Dr. Alejandro Schroeder 6514/ CP: 11500 / Montevideo, Uruguay
Residência Legal vs. Residência Fiscal no Uruguai
Dr. Alejandro Schroeder 6514/ CP: 11500 / Montevideo, Uruguay
Ultimamente, o conceito de Residência Fiscal adquiriu muita importância para o Direito Tributário e para o mundo dos impostos. O motivo é que o regime de impostos a ser aplicado irá depender do local de Residência Fiscal de cada pessoa, seja ela física ou jurídica.
A Residência Legal outorgada a estrangeiros, por sua vez, também se tornou protagonista devido à manifestação de pessoas à procura de jurisdições amigáveis, seguras ou que garantam uma melhoria na sua qualidade de vida.
Segue uma análise sobre as diferentes classes de residência (Legal e Fiscal), a importância de cada uma e a forma de se obterem.
Residente Legal vs. Residente Fiscal
A Residência Legal e a Residência Fiscal são categorias independentes entre si. A Residência Legal é outorgada àqueles estrangeiros com pretensões de se estabelecer no país, tanto para desenvolver atividades remuneradas quanto por motivo de outros interesses em matéria de trabalho, de impostos ou pessoais. Dita residência é obtida após um trâmite especial através do qual o interessado deverá comprovar o cumprimento de certos requerimentos. A Residência Fiscal é um conceito diferente inserido pela Lei de Reforma Tributária No. 18.083 no ano de 2007 com o objetivo de estabelecer o imposto aplicável a cada pessoa. Assim, o Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) é aplicado aos residentes fiscais, enquanto o Imposto Sobre Renda de pessoas Não Residentes (IRNR) é aplicado aos não residentes fiscais.
Residência Fiscal no Uruguai
O conceito de Residência Fiscal surgiu no Uruguai com a entrada em vigor da Lei que modifica o novo Sistema Tributário, No. 18.718, e com a Lei Orçamentária No. 18.719, e com ele as consequências sobre os impostos a serem pagos sobre alguns dos tipos de renda das pessoas residentes.
Requerimentos para ser Residente Fiscal no Uruguai:
São residentes fiscais aqueles que cumpram qualquer uma das seguintes condições:
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Que permaneçam mais de 183 dias por ano no território uruguaio. Esse período será determinado pela contabilização das ausências esporádicas que não excedam os 30 dias corridos, se o contribuinte não comprovar sua residência fiscal em outro país (sendo aceito exclusivamente o comprovante de residência emitido pela autoridade fiscal correspondente do outro país). No tocante ao período de permanência das pessoas físicas no território uruguaio, serão contabilizados todos os dias em que for registrada a presença física efetiva no país, sem importar o horário de entrada ou de saída do mesmo.
Que o núcleo principal ou base das suas atividades ou interesses econômicos ou vitais esteja sediado no território nacional (Neste caso, não precisa ficar 183 dias).
o Considerar-se-á que o contribuinte possui seus interesses vitais no país se na República residirem seu cônjuge e filhos menores de idade que dependam dele, desde que o cônjuge não esteja legalmente separado e os filhos estejam submetidos à pátria potestade. Se não existirem filhos, a presença do cônjuge será suficiente.
o Quanto aos interesses econômicos, entende-se que tal situação existe se a pessoa gerar no Uruguai renda de quantia maior àquela que possuir em qualquer outro país, em uma comparação feita de país para país. Essa renda não pode constituir apenas renda pura de capital, e a atividade da qual provém deve ser realizada no Uruguai.
Residência Fiscal pela Posse de Imóveis e Outros
O Decreto 330 de outubro de 2016 incorporou a opção de obter a Residência Fiscal no Uruguai através da posse de Imóveis localizados em território nacional ou de ações de uma empresa declarada de Interesse Nacional conforme a Lei 16.906 (Lei de promoção de investimentos).
Esse decreto estabelece que seja considerado que uma pessoa tem a base dos seus
interesses econômicos domiciliados se cumprir com uma das seguintes hipóteses:
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(i) Se tiver um investimento em imóveis do território nacional por um valor maior a 15.000.000 UI (quinze milhões de Unidades Indexadas 1 – U$D 1.875.000
aproximadamente).
Qual é o custo a levar em conta? O custo fiscal composto pelo valor de aquisição do imóvel e suas melhorias, atualizado conforme a variação da Unidade Indexada.
Pode ser mais de um imóvel? Sim. A normativa não especifica limites de quantidade.
Podem ser imóveis em nome de entidades (por exemplo, de sociedades)?
Não. Precisam ser em nome da pessoa que deseja obter a Residência Fiscal.
(ii) Se tiver um investimento direto ou indireto em uma empresa do território nacional, por um valor maior a 45.000.000 UI (quarenta e cinco milhões de Unidades Indexadas – U$D 5.650.000 aproximadamente), que integre atividades ou projetos declarados de interesse nacional, conforme a Lei 16.906 e sua
regulamentação.
Renda tributada do exterior (Extensão do critério da fonte)
Os rendimentos de capital mobiliário provindos de depósitos, empréstimos e, de modo geral, de toda colocação de capital ou de crédito de qualquer tipo obtidos no exterior a partir de 1º de janeiro de 2011 estão sujeitos a impostos. A Lei Orçamentária, por sua vez, incluiu a renda obtida através de serviços pessoais em relação de dependência desenvolvidos fora do país na categoria de renda tributada, desde que tais serviços sejam prestados a contribuintes do Imposto de Renda sobre as Atividades Econômicas ou do IRPF. Uma vez que a modificação atingiu apenas o IRPF, as afetadas pela mudança são somente as pessoas físicas residentes fiscais no Uruguai.
Renda não tributada e diferimento fiscal
Os ganhos de capital gerados pela compra-venda de ativos financeiros do exterior não entraram na lista dos provindos do Uruguai e continuam, portanto, isentos de tributação.
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