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Aula 2 - BASES LEGAIS

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Academic year: 2022

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Aula 2 - BASES LEGAIS

Olá aluno (a), na aula de hoje vamos dar continuidade ao tema educação a distância, falando de suas bases legais. Bons estudos!

Educação a distância: Bases legais

Com o avanço da tecnologia incorporada à educação nos deparamos com a alternativa do ensino a distância que teve a sua primeira aparição em lei no artigo 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Esse artigo estabelecia as diretrizes e bases da educação nacional, na qual "O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada".

Não obstante, tornou-se imprescindível regulamentar essa nova modalidade de ensino. O governo, então, regulamenta o artigo 80 da lei supracitada com o Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, normatizando a educação e distância, no artigo 1º, como a modalidade que permite a auto aprendizagem, utilizando-se de recursos mediatizadores proporcionados por suportes de informação distintos, podendo ser empregados de maneira isolada ou combinada, conduzidos pelas tecnologias de comunicação.

Acompanhando a evolução da sociedade e das TIC’s, mais a necessidade de definir o modo como a educação a distância poderá ser aliada à educação, o governo vem desde 1996 tentando regulamentar tal modelo de ensino. No que tange à esfera do Ensino Superior, o Ministério da Educação publicou em 10 de dezembro de 2004 a Portaria nº 4.059 que, no artigo 1º, institui a introdução da modalidade semipresencial nos cursos de Ensino Superior. Adverte, ainda, que, quando tal modalidade for

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empregada em uma disciplina, não poderá ultrapassar o limite de 20% (vinte por cento) da carga horária.

Na mesma portaria, o governo compreende Educação a Distância, ainda que modalidade semipresencial, como autodidata, todavia utilizando "mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota", indo contra ao que autores como Palloff e Pratt (2002), Belloni (1999) e Moran (2004) indicam que o Ensino a Distância não deve ser totalmente pautado pela aprendizagem individual, todavia criando comunidades de aprendizagem, fazendo uso da aprendizagem colaborativa. Conforme artigo 2º, da mencionada Lei, a modalidade semipresencial deverá:

(...) incluir métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação para a realização dos objetivos pedagógicos, bem como prever encontros presenciais e atividades de tutoria.

O governo, ainda reconhecendo Educação a Distância como autodidatismo, em que o aluno é o único responsável pela aprendizagem, apoiada por alguma(s) tecnologia(s), como indicado no Decreto nº 2.494/98 e na Portaria nº 4.059/2004, atenta para a atividade de tutoria na modalidade semipresencial, dizendo que, quando tal modalidade for utilizada, esta “implica na existência de docentes qualificados em nível compatível ao previsto no projeto pedagógico do curso, com carga horária específica para os momentos presenciais e os momentos a distância”. Moran (2004) tentando, de tal maneira, criticar o uso das tecnologias como mero apoio ao ensino tradicional, diz que "colocamos tecnologias na universidade e nas escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade", ou como Kenski (2005, p. 72) coloca: Embora a tecnologia seja avançada, a forma como é usada, em muitos casos, é bem convencional.

Já com olhar mais atento e menos restrito, em 19 de dezembro de 2005, o governo revoga o Decreto nº 2.494 e publica o Decreto nº 5.622, no qual, de maneira mais clara e objetiva, caracterizar Educação a Distância como sendo a:

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(...) modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

Com a definição mais clara de Educação a Distância em lei, o desafio é como fazer uso das tecnologias para o ensino a distância com qualidade, corroborando o que Kenski (2005, p. 73) coloca:

A grande revolução no ensino não se dá apenas pelo uso mais intensivo do computador e da Internet em sala de aula ou em atividades a distância. É preciso que se organizem novas experiências educacionais em que as tecnologias possam ser usadas em processos cooperativos de aprendizagem, em que se valoriza o diálogo e a participação permanente de todos os envolvidos no processo.

Se você optou por se matricular em um curso a distância, já deu um grande salto para seu crescimento! Tente explorar ao máximo todos os recursos disponibilizados e tenha sempre uma postura ativa! Desse modo, você terá as condições necessárias para concluir seu curso!

