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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: A CIDADE E O DIREITO DE HABITAR

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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: A CIDADE E O DIREITO DE HABITAR

Amanda Sanara Oliveira da Silva¹ Jéssica Almeida Polito²

¹ Graduanda do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Campus Engenheiro Coelho - SP, Brasil. E-mail:

amanda.sanaraa@gmail.com

² Docente do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Campus Engenheiro Coelho - SP, Brasil. E-Mail:

jessica.polito@unasp.edu.br

1. Introdução

O presente artigo discute sobre a cidade e a moradia, tendo como contexto a situação de uma parcela significativa da população brasileira que se encontra em vulnerabilidade, desalojada e morando nas ruas.

Assim, tem como estudo de caso a cidade de Limeira, localizada no interior do Estado de São Paulo, a 150 km da capital. Objetiva-se, em amplo aspecto, discutir as possibilidades da arquitetura social e as potencialidades do modelo Housing First, no contexto desta cidade.

Para o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas consultas às bases digitais de instituições vinculadas ao Governo Federal, Governo Estadual, Governo Municipal, Organizações Não Governamentais (ONG’s) e acervos de jornais. Destacam-se o Ministério da mulher, da Família e dos Direitos Humanos; Moradia primeiro (2018); Folha de São Paulo (25 de fevereiro de 2019, p. 22); IPEA (2020); Assembléia Geral da ONU, Carta dos Direitos Humanos (1948); Brasil, decreto lei nº 7053 (2009);

SAGI (2019); IBGE (2021); e CEPROSOM, Limeira (2018). Para além das fontes, tem-se como norteadores deste debate Jane Jacobs (1961), Juhani Pallasma (2011), Maurice Merleau-Ponty (1996), Milton Santos (1988), Jan Gehl (2013), Wellington Cançado (2009) e Sotero (2011).

Este estudo direciona o leitor para o panorama da habitação de rua na contemporaneidade. Tem-se como questionamento central a seguinte indagação: Como reinserir moradores em situação de rua no âmbito social, para que os mesmos tenham melhores condições de vida e consequentemente deixem de viver em vulnerabilidade? A partir disso, os objetivos específicos estabelecidos foram: identificar os aspectos que levam parte da população ao estado de vulnerabilidade quanto a ausência de moradia; mapear o contexto deste grupo no município de Limeira e compreender a espacialização de sua territorialidade. Também associar as orientações do método Housing First com a recolocação da população em situação de rua, nesta cidade; e discutir as relações entre espaço urbano e percepção do meio habitado, para estes indivíduos.

Este presente estudo parte de uma leitura urbana marcada pelo desenvolvimento das cidades e o aumento significativo das regiões metropolitanas, levando ao aumento exponencial da presença de pessoas que fazem das ruas seu espaço de habitação. Segundo Milton Santos (1988), o homem dotado de saberes e

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experiências se adapta ao espaço transformando-o em lugar habitável. Esse efeito dinâmico se revela nas diferentes formas de transformação do espaço e de sua ressignificação, no decorrer da passagem do tempo.

A exemplo disso, podemos destacar que após a revolução industrial, com o processo de mecanização da produção fabril, houve a acentuação da desigualdade social, sobretudo após o grande salto observado nas décadas mais recentes onde o trabalho robotizado e computacional vem contribuindo para que a mão de obra humana seja substituída pela artificial e mecânica. Neste aspecto, podemos observar uma situação de conflito pois na medida em que o avanço tecnológico aumenta e os aparatos técnicos são desenvolvidos, mais tendemos a consolidar em nosso imaginário coletivo a imagem de uma cidade moderna e próspera, sem nos atentarmos com a atenção necessária para o fato de que este crescimento e polarização tecnológica também contribuiu para um cenário urbano fragilizado, segregado e marcado pela pobreza.

