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Avaliação física escolar : análise de ferramentas para identificação de fatores de riscos para doenças cardiovasculares

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Academic year: 2017

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(1)

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Stricto Sensu

em Educação Física

AVALIAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ANÁLISE DE FERRAMENTAS

PARA IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCOS PARA

DOENÇAS CARDIOVASCULARES.

Autor: Daniel Tavares de Andrade

Orientador: Carmen Silvia Grubert Campbell

(2)

DANIEL TAVARES DE ANDRADE

AVALIAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ANÁLISE DE FERRAMENTAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCOS PARA DOENÇAS

CARDIOVASCULARES.

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Educação Física.

Orientadora: Doutora Carmen Silvia Grubert Campbell

(3)

12,5 cm

7,5 cm 7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB 19/12/2012 A553a Andrade, Daniel Tavares de.

Avaliação física escolar: análise de ferramentas para identificação de fatores de riscos para doenças cardiovasculares. / Daniel Tavares de Andrade – 2012.

64f. ; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2012. Orientação: Profa. Dra. Carmen Silva Grubert Campbell

1. Avaliação de riscos de saúde. 2. Obesidade em crianças. 3. Doenças cardiovasculares. 4. Educação física. I. Campbell, Carmen Silva Grubert, orient. II. Título.

(4)

Dissertação de autoria de Daniel Tavares de Andrade, intitulada AVALIAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ANÁLISE DE FERRAMENTAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCOS PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES , apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física, no Programa de Pós-Graduação em Atividade Física e Saúde da Universidade Católica de Brasília, em 20 de abril de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________ Prof. Dra. Carmen Silvia Grubert Campbell

Orientadora – Universidade Católica de Brasília (UCB)

__________________________________________________ Prof. Dra. Julia Aparecida Devide Nogueira

Membro externo - Universidade de Brasília (UNB)

__________________________________________________ Prof. Dr. Rodolfo Giugliano

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação primeiramente a Deus por ter me dado saúde em todos os dias, a oportunidade de estudo em um país onde poucos a têm. Por ter me dado uma família maravilhosa e pais dedicados. Por ter posto em minha vida uma esposa, companheira e amiga, sincera e dedicada.

Agradeço a todos os meus familiares, e aos familiares da minha esposa que tem sido uma única e dedica família, me apoiando nas horas difíceis, e compartilhando as alegrias de todos os momentos.

Aos meus Mestres de graduação, amigos e professores, que sem eles não poderia estar nesse momento. Em especial aos prof. Hildeamo Bonifácio que me ensinou muito além de ser professor, pesquisador, mostrou-me que a amizade no trabalho e na vida são mais valiosos que qualquer coisa. Aos amigos Renato André e Alessandro Oliveira, que me oportunizaram uma nova visão de trabalho, esta que foi o passo inicial para me matricular no mestrado em Educação Física, esses dois são ícones da educação física para mim.

As Professoras Mariana Boquady e Raiane Maiara, Jéssica Cardoso, Isabela Abreu, Luiz Henrique (fisioterapeuta), e a mamãe Suliane Rauber que se prontificaram a ajudar nas coletas de dados na escola Classe 45, sem elas boa parte deste trabalho não sairia do papel.

Agradeço ao professor Amarildo, profissional de Educação Física e diretor da EC 45 de Ceilândia, que faz um trabalho de alto nível na escola, por ter aberto as portas e nos permitido realizar este trabalho.

A todos os pais, Crianças, e responsáveis que confiaram a nós a realização de todos os processos de avaliação e cooperaram de forma positiva para esta pesquisa.

(6)

AGRADECIMENTOS

A Universidade Católica, instituição que tanto admiro e me orgulho de fazer parte desta equipe.

Agradeço a CAPES, por ter concedido bolsa de estudos para que esta pesquisa se tornasse possível.

(7)

RESUMO

(8)

de PAD apresentaram diferenças entre o aparelho oscilométrico e coluna de mercúrio de 59,3% para ≤5mmHg, 82% para ≤10mmHg e 96% para ≤15mmHg obtendo grau B. Para a PAS as diferenças foram de 40,0% para ≤5mmHg, 70% para ≤10mmHg e 86% para ≤15mmHg obtendo grau C. Apesar da correlação significativa entre as mensurações feitas

pelos dois aparelhos, o aparelho Omron (HEM 742) obteve grau C para a PAS, não sendo recomendado para utilização em crianças nesta faixa etária de acordo com a BHS, no entanto o uso do software HWP, poderá facilitar a detecção de casos de obesidade e sobrepeso pelo profissional de educação física em ambiente escolar.

(9)

ABSTRACT

The incidence of overweight (Sp) and obesity (Ob) in children and adolescents increased from

approximately 5% in 80 years to 25-30% in the present day. An effective prevention program

before installing the Sp and Ob in childhood or during the initial stages would contribute to a

better quality of life and reduction of expenses of the family and government with the

treatment of diseases associated with them in the future. Evaluation parameters as simple as

body weight, height, calculate BMI and percent body fat (% BF) by skinfold measurements

and waist circumference and blood pressure (BP) are important tools for early detection of Sp

and Ob and future cardiovascular risk in children. For this, the use of a computerized system

would be needed to assist the work of the professional physical education at school. Few

software for this purpose in children in the market, so the present study aims to test the

applicability and effectiveness of HEALTH WATCH PRO ® software (HWP), HWP for the

issuance of report / report from the anthropometric assessment of body composition and blood

pressure in schoolchildren in the Federal District. For this purpose two groups of 148 children

were evaluated on their weight, height, BMI, and BP. For the latter species was also necessary

to evaluate the efficiency of the oscillometric device for blood pressure measurement (HEM

742) in children according to the protocol of the British Hypertension Society (BHS). The

sample comprised 50 children aged between 6 and 11 years. The oscillometric device was

connected simultaneously to the mercury sphygmomanometer and three consecutive

measurements were performed by checking the difference between them. For data analysis,

the Pearson’s correlation and Bland-Altman agreement were used. The results showed

significant correlations when comparing the three measures of systolic blood pressure (SBP)

and diastolic blood pressure (DBP) between devices (P <0.001). The correlation of SBP (p =

0.752) was higher than that of DBP (p = 0.586). The results of PAD differed between

(10)

15 mmHg to ≤ 96% getting grade B. For SBP differences were 40.0% for ≤ 5 mmHg, 70% to

≤ 10 mmHg and 86% to ≤ 15mmHg getting degree C. Despite the significant correlation

between measurements made by the two devices, the Omron device (HEM 742) obtained

grade C for SBP and is not recommended for use in children in this age group according to

the BHS, however the use of software HWP, may facilitate the detection of overweight and

obesity by physical education teachers in the school environment.

