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Rev. adm. empres. vol.55 número4

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Academic year: 2018

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ISSN 0034-7590

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 4 | jul-ago 2015

EDITORIAL

E

m breve, conheceremos a nova lista do Qualis. Na última vez que tratamos desse tema em um editorial (RAE, 52(3), 279), comemorávamos o resultado positivo dos periódicos brasilei-ros na lista, relacionando essa melhora geral à evolução “tanto na qualidade dos processos de avaliação quanto na padronização de critérios editoriais, adotando práticas operacionais e éticas reco-nhecidas internacionalmente”. Comentávamos, também, o fato de alguns periódicos nacionais terem sido avaliados pela sua relevân-cia para a nossa comunidade e “classificados em estrato acima do estabelecido apenas pelos critérios objetivos”, ressaltando a “res-ponsabilidade daqueles que, como a RAE, foram premiados” em “evoluir mais ainda”, rumo a uma maior internacionalização.

Três anos talvez não seja muito para uma avaliação definiti-va, mas, no geral, evoluímos menos nestes últimos anos do que no período entre o Qualis 2008 e o Qualis 2012. Particularmente no que diz respeito à internacionalização dos nossos periódicos mais bem classificados, pouco se evoluiu. Há várias medidas para avaliar esse avanço da internacionalização, como submissões de fora do País ou publicação de artigos de autores de instituições estrangeiras, mas vamos considerar apenas a participação nos dois indexadores mais emblemáticos, Scopus e Web Of Science, não por acaso exatamente os que são a principal referência para elaboração do Qualis.

Após 2012, nenhum periódico nacional da área de Administra-ção entrou no pequeno grupo dos que já faziam parte de um desses dois indexadores, quase todos estreantes do período imediatamente anterior. Longe de culpar os periódicos por esta situação, até porque vários tentaram entrar nesses indexadores e não obtiveram sucesso, a questão é que não conseguimos evoluir como esperado. E, repetin-do o que já temos dito em muitas outras oportunidades, o problema não é de um ou outro periódico individualmente, mas de todo o nos-so conjunto de periódicos nacionais, pois o impacto de cada um de-pende das citações que recebe dos outros. Enquanto formos poucos periódicos nesses indexadores, continuaremos pouco relevantes nes-sas bases, pois ninguém nos cita mais do que nossos pares nacionais. Dito isso, resta discutirmos coletivamente a saída para o problema da nossa relevância internacional. Volta a questão da estrutura de publicação que temos à disposição de nossos perió-dicos científicos, em geral precária e amadora, ainda que muitas vezes heroica, na concorrência com multinacionais poderosas e muito mais bem estruturadas, apesar de baseadas em modelos de negócio fechados em contraponto com nosso modelo brasileiro de acesso aberto. Se vamos perseguir alguma solução, melhor buscar inspiração em alguma iniciativa que tenha obtido algum sucesso nesse percurso de confronto com as grandes editoras que domi-nam nosso mercado.

Liderados pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD), já propusemos e construímos

o SPELL, que, se infelizmente ainda não conseguiu se firmar a pon-to de ser considerado na elaboração do Qualis, pelo menos mos-trou-se efetivo operacionalmente e, em breve, deve começar a pro-duzir os indicadores necessários para servir de referência para a nossa comunidade. Outro exemplo que pode ter algum efeito inspi-rador é o Public Library of Science (PLOS), editora de acesso aber-to que teve seu início com um conjunaber-to de renomados e laureados cientistas californianos. Decididos a enfrentar o domínio das gran-des editoras científicas, formaram, na área de Saúde, um grupo que hoje edita cerca de 10 periódicos sobre os princípios da dissemi-nação ampla e aberta do conhecimento científico. Para isso, firma-ram-se com o modelo de negócio que ainda é tabu em nossa co-munidade, no qual os autores pagam para que os leitores tenham acesso gratuito ao conteúdo científico.

Independentemente de qual modelo venhamos a seguir, não é possível acreditar que possamos sair da estagnação em que estamos contando cada periódico exclusivamente com sua capaci-dade. A solução, qualquer que seja, só vai acontecer quando efe-tivamente estivermos atuando de maneira coletiva para robustecer nossa infraestrutura de publicação, preservando as identidades in-dividuais de cada periódico em seu processo de certificação cien-tífica. Quando conseguirmos isso, o Qualis vai, então, retratar a relevância de nossos periódicos, considerando a sua verdadeira contribuição para a ciência do País.

Nesta edição, publicamos o fórum internacional “Social Bu-sinesses”. O artigo “Social entrepreneurship and social business: retrospective and prospective research”, escrito pelos organizado-res, traz um panorama sobre a pesquisa na área de Negócios So-ciais e apresenta os três artigos aprovados no processo de avalia-ção. Além do fórum, há quatro artigos inéditos: “Um outro olhar sobre a eficiência dos mercados: o caso das bolsas de apostas de tênis” investiga a eficiência no mercado de apostas de mate-rial esportivo; “Brand equity of Lahore Fort as a tourism destina-tion brand” utiliza o modelo de Customer-Based Brand Equity para medir o valor da marca em um destino turístico no Paquistão; “The international growth of a social business: a case study” discute a influência dos resultados de negócios sociais em três países em de-senvolvimento; e “Strategic decisions of family firms on cash accu-mulation” analisa o impacto que as decisões nas empresas familia-res acarretam para a sustentabilidade financeira de seus negócios.

Completam esta edição a pensata “Garantias governamen-tais e competitividade no setor financeiro”, assinada pelo profes-sor Rafael Schiozer; e indicações bibliográficas sobre Ação Coletiva e Ação Pública e Os Negócios e a Gestão do Social.

Tenham todos uma boa leitura!

EDUARDO DINIZ | EDITOR CHEFE

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