Neste sentido, queremos aqui destacar que a condição de vulnerabilidade dos moradores que habitam as ruas do Brasil pode ser entendida, também, como um subproduto deste acelerado processo de desenvolvimento urbano. Entendemos que as políticas públicas, a gestão do solo urbano e os programas governamentais de assistência social à população nem sempre atuam de modo síncrono e eficaz. Por isso, apesar de tais cuidados serem existentes, a princípio, tornam-se insuficientes mediante o vasto, plural e desigual quadro populacional brasileiro – o que torna este contexto em um importante tema a ser constantemente repensado.

2. A condição do morador de rua no Brasil

Conforme caracterizado pelo Decreto nº 7053/2009, o morador de rua é aquele integrante a um grupo populacional que vive em pobreza extrema, que possui vínculos familiares fragilizados ou interrompidos e permanece habitando em logradouros públicos ou albergues, por um longo período de tempo.

Segundo Marília Sotero (2011), a base da nossa história foi marcada através de fragilidades sociais.

Os grandes centros urbanos nos mostram que a questão da vulnerabilidade atinge vários grupos sociais, mas sobretudo aqueles que estão em contexto econômico desfavorável e por isso são “alocados” às margens da sociedade, portanto, em desvantagem acentuada se comparado com os demais grupos. Neste aspecto o caso dos moradores de rua se torna alarmante por estes não terem acesso aos direitos básicos que são indispensáveis à vida em sociedade. A falta de emprego, de documentos, de educação, de saúde e de moradia, são alguns dos fatores que agravam as condições de pessoas que vivem reprimidas e vivenciam casos de violência constantemente. Além disso, o preconceito interfere na vida cotidiana deles, fazendo com que haja um impedimento na construção da cidadania individual.

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Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2020), existem mais de 220.000 mil pessoas em situação de rua no Brasil, com atenuantes da pandemia do Covid-19. Não longe disso, a questão de viver nas ruas e em estado de mendicância, é ocasionada na maioria das vezes, do maior para o menor grau, pelo uso de álcool/drogas (36%), pelo desemprego (30%), pelas brigas familiares (29%), a perda de memória, ou até mesmo pelas próprias escolhas dessas pessoas, conforme a Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério da Cidadania (SAGI, 2019).

Em 2019, esta mesma Secretaria apontou as características de aproximadamente 32.000 pessoas que se encontram vivendo nas ruas. No que se refere aos aspectos pessoais, 82% destas são homens que possuem entre 25 e 44 anos, portanto uma população jovem e em idade ativa de trabalho; 52% moram na cidade por causa de algum parente; e 67% se declararam pardos ou negros – o que possibilita uma reflexão sobre a relação entre vulnerabilidade social e identidade étnica. Com relação ao trabalho, 70% desses moradores desenvolvem alguma atividade de onde obtêm o próprio sustento, contudo, 25% dentre eles não possuem documento de identificação, o que contribuiu para a inviabilização do acesso ao trabalho formal.

Consequentemente, a atuação informal é predominante. Dentre as atividades de sustento tem-se que 28%

são catadores de recicláveis, 16% são pedintes, 14% flanelinhas, 6% atuam na construção civil, 4% na limpeza, e somente 2% são atuantes com carteira assinada. Estes dados nos permitem compreender que esta população se encontra em condições precárias, apesar de ativos estão longe de participarem de uma situação minimamente próxima da ideal. Agrava este quadro a questão da alimentação, sendo que o consumo de alimento ao menos uma vez ao dia está diretamente relacionada às atividades listadas anteriormente. Neste aspecto, tem-se que 80% desta população de rua tem acesso a pelo menos uma refeição diária.

Estas características retratam o perfil de desigualdades sociais que participam do cenário brasileiro.

Segundo Milton Santos (1988), a centralização da economia e política fazem com que haja desigualdade social e divisão das classes, o que oprime e desintegra o indivíduo da comunidade. Com o avanço da tecnologia e dos progressos na industrialização houve o aumento dos índices de bem-estar social, os quais por vezes são desigualmente distribuídos. Este bem-estar social, a priori, deveria contribuir para o desenvolvimento igualitário, o combate às desigualdades sociais e a promoção ao acesso da população aos serviços públicos, porém, na prática, nem sempre é possível verificar tal eficiência, por vezes apresenta falhas e frequentemente os objetivos não são alcançados em sua totalidade.