(11)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

%G – Percentual de Gordura BHS - Britsh Hypertension Society

CDC - Center for Disease Control and Prevention DF – Distrito Federal

DIG – Digital DP – Desvio padrão FEM - Feminino

HWP – Health Watch Pró

IMC - Índice de Massa Corporal MASC - Masculino

MERC - Mercúrio

mmHg – Milímetros de Mercúrio. n – tamanho da amostra

OB - Obesidade

OMS – Organização Mundial de Saúde PA – Pressão Arterial

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

1.1- A pandemia da obesidade ... 13

1.2- Obesidade na Infância ... 14

1.3- Hipertensão Infantil ... 18

1.4- Custos da Obesidade infantil ... 19

1.5- Detecção de fatores de risco na escola ... 20

1.6- Softwares de Avaliação infantil ... 23

2. OBJETIVO ... 26

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 26

3 . HIPÓTESES ... 27

4. ESTUDO 1- ANÁLISE DE CONFORMIDADE DO software Health Watch Pró ... 28

4.2 - Avaliação de conformidade de Software ... 28

4.3- Avaliação do Software HWP ... 32

4.4 - Elaboração dos Relatórios ... 33

4.4 - Avaliação Infantil ... 40

4.5 - Avaliação Antropométrica ... 40

4.6- Analise Estatística ... 41

4.7- Resultados ... 42

5. ESTUDO 2- AVALIAÇÃO DO MONITOR DE PRESSÃO ARTERIAL... 44

5.1 - Metodologia ... 44

5.2- Analise Estatística ... 46

5.3 - Resultados ... 47

6. DISCUSSÃO ... 50

7. CONCLUSÃO ... 53

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 55

(13)
(14)

1. INTRODUÇÃO

1.1 - A pandemia da obesidade

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que apresenta riscos à saúde (OMS, 2009). O Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2009) estabelece que a avaliação do sobrepeso e obesidade contribuem para a identificação de indivíduos em faixas de peso corporal acima do que é considerado saudável para uma determinada estatura. O excesso de gordura corporal, segundo a OMS (2009), é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome metabólica e o câncer.

A obesidade é uma condição de etiologia multifatorial, resultante do desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético, podendo ser determinada por fatores genéticos, fisiopatológicos, comportamentais, ambientais e psicológicos (SETIAN et al., 2007).

A epidemia global da obesidade tem aumentado nas últimas décadas em todo o mundo, não sendo mais exclusiva de países desenvolvidos, mas também de países emergentes do Caribe, América Latina e Ásia (OMS, 2000; PEREA-MARTINS, 2008). Nesse caso, a incidência de desnutrição, antes elevada, vem reduzindo e o de sobrepeso e obesidade aumentando, chegando a se tornar um problema de saúde pública (FILHO E RISSIN 2003; IBGE 2002 e 2003; OLIVEIRA E FISBERG 2003).

(15)

ampliados para 39% e 38,5% para o sexo feminino e masculino, respectivamente, se fossem incluídos os indivíduos sobrepesados (REPETTO et al., 2003).

1.2 - Obesidade na Infância

Entre as crianças e adolescentes, os números não são muito diferentes dos adultos. Dehghan et al. (2005) publicaram dados que caracterizam aumentos significativos de 1% ao ano em média , na prevalência de sobrepeso e obesidade em países de 1º mundo, como Reino Unido, França e Espanha nas décadas de 80 e 90.

Oliveira e Fisberg (2003) relataram uma redução na desnutrição em crianças e adolescentes brasileiros (6 a 18 anos) de 19,8% para 7,6% entre o início da década de 70 e o final dos anos 80 enquanto que um incremento no sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% nas regiões nordeste e sudeste do país.

Em estudo com crianças e adolescentes de uma escola particular de Recife, Balaban e Silva (2001) verificaram sobrepeso em 26,2% e obesidade em 8,5% dos estudantes avaliados. Silva et al. (2007) relataram prevalência de sobrepeso de 22,6% e obesidade de 11,3% em pré-escolares alunos de duas escolas particulares da mesma cidade. Em escolares de 5 – 10 anos da cidade de Salvador, Souza Leão et al. (2003) observaram que a obesidade atingia 30% dos alunos de escolas particulares e 8,2% dos alunos de escolas públicas.

(16)

O baixo peso ao nascer, prematuridade (GOODELL et al., 2009; HOLZHAUER et al., 2009; BAIRD et al., 2005), desmame precoce e introdução precoce de alimentação complementar são considerados fatores predisponentes ao excesso de adiposidade corporal (KOLETZKO et al., 2009; SIQUEIRA E MONTEIRO, 2007; SHIELDS et al., 2006).

Os hábitos alimentares e as atividades diárias também se apresentam como variáveis desencadeadoras da obesidade infantil. A combinação entre o aumento na ingestão de fast food, da disponibilidade de comidas congeladas, do consumo exagerado de refrigerantes e do

aumento no tamanho da porção deste tipo de alimento, com a desgastante e excessiva jornada de trabalho dos pais tem provocado uma importante transição nos hábitos alimentares das crianças (WARDLE E CARNELL, 2006; ROSENKRANZ E DZEWALTOWSKI, 2008; WELSH et al., 2005; NEWBY, 2007). Além disso, as novas tecnologias trouxeram um aumento nos comportamentos sedentários no dia-a-dia das crianças. O uso exagerado de videogame, computadores, televisão e DVD no tempo livre das crianças, combinado com

fatores externos como a falta de locais adequados à prática de atividades, a violência urbana e a diminuição do tempo das aulas de educação física, tornam a prática de atividade física cada vez menos atraente para crianças e adolescentes (SALLIS et al., 2000; HILLS et al., 2007). Aliado a isso, milhares de crianças brasileiras em idade escolar, com menos de 10 anos, que estudam em escolas estaduais não tem aula de Educação Física escolar com o professor formado em Educação Física, ao contrário das que estudam em escolas particulares.

As influências dos hábitos dos pais como hábitos alimentares inadequados e sedentarismo também são fatores que contribuem para o aumento da incidência de sobrepeso e obesidade na infância (WHITAKER 1997; MELLO, LUFT E MEYER 2004; ARRUDA e LOPES 2007).

(17)

41,7% destes pais não estavam preocupados com o peso dos filhos. Dos pais que mostravam preocupação, grande parte não lembrava a última vez que o IMC da criança foi calculado pelo seu pediatra e não recordavam ter conversado sobre o assunto “obesidade” com o médico.

Todos os pais de crianças obesas acharam essencial a discussão sobre o assunto com pediatras, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais da área da saúde. A falta de percepção do peso do filho pelos pais é fator preocupante, pois estes tendem a não favorecer comportamentos que previnam o desenvolvimento da obesidade.

Gerner et al. (2006) verificaram que dos 34 clínicos gerais australianos investigados, apenas um calculava o IMC das crianças e nenhum utilizava curvas de crescimento como referência. Spurrier et al. (2006) observaram uma tendência de pediatras australianos classificarem crianças sobrepesadas como eutróficas. Nesse mesmo estudo, observou-se que os médicos não mediam regularmente as crianças eutróficas, realizando este procedimento em aproximadamente 80% das crianças sobrepesadas e poucos pediatras calculavam o IMC delas. A medida da circunferência da cintura tem sido também indicada na contribuição do controle do peso, por possuir correlação significativa e positiva com indicadores de adiposidade e fatores que predispõem ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares como sobrepeso, IMC elevado, pressão arterial elevada, síndrome metabólica, dislipidemia e % de gordura elevado em crianças e adultos.

(18)

Para Wieting (2008), se a epidemia da obesidade infantil não for combatida, é possível que as crianças de hoje tenham uma vida mais curta e menos saudável que seus pais, além da alta probabilidade de falecerem antes deles.

