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Sangramento digestivo alto (SDA) constitui emergência associada. Sangramento digestivo alto: prevenção e tratamento. Resumo.

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ISSN 1810-0791 Vol. 4, Nº 10 Brasília, setembro de 2007 Uso racional de medicamentos: temas selecionados

10

Sangramento digestivo alto:

prevenção e tratamento

Lenita Wannmacher*

*Lenita Wannmacher é médica e professora de Farmacologia Clínica, aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade de Passo Fundo, RS. Atua como consultora do Núcleo de Assistência Farmacêutica da ENSP/FIOCRUZ para a questão de seleção e uso racional de medicamentos. É membro do Comitê de Especialistas em Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais da OMS, Genebra, para o período 2005-2009. É autora de quatro livros de Farmacologia Clínica.

Introdução

S

angramento digestivo alto (SDA) constitui emergência associa-da ao trato gastrintestinal, com taxa de mortaliassocia-dade que varia de 10% a 14% (primeiro evento) e chega a 28% em pacientes hospitalizados com re-sangramento. Em estudo retrospectivo de casos e controles1, a diferença de mortalidade entre pacientes

com SDA de causa não-varicosa, apresentando um primeiro sangramento ou sangramento recidivante, não foi estatistica-mente significativa, embora houvesse tendência de acentuação na segunda circunstância. Também a gravidade do sangramento foi similar em ambos os grupos de pacientes.

O prognóstico dos pacientes com hemorragia aguda é condicio-nado por presença de co-morbidades médicas e gravidade da doença hepática causadora de varizes esofágicas. Sistemas de escores prognósticos, baseados em intensidade do sangramento, diagnóstico causal, achados endoscópicos e extensão das co-mor-bidades, predizem a mortalidade e têm utilidade clínica2.

Sangramento digestivo alto caracteriza-se por hematêmese (vô-mito de sangue) e melena (fezes negras). No caso da primeira, ocorrendo vômito logo após o início do sangramento, terá aspec-to vermelho; se ocorrer posteriormente, o vômiaspec-to será vermelho-escuro, marrom ou preto. Melena comumente corresponde a

Resumo

Sangramento digestivo alto (SDA) constitui emergência causada

por úlcera péptica, associada a infecção por H. pylori ou uso de

AINE, úlcera de estresse que ocorre em pacientes criticamente

doentes e ruptura de varizes esofágicas em pacientes com

hi-pertensão portal. A taxa de mortalidade dessa condição varia de

10% a 14% (primeiro evento) e chega a 28% em pacientes

hos-pitalizados com re-sangramento. Tal desfecho exerce pressão em

profissionais da saúde em termos de tratar emergencialmente os

pacientes acometidos de SDA, com medidas medicamentosas ou

não-medicamentosas. Como todas as opções mostram resultados

variáveis e não isentos de riscos, a conduta mais racional envolve

diagnóstico endoscópico preciso, determinação de indicadores preditivos de alto risco de recorrência de

sangra-mento e identificação de gravidade da doença basal ou presença de co-morbidades agravantes daquele risco. Aqui

se discutem eficácia e segurança de diferentes alternativas nas diferentes condições que induzem SDA.

sangramento de esôfago, estômago ou duodeno, porém algumas lesões em jejuno, íleo e até mesmo cólon ascendente podem causá-la se o trânsito gastrintestinal estiver muito prolongado. As fezes são pretas, como resultado da ação do ácido clorídrico, produzindo hematina, e têm odor característico3.

Úlcera péptica – causada por uso de antiinflamatórios não-este-róides (AINE), incluindo ácido acetilsalicílico em baixas doses, ou infecção por H. pylori – é a causa mais comum de SDA. Varizes gastresofágicas constituem causa menos freqüente2. Os fatores

predisponentes dessas condições associam-se a SDA. Dentre eles, salientam-se aumento da longevidade dos indivíduos e uso indiscriminado de AINE e ácido acetilsalicílico, mesmo em pequenas doses, como as utilizadas na prevenção primária de doenças cardiovasculares.

