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INSTRUÇÃO PÚBLICA EM MINAS GERAIS: POLÍTICAS EDUCATIVAS E O CONSELHO GERAL DA PROVÍNCIA ( )

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INSTRUÇÃO PÚBLICA EM MINAS GERAIS: POLÍTICAS EDUCATIVAS E O CONSELHO GERAL DA PROVÍNCIA (1825 – 1835)

Zeli Efigênia Santos de Sales/UFMGi Luciano Mendes de Faria Filho/UFMGii

O estudo que temos desenvolvido tem por objetivo investigar a política de instrução pública estabelecida pelo Conselho Geral da Província de Minas Gerais no período de 1825 a 1835. A intenção é compreender o Conselho do Governo da Província mineira e o seu lugar na estruturação do Estado Nacional, assim como a ação de seus agentes políticos/intelectuais na proposição de uma política de instrução pública para a Província.

Não obstante as discussões que perpassam os acontecimentos marcantes do período pesquisado sejam eles: a Constituinte de 1823, a Constituição de 1824, a primeira Lei Geral do Ensino de 1827, o Ato Adicional de 1834, a primeira Lei Orgânica da Província de Minas Gerais de 1835 focalizarem a instrução, sobretudo a pública, esse é um período em que se considera haver uma lacuna no que diz respeito ao ensino, como se nada houvera sido feito neste sentido.

Três aspectos mais específicos nos chamaram a atenção para o desenvolvimento deste trabalho os quais foram: a falta de trabalhos mais específicos ao tratar de Conselhos Provinciais, uma ampla discussão sobre instrução pública localizada através das Atas do Conselho mineiro e o fato de que os estudos que consideram o período da pesquisa, e que tratam da instrução no Brasil, não enfocarem a política de instrução pública em Minas Gerais.

Dentre as obras que consideram o período em estudo e que tratam da instrução no Brasil, temos o trabalho de (ALMEIDA, 1989), que teve como objetivo a divulgação dos avanços da instrução no Brasil durante o Império. O autor traça um panorama desde 1500 a 1899 sobre o número de escolas e leis de ensino no Brasil. Os trabalhos de (CARVALHO, 1989) e (ANDRADE, 1978), ambos tratam das reformas pombalinas e analisam a obra de Pombal como uma forma de incluir Portugal e seus domínios no processo de modernização dos países europeus. Tratam sobre a instrução pública e os estudos secundários no Brasil,

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enfocando a expulsão dos jesuítas como uma maneira de se implementar uma nova metodologia de ensino.

Em sua obra (AZEVEDO, 1976), transporta o ensino dos tempos coloniais para o âmbito dos problemas de ensino do século XX, ou seja, lançando a partir do século XX um enquadramento e considerando que a expulsão dos jesuítas redundou em uma orfandade educacional no Brasil, que só ganhará a paternidade com o movimento dos pioneiros e a fundação da Escola Nova. Assim como (XAVIER, 1990), que defende a herança de um sistema educacional criado pelos jesuítas, únicos educadores do Brasil nos dois primeiros séculos. (CARDOSO, 1998), em sua dissertação analisa qual o objetivo que levou Pombal a realizar a reforma e neste sentido procura compreender os reflexos no Brasil, das mudanças pedagógicas empreendidas em Portugal. Em Minas Gerais (CARRATO, 1968), (ROMANELLI, 2000) e (VILLALTA, 1998) produziram trabalhos sobre a instrução referente ao período colonial.

Atualmente um grupo de pesquisadores e estudantes da linha de pesquisa Sociedade, cultura e educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UFMG, tem empreendido esforço já há alguns anos, com o apoio da Fapemig e do CNPq, para resgatar a história da educação na província de Minas Gerais do século XIX, no qual se insere a presente pesquisa. Dentre os trabalhos já concluídos temos (INÁCIO, 2003) que buscou investigar o processo de escolarização em Minas Gerais entre 1825 e 1852, privilegiando o ensino de Primeiras Letras, ou instrução elementar. (ROSA, 2001) desenvolveu o trabalho que objetivou compreender as representações produzidas sobre a profissão docente e as capacidades específicas do professor, na primeira metade do século XIX, momento em que se buscava organizar a instrução pública primária mineira.