Educação a distância ON-LINE

Como o objetivo aqui não é traçar históricos da Educação a Distância, mas saber como ela está sendo utilizada, não cabe entrar no mérito que alguns autores apontam quanto à evolução histórica da EAD. Contudo, Peters (2003, p. 46) afirma que historicamente a Educação a Distância passou por quatro períodos (além de abordagens históricas e individuais), sendo que se torna necessário fazer referência do último.

Desse modo, caracteriza o quarto período como a “Educação a Distância informatizada, que nos permite reagir e lidar com as principais mudanças sociais... ela

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agora irá assumir a maior importância, já que pode contribuir por meio de suas abordagens, técnicas, estratégias...”. Já Kenski (2005, p. 75) indica que:

(...) o grande salto nas relações entre educação e tecnologias dá-se, no entanto, em um terceiro momento, com as possibilidades de comunicação entre computadores e o surgimento da internet, possibilitando o acesso à informação em qualquer lugar do mundo.

Nos dias de hoje, a modalidade de ensino a distância usufrui de enorme gama de tecnologias de informação e comunicação, sendo que a mais utilizada é a Internet, devido a possibilidade de interação síncrona e assíncrona, ou seja, simultânea ou não.

Exemplos de recursos que permitem dessas relações são os chats, wikis e e-mail, que normalmente estão em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), no caso a nossa sala de aula.

É interessante considerarmos também que a EaD on-line não se limita ao uso do computador, atualmente existem outros recursos tecnológicos como tablets e smartphones, que por meio de Internet móvel 3G ou 4G, permitem ao aluno acompanhar o curso de qualquer lugar.

A Internet não “nasceu” com essa terminologia e nem com finalidades educacionais. No período da Guerra Fria, entre 1960 e 1970, o governo norte- americano e o Pentágono necessitavam criar um sistema no qual os computadores militares pudessem trocar informações entre suas bases, desenvolvendo assim a ARPANET, em referência à Advanced Research Projects Agency (Agência de Pesquisa de Projetos Avançados). Com efetivo sucesso, em meados da década de 1980, as universidades norte-americanas começaram a fazer uso desse sistema, eliminando, dessa forma, a distância e demora no acesso ao conhecimento. Com efeito, o sistema ficou sobrecarregado e dividiu-se em dois: a MILNET para áreas militares e a ARPANET para localidades não militares.

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A Internet, como é conhecida hoje, é possível graças a Tim Berners-Lee, um pesquisador do CERN - Conseil Européen pour la Recherche (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares). Ele desenvolveu a World Wide Web (rede de alcance mundial;

Sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na Internet.) unindo o hipertexto e a Internet, que inicialmente interligou sistemas de pesquisas científicas e posteriormente universidades europeias. O navegador Mosaic 1.0 foi lançado em 1993, possibilitando acesso público à Internet e a partir de 1996 esse já estava popularizada nos países desenvolvidos.

Abandonando a linguagem técnica, aproveita-se para inserir o que Lévy (1999, p. 11) chama de ciberespaço. Esse é o universo formado pelas redes digitais no qual a informação encontra-se em contato virtual com todos e com cada um. Serrano (2005, p. 5) coloca que a aprendizagem on-line tem caráter colaborativo e ela demanda participação ativa e interação entre professores e/ou alunos. O conhecimento deve ser construído por meio da interação social. Assim, a mesma autora afirma que o ciberespaço:

Se configura então como um local onde o processo de aprendizagem é facilitado, visto que a produção do conhecimento é fruto da ação coletiva, da sinergia das competências e modelos mentais independente da sua diversidade e onde quer que eles se encontrem.

Com efeito, pode-se dizer que a Educação a Distância on-line é aquela que utiliza estratégias pedagógicas de aprendizagem baseadas em atividades interativas autônomas, todavia colaborativas, possibilitadas por uma tecnologia de informação e comunicação, nesse caso a Internet; ou como afirma Almeida (2003):

Educação on-line é uma modalidade de Educação a Distância realizada via internet, cuja comunicação ocorre de formas sincrônicas ou assim crônicas. Tanto pode utilizar a internet para distribuir rapidamente as informações como pode fazer uso da interatividade propiciada pela internet para concretizar a interação entre as

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pessoas, cuja comunicação pode se dar de acordo com distintas modalidades comunicativas.