Em estudo4 realizado em 500 pacientes, a hemorragia associou-se

a uso de AINE ou ácido acetilsalicílico em 139 (27,8%), e em 122 (24,4%), somente infecção por H. pylori foi diagnosticada. Ambos os fatores de risco foram identificados em 144 pacientes (28,8%). Manifestações clínicas e laboratoriais do SDA dependem de extensão e velocidade da hemorragia, bem como da presença de doenças concomitantes. Perda inferior a 500 mL raramente se associa a sinais sistêmicos. Em idosos e anêmicos, o sangra-mento pode produzir alterações hemodinâmicas. Hipotensão

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ortostática maior do que 10 mmHg indica redução de 20% ou mais no volume sangüíneo. Perdas de aproximadamente 40% ou mais na volemia manifestam-se por taquicardia pronunciada, palidez cutânea, pele fria e choque. Reduzem-se hematócrito e hemoglobina e eleva-se desproporcionalmente a uréia3.

Aproximadamente 80% dos pacientes com lesões hemorrágicas digestivas param de sangrar sem qualquer intervenção. Naqueles em que tal não ocorre, são primordiais ressuscitação cardiovas-cular (se necessária), correção da condição basal predisponente e terapia endoscópica2. Intubação nasogástrica que descomprime

o estômago e irrigação com solução salina gelada cessam o san-gramento em 80% dos casos3.

A profilaxia primária de SDA é feita pelo controle de fatores de risco modificáveis. Tratamento de hemorragia instalada e preven-ção secundária englobam intervenções endoscópicas, cirúrgicas e medicamentosas. Cirurgia de emergência é considerada se sangramento ou re-sangramento não forem controlados com terapia endoscópica2.

Prevenção

primária de SDA

Prevenção primária engloba o controle das doenças causadoras do sangramento. Quando se identificam varizes esofágicas, advo-gam-se medidas preventivas específicas. Pacientes hospitalizados, grave e agudamente enfermos, recebem medidas de prevenção do sangramento ocasionado por úlcera de estresse. O adequado manejo de pacientes em unidades de tratamento intensivo possi-velmente diminua a incidência dessas úlceras, seu sangramento e a mortalidade daí decorrente. A suspensão de tratamento crônico com AINE ou a administração concomitante de medicamentos que inibem a agressão ácida no estômago previnem a hemorragia digestiva associada à terapia antiinflamatória.

Para a profilaxia podem-se empregar antiácidos (neutralizado-res da secreção cloridopéptica no estômago), anti-secreto(neutralizado-res gástricos (antagonistas H2 e inibidores da bomba de prótons) e protetores da mucosa gástrica (sucralfato).

O potencial benefício da profilaxia primária com antagonistas da secreção ácida deve ser cotejado com o risco aumentado de colo-nização de bactérias Gram negativas, capazes de causar septicemia e pneumonia nosocomial em pacientes já gravemente enfermos.

Em pacientes

criticamente enfermos

Estresse indutor de hemorragia digestiva associa-se a aumento de morbidade e mortalidade em pacientes gravemente enfermos. Não todos eles necessitam de profilaxia de SDA. Os principais fatores de risco são ventilação mecânica por mais de 48 horas e coagulopatia. Até agora, não há firme evidência de que quaisquer medicamentos usados profilaticamente neste contexto diminuam mortalidade e permanência hospitalar5.

Metanálise6 de estudos comparando ranitidina e sucralfato com

placebo concluiu que esses fármacos não previnem sangramento digestivo em pacientes criticamente enfermos.

Ensaio clínico randomizado7 que comparou bloqueadores H

2 e citoprotetores aponta vantagem para os primeiros (RR=0,44; IC95%: 0,21-0,92; P=0,02; NNT=47). Nesse estudo, os autores não observaram diferenças na incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica e mortalidade.