Quando analisado pela perspectiva urbanística, observamos que o processo de industrialização dos centros urbanos brasileiros também contribuiu para a atribuição de novos valores e significado ao solo, em especial o que diz respeito aos valores econômicos. Esta supervalorização de determinadas áreas urbanas

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por vezes acarreta no processo de gentrificação – a expulsão de indivíduos de sua região de moradia original – e isso tende a contribuir para o aumento da população residente em áreas periféricas ou nas ruas.

Infelizmente, o habitar nas ruas tem se tornado cada vez mais frequente, seja em cidades de grande, médio e até mesmo pequeno porte, em diferentes estados do Brasil. É válido ressaltar que em meio a este cenário de desigualdades também coexiste contribuição desta condição de moradia para a consolidação de uma percepção negativa do ambiente urbano; e da própria sensação de segurança que envolve todos os habitantes de uma cidade. Daí então destacamos uma observação pertinente de Jane Jacobs (1961, p.30):

"O principal atributo de um distrito urbano próspero é que as pessoas se sintam seguras e protegidas na rua em meio a tantos desconhecidos”. Esta análise abre margem ao debate sobre a relação entre moradores de rua e a criminalidade, bem como a proliferação de atividades ilícitas em meio ao tecido urbano. Estes fatores se desdobram e intensificam a violência urbana da qual todos somos submetidos. Porém ela se torna ainda mais explícita em se tratando da população que vive nas ruas. Essa população, em parte significativa, habita os espaços abertos e é exposta a intempéries, a violência, a falta de empatia, e a carência de serviços básicos, pois um agravante importante a ser aqui somado diz respeito a falta de comunicação quanto ao repasse de informações pelo próprio governo, sobre estes indivíduos.

Uma vez às margens da sociedade, desprotegidos, desempregados e à mercê do estado e das pessoas, tem-se o que Sotero (2011) designa ser o estado de vulneração, isto é, a situação concreta da vulnerabilidade. Assim, essa “invisibilidade” perante a sociedade é fator que os torna ainda mais desprotegidos e susceptíveis à criminalidade. Dentre as maneiras de reverter esta situação, temos a questão do trabalho enquanto uma ferramenta de visibilidade social - um indicativo de existência em meio a sociedade.

É previsto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, no artigo 23, que “todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.” No mesmo texto, no artigo 25, tem-se que:

Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle (Constituição Federal do Brasil. Art 25)

Entendemos, assim, que o debate sobre a moradia não pode estar desvinculado das preocupações com o trabalho formal, pois ambos significam a possibilidade da reinserção destas pessoas que ora se encontram em extrema vulnerabilidade de volta à sociedade. Esta abordagem pode muito contribuir para a

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retirada destes das condições precárias, fomentando a dignidade de cada um e o retorno dos mesmos à cidade, não mais enquanto indivíduos marginalizados, mas cidadãos detentores de novas perspectivas de vida e com fôlego para a busca de realizações pessoais e profissionais.

2.1 A rua, os indivíduos e as vivências

Jane Jacobs, em seu livro Morte e vida de grandes cidades (p.141), comenta sobre alguns aspectos peculiares de um centro urbano adensado. Em sua perspectiva de análise, a concentração de pessoas leva à necessidade de dotar essas áreas de infraestrutura, consequentemente, seus espaços urbanos – suas ruas, parques e estabelecimentos locais – são assiduamente utilizados.

A autora destaca que as pessoas são os olhos das ruas, denominadas tal como proprietárias naturais, e agentes que trabalham contra a criminalidade – e não deveriam ser o alvo dela. Mas quando ocorre o esvaziamento de áreas das cidades, estes espaços urbanos perdem o seu sentido primário, sua identidade original e a sua força. Frequentemente decaem, morrem e se apagam, por vezes se tornam palco de outras vivências menos desejáveis ou o espaço daqueles tantos que raramente são vistos. Estes espaços são ressignificados, e nem sempre isso é um fator positivo.

A preocupação com a boa qualidade dos espaços urbanos é de todos e não somente de seus gestores.