É importante que a equipe multiprofissional que acompanha o desenvolvimento da criança com excesso de adiposidade sensibilize tanto a criança quanto os pais sobre a importância da manutenção do IMC e demais parâmetros dentro de valores considerados saudáveis, pois muitas vezes a criança pode estar empenhada em modificar seus hábitos, porém não é ela que detém o poder de decisão e de compra dentro da família (IAMPOLSKY, 2010).

Na criança o sobrepeso e a obesidade estão associados ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, tais como: diabetes tipo 2, hipertensão, hipercolesterolemia e doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e apneia do sono (OMS 2000; SHARMA, 2009) além de causar prejuízos afetivos e comportamentais que podem levar à baixa auto-estima, depressão, isolamento, dificuldades de aprendizagem, agressividade, levando a transtornos psicológicos e em casos mais graves até ao suicídio (SISTO, 2005; MURPHY, 2008;). Sabe-se que uma das possibilidades de fuga destas situações é a hiperfagia, que Sabe-se trata do consumo exagerado de alimentos a fim de buscar satisfação. Pessoas obesas tem 5 vezes mais chances de comer mais durante um período de pressão do que um não obeso (MURPHY, 2008). Isso tudo, quando iniciado na infância, pode resultar em sérias complicações de saúde durante a juventude que permanecerá na vida adulta (IAMPOLSKY, 2010; Whitaker, 1997) causando muitos prejuízos às pessoas e aos cofres públicos.

(19)

1.3 - Hipertensão Infantil

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos fatores de risco associado ao sobrepeso e obesidade que pode ser iniciada na infância, sendo geralmente classificada em crianças e adolescentes por meio de percentis considerando-se a idade, sexo e o percentil da estatura (NHBPE, 2004; FALKNER, 2008). A Tabela 1 apresenta os valores de classificação de normotenso a hipertenso estágio 2 para crianças e adolescentes de acordo com os percentis para estatura.

Tabela 1 – Tabela de classificação da pressão arterial de acordo com o percentil da estatura, idade e sexo.

Classificação Percentil Sistólica e Diastólica Normotenso <90

Pré hipertenso ≥90 e ≤95

Hipertenso estágio 1 >95 e ≤99 + 5mmHg Hipertenso estágio 2 ≥99 + 5mmHg Fonte: Falkner, 2008.

(20)

Valores elevados de pressão arterial adquiridos na infância tendem a continuar na maioridade, e os fatores que afetam a pressão arterial nesta faixa são favoráveis ao aumento de peso (WANG, 2008).

Atualmente observa-se a necessidade de incentivar também a avaliação da pressão arterial em crianças (WHITAKER,1997; MION 2006; OLIVEIRA,1999) e não somente o peso e a estatura, já que sobrepeso e a obesidade estão associados a PA elevada, e quando não tratados na infância, repercutem negativamente ao longo da vida. Caso não hajam estratégias públicas imediatas, poderá acarretar em maiores gastos futuros, onerando ainda mais o estado e sobrecarregando o sistema de saúde pública (MUCKELBAUER, 2009), além dos prejuízos para qualidade de vida da criança e sua família.

1.4 - Custos da Obesidade infantil

O excesso de peso não traz somente prejuízo para a saúde do indivíduo, mas também para os cofres públicos. Nesse caso toda a população perde, pois recursos deixam de ser investidos em outras áreas para serem destinados ao sistema de saúde para tratamento de doenças advindas do excesso de peso.

O sistema único de saúde brasileiro (SUS), que abrange 75% das internações, teve um gasto de US$ 36.007.918,00 no ano de 2001 relacionado ao sobrepeso e obesidade, representando entre 3,2 e 5,85% dos gastos totais do SUS (SICHIERI et al, 2007).

(21)

Tabela 2 - Gasto total do governo, por faixa etária, para tratamento de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas no período de agosto/2008 a agosto/2009.

Faixa etária 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos Total

Doenças endócrinas

nutricionais e metabólicas R$ 5.312.071,93 R$ 3.267.303,82 R$ 3.392.380,74 R$ 11.971.756.49 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Tabela 3 – Gasto total do governo por faixa etária no período de agosto/2008 a agosto/2009 para tratamento da hipertensão, obesidade e diabetes (CID-10).

Faixa etária 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59anos Total Hipertensão 222.266,14 822.332,32 1.713.517,03 3.740.130,60 5.709.585,12 12.207.831,21

Obesidade 297.253,26 4.374.504,65 7.775.273,86 6.283.008,98 3.496.122,03 21.928.909,52

Diabetes 1.692.064,78 4.296.058,41 6.410.388,97 9.391.642, 00 14.905.864,53 36.696.018,69

Total 2.211.584,18 9.492.895,38 15.899.179,86 19.414.781,58 24.111.571,68 71.130.012,68 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Sem dúvida, estes gastos seriam menores se houvesse um programa de prevenção efetiva nos estágios iniciais do sobrepeso e obesidade infantil, ou até mesmo antes da instalação dos mesmos durante a infância.

1.5 - Detecção de fatores de risco na escola

(22)

O professor de Educação Física, como um profissional da área da saúde na escola, além de realizar as medidas antropométricas, pode mensurar a pressão arterial das crianças e intervir de forma educativa também na prevenção da HAS.

A identificação baseada nas definições atuais de sobrepeso e obesidade é útil para reconhecimento geral de problemas de saúde e discussões potenciais com pais e crianças sobre a necessidade de prevenir, com controle alimentar e prática regular de exercícios físicos, o sobrepeso e a obesidade.

A avaliação do IMC é considerada uma importante ferramenta de acompanhamento do desenvolvimento de sobrepeso e obesidade em escolares a medida que possui correlação positiva com o sobrepeso, obesidade e HAS. Esta avaliação tem sido extensivamente empregada em programas nutricionais em escolas norte-americanas, sendo os relatórios posteriormente enviados aos pais das crianças para contato com pediatras, nutricionistas e educadores físicos, caso necessário (NIHISER et al., 2007).

Os objetivos da utilização do IMC em ambiente escolar devem englobar a prevenção do nível de obesidade em uma população; a correção de interpretações errôneas de pais sobre o peso das crianças; a motivação para pais e filhos adquirirem hábitos de vida saudáveis; a motivação para procura de profissionais habilitados para tratar do problema em questão; e o aumento da atenção dos administradores, professores e funcionários da escola sobre a importância do controle do excesso de peso entre os alunos. Ademais, a escola deve deixar bem claro que está avaliando os alunos porque se preocupa com a sua saúde, e não para fazer críticas sobre sua aparência ou como os pais criam seus filhos (NIHISER et al., 2007).

(23)

identificar perfis de hipertensão em crianças (FLORES-HUERTA, 2009), bem como o índice de massa corporal (IMC).

Segundo WHO (2009), para crianças entre 5 e 10 anos considera-se eutrófico, sobrepesado e obeso os respectivos percentis 3º ao 85º; 85º ao 97º; e acima de 97º.

Conscientizar a criança sobre sua composição corporal e educa-la sobre a importância de manter um peso estável para sua idade pode tornar o processo de redução do sobrepeso e obesidade mais eficiente. No entanto são escassos na literatura trabalhos que tiveram esse cuidado de identificar os fatores de risco e ao mesmo tempo adequar a forma de reportar o resultado de sua avaliação para a própria criança, respeitando o nível de compreensão da criança por meio de estratégia educativa e motivacional. Em nossa revisão de literatura não foram encontrados trabalhos tanto nacionais quanto internacionais que explicitassem a entrega dos resultados aos avaliados.