Uma metanálise de estudos que avaliaram o papel da supressão ácida como profilaxia de sangramento gastrintestinal por úlcera de estresse concluiu que a supressão ácida com antagonistas H2 reduz significativamente a probabilidade de sangramento clinica-mente relevante em unidades de terapia intensiva. A evidência

relacionada ao uso de inibidores da bomba de prótons para esta indicação é escassa, embora haja muitos dados indicando que a supressão ácida com tais fármacos é significativamente maior que com antagonistas H2. Os resultados de dois ensaios clínicos demonstram que quando comparado a placebo ou cimetidina, um inibidor da bomba intravenoso pode reduzir significativamente o re-sangramento de úlcera péptica após hemostasia8.

As evidências comentadas não definem com clareza qual seja a melhor conduta medicamentosa em termos de prevenção pri-mária de SDA em pacientes hospitalizados de alto risco.

Em usuários

de AINE

Mesmo emprego de baixas doses desses antiinflamatórios constitui fator de risco para úlcera péptica e suas complicações, particularmente sangramento digestivo. Consideram-se pacientes de alto risco os com idade superior a 65 anos, co-morbidades, alcoolismo, história de úlcera péptica ou uso concomitante de corticóides, antiplaquetários e anticoagulantes orais. Neles, in-dica-se uso de inibidores da bomba de prótons após identificar e tratar a infecção por H. pylori9.

Estudo mostra que o grau de adesão dos pacientes aos agentes gastroprotetores é inversamente proporcional ao risco de san-gramento em pacientes de alto risco10.

O risco hemorrágico é maior em úlceras induzidas por uso de AINE do que nas associadas à infecção por H. pylori, provavelmen-te porque a ação antiplaquetária de AINE e ácido acetilsalicílico favoreça o sangramento11.

A prevenção de sangramento por úlceras decorrentes do uso de AINE pode ser feita com inibidores da bomba de prótons ou misoprostol. Inibidores seletivos de COX-2 foram sugeridos, mas as evidências de eventos cardiovasculares sérios determinaram sua retirada de mercados internacionais e desestimularam seu uso profilático mesmo em pacientes com alto risco de SDA12.

No entanto, estudo de avaliação entre riscos gastrintestinal e cardiovascular mostrou que diferentes representantes daqueles inibidores reduziram complicações gastrintestinais (6-12 even-tos/1000 pacientes/ano) e induziram eventos cardiovasculares graves (1-3 eventos/1000 pacientes/ano) numericamente não diferentes dos desencadeados por AINE não-seletivos.

A erradicação de H. pylori é obrigatória em pacientes com úlcera associada à infecção, mostrando-se significativamente superior à terapia de manutenção com anti-secretores gástricos11.

Em pacientes

com varizes esofágicas

Em pacientes com hepatopatia crônica, hipertensão portal e varizes esofagianas, o risco de sangramento está presente e se associa à mortalidade intra-hospitalar de 20%. Porém, sangra-mento por varizes ocasiona somente um terço de todas as mortes em pacientes com cirrose14.

A profilaxia primária da hemorragia visa prevenir o primeiro sangramento em pacientes de alto risco e evitar as complicações daí decorrentes (sepse, peritonite bacteriana e insuficiência renal). As intervenções devem ser de baixo custo e eficazes em reduzir a mortalidade associada ao sangramento. A redução da pressão portal pode ser obtida por medidas farmacológicas ou endoscópicas. As medidas cirúrgicas não se mostraram eficazes em profilaxia primária12. Modelos que analisam custo-benefício

da utilização empírica de fármaco versus estratégias baseadas em exames endoscópicos periódicos (screening) demonstram vantagem da abordagem mais conservadora15,o que significa

fazer rastreamento endoscópico e estadiamento das varizes em pacientes com fatores de risco presentes, tais como tempo de protrombina elevado, baixa contagem de plaquetas ou

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espleno-megalia. Varizes de maior diâmetro, com pontos hemorrágicos e proximais sangram com mais facilidade.

Bloqueadores beta-adrenérgicos não-seletivos reduzem a pressão portal por diminuírem débito cardíaco e fluxo no sistema porta por antagonismo de receptores beta-2 em vasos esplâncnicos. Propranolol e nadolol têm sido estudados em profilaxia primá-ria, mostrando redução de 50% na chance de sangramento e de 25-45% na mortalidade quando induzem queda de 25% na freqüência cardíaca basal. Tal tratamento constitui a primeira escolha em profilaxia primária de pacientes com cirrose avançada e varizes gastresofágicas amplas16.