(SILVA, 2003) pesquisou o processo de escolarização do Termo de Mariana (1772 – 1835) focalizando as aulas de Primeiras Letras, onde considerou a organização da escola como uma instituição legalizada para o ensino das primeiras Letras, entendida a partir das tensões existentes na esfera do público/privado presentes no processo de socialização utilizados pelos sujeitos inseridos na sociedade.

Optamos por tomar como objeto de nosso estudo o Conselho Geral da Província de Minas Gerais (1825 – 1835). Consideramos a existência de todo um aparato que nos levou a pensar em política de instrução pública sejam eles, os sujeitos sociais envolvidos nas discussões realizadas pelo Conselho, os próprios membros do Conselho, professores,

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alunos. O estabelecimento de uma legislação específica, a implementação de métodos de ensino, a existência de financiamento, dentre outros aspectos.

Quanto à análise dos discursos produzidos no conselho Geral da Província de Minas Gerais, utilizamos como referencial teórico o conceito de Discurso fundador de Eni Puccinelli Orlandi. Segundo (ORLANDI, 1993, P.12), discurso fundador é o que instala as condições de formação de outros discursos, funcionando como referência. O que o caracteriza como fundador é que ele se apropria do passado, “cria uma nova tradição, ele re-significa o que veio antes e institui aí uma memória outra. O sentido anterior é desautorizado. Instala-se outra ‘tradição’ de sentidos que produz os outros sentidos”. O discurso fundador: “São enunciados que ecoam e reverberam efeitos de nossa história em nosso dia-a-dia, em nossa reconstrução cotidiana de nossos laços sociais, em nossa identidade histórica”.

Considerando o discurso fundador, estamos ponderando as ações do Conselho Geral da Província de Minas Gerais como referência para a instalação e formação de discursos que possibilitaram outros não tão somente para a organização da instrução pública em Minas Gerais, mas também para o Império. Levantamos a hipótese de que as propostas apresentadas, tendo como principal articulador o agente político/intelectual Bernardo Pereira de Vasconcelos, fato que se justifica pelo mesmo ter sido incumbido de cuidar da Educação da Mocidade da Província Mineira. As indicações se encaminharam de tal forma, que acreditamos terem sido as mesmas, um laboratório para a elaboração da Lei nº 13 de 1835, a primeira lei que organizou o ensino na Província de Minas Gerais.

Ao afirmarmos a existência de uma política educacional na primeira metade do século XIX, estamos também pensando nas apropriações culturais produzidas pelos textos dos discursos produzidos a partir do Conselho, uma vez que as apropriações culturais nos permite considerar eficaz e aculturantes as palavras que pretendem moldar os pensamentos e condutas. Pois segundo ( CHARTIER, 1991), as representações coletivas são aquelas que incorporam, nos indivíduos, as divisões do mundo social e estruturam os esquemas de percepção e apreciação a partir dos quais estes classificam, julgam e agem; depois, as formas de exibição do ser social ou do poder político, enfim as formas institucionalizadas e objetivadas tal como as revelam tanto os signos e performances simbólicas através da

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imagem e do rito, quanto às representações em um representante de uma identidade ou de um poder, dotado assim de continuidade e estabilidade.

Percebemos nos discursos analisados toda uma elaboração que buscava e terminava por estabelecer todo um ordenamento legal que vai se multiplicando em práticas diferenciadas das habituais até então. Desde a primeira sessão instaurada pelo Conselho implementa-se um levantamento minucioso do estado da instrução pública da Província, e conclui-se que a mesma é precária devido à falta de preparo dos professores, a localização inadequada das escolas, e a não obrigatoriedade de freqüência às escolas, dentre outros aspectos. Criam-se modelos novos de funcionamento e estabelecimento de ensino, através dos discursos que visam uma legalidade para instauração de um processo de escolarização, que caracterizamos fundante na Província de Minas Gerais, tais como a criação da Escola Normal, adoção de métodos de ensino, tempos e espaços escolares.