Uma possível explicação para este fato pode ser a dificuldade de se processar e analisar os resultados para se encontrar os percentis da estatura para idade, peso para idade, IMC para idade, o que demanda tempo em função da grande quantidade de tabelas e gráficos a serem analisados.

Tal fato pode se dar pela escassez, tanto de programas intervencionistas no que tange a avaliação de crianças em ambientes escolares e clínicos, quanto pela falta de instrumentos que proporcionem agilidade destas avaliações.

(24)

aproximadamente 10 minutos para realizar aferição de cada adolescente, com aparelho de coluna de mercúrio.

O desenvolvimento de novas tecnologias, como o desenvolvimento e validação de aparelhos de pressão oscilométrico para crianças, bem como a elaboração de softwares de monitoração do seu desenvolvimento, poderão contribuir para tornar as avaliações mais eficientes e periódicas nas escolas.

1.6 - Softwares de Avaliação infantil

A OMS (2012) desenvolveu o AnthroPlus ® ,um software de avaliação do crescimento da criança, desde o nascimento até completar 20 anos. Este tem como finalidade apresentar de forma prática o percentil em que a criança se encontra e também o escore-z. É um programa disponível em 3 idiomas (inglês, espanhol e russo), e ainda apresenta os resultados plotados em gráficos em suas respectivas curvas de crescimento.

Outra ferramenta é o HEALTH WATCH PRO® desenvolvido pela Bio Visual Tech ®. Trata-se de um software de aparente facilidade para avaliação de crianças desde o nascimento até adultos com 20 anos de idade, em que os resultados podem ser exportados para uma planilha eletrônica, facilitando ao pesquisador avaliar rapidamente um grupo de crianças e assim traçar estratégias efetivas de intervenção

(25)

provavelmente dirão respeito a suas qualidades intrínsecas: elegância do design, correção lógica, desempenho, robustez, concisão, tolerância a falhas, portabilidade, dentre outras. A literatura sobre avaliação de softwares é abundante em adaptações de tabelas que ora se adaptam ao tipo de software (independentemente do conteúdo veiculado) ora se adaptam ao tipo de ferramenta (software ou site) (GLADCHEFF et al., 2001).

Por outro lado é possível, e freqüentemente necessário, avaliar o software também do ponto de vista do usuário. Neste caso, as características que serão avaliadas provavelmente serão aquelas relacionadas à sua aplicabilidade, utilidade e facilidade de uso (CHAVES, 2000).

Na área de software, alguns autores (VIEIRA, 1999; CHAVES, 2000) questionam também quando um software é aprovado em todos os testes, mas não ser útil. As avaliações formam um conjunto de fatores e condições necessárias para um resultado positivo do aplicativo. No entanto, não é nem mesmo em seu conjunto, condição suficiente. Quando a avaliação do software é realizada da perspectiva do usuário, deve ser observado em que medida, o software é aplicável na solução de problemas reais, se responde às necessidades dos usuários e, sendo assim um aplicativo útil, de fato.

O HWP é um software recente no mercado, por isso não encontramos relatos científicos da sua utilização. Assim, são necessárias avaliações de curto e longo prazo em crianças e adolescentes, o que permitirá observar as condições ainda não atendidas nessa avaliação. É necessário também realizar algumas observações quanto a qualificação dos profissionais de educação física para seu uso.

(26)

específicos das letras “a” a “d” e a segunda sobre a validação do aparelho de pressão arterial

(27)

2.

OBJETIVO

Traduzir e avaliar o software HEALTH WATCH PRO®, o monitor de pressão arterial digital OMRON HEM 742 como ferramentas para identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares em escolares, e desenvolver uma curva de crescimento ilustrada.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Traduzir o Software HEALTH WATCH PRO® para o idioma Português.

b) Analisar a conformidade do software HEALTH WATCH PRO®;

c) Criar e emitir um relatório a partir da avaliação, sendo este ilustrativo, didático e com linguagem infantil voltada para a criança;

d) Emitir um relatório ao responsável, orientando-o a saúde da criança, bem como, orientação sobre hábitos saudáveis;

(28)

3 .

HIPÓTESES

O HWP será uma boa ferramenta para identificar casos de hipertensão e obesidade infantil no ambiente escolar. Também presumimos que este software facilitará a logística de avaliação antropométrica em um grande número de crianças de forma mais rápida e efetiva pelo professor de educação física.

(29)

4. ESTUDO 1- ANÁLISE DE CONFORMIDADE DO

software

Health Watch Pró

4.1 - Tradução do software

O software HWP foi desenvolvido em linguagem C++, seu idioma original é o inglês. Devido a dificuldade de interpretação dos resultados e do laudo emitido pelo programa, foi proposto ao proprietário da BV Tech® que realizássemos a tradução do programa para o português do Brasil. Após sua autorização, nos foram enviados os arquivos editáveis para tradução. A tradução foi redigida no editor de texto Microsoft® Word 2011 e reenviada a BV Tech® para que fossem atualizadas no software.

A primeira versão em português do software HWP foi concluída em 20 de Maio de 2012.

4.2 - Avaliação de conformidade de Software

Segundo Chaves (2000) “na área da saúde, a avaliação de softwares e aplicativos deve ser feita primariamente do ponto de vista do usuário. Isto significa que a tarefa de

avaliação não deve, necessariamente, lidar apenas com as questões complexas relacionadas

a ciência da computação e engenharia de software, mas deve também responder a questões

como estas:

- O software, na forma em que se encontra, é de grande, média ou pequena utilidade?

- Pode o software se tornar útil se sofrer modificações?

- Podem essas modificações serem feitas de maneira rápida, fácil e não onerosa?

Software aplicativo na área da saúde não pode ser avaliado por especialistas, seja em

(30)

realizada em contextos onde exista "expertise" tanto em informática como em saúde ou onde

se possa facilmente reunir esses "experts".

À luz dessas considerações, alguns critérios gerais podem ser definidos para a

avaliação de software aplicativo na área da saúde.

4.2.1. Critérios Relativos ao Desempenho

Para avaliar o desempenho de um software, é preciso determinar se, e em que medida,

ele possui as seguintes características:

a) Eficácia, ou a capacidade de produzir os resultados pretendidos e desejados.

b) Confiabilidade, ou a capacidade de produzir os resultados pretendidos e desejados

sem erros.

c) Exatidão, ou a capacidade de lidar com o grau de precisão, em representação

numérica, e correção, nos cálculos, que a tarefa em questão requerer.

d) Consistência, ou a capacidade de sempre produzir os mesmos resultados quando os

mesmos dados são processados.

e) Eficiência, ou a capacidade de operar sem problemas, exigindo o mínimo de

recursos para produzir os resultados pretendidos e desejados.

f) Transparência, ou a capacidade de refletir, apropriadamente e sem distorções, o

mundo real através do modelo conceitual adotado.

g) Segurança, ou a capacidade de preservar a integridade dos dados na eventualidade

(31)

h) Expansibilidade, ou a capacidade de absorver mais funções ou maior quantidade

de dados, sem necessidade de alterações estruturais.