Quando os pacientes têm contra-indicações ou não toleram os betabloqueadores, nitratos aparecem como alternativa, porém com resultados pouco promissores e aumento de mortalidade em pacientes com mais de 50 anos14. Além disso, nitratos acentuam

o estado de vasodilatação típico dos pacientes cirróticos2.

A escleroterapia endoscópica não mostrou consistente melhora na sobrevida dos pacientes com varizes em relação a contro-les, não sendo, pois, recomendada. Como alternativa, tem-se a ligadura endoscópica das varizes, com menos complicações locais do que a escleroterapia. A ligadura se mostrou mais eficaz do que não-tratamento e reduziu o primeiro sangramento por varizes em comparação a propranolol (ocorrência 28% menor;

P=0,04), mostrando-se similar a ele em relação a mortalidade

por sangramento e mortalidade total17.

A ligadura de varizes só está indicada quando a farmacoterapia falha na redução da pressão portal14.

Prevenção

secundária de SDA

A prevenção de novos episódios de sangramento digestivo alto deve ser considerada no contexto agudo e a médio ou longo prazo. Levam-se em conta a causa da hemorragia e os fatores de risco para re-sangramento.

Em pacientes

criticamente enfermos

Estudo retrospectivo18 analisou os fatores de risco para

re-sangra-mento em pacientes criticamente enfermos e hospitalizados em unidade de tratamento intensivo. Oito em 60 pacientes morreram dentro de sete dias após o sangramento inicial. A taxa de re-san-gramento foi de 34,6% (18 em 52) em sete dias, e de 51,1% em trinta dias. Para a primeira condição, anemia e hipoalbuminemia foram fatores de risco independentes. Para nova hemorragia em 30 dias, constituíram fatores de risco hipoxia, anemia e unida-des de sangue transfundido. Logo, nesse cenário, é importante corrigir hipoxia, anemia e hipoalbuminemia depois do primeiro sangramento para reduzir o risco de nova hemorragia.

Em pacientes com

sangramento por

úlcera péptica associada a H. pylori

A terapia anti-secretora de manutenção tem sido considerada como padrão em pacientes com úlceras sangrantes para prevenir re-sangramento. Porém, tem-se estudado o papel da erradicação do H. pylori para a mesma prevenção em pacientes portadores de úlceras associadas à infecção.

Revisão Cochrane19 que incluiu duas metanálises (7 estudos e 3

estudos, com, respectivamente, 578 e 470 pacientes) comparou a eficácia da erradicação versus a terapia anti-secretora (com e sem manutenção de longo prazo) na prevenção de re-sangramento. Na primeira metanálise, a percentagem de re-sangramento foi de 2,9% e 20%, respectivamente com erradicação e terapia

anti-secretora sem manutenção (OR= 0,17; IC95%: 0,10-0,32; NNT de 7; IC95%: 5 - 11). Na segunda metanálise, a percentagem média de re-sangramento foi de 1,6% no grupo que recebeu terapia de erradicação versus 5,6% no grupo sem erradicação e com terapia anti-secretora de manutenção por longo prazo (OR-=0,25; IC95%: 0,08-0,76; NNT de 20; IC95%: 12 - 100). Quando somente pacientes com erradicação bem sucedida fo-ram incluídos na análise, a taxa de re-sangfo-ramento foi de 1,1% no grupo da erradicação do H. pylori, caindo o NNT para 7 a 6. Em alguns casos, a re-infecção pareceu causar a recorrência do sangramento. Com tais resultados, evidencia-se a necessidade de identificar a infecção por H. pylori, devendo a terapia de erradica-ção ser prescrita a todos os pacientes portadores da infecerradica-ção. Na vigência de sangramento agudo, com objetivo de evitar recor-rência, recomenda-se, após a hemostasia endoscópica, inibidor da bomba de prótons intravenoso que se mostra mais eficaz do que antagonista H2 intravenoso8.