Cabe ao Poder Público a gestão, a fiscalização, os cuidados e o incentivo à preservação e à segurança. Mas soma-se em igual importância o uso cotidiano que a própria população atribui à cidade. Segundo Jacobs, (1961, pg. 103) a mistura de ou combinações de usos é fundamental para a vida na cidade e o combate à morte de seus espaços públicos. Em seu raciocínio, as áreas de usos mistos fomentam a ocupação permanente por parte das pessoas, pois responde à maior demanda de atividades e consequente garante a continuidade do tecido urbano. Deste modo, o uso constante é uma importante ferramenta para se evitar que a mesma se esvazie.

Em consonância a esta argumentação, também podemos destacar Jan Gehl (2013), que aborda a existência de requisitos para que as cidades viabilizem uma boa vivência em seus espaços. Segundo ele, o cuidado e o zelo, os aspectos estéticos e identitários fomentam a permanência por parte do cidadão. Através da qualidade do local e a sensação de segurança e de pertencimento, o cidadão se sente à vontade e deseja ali estar, pois o local se torna correspondente aos seus interesses, e ao mesmo tempo, atrativo.

Complementa esta abordagem as considerações feitas por Juhani Pallasma (2011, pg. 11), em seu texto intitulado “Os olhos da pele”. Segundo este autor, os nossos sentidos contribuem para o modo como percebemos o meio no qual estamos inseridos e é a “arquitetura significativa” que faz com que “nos sintamos como seres corpóreos e espiritualizados”. Segundo ele, dotamos o espaço de sentido, através dele

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nos reconhecemos enquanto indivíduos no mundo e firmamos nossa identidade coletiva. Portanto, neste raciocínio, a experiência de vivenciar os espaços de uma cidade pode ser entendida como uma experiência existencial.

A percepção do corpo e a imagem do mundo se tornam uma experiência existencial contínua; não há corpo separado de domicílio no espaço, não há espaço desvinculado da imagem consciente de nossa identidade pessoal perceptiva. (PALLASMA, p.38).

Estamos a todo momento interpretando o espaço à nossa volta, a partir dessa interpretação e leitura, identificamos nosso lugar no mundo. A forma como cuidamos de nosso lugar é determinante para as nossas experiências e para o tipo de leitura que fazemos da própria cidade e seus múltiplos ambientes. Do mesmo modo, o malcuidado também pode nos possibilitar uma leitura e compreensão negativa - cabem aí desde o lixo deixado esparramado pelo chão, os entulhos, o emaranhado de fiações, os edifícios pichados, os letreiros e outdoors que cobrem as fachadas, todos estes contribuem para imagem negativa da cidade, tornando-a pouco desejada e atrativa à permanência. Quando estas características se somam à existência da população de rua, acrescenta-se ainda maiores índices de rejeição, de distanciamento e de medo. Assim, aquilo que deveria ser o espaço das vivências e das trocas humanas, se esvazia, se ofusca e por vezes afugenta a muitos.

É lamentável observar que por vezes a população de rua também é entendida como parte de uma

“poluição” acumulada nas cidades e indesejada; e não como indivíduos participantes do meio urbano. Em termos gerais, é como se dois tipos de pessoas usufruíssem as ruas, conforme comentou Gomes (2006):

aquelas que transitam corriqueiramente até chegarem ao seu destino; e aquelas que transitam nas ruas e permanecem nelas como se estas fossem o único local de abrigo possível.

Neste sentido, Wellington Cançado (2009) apresenta uma observação complementar à leitura da cidade:

Para os mendigos e catadores, a arquitetura é uma sobra. Assim como a comida, a roupa, os objetos que carregam. Coisas largadas, abandonadas e esquecidas por aí. Uma marquise, um degrau, um platô, um nicho. Pequenos esquecimentos do projeto inicial, cavidades ou apêndices que recuam ou avançam para fora do previsto. Nessas situações, a urgência da proteção é tão massacrante que uma mísera lajinha a 5 metros de altura pode ser um abrigo familiar. Assim como o frio é psicológico, arquitetura também deve ser.