4.2.2. Critérios Relativos à Interface com o Usuário

Para avaliar a interface com o usuário de um software, é preciso determinar se, e em

que medida, ele exibe as características a seguir:

a) Facilidade de instalação, customização e desinstalação.

b) Facilidade de uso e operação, incluindo opções para interatividade, orientação

para objetos, utilização de mouse, menus, janelas, ajuda on-line, etc.

c) Capacidade de lidar com monitores de alta resolução e em cores, quando essas

características se fazem necessárias ou recomendáveis.

d) Capacidade de aceitar caracteres internacionais, acentos, formas de escrever data,

hora, e valores financeiros.

e) Capacidade de ser facilmente traduzido para outras línguas.

f) Documentação correta e de excelente qualidade, tanto em termos técnicos como de

apresentação visual e comunicação, escrita em termos e com exemplos relacionados ao

campo de aplicação.

4.2.3. Critérios Relativos ao Hardware e Outros Softwares

Para avaliar a versatilidade de um software, em relação ao hardware ou a outros

softwares, é preciso determinar se, e em que medida, ele exibe as seguintes características.

a) Capacidade de ser executado em diferentes tipos de hardware.

(32)

c) Flexibilidade para adaptar a diferentes tipos de ambientes de computação, como,

por exemplo, redes locais.

d) Capacidade de realizar transferência de dados on-line e de trocar dados com

software executável em outros equipamentos.

e) Capacidade de gerar dados que possam ser acessados por outros softwares e de acessar dados gerados por outros softwares.”

Desta forma foi realizado um check-list generalizado com as características a serem avaliadas no software HWP com classificação satisfatória, insatisfatória ou inconsistente.

CARACTERÍSTICA DESEMPENHO do HWP

Eficácia Satisfatório

Confiabilidade Satisfatório

Exatidão Satisfatório

Consistência Satisfatório

Eficiência Satisfatório

Transparência Inconsistente

Expansibilidade Satisfatório

Facilidade de instalação Satisfatório Facilidade de uso e operação Satisfatório Aceita monitores de alta resolução Satisfatório

Aceita caracteres internacionais Satisfatório / Inconsistente

Tradução para outros idiomas Insatisfatório Executado em diferentes tipos de hardware Insatisfatório

Compatibilidade com vários tipos de interface e protocolo

(33)

Flexibilidade para adaptar a diferentes tipos de ambientes de computação, como, por exemplo, redes locais.

Satisfatório

Capacidade de realizar transferência de dados on-line e de trocar dados com software executável em outros equipamentos

Satisfatório

Capacidade de gerar dados que possam ser acessados por outros softwares e de acessar dados gerados por outros softwares.

Satisfatório

Adaptado de Chaves (2000).

4.3 - Avaliação do Software HWP

(34)

Quadro 1. Análise de Conformidade de softwares.

Dados Health Watch Pró Anthro Plus

Nome e sobrenome Satisfatório Satisfatório

Data de nascimento Satisfatório Satisfatório

Idade (calculada) Satisfatório Satisfatório

Idade (inserida pelo usuário) Satisfatório Não atende

Raça Satisfatório Não atende

Código de Identificação Satisfatório Satisfatório Gênero (masc e fem) Satisfatório Satisfatório

Estatura (kg) Satisfatório Satisfatório

Massa corporal (cm) Satisfatório Satisfatório Circunferência da cabeça Satisfatório Não atende Circunferência do braço Satisfatório Não atende Dobra cutânea subescapular Satisfatório Não atende Dobra cutânea Triciptal Satisfatório Não atende Pressão Arterial (PAS e PAD) Satisfatório Não atende Circunferência da Cintura Satisfatório Não atende Testes de desenvolvimento motor Satisfatório Não atende

Dados de Hemograma Satisfatório Não atende

Possibilidade de inserir outros dados Satisfatório Não atende Exportar dados para outros softwares Satisfatório Parcialmente Importar dados de outros softwares Satisfatório Não atende Análise de idade x estatura x peso Satisfatório Satisfatório Relatórios destas análises Satisfatório Não atende Gráficos das curvas de Crescimento Satisfatório Satisfatório Evolução das curvas de crescimento Satisfatório Satisfatorio

Cálculo Percentis Satisfatório Satisfatório

Cálculo Z-scores Satisfatório Satisfatório

Idioma Português Não atende Não atende

Adaptado de Chaves 2000.

4.4 - Elaboração dos Relatórios

Relatório para os pais e crianças

(35)

Figura 1. Relatório emitido pelo HWP para os pais em idioma Português. Fonte: Bvtech

(36)

Anteriormente à tradução para o português, utilizamos a versão 3.0 do HWP, que apresenta as curvas de IMC com padrão do CDC (2000). Entretanto no presente trabalho foi adotado o padrão mais recente da OMS (2007). Um fator importante e limitante a ser considerado foi a utilização do HWP para plotar os pontos de identificação do percentil da criança na curva da OMS, apesar do sistema ser somente com referências do CDC. Acreditamos que esta adaptação, apesar de limitante não trouxe qualquer prejuízo na metodologia, uma vez que a ilustração, que era o foco do relatório, estava de acordo com o padrão mais recente, OMS 2007.

O processo se iniciou com a diagramação da ilustração tendo como plano de fundo as curvas da OMS e CDC (figuras 3 e 4 respectivamente) tanto masculinas quanto femininas.

(37)

Figura 4. Curva do IMC feminino, OMS 2007

(38)
(39)
(40)

Q

Quadro 2. Figuras A e B criadas com linguagem infantil ilustrativa feita sob plotagem da curva de crescimento no HWP.

Assim ao se entregar a curva ilustrada do IMC, também foram expostos o significado da situação da criança em relação ao desenho, onde aqueles que, ao se apresentarem dentro dos valores considerados desejados foi estimulado a assim continuar, bem como sobre a importância dos hábitos saudáveis de vida, e para aqueles que se apresentavam abaixo do percentil 5 e acima do percentil 85 receberam orientações sobre alimentação, e prática regular de atividade física (brincadeiras). Seus pais, ao receberem os relatórios, foram orientados a buscar acompanhamento nutricional e promover mudanças no estilo de vida de seus filhos, principalmente na redução do consumo de alimentos hipercalóricos (doces, hambúrgueres e outros) e proporcionar mais momentos ativos com brincadeiras ativas e diminuição do tempo assistindo TV, vídeo-game e computador.

(41)

4.4 - Avaliação Infantil

Um convite foi enviado e aceito pela Escola Classe 45 de Ceilândia, para que participasse do projeto e tivessem suas crianças avaliadas e os laudos entregues. A pesquisa teve início após aprovação do comitê de ética e pesquisa da Universidade Católica de Brasília – UCB, com processo número 082/2010.

Foram avaliadas 146 crianças em sua massa corporal, estatura, índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura ( %G), pressão arterial (PA) e Perímetro da cintura. Foram atendidas às exigências da resolução 196/96, onde todo o procedimento é indolor, não apresentando riscos a saúde da criança e tendo o consentimento devidamente autorizado e assinado pelos seus responsáveis. Os voluntários poderiam se negar a participar da pesquisa em qualquer momento sem que houvesse ônus ou prejuízo pessoal.

A equipe de avaliadores foram compostas de estudantes do programa de mestrado e graduação em educação física. Foram treinados e orientados a efetuarem a coleta no mesmo padrão afim de evitar erros intra avaliadores.