Em ensaio clínico controlado por placebo20, a infusão intravenosa

con-tínua de omeprazol por 72 horas, seguida de sua administração oral, após tratamento endoscópico, reduziu a proporção da recorrência de sangramento (6,7% versus 22,5%; RR: 3,9; IC 95%: 1,7- 9,0). Estudo retrospectivo21 avaliou o emprego de inibidores da

bomba de prótons previamente à endoscopia para verificar sua eficácia em evitar o re-sangramento, cirurgia gastrintestinal alta, mortalidade e duração da internação hospitalar. Em comparação a pacientes sem terapia pré-endoscópica, os que a receberam desenvolveram significativamente menos eventos hemorrágicos e desfechos relacionados (25% vs. 13%; P = 0,005).

Em usuários

de AINE

A prevenção específica de re-sangramento e de outras compli-cações privilegia a terapia anti-secretora.

Chan e colaboradores22 compararam omeprazol com erradicação de Helicobacter pylori em pacientes que tinham apresentado

sangramen-to em vigência de terapia com ácido acetilsalicílico ou outros AINE e que se mantiveram em tratamento com ácido acetilsalicílico (80 mg por dia) ou naproxeno (500 mg, duas vezes ao dia). Omeprazol foi superior à erradicação da bactéria exclusivamente entre os usuários de naproxeno (diferença absoluta de 14,4%; IC95%: 4,0-24,4%) para a prevenção de novos episódios de sangramento digestivo. Silverstein e colaboradores23 compararam misoprostol com

place-bo na prevenção de complicações digestivas graves em pacientes com artrite reumatóide tratada com AINE. Houve redução re-lativa de 40% na incidência de complicações graves (RR=0,598; IC95%: 0,364-0,982; P=0,049). Dada à baixa incidência de com-plicações, em sua maioria constituída por hemorragia digestiva, o NNT foi de 264 pacientes.

Em pacientes

com varizes esofágicas

O tratamento farmacológico na prevenção secundária é similar ao usado na profilaxia primária. São utilizados fármacos que reduzem a pressão no sistema porta. Os únicos medicamentos com eficácia suficientemente avaliada nesse contexto foram os betabloqueadoresadrenérgicos que aumentam as taxas de sobre-vida em 20%24. Estudo25 que comparou a associação de nadolol

com mononitrato de isossorbida à ligadura para prevenção da recorrência de sangramento por varizes esofagianas mostrou a superioridade dos fármacos. A adição de nadolol à ligação endoscópica aumentou a eficácia da prevenção secundária em relação à endoscopia isolada24.

Inibidores da bomba de prótons e fármacos vasoativos reduzem o risco de re-sangramento, mas têm pequeno efeito sobre mortalidade26.

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Tratamento

de SDA

A incerteza sobre os desfechos do SDA pode determinar inter-nação prolongada com complicações adicionais em potencial. O manejo mais racional deve ser precedido de identificação endos-cópica da causa do sangramento, determinação de fatores de risco e de escores preditivos de re-sangramento. Necessidade urgente de cirurgia, morte hospitalar, complicações hemorrágicas e co-morbidade nova ou agravada são consideradas desfechos de insu-cesso. Em coorte prospectiva27 de 391 pacientes com hemorragia

digestiva aguda, 4,6% sangraram novamente e 3,1% morreram. Os dados preditivos de insucesso independentes foram escores de 11 ou mais na APACHE II (Acute Physiology and Chronic Health

Evaluation), varizes esofágicas e seqüelas de hemorragia recente.

Em pacientes sem fatores de risco, desfechos negativos são raros. A identificação desses pacientes torna o tratamento imediato mais eficiente e permite alta hospitalar mais precoce.

Para pacientes e equipe de saúde, o grande impacto de episódios de sangramento digestivo agudo pressiona para o uso de medi-das terapêuticas imediatas e eficazes, desconhecendo-se que a maioria dos episódios cessa espontaneamente.

As intervenções englobam medicamentos, geralmente coadju-vantes de tratamento endoscópico.