Este distanciamento entre tais pessoas e o espaço urbano leva a uma desfragmentação e a uma insustentabilidade da vida em sociedade, caracterizada pela ausência, pelo distanciamento e o não pertencimento. É como se a história, a memória, a identidade, e o sentido de pertencimento não coubessem a elas. Porém, mais penoso ainda é compreender que para esta parcela da população, a cidade não se apresenta como um local seguro para o exercício da vida em sociedade.

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3. O modelo Housing First

Desenvolvido nos Estados Unidos, pelo grego Sam Tsemberis, o modelo Housing First, tem a proposta de dar suporte a pessoas que querem deixar as ruas. Em seus estudos, o cidadão deve ter acesso primeiro à moradia e conforme o tempo passa, eles são apresentados aos demais serviços de apoio. O modelo está sendo aplicado no Canadá, Japão, e outros 20 países da União Europeia.

Segundo Colucci e Amâncio (2019), em se tratando do contexto brasileiro, Curitiba já iniciou um projeto piloto para a adoção do sistema. Este funciona também nas cidades de São Paulo e Porto Alegre, através do aluguel solidário, que implica na locação de imóveis para o governo federal e a disponibilização destes para pessoas em situação de rua. Vale ressaltar, que existem planos diretores para a implementação do método no Distrito Federal e Fortaleza.

Além de visar primordialmente a habitação como a primeira etapa para a emancipação, o método tem como objetivo propor respostas destinadas ao direito de habitar, fazendo políticas públicas de habitação. O processo de intervenção se dá por meio do acesso à moradia, e depois aos demais serviços de apoio e suporte.

Esse modelo entende a habitação como fator primordial para a emancipação, prevê em sua estrutura espaços únicos e privativos para cada integrante que participa do círculo social ali configurado. Neste contexto, as pessoas podem se sentir pertencentes ao local em que estão e ficar à vontade por ter seu ambiente próprio individual. Para que essa população tenha serviços adequados e visando espaços arquitetônicos que atendam a essa necessidade, apresentamos, a seguir, alguns exemplos de propostas já executadas.

O projeto localizado nos Estados Unidos, representado pelas figuras 1 e 2, configura-se como uma casa de cuidados para sem tetos, oferecendo auxílio 24 horas para a população, visando uma vida independente, ao contrário dos albergues que são prestados serviços durante meio período. Este projeto define o modelo housing First, um novo conceito de habitação para moradores em situação de rua. Percebe- se com a proposta, que o indivíduo tem total liberdade e privacidade dentro do espaço que lhe é destinado.

Figura 1 e 2: La Casa, Fachada e Plantas tipos.

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Fonte: Archdaily, 2014.

Figura 3 e 4: Abrigo Shelter.

Fonte: Archdaily,2010.

Em contrapartida, nas figuras 3 e 4, é exposto um albergue, este funciona para cuidar dessas pessoas, com serviços essenciais. Com ajuda mútua, eles mantêm o local organizado e são beneficiados. Os espaços se diferenciam, mas ambas as plantas têm um padrão arquitetônico, visando sempre o bem-estar e os cuidados que a população que se encontra vivendo nas ruas precisa.

Segundo Sam Tsemberis (2010), os princípios da habitação são: habitação como direito humano básico, respeito, individualização com apartamentos independentes, separação da habitação dos serviços de apoio como também os moradores estarem dispostos a receberem visitas das equipes umas vez por semana e contribuírem com uma porcentagem da renda mensal.

A relação do modelo com a arquitetura, o edifício La Casa, localizado nos Estados Unidos, resume bem os princípios do housing First. Foi projetado para ser um edifício que atenda às necessidades de moradores que estão em situação de rua, é perceptível ver a existência de espaços comuns, áreas privativas individuais e áreas de apoio para os moradores.

Como mostra as figuras 5, 6 e 7. Com relação aos espaços, a arquitetura do housing first se manifesta dessa maneira, sem a intenção de interferir no direito de escolha de cada cidadão. Além de trazer todos os requisitos necessários para se encaixar no modelo proposto, traz espaços convidativos, conexões sociais com a cidade, uso dos recursos naturais, conforto térmico, acústico, entre outros fatores.