Por questões de logística a entrega dos relatórios foram feitas simultaneamente para todas as crianças de cada turma, assim uma única explicação sobre a ilustração e foi dada a turma. Os casos mais extremos (obesidade ou baixo peso) foram entregues individualmente. Cada criança recebeu o seu relatório (ilustrado) e um relatório para ser entregue ao responsável.

4.5 - Avaliação Antropométrica

4.5.1 - Avaliação da Estatura:

(42)

possível de roupas para uma melhor análise da posição do corpo (MARINS & GIANNICHI, 1998).

4.5.2 - Avaliação da Massa corporal:

O avaliado foi posicionado em pé na balança com precisão de 100g (Tanita UM 080W), com afastamento lateral dos pés, sobre a plataforma em posição com o olhar num ponto fixo a frente, usando o mínimo de roupa possível, sendo realizada apenas uma medida

4.5.3 - Cálculo do Índice De Massa Corporal – IMC:

O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da divisão do peso em kg pela altura em metros ao quadrado (IMC=kg/m2). A classificação do IMC das crianças avaliadas foi a partir de valores escore-z e percentil do IMC por idade (5-19 anos) de acordo com (WHO, 2009) em que foram classificadas como sobrepesadas crianças entre +1,00 e +1,99 desvios padrões (DP) acima da mediana ou entre 85 e 97 percentil; e como obesas as crianças que estiverem acima de +2,00 DP para idade ou acima do 97 percentil. (HEYWARD, 2004).

4.5.4 - Avaliação da Circunferência da Cintura

A medida da circunferência da cintura foi realizada na menor circunferência localizada entre o ponto médio do último arco costal e a crista ilíaca, utilizando-se uma trena antropométrica com precisão de 0,1 cm. Para a classificação da saúde das crianças a partir da circunferência da cintura foi utilizada a referência de Freedman (1999) de acordo com o Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (2009).

4.6 - Analise Estatística

(43)

4.7- Resultados

Neste sentido nosso trabalho é inédito por tornar as crianças como epicentro no processo de conscientização sobre o seu crescimento. Para Almeida (2000), a “verdadeira” aprendizagem ocorre quando o indivíduo consegue integrar a informação que lhe chega, agregando as informações que já possui. Somente levando-se esse aspecto em consideração podemos falar em aprendizagem como construção de conhecimento. Nesse sentido ao passar a informação sobre as curvas de crescimento para a criança ela estará compreendendo sua situação atual de composição corporal e a partir de então poderá fazer parte do processo de mudança de suas condutas e hábitos.

Até a realização deste trabalho, apenas um artigo foi publicado utilizando o HWP como ferramenta de coleta, ICE, (2009). Porem o trabalho não tinha como objetivo o questionamento sobre o software. Apesar de ser um software comercial e não encomendado, em nossa pesquisa verificamos que o programa atende as principais necessidades para avaliação infantil em ambiente escolar (quadro 1). A realização do presente trabalho permitiu a avaliação de crianças e a verificação do funcionamento da rotina de avaliação com o uso do software. Assim, das 146 crianças avaliadas, 65% apresentaram IMC dentro da normalidade, 6% apresentaram baixo peso, 14% estão classificadas com sobrepeso, 4% obeso e 11% em obesidade grave. Do total da amostra, 29% das crianças apresentam-se acima do IMC ideal para faixa etária.

(44)

OMS 2009). A figura 7 e tabela 1 apresentam os percentuais gerais (meninos e meninas) e sua classificação segundo o IMC para idade.

Figura 7. Incidência das diferentes classificações do IMC da amostra.

Em estudo de Leão (2010), foram avaliados 487 escolares, sendo 250 meninas e 237 meninos. Observou-se que 35,8% dos meninos e 33,2% das meninas encontravam-se nos níveis considerados elevados para o percentual de gordura: moderadamente alto, alto e muito alto.

Na cidade de Campos dos Goytacazes - RJ, foi identificado que 23% dos meninos e 55% da meninas já estão acima do peso. Em crianças abaixo de 10 anos de idade, observou-se a percentagem total de sobrepeso é de 20% e 12%, obesidade 17% e 8%, de meninos e de meninas, respectivamente, das escolas pública e particular (MESQUITA, 2008).

Para Leão (2010), a educação física na rede escolar possui condições para contribuir no combate ao sobrepeso e obesidade, apesar dessa consideração, a rede pública do Distrito federal, não oferece essa disciplina em seu plano pedagógico de séries iniciais. Para o autor, essa poderia ser uma das formas, aliada da de se intensificação da orientação nutricional, tanto aos alunos, como também aos seus pais e responsáveis, a fim de que essas crianças e jovens não se tornem adultos obesos.

(45)

como mais uma ferramenta a ser utilizada pelo profissional na prevenção, no diagnóstico e controle da obesidade precoce. A utilização do HWP em ambiente escolar oferece uma maior facilidade na detecção e repasse de informações sobre a situação de saúde para as crianças. Assim quanto mais precocemente for realizada a identificação de aumento no sedentarismo em crianças poderemos prevenir o sobrepeso, obesidade e doenças a ela relacionadas. Para isso o software HEALTH WATCH PRO®, apresenta conformidade satisfatória com as principais necessidades de avaliação antropométrica de um professor de educação física. É possível emitir relatórios que facilitarão o processo de educação sobre a obesidade infantil.

5. ESTUDO 2- AVALIAÇÃO DO MONITOR DE PRESSÃO

ARTERIAL

5.1 - Metodologia

Da amostra foram selecionadas 50 crianças (21 meninas e 29 meninos) de 6 a 11 anos. A pesquisa teve início após aprovação do comitê de ética e pesquisa da Universidade Católica de Brasília – UCB, com processo número 082/2010. No primeiro momento foram realizadas medidas da massa corporal (balança da marca GLICOMED®) e estatura por meio de estadiômetro de metal fixado à parede com precisão de 0,1 cm e extensão máxima de dois metros, marca Sanny®, para caracterização da amostra. No segundo momento, em dias após as primeiras medidas, foram realizadas aferições de PA das crianças. Inicialmente foi solicitado para que as crianças sentassem em uma cadeira para que fosse realizada a adequação do tamanho correto do manguito ao braço (ARAÚJO, 2008). Para classificar o tamanho do manguito foi feita medida da circunferência do braço com uma trena metálica da marca Sanny® com intervalos de 0,1 cm e extensão de 200 cm, no ponto médio entre o olécrano e o acrômio (SBC/SBH, 2010; ARAÚJO, 2008).

(46)

12 cm de largura para crianças com braços com circunferência entre 12 e 17cm, 17 e 20cm, e 24 e 32 cm respectivamente (SEEMAN, 2006; ARAÚJO et al, 2008). A mensuração correta da PA, que deve incluir a escolha do manguito, é extremamente importante para a credibilidade com relação ao valor da pressão arterial obtido, pois manguitos estreitos ou largos em relação à circunferência braquial podem resultar valores supererestimados ou subestimados respectivamente, em relação aos valores reais da pressão arterial (ARAÚJO et al, 2008).

As mensurações da PA foram realizadas em uma sala de aula em que não estava tendo aula, aos 5min da criança em repouso sentada em silêncio absoluto, com as pernas descruzadas e os pés apoiados no chão, dorso recostado e relaxado na cadeira confortável, de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010). A braçadeira foi posicionada no braço direito que foi mantido na altura da linha do coração.