Em pacientes

com úlcera péptica

Revisão sistemática28 de 26 ensaios clínicos controlados por

placebo ou antagonistas H2 (n= 4670 participantes) mostrou que inibidores da bomba de prótons usados intravenosamente reduziram re-sangramento (OR= 0,48; IC95%: 0,40-0,57), ne-cessidade de cirurgia (OR= 0,61; IC95%: 0,48-0,76) e mortes por úlcera (OR=0,58; IC95%: 0,35-0,96) em pacientes com úlceras pépticas e alto risco de novo sangramento. No entanto, mortes de outras causas tiveram aumento significativo (OR= 1,60; IC95%:1,06-2,41). Análise de subgrupo evidenciou que a terapia controle (placebo versus antagonistas H2) não influenciou os des-fechos. A mortalidade por todas as causas não foi afetada. Logo, a terapia é válida somente para pacientes selecionados com sinais endoscópicos que mostram alto risco de re-sangramento. Revisão Cochrane29 de 24 ensaios clínicos randomizados, de

delineamento similar ao da anterior, mostrou que a mortalidade por todas as causas foi de 3,9% nos pacientes em tratamento com inibidores da bomba de prótons versus 3,8% nos controles (OR= 1,01; IC95%: 0,74 – 1,40). Os inibidores reduziram taxas de re-sangramento (10,6% versus 17,3% nos grupos controles) e cirurgia (6,1% versus 9,3% no grupo placebo) comparativamente aos controles. Ao contrário da revisão precedente, os resulta-dos não foram influenciaresulta-dos por qualidade resulta-dos esturesulta-dos, via de administração dos fármacos, tipo do controle ou aplicação de tratamento endoscópico inicial para hemostasia.

Outra revisão Cochrane de cinco ensaios clínicos randomizados30

avaliou o uso de inibidores de bomba de prótons previamente ao diagnóstico endoscópico em pacientes com SDA. Não se evi-denciaram diferenças estatisticamente significativas em taxas de mortalidade (6,1% vs. 5,5%), re-sangramento (13,9% vs. 16,6%) ou cirurgia (9,9% vs. 10,2%) nos pacientes que receberam a in-tervenção em relação aos controles. Houve, entretanto, redução na proporção de pacientes com sinais de hemorragia recente na endoscopia que definiu o diagnóstico (37,2% vs. 46,5%; OR= 0,67; IC95%: 0,54 – 0,84).

Com base nesses resultados, estudo econômico31 concluiu que

a estratégia mais custo-efetiva em pacientes que sangram por úlcera é o uso oral de inibidores da bomba de prótons, antes e depois da endoscopia, com terapia hemostática endoscópica para aqueles com sangramento maior.

No tratamento de pacientes com SDA causado por úlceras asso-ciadas a uso de AINE, os estudos avaliam misoprostol.

Ensaio clínico32 comparou tratamento com alta dose intravenosa

de omeprazol (n= 67 no grupo 1) versus a associação de ome-prazol e misoprostol (n= 56 no grupo 2) para SDA por úlceras gástricas e duodenais e gastrite erosiva causadas por uso de AINE. As taxas de morte hospitalar, re-sangramento e cirurgia foram similares nos dois grupos. Logo, a adição de 600 micro-gramas/dia de misoprostol ao tratamento usual com omeprazol não melhorou os desfechos.

No citado estudo farmacoeconômico31, afirma-se que as

estra-tégias mais custo-efetivas em úlceras induzidas por AINE em pacientes infectados por H. pylori consistem na erradicação isolada da bactéria e na erradicação seguida de misoprostol ou inibidor da bomba (se o misoprostol não for tolerado).

