, v. 11, n. 2, p. 576–583, 2017.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa – PNSI. Diário Oficial da

União, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 out. 2006.

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BRITO, F. et al. A Transição Demográfica e as Políticas Públicas no Brasil: Crescimento Demográfico, Transição da Estrutura Etária e Migrações Internacionais. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2007.

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consequências sociais atuais e futuras. Revista Brasileira de Geriatria e

Gerontologia, Recife, v. 19, n. 3, p. 507–19, 2016.

OLIVEIRA, A.; SIMÕES, R.; ANDRADE, M. A relação entre a atenção primária em

saúde e as internações por condições sensíveis à atenção ambulatorial nos municípios mineiros. Belo Horizonte: Face.Ufmg.Br, 2009, p.26.

PEREIRA, F. J. R.; SILVA, C. C.; LIMA NETO, E. A. Perfil das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária subsidiando ações de saúde nas regiões brasileiras. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 39, n. 107, p. 1008–1017, 2015. RAMOS, P. N. Avaliação da Atenção à Saúde da Pessoa Idosa e ao Envelhecimento em Serviços de Atenção Primária. Revista Kairós Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2017, p. 247–269, 2018.

SOUSA, N. P. et al. Internações sensíveis à atenção primária à saúde em hospital regional do Distrito Federal. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 69, n. 1, p. 118–125, 2016.

SOUZA, D. M. M. E. A Prática Diária na Estratégia Saúde da Família. Juiz de Fora: Ed. UFJF, ,2011. 462p.

STARFIELD, B. Atenção Primária - Equilíbrio entre necessidades de saúde,

serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, p. 726p., 2002.

TORRES, R. L et al.O panorama das internações por condições sensíveis à atenção primária em um distrito de São Paulo. Rev. esc. enferm., São Paulo, v.45, p. 1661-1666, 2011.

VERAS, R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, p. 548-554, 2009.

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ANEXO A – NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Os manuscritos devem ser submetidos on-line pelo portal de periódicos da Universidade de Fortaleza no endereço eletrônico:

http://periodicos.unifor.br/RBPS

Não há taxa para submissão e avaliação de manuscritos.

A Revista Brasileira em Promoção da Saúde vem desenvolvendo uma política de ampliação de seu impacto, com vistas à indexação em bases de dados nacionais e internacionais, para o que é imprescindível e obrigatória a publicação de manuscritos em outro idioma (língua inglesa). Assim, informamos que:

1) O manuscrito tramitará em português ou espanhol e somente quando for aprovado em última versão pelos editores é que os autores providenciarão a versão em inglês.

2) Os custos com a tradução para a língua inglesa serão de responsabilidade dos autores. 3) A Revista Brasileira em Promoção da Saúde recomenda tradutores especializados a serem informados posteriormente.

4) Caso não haja interesse na publicação do manuscrito na língua inglesa solicitamos breve manifestação para cancelamento do processo de avaliação. Recomendamos a busca de outro periódico.

5) Para as submissões na língua inglesa não se faz necessária a tradução para outro idioma.

Normas e Diretrizes para autores:

O manuscrito, incluindo ilustrações e referências bibliográficas, deve estar em conformidade com os “Requisitos Uniformes para Originais Submetidos a Revistas Biomédicas”, publicado pelo Comitê

Internacional de Editores de Revistas Médicas http://(www.icmje.org).

O manuscrito deve conter as seguintes seções: I. Página de rosto;

II. Resumo em português, abstract em inglês; III. Texto;

IV. Agradecimentos e conflitos de interesse; V. Referências.

Para a redação do manuscrito, deve-se utilizar o Microsoft Word, ser formatado para folha tamanho A4, com todas as margens de 25 mm, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço duplo em todas as seções e páginas numeradas no canto superior direito iniciando na página de rosto.

I. Página de rosto

A página de rosto deverá conter:

• Título do manuscrito em português, inglês ou espanhol, de acordo com o idioma do manuscrito; em negrito, centralizado e em letras caixa alta para o título principal.