Utilizamos fontes primárias e secundárias para resgatar as ações empreendidas logo após a independência brasileira visando a implementação de uma política de instrução na Província de Minas Gerais. As ações investigadas foram às discussões dos membros do Conselho Geral da Província de Minas Gerais, bem como notas e transcrições encontradas em periódicos. A partir da análise das Atas do Conselho procuramos apreender quais eram as propostas para o ensino primário, secundário e superior e em que se fundamentavam, fazendo um cruzamento das mesmas com outras fontes importantes, foram elas: legislação, ofícios, jornais, relatórios dos Presidentes da Província, relatórios dos Inspetores, documentos do Fundo de Instrução Pública do século XIX e outras que no decorrer da pesquisa se mostraram relevantes de serem analisadas para o desenvolvimento da pesquisa.

Os jornais produziram todo um discurso de que a educação, sobretudo a elementar estaria em condições precárias e se não bastasse, a que já estava instaurada era ineficiente e dispendiosa para o Estado. Os jornais que foram investigados foram O’Universal, O Novo Argos, O jornal da Sociedade Promotora da Instrução Pública, e todos eles utilizaram de transcrições das Atas do Conselho Geral da Província para promoverem os debates referentes à educação perante a sociedade, fazendo o povo adentrar as portas do Conselho.

O Conselho também publicava o seu jornal, O Diário do Conselho da Província de Minas Gerais, um jornal que tinha por objetivo expor para a sociedade todas as sessões realizadas no Conselho.

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A legislação foi outra fonte importante analisada, pois ela possibilitou compreender a organização da instrução, o estabelecimento e criação de escolas, permitindo ainda apreender as especificidades do ser professor naquele momento e a criação da Escola Normal, os métodos de ensino. Ajudou-nos a pensar para além da instituição do Conselho, abarcando outros sujeitos envolvidos no processo de escolarização que buscava se estabelecer na província de Minas Gerais. Sobretudo porque a compreensão da cultura e costumes com as quais a legislação está em constante diálogo, assim como também os aspectos da legalização são elementos importantes para situar a legislação como fonte documental.

Segundo (FARIA FILHO, 1998) quanto às dimensões da lei é preciso estar atento para uma distinção necessária entre dois momentos fundamentais: o momento da produção e o momento da realizaçãoda lei. Apesar do caráter marcadamente arbitrário dessa distinção, porquanto poderia entender perfeitamente que a produção da legislação escolar é, já, realização de outras leis. Para o pesquisador essa distinção se faz necessária por remete-lo a sujeitos e instituições. A legislação pode ser percebida como “espaço”, objeto e objetivo de lutas políticas, portanto, ela pode também ser entendida como a forma de organizar a reflexão, os aspectos abordados e a própria forma de entendimento da legislação como dispositivo de conformação do campo e das práticas pedagógicas.

A Instrução Pública foi estratégia fundamental para o processo de consolidação do Estado Nacional, a regra era “civilizar o povo” e assim manter a ordem para melhor governar.

Mesmo considerando dois aspectos, ou seja, a existência de instituições escolares no Brasil anteriores ao início do Século XIX e a marca da cultura letrada que se faz presente desde o momento inicial de nossa história após o seu descobrimento, foi no período após a independência que o processo de escolarização foi grandemente impulsionado.