Hemostasia endoscópica (clampeamento, termocoagulação e injeção esclerosante) é a medida mais comum de controle de SDA por causas não-varicosas. Em revisão sistemática de 15 ensaios clíni-cos33, compararam-se as três modalidades em relação aos seguintes

desfechos: hemostasia inicial, sangramento recorrente, hemostasia definitiva, necessidade de cirurgia e mortalidade de todas as causas. Hemostasia definitiva foi mais vezes alcançada com clampeamento do que com escleroterapia (86,5% vs. 75,4%; RR= 1,14; IC95%: 1,00-1,30), o mesmo ocorrendo com clampeamento mais injeção esclerosante versus injeção isolada (88,5% vs. 78,1%; RR= 1,13; IC95%:1,03-1,23). Isso levou a menor necessidade de cirurgia, mas não modificou a mortalidade. Termocoagulação e clampeamento não diferiram com respeito a qualquer um dos desfechos. A intervenção endoscópica pode ser feita em diferentes momen-tos dentro das primeiras 24 horas do início do sangramento. Em estudo retrospectivo34, foram comparadas endoscopias

emergen-cial (menos de 8 horas) e de urgência (8-24 horas), mostrando que a taxa de hemostasia foi de 95% em ambos os grupos. Não houve diferença estatisticamente significante com relação a recorrência de sangramento, quantidade total de transfusões, permanência hospitalar e mortalidade entre grupos.

Similar avaliação foi feita com SDA e alto risco clínico (hipoten-são, taquicardia). Endoscopias dentro das primeiras 6 horas ou de 6-24 horas não mostraram diferenças mesmo em pacientes de alto risco35.

Em pacientes

com varizes

Varizes esofágicas sangrantes são manejadas com ressuscitação hídrica, antibacterianos e ligadura endoscópica.

Em hemostasia de sangramento agudo por varizes esofagianas, tem-se estudado o papel de somatostatina, seus análogos e outros fármacos vasoativos (vasopressina ou terlipressina). Metanálises que compararam somatostatina ou octreotida com vasopressina ou terlipressina evidenciaram que as primeiras foram superiores a vasopressina e equivalentes a terlipressina no controle do sangra-mento, apresentando menos efeitos adversos. Todos os fármacos foram similares em relação à mortalidade. Somatostatina e oc-treotida também foram similares à escleroterapia no controle do sangramento, re-sangramento precoce e sobrevida. Tratamentos combinados (fármacos mais escleroterapia) aumentam o controle de sangramento em 5 dias em cerca de 20%, sem diferença quanto à mortalidade. Complicações são significativamente menos freqüentes com tratamento medicamentoso36.

Em revisão Cochrane de 20 ensaios37, somatostatina e análogos

foram comparados a placebo e não-tratamento. Os medicamen-tos foram eficazes no controle do sangramento e reduziram as unidades de sangue transfundido, mas não alteraram taxas de re-sangramento e mortalidade.

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Terlipressina, análogo de vasopressina que não necessita de infusão intravenosa e tem perfil de efeitos adversos mais favorável, apre-sentou redução relativa de 34% nas taxas de mortalidade, resultado não obtido com nenhum dos outros agentes vasoativos38.

Quando o sangramento não é controlado com terapia medi-camentosa, tamponamento por meio de balões esofágicos ou gástricos (Sangstake-Blackmore) objetiva ganhar tempo até que terapêutica definitiva seja estabelecida.

Metanálise39 de 15 estudos mostrou que escleroterapia de

urgên-cia fez cessar sangramento em 83% dos casos, mas não superou tratamento com fármacos vasoativos. Escleroterapia associou-se a mais eventos adversos do que somatostatina. Logo, essa não é estratégia de escolha para tratamento de varizes sangrantes. Ensaio clínico40 comparou eficácia e segurança de ligadura de

varizes e escleroterapia, ambas associadas a somatostatina (admi-nistrada por 5 dias), no tratamento endoscópico de emergência

Conclusões

Aproximadamente 80% dos pacientes com lesões hemorrágicas digestivas param de sangrar sem qualquer intervenção. Em pacientes com sangramento persistente, intubação nasogástrica que descomprime o estômago e irrigação com solução salina gelada cessam o sangramento em 80% dos casos.

A profilaxia primária de SDA é feita em pacientes selecionados, por meio do controle de fatores de risco modificáveis. Em úlcera de estresse: adequado manejo de pacientes gravemente enfermos em unidades de tratamento intensivo possivelmente diminua a incidência dessas úlceras, seu sangramento e a mortalidade daí decorrente.

