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O edifício que conta a história de Nova York

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Academic year: 2021

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O edifício que conta a história de Nova York

Novo livro revela detalhes da construção do lendário Dakota, marco arquitetônico da metrópole americana e prédio residencial mais famoso do mundo.

Quem visita Nova York pode ver de perto a constante transformação da paisagem da metrópole, onde arranha-céus surgem na velocidade dos investimentos bilionários que ela atrai. Entre tantos prédios modernos e envidraçados, uma construção histórica, no entanto, repousa solenemente numa das esquinas mais caras da cidade, na junção da Rua 72 com a Avenida Central Park West. Ali, há exatos 131 anos, foi erguido o edifício Dakota, um dos primeiros prédios residenciais de luxo do mundo. Apesar de centenário, ele continua um dos endereços mais cobiçados da cidade e sua história se confunde com a da própria Nova York. É isso o que revela o novo livro “The Dakota: A History of the World’s Best-Known Apartment Building” (“O Dakota: A História de um dos Prédios Residenciais Mais Conhecidos do Mundo”), do historiador americano Andrew Alpern, com lançamento previsto

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para 13 de outubro.

Por muitos anos, a construção do Dakota foi considerada uma empreitada improvável. O local onde hoje está o edifício, à beira da face oeste do Central Park, era praticamente uma área rural em 1880, ano em que teve início a sua edificação. A região era muito afastada do centro financeiro e social da cidade, na época ao sul de Manhattan, e não contava com transporte adequado. Além disso, construir um prédio residencial de luxo era uma ideia inovadora para a época. Até então, morar em apartamentos era condição apenas das classes mais baixas – os ricos viviam em suntuosas casas. Convencer os nova-iorquinos endinheirados a se mudarem para um endereço tão distante, ainda mais um prédio, seria um desafio, mas a opulência do Dakota falou mais alto. Com pé direito alto, paredes revestidas em mogno e chão de mármore, o edifício logo conquistou moradores abastados. Mas, apesar da riqueza do lugar, os aluguéis eram modestos, o que tornava possível a convivência de residentes ricos com artistas e outros tipos alternativos.

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Ícone. Foto do final do séc. XIX mostra pista de patinação no Central Park com o Dakota ao fundo.

A predileção de atores e músicos pelo Dakota, aliás, marcou a história do imóvel. Nos anos 1950, o ator Boris Karloff (1887-1969) foi um dos primeiros moradores ilustres do local.

Em 1960, Judy Garland (1922-1969) e Lauren Bacall (1924-2014) se mudaram para lá. Na mesma década, a fachada do edifício foi usada no clássico de terror “O Bebê de Rosemary” (1968). Nos anos 1970, o casal John Lennon (1940-1980) e Yoko Ono viveu no local por sete anos, até Lennon ser morto a tiros na frente do prédio por um fã. A tragédia tornou a construção mundialmente famosa e também fez dela um ponto turístico para curiosos e fãs do ex-Beatle, o que só impulsionou o valor dos apartamentos. Em julho, a antiga residência de Bacall, com nove cômodos, foi vendida por US$ 23,5 milhões (R$ 94 milhões). Já o apartamento mais barato, com dois quartos e dois banheiros, é avaliado atualmente em US$ 3,6 mi (R$ 14 mi).

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Por sua aura de glamour e tradição, o Dakota também atraiu candidatos a moradores famosos, mas menos desejados. Reza a lenda que Madonna, Cher e Antonio Banderas teriam sido rejeitados pelo conselho atual de administradores do prédio.

Para o autor de “The Dakota”, o caráter único do edifício é o que faz dele tão importante para a história de Nova York. “Eu conheço o Dakota desde a minha infância, pois morava no b a i r r o , e s e m p r e f u i f a s c i n a d o p e l o f a t o d e l e s e r completamente diferente dos outros prédios residenciais de

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NY”, disse Alpern à ISTOÉ. Enquanto a cidade crescia em torno do edifício, o Dakota se consolidou como um dos mais originais, do ponto de vista arquitetônico, e exclusivos prédios do mundo. Sua localização extraordinária, sua vista para o Central Park e seu luxo fazem dele um marco que deve perdurar pelas gerações futuras.

Por Paula Rocha

Fonte original da notícia: Isto É Independente

Nova York - Arranha-céus com apartamentos de até US$ 100 milhões vão escurecer Central Park

Quando os sete arranha-céus estiverem prontos, a parte sul do parque de Nova York será quase toda coberta por sombras.

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O One57, primeiro de quatro novos arranha-céus que farão sombras sobre o Central Park e local do apartamento mais caro já vendido em Nova York: hoje o edifício residencial mais alto em Manhattan, ele será superado duas vezes nos próximos anos – Hiroko Masuike / NYT

Em janeiro, a cobertura de uma nova torre de 90 andares projetada pelo arquiteto francês Christian de Portzamparc na parte central de Manhattan foi vendida por US$ 100.471.452,77 milhões, batendo todos os recordes da cidade que já tinha o metro quadrado mais caro dos Estados Unidos. O One57 é o primeiro de sete espigões residenciais que estão transformando a paisagem urbana ao norte da Rua 53 — e redefinindo o conceito de luxo em uma das mais emblemáticas capitais do capitalismo. Desde o início do século XX — quando o Empire State ergueu um mastro no topo para ultrapassar o Chrysler Building como o prédio mais alto do mundo — não havia em Nova York uma guerra de arranha-céus dessa natureza. Com um detalhe que provoca ampla comoção: a nova geração de edifícios vai causar extensas sombras no Central Park, que já vem sendo apelidado de Central Dark.