Para que a construção do conhecimento seja efetiva e com qualidade, as salas de aula on-line necessitam oferecer condições básicas para que os alunos possam definir os caminhos para a aprendizagem individual e grupal. Kenski (2005, p. 76) aponta três características para tal, quais sejam:

Interação (síncrona e assíncrona) permanente entre os usuários.

Hipertextualidade que facilita a propagação de atitudes de cooperação entre os participantes.

Conectividade garantindo o acesso rápido à informação e a comunicação interpessoal, em qualquer tempo e lugar, o que sustenta o desenvolvimento de projetos em colaboração e coordenação das atividades.

Um fato que merece atenção é que indiferente do que uns chamam de interação e outros de interatividade estas são fundamentais na construção do conhecimento coletivo. Tanta interação (e/ou) quanto interatividade são fundamentais no que diz respeito à distância física e comunicativa no processo de aprendizagem. Tal distância Kenski (1998, p. 3 apud MOORE) chama de distância transacional. Essa pode ser maior ou menor, variando de acordo como os alunos são tratados. Sendo assim, Kenski acrescenta que se os alunos forem abandonados apenas com materiais de estudo e sem comunicação entre os pares, a distância transacional será maior; ou, se os alunos podem estabelecer comunicação tanto com seus pares quanto professores a distância será menor.

Exemplifica desta maneira "(...) havendo mais comunicação entre alunos e professores, a distância entre eles é menor, independente da distância física". Tomando como base a aprendizagem que as salas da aula virtuais possibilitam, Kenski (1998).

Afirma que "a aprendizagem será mais significativa quanto maior for o grau de interação e comunicação entre os participantes do processo".

A produção do conhecimento pelo coletivo nas salas de aula virtuais faz-se mediante duas modalidades de comunicação, uma síncrona e outra assíncrona. A comunicação síncrona é aquela que ocorre entre sujeitos em tempo real (chat, vídeo conferência, áudio conferência) enquanto a assíncrona acontece em tempos distintos (fórum, listas de discussão).

Ao contrário dos termos interatividade e interação, essas duas formas de comunicação são distintas. Contudo, não podemos afirmar que uma é melhor ou superior a outra. Santos (2001, p. 8), num estudo realizado sobre as contribuições das formas síncronas e assíncronas, constata que:

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(...) a comunicação síncrona, devido a sua característica de simultaneidade da comunicação, pode contribuir para a troca de experiências, enquanto que, a comunicação assíncrona possibilita mais tempo para a pesquisa, reflexão, análise, necessárias para a construção de uma argumentação fundamentada e mais teórica sobre a questão. Entretanto, a experiência vivenciada tem um lugar de destaque servindo de catalisadora da discussão.

Outro ponto a ser destacado é colocado por Silva (2000) quanto ao sucesso das ações interativas síncronas e assíncronas:

O nível de sucesso da interação ou de interatividade que acontecerá no curso dependerá da escolha que fizermos entre essas duas formas de comunicação. Nas duas encontraremos vantagens e desvantagens, porém, as vantagens irão sempre superar as desvantagens se a utilização for feita de forma adequada, harmônica e complementar no âmbito de um projeto educacional que envolva os recursos de Educação a Distância.

Tanto a comunicação síncrona quanto a assíncrona são de extrema relevância quando a aprendizagem colaborativa está em jogo. Dessa maneira, os professores têm que atentar para a avaliação da qualidade nas participações. Portanto, não se esconda!

Mostre-se e diga a que veio! Assim, Gerosa; Fuks e Lucena (2003, p. 12) apontam que:

Serviços de comunicação assíncronos normalmente são utilizados quando se deseja valorizar a reflexão dos participantes, pois estes terão mais tempo antes de agir. Em um serviço de comunicação síncrono, valoriza-se a interação, visto que o tempo de resposta entre a ação de um participante e a reação de seus companheiros é curto. Desta forma, surge a necessidade de avaliar diferentemente as contribuições dos dois tipos de serviço.

Bibliografia

https://www.nead.ufrr.br/index.php/sobre-a-ead

https://blog.eadplataforma.com/setor-ead/regulamentacao-ead-brasil/

Referências

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