A Carta Constitucional de 11 de dezembro de 1823 citou em seu artigo 179, alíneas 32 e 33 a seguinte declaração: “A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos, e que em colégios e em universidades se ensinassem às ciências, as belas letras e as artes”. A Assembléia Constituinte contou com uma comissão de Instrução Pública eleita, que durante os seis meses de seu funcionamento, terminou por produzir dois projetos de lei: O Projeto do Tratado de Educação para a Mocidade Brasileira, que visava elaborar um

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tratado completo de educação e o Projeto de criação de Universidades. Entretanto, a dissolução da constituinte comprometeu a execução desses projetos educacionais. A promulgação da Constituição em 25 de março de 1824, por sua vez trouxe avanços, ao organizar os poderes, definindo atribuições e até mesmo garantindo os direitos individuais.

Frente à urgência da construção do Estado Nacional, era primordial a manutenção da ordem.

Em 1827, a Lei Geral do Ensino de 15 de outubro, primeira lei imperial sobre a instrução, determinava a abertura de escolas de primeiras letras nas cidades, vilas e lugares mais populosos, com a adoção do método mútuo nessas escolas, estabelecendo através do seu artigo 4º que: “As escolas serão de ensino mútuo nas capitais das Províncias; e o serão também nas cidades, vilas e lugares mais populosos delas, em que for possível estabelecerem-se”. O método Mútuo previa o ensino de centenas de alunos ao mesmo tempo, por um único professor. Este contaria com o auxílio de monitores, escolhidos entre os alunos mais adiantados. Os artigos 2º, 7º, 8º, 9º, 14 e 15 da Lei Geral do Ensino foram posteriormente ampliados às escolas de Gramática Latina, em 15 de novembro de 1827.

Anterior a publicação da Lei Geral de Ensino, encontramos nos discursos do Conselho Geral da Província de Minas Gerais dinâmicos debates acerca da Instrução Pública. Na primeira sessão do já referido ano, meses de fevereiro, março e abril foi apresentado levantamento minucioso da situação das Escolas da Província, oferecendo-se Plano de Estudo, elaboração e distribuição de livros, adoção de métodos, sendo o Método de Ensino Mútuo o foco das principais indicações.

Após o Ato Adicional, lei de agosto de 1834, as províncias passaram a ser responsáveis pela organização de seus sistemas de instrução, tanto do ensino primário, como do ensino secundário. O Ato Adicional à Constituição determinou adições e alterações e estabeleceu no artigo 10, parágrafo 2º, que caberia às Assembléias Legislativas Provinciais: “Legislar sobre a instrução pública e estabelecimentos próprios a promove-la não compreendendo as Faculdades de Medicina, os Cursos Jurídicos, Academias existentes e outros quaisquer estabelecimentos de instrução que de futuro forem criados por lei geral”. Em seguida ao Ato Adicional de 1834, medida que descentralizava o ensino deixando-o a cargo das províncias, é sancionada a Lei nº 13 em 28 de março de 1835, a primeira lei que organiza o

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ensino na província de Minas Gerais. E em 22 de abril de 1835 saiu o Regulamento nº 3 que determinava as normas para a execução da referida Lei.

A Lei de 20 de outubro de 1823 deu forma aos Governos das Províncias, criando cada uma delas um Presidente e Conselho. Os procedimentos de trabalho do conselho eram determinados pela Assembléia Geral através de Regimentos. As resoluções eram submetidas à Assembléia Geral como projeto de lei, onde eram aprovadas em uma única reunião. Ao Conselho Provincial competia discutir e deliberar sobre assuntos de interesse da Província além de examinar e aprovar as contas anuais das Câmaras Municipais.

O Conselho Geral da Província de Minas Gerais foi fundado em 9 de junho de 1825 e foi o primeiro a ser instalado no Brasil, tornando-se rapidamente cenário de intensos debates referentes a diversos assuntos de interesse da província, dentre eles a instrução pública. Em sua primeira sessão designou o conselheiro Bernardo Pereira de Vasconcelos como responsável por promover a educação da mocidade o qual priorizou um levantamento do estado da instrução na província mineira.