Figura 5, 6 e 7: La casa/ plantas baixas.

Fonte: Archdaily, 2014.

Este projeto visa ser um tipo de solução arquitetônica e conceitual, que tem como principal proposta dar o direito de moradia básica e suporte a cada morador, sem intervir de forma a tirar a privacidade destes.

Vale ressaltar que esse é um método que alcança o maior número de pessoas que estão em situação de rua

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por um longo período de tempo, e os mesmo são inseridos novamente no âmbito social com a ajuda dos serviços de apoio.

4. O contexto dos moradores de rua em Limeira (SP)

Conforme dados do IBGE, a população estimada de Limeira no ano de 2020, era de 308.482 habitantes. E o índice de pobreza no município estava em 579º(quingentésimo septuagésimo nono) lugar em relação a outros municípios do estado de São Paulo que chega a 645. Segundo dados do Centro de Promoção Social do Município de Limeira (CEPROSOM, 2018), existem 186 pessoas em situação de rua na cidade, conforme representados pela tabela 1 e gráfico 1.

Tabela 1 e gráfico 1: Evolução da população em situação de rua na cidade de Limeira- SP.

Fonte: Centro de Promoção Social (CEPROSOM, 2018).

A questão do acolhimento nesta cidade se dá através das casas de passagem e albergues, contudo verifica-se que enquanto 79 pessoas são acolhidas, 107 ainda permanecem nas ruas. O mesmo órgão aponta a faixa etária destes civis , chamando a atenção para o perfil jovem (18-39) anos que em aspectos totais se faz predominante,

Tabela 2: Quantitativos percentuais da faixa etária da população em situação de rua e abrigadas, Limeira- SP.

Fonte: Centro de Promoção Social (CEPROSOM, 2018).

Mediante essa exposição, mostra-se necessária a implantação de um modelo que possa retirar essas 107 pessoas das ruas e reintegrá-las ao convívio social, viabilizando o trabalho e a renda, posto o predomínio da faixa etária em fase ativa. É também interessante observar que na cidade de Limeira a permanência dessas pessoas ocorre majoritariamente em bairros, sendo que apenas 30% destes se fixam nas áreas centrais, como mostrado no gráfico 2.

Gráfico 2: Região de permanência da população em situação de rua da cidade de Limeira- SP.

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Fonte: Centro de Promoção Social (CEPROSOM, 2018).

Segundo Artur Rodrigues (2016), muitos dos moradores em situação de rua, não frequentam albergues, pois em alguns dos casos há falta de higiene do local, não oferecem vagas para famílias, por não terem lugar para carroça e animais e pelas regras impostas pela instituição.

As condições da invisibilidade dos moradores de rua foram discutidas em muitas ocasiões. O Ministério dos Direitos Humanos e os demais ministérios que compõem o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (CIAMP- rua), desde 2016, vem discutindo sobre a prioridade de haver moradias individuais acompanhadas de apoio flexível para moradores nestas condições, no país.

Os estudos relatam que o fator que define a eficiência do modelo housing first é a permanência na moradia e a garantia de desenvolvimento, evitando que a população que antes estava em situação de rua, volte às mesmas condições. Nos casos avaliados na implementação, tem-se que 80% destes correspondem a eficácia quanto a permanência. No Brasil a primeira implementação foi feita através do projeto Ruas, na cidade de Porto Alegre/ RS, no ano de 2018. Neste caso, o housing-first aconteceu da seguinte forma: os cidadãos que possuíam imóveis próprios com cozinha, quarto e sanitário alugaram o bem para o Governo Federal, os quais, por sua vez, destinaram tais imóveis ao acolhimento de pessoas.

Segundo Colucci e Amâncio (2019), nos Estados Unidos, entre 2009 e 2019, com a aplicação do modelo Housing First, 80 mil pessoas saíram das condições de rua. No Brasil, em Curitiba, iniciou-se o projeto piloto para a implementação do primeiro modelo de habitação. Em São Paulo, um prédio na Sé foi cedido para este fim e os beneficiados pagam de 10% a 15% da renda que eles conseguem para a prefeitura.