• O Título deve ser conciso e explicativo, representativo do conteúdo do trabalho, conter até 14 palavras e sem siglas.

• Tradução do titulo em inglês/português, em itálico, negrito, centralizado e em letras maiúsculo-minúscula.

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38

• Título resumido do manuscrito com no máximo 40 caracteres, incluindo os espaços. • O tipo de colaboração enviada (artigo original, artigo de revisão, descrição ou avaliação de experiências).

• Nome completo, ORCID e filiação institucional de cada autor, permitindo até 8 autores.

• Nome, endereço institucional (Rua/avenida, bairro, CEP, cidade, estado, país), telefone e e-mail do primeiro autor e do autor responsável pela correspondência (que será contatado durante o período de submissão do manuscrito e que constará no artigo para posterior contato sobre a publicação).

• Fonte financiadora (órgãos ou instituições de fomento) da pesquisa, se houver.

• Se o manuscrito foi baseado em tese/dissertação, colocar o título, o nome da instituição, o ano de defesa e o número de páginas.

II. Resumo e abstract

• Artigos Originais: devem conter de forma sintetizada e estruturada: objetivo, métodos, resultados e conclusão.

• Artigos de Revisão: devem conter de forma sintetizada e estruturada: objetivo, métodos, resultados e conclusão.

• Descrição ou Avaliação de Experiências: devem conter de forma sintetizada e estruturada: objetivo, síntese dos dados e conclusão.

• O resumo deve conter até 250 palavras, e o abstract deve ser uma versão fiel do resumo em português.

• Descritores e Descriptors: inserir de 3 a 6 descritores, listados nos Descritores em Ciências da

Saúde, da Biblioteca Virtual em Saúde (DeCS.bvs.br) ao final do resumo e do abstract,

apresentados em português e em inglês.

• Apresentar ao final do resumo/abstract, o número do registro (NCT) obtido no cadastramento da pesquisa de Ensaio Clínico, em estudos de intervenção, em bases de dados internacional ou nacional.

Os autores devem cadastrar sua pesquisa em uma das seguintes bases de dados (website):

US National Library - ClinicalTrials.gov: https://www.clinicaltrials.gov

Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos: http://www.ensaiosclinicos.gov.br/

III. Texto

A estruturação do texto deve se adequar à norma Vancouver de texto, referencial teórico e ao tipo de artigo, conforme abaixo:

a) ARTIGOS ORIGINAIS:

Devem conter de forma sintetizada: introdução, métodos, resultados, discussão e conclusão.

a1. Introdução: Deve ser concisa e atualizada, mostrar evidência da relação do tema com

promoção da saúde/saúde coletiva e conter a justificativa e os objetivos do trabalho ressaltando a relevância do tema investigado. Devem ser evitadas revisões extensas sobre o assunto, assim como adiantar resultados do estudo a ser descrito.

a2. Métodos: Devem descrever de forma sucinta: tipo de estudo, período e local do estudo, a

população e amostra estudada, os critérios de seleção, procedimentos, técnicas, materiais e instrumentos utilizados e a estatística aplicada na análise dos dados, de forma a permitir a reprodução da pesquisa e a verificação da análise a partir desta descrição. Métodos e

procedimentos estabelecidos devem ser citados com referências. Devem ser citados os fabricantes dos aparelhos e equipamentos e a origem do material utilizado. O número do Parecer de

aprovação do Comitê de Ética do local do estudo deve ser incluído no último parágrafo dos métodos.

a3. Resultados: Devem ser descritos de forma objetiva e em sequência lógica. Deve ser evitada a

repetição dos dados nas tabelas e figuras. Quando houver grande número de dados tentar apresentá-los por meio de gráficos ao invés de tabelas, respeitando o número máximo de 5 figuras/tabelas.

a4. Discussão: Deve conter a análise interpretativa dos resultados, embasada por dados

existentes na literatura atual (de preferência dos últimos cinco anos) e pertinente com o tema, enfatizando as novas informações obtidas no estudo, sua importância e suas implicações. Deve-se também ressaltar a correlação com promoção da saúde/saúde coletiva. Informar e discutir as

Referências

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