UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE
FACULDADE DE FILOSOFIA DOM AURELIANO MATOS-FAFIDAM LABORATÓRIO DE ESTUDOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO-LECAMPO ALUNA: MARIA ELIONEIDE DE SOUZA COSTA,BOLSISTA (PIBIC/CNPQ)
ORIENTADORA:PROFESSORA DRA.SANDRA MARIA GADELHA DE CARVALHO
EDUCAÇÃO DO CAMPO:
DIREITO, LUTAS E
CONQUISTAS.
APRESENTAÇÃO
• O reconhecimento de que as pessoas que vivem no campo tem direito a uma educação diferenciada daquela oferecida a quem vive nas cidades é recente e inovador.
• para atender a essas especificidades e oferecer
uma educação de qualidade, adequada ao modo
de viver, pensar e produzir das populações
identificadas com o campo: agricultores,
criadores, extrativistas, pescadores, ribeirinhos,
caiçaras, quilombolas, seringueiros é que vem
sendo concebida a educação do campo.
EDUCAÇÃO DO CAMPO NO BRASIL.
• Paralelo ao modelo escravocrata utilizado por
Portugal para colonizar o Brasil e, mais tarde, os
adotados pelos próprios brasileiros para a
colonização do interior do país, de exploração
brutal pelos proprietários de terra dos
trabalhadores rurais, aos quais eram
sistematicamente negados direitos sociais e
trabalhistas, geraram um forte preconceito em
relação aos povos que vivem e trabalham no
campo, bem como uma enorme dívida social.
Iniciativas populares de organização para educação do campo
.
• Destacam-se as ações educativas do Movimento
Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da
Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag) e do Movimento Eclesial de
Base (MEB). Além das Escolas Famílias Agrícolas
(EFAs), as casas Familiares Rurais (CFRs) e os
Centros Familiares de Formação por Alternância
(CEFAs).
Constituição de 1988 e ldb 9394/96.
• A partir do contexto de mobilização social, a constituição de 1988 consolidou o compromisso do Estado e da Sociedade brasileira em promover a educação para todos, garantindo o direito ao respeito e a adequação da educação as singularidades culturais e regionais.
• Em complemento, a atual LDB estabelece uma base comum a todas as regiões do país, a ser complementada pelos sistemas federal, estaduais e municipais de ensino e determina a adequação da educação e do calendário escolar as peculiares da vida rural e de cada região.
Articulação Nacional por uma educação do Campo.
• Em 1998, foi criada a Articulação Nacional por uma Educação do Campo, entidade supra organizacional que passou a promover e gerir as ações conjuntas pela escolarização dos povos do campo em nível nacional.
Dentre as conquistas alcançadas por essa Articulação estão a realização de duas Conferencias Nacionais por uma educação básica do campo- em 1998 e 2004, a instituição pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, em 2002; e a instituição do Grupo Permanente de Trabalho de Educação do Campo, em 2003.
CRIAÇÃO DA SECAD.
• Em 2004 em resposta às reivindicações dos movimentos sociais de que a alfabetização se integrasse a políticas públicas de educação básica- resposta facilitada por mudanças políticas na direção do MEC, a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo (SEEA) foi incorporada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) que, além de gerir o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), assumiu também a responsabilidade sobre a EJA e sobre programas voltados a atenção e valorização da diversidade, entre elas a educação do Campo.
POR QUE EDUCAÇÃO DO CAMPO?
• Para os que têm o desafio em tentar definir um conceito sobre educação do campo, relacionam a uma postura político-pedagógica crítica, dialética, dialógica, postulando uma formação "técnica e política", de sujeitos politicamente conscientes, com uma visão humanizada que valoriza o sujeito através de sua identidade cultural e compreende o trabalho como algo que dignifica o homem enquanto sujeito histórico e não enquanto objeto ou coisa.