Cogitou-se do ensino das Primeiras Letras, até aquele momento mais objeto de iniciativas privadas do que públicas, como se constata através da exposição feita em 1827 por Bernardo Pereira de Vasconcelos, quando havia 33 aulas de Primeiras Letras e 21 aulas de anatomia, desenho, retórica, lógica e latim (17 só de latim, uma de cada outra das disciplinas), de iniciativa pública, enquanto havia, de iniciativa particular, 170 de Primeiras Letras, 8 de latim e 3 de lógica. Constata-se que o ensino elementar estava pouco desenvolvido e propõe-se a criação de novas escolas primárias, cursos técnicos e também ensino superior.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As pesquisas acerca da configuração do campo educacional do século XIX têm revelado a riqueza dos discursos e das práticas relacionadas à instrução, que ocorreram principalmente na primeira metade do Império. Descortina-se também a probabilidade de se lançar luz sobre a sombra produzida sobre este período pela história da educação brasileira. Os resultados obtidos com a presente investigação contribuirão para compreensão da conformação do tempo de normatização e institucionalização da instrução pública na Província de Minas Gerais.

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No contexto da Província de Minas Gerais, podemos apreender a dinâmica política instaurada através do Conselho Geral, sendo empreendida pelos seus agentes intelectuais políticos e que se relacionava com o poder central de forma efetiva. Sobretudo, em se tratando da instrução pública, percebemos vasta discussão desde a data de instalação do Conselho, buscando organizar a instrução numa política que se pretendia inovadora, pelo seu caráter fundante.

Os discursos realizados no Conselho se articulavam com o liberalismo em expansão no processo de constituição do Estado Nacional nesse momento, a intervenção do Estado é claramente voltada em busca de um ordenamento legal e nesse sentido que se implementa a política de instrução pública.

A historiografia da educação não considera o processo de escolarização iniciado na primeira metade do século XIX. Mas o que a presente investigação conseguiu resgatar foi que houve todo um trabalho localizado na Província de Minas Gerais que se voltou para trabalhar por uma organização da educação. A ineficácia de um ensino individual que não correspondia ao que se esperava de seus alunos ao deixarem a mesma e não sabiam nem mesmo escrever, alavancaram as discussões sobre os métodos de ensino, levando a implantação do método mútuo. O método foi defendido pela economia que oferecia, ao necessitar apenas um professor para ensinar até mil alunos com a ajuda de monitores, além do fato de a aprendizagem se demonstrar mais eficaz.

Outro aspecto foi à discussão em torno da obrigatoriedade das famílias se comprometerem com o envio de seus filhos para a escola. Na Lei nº 13 de 1825, vamos encontrar a conformação desse aspecto, assim como o ordenamento legal de obrigatoriedade de formação dos professores pelas escolas normais. A instrução Pública teve um papel importante no processo de consolidação do Estado, aparecendo como uma das estratégias fundamentais defendidas para a produção de um povo ordeiro e civilizado e sobretudo para a construção da nação brasileira.

Considerando o discurso fundador, estamos ponderando as ações do Conselho Geral da Província de Minas Gerais como referência para a instalação e formação de discursos que possibilitaram outros não tão somente para a organização da instrução pública em Minas

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Gerais, mas também para o Império. Levantamos a hipótese de que as propostas apresentadas ao Conselho mineiro, tendo como principal articulador o agente político/intelectual Bernardo Pereira de Vasconcelos, se encaminharam de tal forma, que acreditamos terem suas indicações sido laboratório para a elaboração da Lei Geral de Ensino de 1827, e também para a Lei de nº 13 de 1835.

Pensar a política de instrução Pública a partir do Conselho Geral da Província de Minas Gerais nos possibilita compreender o processo de escolarização em Minas Gerais, na medida em que também nos ajuda a pensar e entender a dinâmica de Construção da nação e da escolarização no Brasil.

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XAVIER, Maria Elizabete Sampaio Prado. Poder político e educação de elite. 2ª edição.

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i - Pedagoga, mestranda do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.

ii - Orientador, professor adjunto da Faculdade de Educação de UFMG e coordenador do GEPHE – Grupo de Estudos e Pesquisa da História da Educação/UFMG.

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