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— Uma vez que a prefeitura já aprovou é muito difícil voltar atrás — diz o brasileiro Marcos Cohen, eleito há anos o agente número um da Douglas Elliman, a maior corretora de Nova York.

— Esses edifícios estão atraindo tanta gente e alcançando esses preços basicamente porque em Manhattan quase 80% das moradias são cooperativas, ou seja, o comprador tem que passar pelo crivo do conselho do prédio, então fica muito difícil para estrangeiros e também para investidores, já que esses apartamentos não podem ser alugados. Além disso, as novas torres têm vistas únicas, e isso as tornam raras, os russos adoram, os chineses adoram, e até muitos latino-americanos e europeus.

Estrangeiros não pagam imposto

Se o mercado imobiliário de Nova York é uma aplicação altamente lucrativa — só nos últimos cinco anos a valorização foi de 26%, de acordo com uma pesquisa do Grupo Corcoran —, o capital estrangeiro domina os novos espigões também porque a prefeitura isenta proprietários que não residem na cidade de declarar imposto de renda nos EUA.

Aproximadamente um quarto dos apartamentos da cidade não é usado como residência principal, mas destinado a férias ou ao negócio de aluguéis. Dados que os novos edifícios da chamada Billionaires’ Row (Fileira dos Bilionários, em tradução literal) só devem reforçar.

O One57 — que abriga 94 unidades, incluindo o dúplex de 1.014 metros quadrados que ultrapassou pela primeira vez em Nova York a simbólica marca de US$ 100 milhões — é o primeiro espigão já construído e habitado: os moradores começaram a se mudar em agosto do ano passado. Até a finalização do 432 Park, na Avenida Park com a Rua 56, prevista para o segundo semestre, ele será o prédio residencial mais alto de Nova York.

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A escalada de andares é possibilitada pela compra dos direitos aéreos de prédios vizinhos – Elizabeth d Herman / NYT

O quadro vai voltar a se transformar com a construção do 217 West 57, que promete chegar a 541 metros em 2018, perdendo apenas para o One World Trade Center, o maior do país.

A escalada de andares é possibilitada pela compra dos direitos

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aéreos de prédios vizinhos. Quando os sete arranha-céus estiverem prontos, contudo, a parte sul do Central Park será quase toda coberta por sombras.

Segundo um relatório do Municipal Art Society of New York (MAS), o pior cenário ocorrerá no dia 21 de dezembro, quando a mancha chegará a ocupar 20 quarteirões. Dedicada a salvaguardar o passado da cidade enquanto ela avança para o futuro, a entidade propõe uma reavaliação dos códigos de zoneamento e um maior controle sobre os empreendimentos no entorno de parques.

— É aflitivo que o céu seja o limite quando estamos falando de um dos nossos mais preciosos espaços públicos — defende Vin Cipolla, presidente da MAS.

Imóveis mais baratos por US$ 30 milhões

Não é a primeira vez que o grupo abraça a causa de sombras no Central Park. Nos anos 1980, o MAS liderou, ao lado da ex- primeira-dama Jacqueline Kennedy, uma campanha contra um par de torres que seria construído em Columbus Circle. Depois de um protesto que reuniu 800 nova-iorquinos portando guarda- chuvas no parque, os empreendedores concordaram em reduzir a escala dos prédios, hoje conhecidos como Time Warner Center.

D i a n t e d o e s t á g i o a v a n ç a d o d e a l g u n s d o s n o v o s empreendimentos, e da falta de uma figura como Jackie para reforçar o movimento, os realizadores não têm se furtado a anunciar detalhes como o traçado do arquiteto francês Jean Nouvel para o espigão que será erguido ao lado do MoMA e a espira de calcário desenhada por Robert A. M. Stern no futuro 220 Central Park South. E os preços, claro: a cobertura do 432 Park, por exemplo, está à venda por US$ 95 milhões.

Construído ao custo de US$ 1,5 bilhão, o One57 também abriga, por enquanto, o segundo apartamento mais caro da cidade — um dúplex com seis quartos vendido em meados do mês passado por US$ 91.541.053 milhões. Os apartamentos mais modestos, com

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três quartos, estão na faixa de US$ 30 milhões.

Na base do prédio — onde os porteiros usam microfones presos à manga do terno, como se fossem agentes secretos — fica uma filial do hotel Park Hyatt. A piscina, que também serve aos moradores, conta com alto-falantes subaquáticos de onde se ouve uma seleção de músicas curada pelo time de programadores do Carnegie Hall, do outro lado da rua.

Por Isabel de Luca

Fonte original da notícia: O Globo

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