O aparelho Omron HEM 742, que consiste em um aparelho eletrônico e digital de mensuração da PA de braço, com inflação e deflação automática do ar, foi o aparelho testado contra a coluna de mercúrio no presente estudo. O método de mensuração deste aparelho é o oscilométrico com variação de pressão arterial de 0 a 280 mmHg.

O aparelho oscilométrico foi conectado simultaneamente ao esfigmomanômetro de coluna de mercúrio (MISSOURY®). O mecanismo de insuflação do aparelho foi ativado para a realização de três medidas consecutivas com intervalo de 2 minutos entre elas. Para registro dos resultados obtidos foram necessários dois observadores, um para a coluna de mercúrio e outro para o oscilométrico. Ambos não trocavam informações sobre os valores dos aparelhos, seguindo as recomendações da BHS.

(47)

indica que os aparelhos devem alcançar no mínimo o grau B para Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) para serem instrumentos válidos. Os respectivos graus e seus valores estão descritos no Quadro 1. O protocolo da BHS concorda com a necessidade da padronização da validação em função que: 1) a contínua comercialização não controlada de aparelhos imprecisos resultaria em diagnóstico e intervenções inadequadas; 2) sem a padronização, a comparação entre os resultados tornar-se-ia muito difícil e poderia haver necessidade de repeti-los, sendo isto inviável muitas vezes.

5.2 - Analise Estatística

Inicialmente foi realizado teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e homogeneidade de variância pelo teste de Levene. Após verificar normalidade foi realizado o Teste-t pareado de Student para comparar os valores médios de PA entre as mensurações auscultatória e digital. As diferenças de valores pressóricos entre as idades foram analisadas por meio da ANOVA one-way com post hoc de Tukey. O coeficiente de correlação de Pearson foi empregado para verificar a relação entre os valores de PA obtidos nos dois métodos de aferição, sendo a concordância testada por meio da plotagem de Bland-Altman (1986). Para análise estatística utilizou-se o software SPSS® versão 13.0 para Windows® e o software MedCalc® para realizar a plotagem de Bland-Altman(1993). O nível de significância utilizado foi p<0,05.

(48)

5.3 - Resultados

A Tabela 2 representa a caracterização da amostra de acordo com o gênero, e a Tabela 3 estão apresentadas as médias e desvio padrão dos valores obtidos das mensurações da pressão arterial.

Tabela 2. – Valores médios (+DP) de caracterização da amostra.

Gênero n Média DP Mínimo Máximo Massa corporal

(kg)

Fem 21 29,6 8,5 18,4 50,6

Masc 29 31,3 8,6 21,3 54,0

Total 50 30,5 8,5 18,4 54,0

Estatura (cm) Fem 21 127,7 12,1 111 161

Masc 29 130,1 13,4 114 159

Total 50 129,1 12,8 111 161

Idade (anos) Fem 21 8,7 1,4 6 11

Masc 29 8,0 1,6 6 11

Total 50 8,3 1,5 6 11

Braço direito (cm) Fem 21 19,5 2,2 16 23

Masc 29 19,8 2,4 16 26

Total 50 19,7 2,3 16 26

Fem – Feminino; Masc – Masculino.

Tabela 3. – Pressão arterial sistólica (PAS) e Pressão arterial diastólica (PAD) obtidas em mmHg nas três mensurações em ambos equipamentos.

SEXO PAS DIGITAL PAS MERCURIO PAD DIGITAL PAD MERCURIO

FEM

Média 107,0 104,7 105,3 99,8 98,4 99,8 61,3 61,2 61,0 60,6 60,7 59,0 DP 11,6 10,5 11,1 12,5 9,2 10,0 6,2 7,3 6,9 10,2 8,4 8,8 n 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21

MASC Média 109,5 107,3 104,4 101,7 100,2 98,8 62,4 60,8 61,7 61,9 59,9 61,8 DP 11,2 12,5 11,1 11,3 10,5 11,3 7,7 8,8 6,9 8,4 9,0 8,6 n 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29

Total

Média 108,4 106,2 104,8 100,9 99,4 99,2 62,0 61,0 61,4 61,3 60,2 60,6 DP 11,3 11,7 11,0 11,7 9,9 10,7 7,0 8,1 6,9 9,1 8,7 8,7 n 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 Fem – Feminino; Masc – Masculino.

(49)

esfigmomanômetro de coluna de mercúrio. Já a PAD apresentou menor variação entre os aparelhos.

Figura 8. – Comparação entre as medidas de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) entre os aparelhos digital (dig) e de mercúrio (merc).

Ao verificar a relação entre os valores de PA obtidos nos dois métodos de aferição, foram observadas correlações positivas quando comparadas as três medidas de PAS e PAD entre o aparelho digital e de mercúrio (P<0,001), porém a correlação entre as mensurações de PAS (0,752) foi maior que a de PAD (0,586).

Tabela 4. Valores de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) realizadas no aparelho digital (DIG) e no de mercúrio (MERC) nas três mensurações.

Comparação Correlação

PAS DIG 1 x PAS MERC1 0,770

PAD DIG 1 x PAD MERC1 0,475

PAS DIG 2 x PAS MERC2 0,768

PAD DIG 2 x PAD MERC2 0,669

PAS DIG 3 x PAS MERC3 0,724

PAD DIG 3 x PAD MERC3 0,612

TOTAL PAS 0,752

TOTAL PAD 0,586

p <0,001

(50)

confiança de 95% estipulado para a média das diferenças observadas (Fig.9). Já para a PAD, somente 4% das observações situaram-se fora do mesmo intervalo de confiança (Fig. 10).

Figura 9 e 10 - Plotagem de Bland-Altman para os valores médios da diferença entre os aparelhos de pressão arterial sistólica e diastólica; DP = desvio padrão.

De acordo com os critérios de precisão apresentados pela BHS, para se atingir um determinado grau de classificação, as três porcentagens devem-se acumular e ultrapassar os valores estimados (quadro 1). No quadro 2 observa-se que a PAS apresentou um resultado de 40% para ≤5mmHg, de 70% para ≤10mmHg e de 86% para ≤15mmHg. Os resultados de PAD apresentaram 59,3% para ≤5mmHg, 82% para ≤10mmHg e 96% para ≤15mmHg. Ou

seja, pela classificação da BHS, as três mensurações da PAS, de acordo com a proximidade dos valores obtidos entre os aparelhos, conferiram ao aparelho investigado o Grau C, enquanto que para a PAD a classificação foi de Grau B.

VARIAÇÃO EM COMPARAÇÃO COM A COLUNA DE MERCÚRIO

VARIAÇÃO EM COMPARAÇÃO COM A COLUNA DE MERCÚRIO

Classificação ≤5mmHg ≤10mmHg ≤15mmHg ≤5mmHg ≤10mmHg ≤15mmHg

Grau A 60% 85% 95% PAS 61 105 129

Grau B 50% 75% 90% % 40 70 86

Grau C 40% 65% 85% PAD 89 123 144

Grau D INFERIOR AO GRAU C % 59,3 82 96

Quadro 2. - Variação observada entre os valores de pressão arterial obtidos pelos métodos oscilométrico e auscultatório.