Em se tratando do município de Limeira, esse modelo é benéfico para a cidade, por fazer o engajamento entre pessoas e o espaço de habitar. Viu-se que hoje existem 107 pessoas morando nas ruas do município, se esse modelo for aplicado na cidade, ele resultará no acolhimento de 85 pessoas. Com a implementação do modelo que leva prioritariamente o objetivo da habitação ser um fator crucial para a emancipação do indivíduo, é de grande serventia fazer com que a cidade, passe a adotar esse método, que resulta no processo da saída desses civis das ruas, auxilia no melhoramento de articulação das vias públicas

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que antes eram lugar de moradia destes, e por fim, consequentemente, trará mais segurança a todas as pessoas.

5. A proposta de implementação de um Housing First em Limeira (SP)

A proposta para a implementação de um projeto que visa auxiliar a população em situação de rua em Limeira tem como premissa a ressignificação de um ambiente edificado, visto como sobra de um acelerado processo de urbanização, mas que agora será devolvido à sociedade e ressignificado. Neste sentido, que é visto como “sobras”, passará a ser lugar, palco de novas vivências e oportunidades de reintegração social.

Para que esta proposta se desenvolva, temos como escolha do local o terreno da antiga indústria Machina São Paulo. Esta foi dedicada ao setor da produção fabril, tendo sido executada no ano de 1914.

A fábrica hoje denominada como Machina de São Paulo, em primeira fase, se chamava “Souza penteado & cia”. Seus dirigentes eram Trajano Camargo e seus sócios Antônio Augusto de Barros Penteado e Abelardo Aguiar de Souza.

A indústria produzia máquinas para o descascamento do café, e com a saída de Abelardo Aguiar da empresa, a mesma mudou de nome para "B. Penteados & Cia”. Em 1920, a empresa ganhou um prêmio por desenvolver a máquina de descascamento de café por impacto, o que gerou seu crescimento e a mudança do nome, agora denominada como “Machina de São Paulo”. Agora, a sociedade com Antônio Augusto foi desfeita.

Com a morte de Trajano em 1930, sua esposa Maria Thereza de Barros Camargo começa a administrar a indústria, e segue com fabricação até 1958, quando o mesmo é comprado pela Mercedes-benz seguindo com produção por mais 4 anos, depois o prédio ficou em desuso, até que em 2005 a prefeitura municipal desapropriou o bem.

Os galpões remanescentes estão situados entre as ruas, Av. Campinas e Av. Assis Brasil, em local de acesso entre o centro e diferentes bairros residenciais.

Há diversidade quanto ao suporte e aos serviços públicos disponíveis na proximidade.

Equipamentos de cultura, de educação, de saúde, de comércio e de apoio assistenciais configuram a área envoltória, potencializando e facilitando o rápido acesso a esses serviços, mesmo quando a pé. No entorno imediato verificam-se algumas construções que estão passando por fase de tombamento, como é possível observar nas figuras 8, 9 e 10 que mostram a condição atual da ruína.

A figura 10 nos mostra, também, a parte da estrutura que desabou em 2010, por ocasião de um temporal. Nas figuras 11 e 12, tem-se maquetes realísticas, apresentando o restauro em fase de finalização.

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Tal medida visa a segurança do bem para que o mesmo se sustente por muito tempo, tendo o auxílio de pilares de metal como apoio.

Figura 8 e 9: Vistas das alvenarias restantes.

Fonte: Inventário municipal de patrimônio cultural, fotos de 2013.

Figura 10: Temporal derruba paredes da antiga Machina de São Paulo.

Fonte: Inventário municipal de patrimônio cultural, 2010.

Figura 11 e 12: Render realístico da nova fachada dos projetos de estrutura e restauro a serem implementados.

Fonte: Prefeitura municipal de Limeira-SP.