Educação do campo
• A gênese das palavras Educação do campo demanda da ação dos movimentos organizados, na construção de políticas públicas educacionais para os assentamentos de reforma agrária. O termo campo, nasce dessa configuração repercutindo acirradamente após o I Encontro Nacional de Educadores da Reforma Agrária (I ENERA), realizado em 1997, promovido pelas entidades: MST, UNB, UNESCO, UNICEF, e CNBB, tinham como finalidade ampliar um debate nacional sobre a educação do mundo rural levando em conta o contexto do campo em termos de cultura especifica, bem como a maneira de ver e de se relacionar com o tempo, o espaço e o meio ambiente e quanto ao modo de viver, de organizar a família e trabalho. (KOLLÍN, NERY, MOLINA, 1999;
p.14).
I Conferência Nacional de Educação do Campo
Em 1998 aconteceu a I Conferência Nacional de Educação do Campo, a partir do evento criou-se o "movimento por uma Educação Básica do Campo" envolvendo grupos organizados, pesquisadores e alguns governos do país, numa articulação que contribuísse para o melhoramento do ensino das séries iniciais do ensino fundamental. Na ocasião a frase educação do campo apresenta uma nova conotação.
Em 2004 realizou-se a II Conferência Nacional de Educação do Campo. Nesse momento ampliaram os grupos organizados, as universidades, e as representações governamentais, bem como a concepção de educação.
Este movimento tem fomentado estudo e debate em torno da construção de outra proposta de educação para a escola do CAMPO. Registram-se experiências como a do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), MST e Universidades.
PRONERA...
• O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) é um programa criado desde 1998 com iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para o desenvolvimento de educação nas regiões de assentamentos e acampamentos de Sem Terra, oferta alfabetização, educação básica e profissional, além da formação e habilitação de professores nas regiões de assentamentos e de acampamentos.
MST
• Em 1984, foi fundado oficialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), através do seu Primeiro Encontro Nacional que reuniu dezesseis Estados brasileiros em Cascavel, Estado do Paraná. Neste encontro foi colocada em prática uma das principais estratégicas dos sem-terra a união dos diversos movimentos que agiam de forma isolada, dando um caráter nacional ao movimento.
• A luta dos movimentos sociais pela Reforma Agrária questiona a estrutura agrária brasileira e a produção agrícola que se constitui a partir da colonização.
DADOS DO IBGE
• Dados do Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2006, e divulgado em 2009, mostram que os estabelecimentos com mais de 1000 hectares ocupavam 43% da área total de estabelecimentos agropecuários no Brasil, enquanto que os menos de 10 hectares ocupavam somente 2,7% da área total. Isso nos mostra que o Brasil é o 2º país com maior concentração de terras.
A UNIVERSIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO.
•
As instituições de Ensino Superior, especialmente as
Universidades públicas são fundamentais na execução
dos projetos vinculados a programas que beneficiam a
Educação do Campo, especificamente o PRONERA
que como já foi mostrado anteriormente este Programa
consiste na conquista esforçada dos movimentos dos
trabalhadores rurais sem terra (MST) junto ao CRUB,
coordenado pelo INCRA e vinculado ao MEPF.
PRONERA NA UECE
• No Ceará, na Universidade Estadual do Ceará (UECE), o PRONERA institui-se desde 27 de Dezembro de 2005, quando foi assinado convenio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, para a execução de três Projetos educativos no Campo, pela constatação de uma demanda pelo MST. Os Projetos são Escolarização I e II de Trabalhadores (as) Rurais em Áreas de Assentamentos no Estado do Ceará e Formação de Educadores em Áreas de Assentamentos – Magistério da Terra. Este último, concluído neste ano de 2010, formou 107 educadores (as) de nível médio na modalidade de Magistério que atuaram nos dois projetos anteriores sem formação específica, havendo uma entregarão. Os dois primeiros escolarizaram em nível de 4ª série do ensino fundamental, próximo de 1.700 jovens e adultos viventes em áreas de Reforma Agrária.
Os cursos do PRONERA