Quadro 2. - Critérios utilizados pela British Hypertension Society para diferenças entre o aparelho digital e o de coluna de mercúrio

Medidas de concordância para PAS

70 80 90 100 110 120 130 140

-30 -20 -10 0 10 20 30 40

MÉDIA DA PASDIG e PAS MERC

éd ia % Mean 6.4 -1.96 SD -8.9 +1.96 SD 21.7 FIG. 9 Média 2 D P D P Medidas de concordância para PAS

Média da PAS DIG e PAS MERC

Medidas de concordância para PAD

30 40 50 60 70 80 90

-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

Média para PADDIG e PADMERC

éd ia % Mean 1.6 -1.96 SD -22.4 +1.96 SD 25.5 FIG.10 Média 2 D P D P Medidas de concordância para PAD

(51)

6- DISCUSSÃO

Alguns estudos demonstraram vantagens ao utilizar o monitor digital devido a sua praticidade e aplicação na prática domiciliar, se tornando em uma maneira de monitorar de forma frequente e preventiva a hipertensão arterial (PLAVINIK E ZANELLA, 2001; BASSO E LOFREDO, 2006; GALVÃO et al, 2009), além de eximir o risco de toxicidade inerente ao aparelho de coluna de mercúrio em uma possível queda desse aparelho.

No presente estudo, apesar de terem sido observadas correlações significativas (p>0,001) entre os dois métodos, o coeficiente de correlação não avaliou a concordância, mas sim a associação (HIRAKATA E CAMEY, 2009). Notavelmente, esse tipo de análise tem sido muito utilizada porque, pode sugerir a perda da precisão ao avaliar de diferentes formas uma única medida (O'BRIEN', 1991). Assim a BHS sugere o uso da metodologia inicialmente proposta por Bland e Altman (1983) para avaliar concordância entre medidas, sendo aplicada também no intuito de validar aparelhos digitais de mensuração da pressão arterial. Um dos primeiros estudos que investigaram a validação de um equipamento digital para criança foi o de VOORS et al (1981), que avaliou 2200 crianças de 5 a 14 anos, comparando o equipamento USM - 105 com o de coluna de mercúrio e encontrando correlação tanto para PAS quanto PAD (0,96 e 0,98 respectivamente).

(52)

Galvão (2009), ao comparar os valores de PA obtidos em adolescentes de 13 a 17 anos nos dois métodos, observou-se uma boa correlação para a PAS (r=0,75), sendo que para a PAD os resultados encontraram-se muito dispersos (r= 0,281) e com uma fraca correlação entre as medidas realizadas.

Em 2009, Midgley et al., avaliaram e compararam a PA obtida em aparelho de coluna de mercúrio e em monitor portátil oscilométrico (Omron HEM 711 com manguitos infantis) em 764 crianças saudáveis com idades entre 4 e 8 anos. Estes autores verificaram discordância entre as medidas, o que invalidou o uso do aparelho digital em crianças. No entanto, o procedimento adotado não foi a conexão dos dois equipamentos simultaneamente, mas sim em leituras distintas, primeiramente no de mercúrio e posteriormente no digital, além de que as medidas poderiam ser feitas em braços distintos. A metodologia proposta por O’Brien (1991) é que se utilize a medida simultânea, inclusive com dois ou mais avaliadores auscultando simultaneamente, para que as leituras entre os aparelhos sejam comparadas.

(53)

Park et al (2001), ao compararem o método auscultatório com o método digital (Dinamap 8100) em crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, observaram grandes diferenças, clinicamente importantes, na leitura da PA entre os dois métodos. A PAS média geral obtida pelo Dinamap foi sempre superior à obtida pelo método auscultatório, o que foi também observado no presente estudo em que, os valores do aparelho digital foram superiores aos resultados obtidos pelo método oscilométrico. Em pesquisa de Rego Filho et al (1999), os valores indicados pelo aparelho digital foram estatisticamente diferentes dos obtidos pelos

observadores pela ausculta, sendo que o equipamento digital testado, tanto subestimou quanto

superestimou os resultados. Porém não há clareza na literatura de que se estas diferenças

ocorrem por que realmente os aparelhos automáticos superestimam ou são motivadas por

causa do avaliador do método auscultatório da coluna de mercúrio (PARK; 2001).

Os manguitos mais utilizados em nosso trabalho foram os de 6 cm e de 9 cm de

largura, de acordo com a circunferência do braço (SBC/SBH, 2010). Nas crianças de 6 e 7

anos, cujas mensurações foram feitas em manguito de 6 cm apresentou erros na leitura do

aparelho digital. Dentre os fatores limitantes do nosso estudo está o perímetro do braço das

crianças, com valores entre 12 e 17 cm. Estas circunferências exigiram o manguito de 6 cm de

largura, que quando acoplado ao aparelho oscilométrico freqüentemente indicava erro na

leitura. Isso tornou a mensuração da PA pelo aparelho digital inviável. Esse episódio também

foi reportado por Midgley (2009), em 87 crianças que não tiveram a medida da PA realizada

pelo equipamento oscilométrico. Stergious (2006) também relatou que o dispositivo do seu

estudo pareceu tornar-se menos preciso, tanto para PAS quanto para PAD, quando eram

usados com manguitos menores e sugere que, o manguito é um componente importante nos

dispositivos oscilométricos, pois podem afetar a precisão da mensuração da PA. Isso

(54)

braço abaixo de 12cm. Stergious (2009) relata que nenhuma evidência sobre a precisão dos

dispositivos oscilométrico em crianças menores de 6 anos está disponível na literatura.

Assim sugere-se a aplicação desta ferramenta em estudos futuros para que seja investigada a aderência dos relatórios aqui propostos e assim iniciar uma nova fase no controle da obesidade infantil, a conscientização da criança.

7 - CONCLUSÃO

Não podemos acreditar que a informática virá solucionar os problemas relacionados à obesidade infantil. Temos que encarar a informática e seus recursos como mais uma ferramenta a ser utilizada pelo profissional na prevenção, no diagnóstico e controle da obesidade precoce. A utilização do HWP em ambiente escolar oferece uma maior facilidade na detecção e repasse de informações sobre a situação de saúde para as crianças. Assim quanto mais precocemente for realizada a identificação de aumento no sedentarismo em crianças poderemos prevenir o sobrepeso, obesidade e doenças a ela relacionadas. Para isso o software HEALTH WATCH PRO®, apresenta conformidade satisfatória com as principais necessidades de avaliação antropométrica de um professor de educação física. É possível emitir relatórios que facilitarão o processo de educação sobre a obesidade infantil.

Os resultados demonstram que, apesar do aparelho oscilométrico Omron HEM 742 apresentar correlação significativa com as medidas do esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, o mesmo foi classificado com graus C/B para PAS e PAD respectivamente, desta forma no presente estudo o equipamento investigado não atendeu as recomendações da Britsh Hypertension Society (BHS) para mensuração da pressão arterial nas crianças de 6 a 11 anos.

(55)
(56)

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tabela 3  –  Gasto total do governo por faixa etária no período de agosto/2008 a agosto/2009  para tratamento da hipertensão, obesidade e diabetes (CID-10)
Figura 1. Relatório emitido pelo HWP para os pais em idioma Português.
Figura 3. Curva do IMC feminino, CDC 2000.
Figura 4. Curva do IMC feminino, OMS 2007
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Referências

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