A ruína urbana e a relação entre a proposta na perspectiva social e patrimonial, promove a cultura, o acesso à informação e à história. A paisagem urbana da cidade de Limeira margeia o desconhecimento e distanciamento entre habitantes e arquiteturas, ao passo que se apresenta como potencial ambiente de intervenções projetuais e sociais. Se a arquitetura é a sobra, a cidade é para todos - todos os espaços afetam e participam do cotidiano de seus habitantes, esses constituem palcos de vivência a serem constantemente melhorados.

Espaços que participam do cotidiano e da vivência de todas as pessoas, Jan Gehl também coloca em pauta, a qualidade da vida urbana, ele diz que existem boas razões para atender e para se preocupar com as pessoas, quaisquer que sejam os recursos econômicos.

Os espaços fazem com que tenhamos lembranças, sendo um local único e de boas sensações ou lugar que afetou e deixou marcas no mundo pessoal individual, mesmo que não exista mais fisicamente o ambiente, a arquitetura em si, ela existe no interior de cada ser. Pessoas em situação de vulnerabilidade

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devem se sentir pertencentes à coletividade urbana, pois às ruas pelas quais todos transitamos diariamente e continuamente contam histórias, assim como os bens culturais, devem ser explorados e conhecidos por todos.

A fenomenologia dos espaços se dá através das vivências e experiências, o conhecimento é obtido através das experiências no mundo. "A percepção é o plano de fundo sobre o qual todos os atos se destacam"

Maurice Merleau Ponty (1996, p.6). É a relação sensível com mundo, percepção se dá através do contato primário de modo a sentir e usar os mesmos. Para perceber, precisamos de experiências e vivências, ela está vinculada ao local, sendo este um cenário do qual todos somos protagonistas.

Compreendemos a arquitetura como a existência corporal. É aconchegar-se, habitar. Além dela suprir todos os sentidos humanos deve também coexistir e contar sua história funcional. As experiências implicam em recordações, a auto identidade está guardada na memória, como consequentemente todos os lugares pelos quais passamos. A arquitetura e a paisagem urbana são o palco e o fruto das vivências e experiências, estas podem ser potencializadas no desenrolar do debate arquitetônico, as pessoas em situação de vulnerabilidade, também fazem parte desse enredo. A cidade é diversificada e a arquitetura deve-se mostrar como uma ferramenta de amenizar conflitos envolvendo o ambiente construído e seus habitantes.

6. Conclusão

Ao concluir, é evidente que as pessoas em situação de rua precisam de ajuda. Como citado no decorrer do trabalho, diversos autores falam a respeito das cidades e do andamento da mesma, é perceptível ver que existem grupos populacionais que ainda hoje vivem oprimidos e às margens. É importante saber que as cidades são de todos e devemos cuidar desse bem, assim como de seus habitantes.

Como analisado, para que haja melhor reinserção de pessoas nesse contexto de fragilidade na sociedade, deve-se haver um pensamento que se adeque com o sentido de pertencimento. Os espaços e a vivência do cotidiano devem transformar os indivíduos, ou seja, ter um olhar de alteridade, pois todos nós constituímos o palco que é a vida cotidiana e os espaços da cidade.

Em se tratando das habitações, o modelo Housing first auxilia na melhor recolocação da população em situação de rua no âmbito social. Pois a mesma visa primordialmente a retirada de civis das ruas e a continuidade da vida em um local mais seguro. Dentro dessa perspectiva, conclui-se que, a cidade é diversificada, existem pessoas de diversas culturas e grupos de diferentes classes sociais, e cabe a todos amenizar as fragilidades para que construamos ambientes com menos conflitos e possamos dar suporte aos que precisam. A proposta se refere à implementação do projeto baseado no modelo housing first na cidade de Limeira, pois a mesma visa abrigar de forma privativa proporcionando para seus moradores uma vida

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digna dentro da sociedade. Os galpões serão devolvidos à sociedade, o que antes produzia casas, ofertava cursos e trabalho, agora passará a ser com a proposta de projeto, lugar de moradia.

7. Referências

Assembleia Geral da ONU. (1948). "Declaração Universal dos Direitos Humanos" (217 [III] A). Paris.

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