Em úlcera associada a AINE: suspensão desses fármacos ou, não sendo possível, administração concomitante de inibi-dores da bomba de prótons ou misoprostol, após tratar a infecção por H. pylori, se existente.

Em úlcera associada à infecção por H. pylori: erradicação isolada é a melhor opção para prevenção primária das com-plicações, incluindo SDA.

Em pacientes com varizes esofágicas: após identificar endoscopicamente os pacientes de mais alto risco para sangramento, reduzir a pressão portal com betabloqueadores adrenérgicos não-seletivos ou, em sua falha, fazer ligadura das varizes. A profilaxia secundária de SDA leva em conta a causa da hemorragia e os fatores de risco para re-sangramento.

Em úlcera de estresse: correções de hipoxia, anemia e hipoalbuminemia como primeiras medidas para evitar recorrência de sangramento.

Em úlcera associada à infecção por H. pylori: a erradicação isolada do H. pylori é a medida de eleição, mostrando-se mais eficaz do que a terapia anti-secretora com e sem manutenção.

Em úlcera associada a AINE: inibidores da bomba de prótons ou misoprostol estão indicados nos pacientes que não podem suspender o AINE.

Em pacientes com varizes esofágicas: betabloqueadores adrenérgicos não-seletivos, associados a nitratos, constituem a medida preventiva de eleição.

O tratamento de SDA deve ser feito para pacientes de alto risco, sendo precedido de identificação endoscópica da causa do sangramento, determinação de fatores de risco e de escores preditivos de re-sangramento.

Em pacientes com úlcera: uso oral de inibidores da bomba de prótons, antes e após a endoscopia para hemostasia por clampeamento, mostrou-se como a medida mais custo-efetiva. Terapias endoscópicas de emergência ou de urgência mostraram a mesma eficácia.

Em pacientes com varizes: o tratamento inclui ressuscitação hídrica, antibacterianos e ligadura endoscópica de emer-gência, associada à somatostatina administrada por 5 dias.

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(até 6 horas). Falha terapêutica ocorreu em 24% dos pacientes submetidos a escleroterapia e em 10% dos que fizeram ligadura das varizes (RR=2,4; IC95%: 1,1-4,9). Falha no controle do san-gramento ocorreu em 15% vs. 4%, respectivamente (P=0,02). Efeitos adversos ocorreram em 28% vs. 14%, respectivamente (RR=1,9; IC95%: 1,1-3,5). Nos que não tiveram falha, a sobrevida em seis semanas foi melhor com a ligadura (P=0,01). Portanto, a ligadura endoscópica de emergência, associada à somatostatina, parece ser a melhor opção no tratamento de sangramento agudo por ruptura de varizes.

Em casos extremos, em que o controle medicamentoso ou en-doscópico não foi obtido, pode ser indicado tratamento cirúrgico. Entre as opções cirúrgicas, aparecem shunt intra-hepático porto-sistêmico transjugular, clipagem transesofágica, com ou sem de-vascularização esofagogástrica, e shunt portocava. Pacientes com doença hepática crônica avançada apresentam mortalidade que se aproxima de 100%, até 30 dias depois do procedimento24.

Referências Bibliográficas

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Este Boletim é direcionado aos profissionais de saúde, com linguagem simplificada, de fácil compreensão. Represen-ta a opinião de quem capRepresen-ta a informação em sólidas e éticas pesquisas disponíveis, analisa e interpreRepresen-ta criticamente seus resultados e determina sua aplicabilidade e relevância clínica no contexto nacional. Tal opinião se guia pela hierarquia da evidência, internacionalmente estabelecida e aceita. Assim, revisões sistemáticas, metanálises e ensaios clínicos de muito bom padrão metodológico são mais considerados que estudos quase-experimentais, estes, mais do que estudos observacionais (coortes, estudos de casos e controles, estudos transversais), e ainda estes, mais do que a opinião de especialistas (consensos, diretrizes, séries e relatos de casos). É pela validade metodológica das publicações que se fazem diferentes graus de recomendação de condutas.

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Vol. 4, Nº 11 -

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