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Quem é e por Que ele nunca sai do poder

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Academic year: 2022

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Domingo 7 / 2 / 21

Ano XCiV - EDição nº 31.265

FoRTALEZA - CE / R$ 4,00

93 Anos

CENTRÃO

Reprogramação celular para tratar câncer será estudada no Ceará

PÁGINAs 22 A 25

CiênCia&Saúde

115 mil novas doses de Coronavac chegam ao CE;

vacinação começa nos Cucas e no Castelão

PÁGina 8

notíCiaS

Bloco criado na época da Constituinte é formado por diversos partidos e historicamente decisivo para aprovação da agenda política do Executivo

RePoRtaGeM, PÁGinaS 10 a 13

Quem é e por Que

ele nunca sai do poder

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DOMINGO

FORTALEZA - CEARÁ - 7 DE FEVEREIRO DE 2021

FAROL

MAIS OPINIÕES www.opovo.com.br

AURELIO ALVES

PANDEMIA Era preciso muito pessimismo para imaginar que, 11 meses após os primeiros casos, viveríamos novas restrições por causa da Covid-19. A situação, todavia, é de escalada galopante de casos, leitos hospitalares sobre- carregados e número crescente de mortes. O Governo do Estado vinha resistindo a adotar novas restrições à eco- nomia. Empresários já estão por aqui com Camilo Santa- na, o governo do PT, a Prefeitura, os Ferreira Gomes. Há efetivamente cenário de muitas dificuldades econômicas.

Grande quantidade de pessoas foi demitida. Muitos esta- belecimentos fecharam. Os que resistem têm dificuldades.

Mais gente corre o risco de perder o emprego. E hoje nem há mais o auxílio emergencial a servir de socorro. Ainda assim, as restrições acabaram vindo.

Uma das imagens da semana é o protesto de empre- sários contra a limitação de horário de funcionamento.

Entendo a insatisfação. Há empresas construídas a du- ras penas e mantidas com sacrifício. O governo sinaliza com apoio ao setor, o que é muito justo. Porém, o mundo

atravessa uma tragédia humana. Faz-se necessário olhar além do próprio quintal, sentir além do próprio umbigo.

A multidão de representantes de bares e restaurantes diante da Assembleia Legislativa é uma cena para a his- tória. No meio de uma pandemia, com UTIs abarrotadas e gente morrendo, um segmento da economia se insurge contra ações para conter a disseminação do vírus. Entende que restaurantes não podem fechar mais cedo no meio da mortandade. Eu entendo as difi culdades pelas quais passa o setor, mas os empresários parecem não entender o mun- do em que estão imersos.

O maior patrimônio de uma empresa é a marca, a for- ma como é percebida pelo público. Como serão vistos pela história empreendimentos cujos representantes estavam aglomerados nas ruas por acharem que a pandemia não é motivo bastante para fecharem mais cedo? Por acharem que entendem mais que as autoridades de saúde sobre a melhor prevenção? O pior legado da pandemia para muitos empreendimentos pode vir dos próprios donos.

NOVAS RESTRIÇÕES E O PATRIMÔNIO DE UM NEGÓCIO

Érico Firmo

JORNALISTA DO O POVO

A cultura de cancelamento e a lei do retorno

Bolsonaro sai das cordas e respira, por enquanto

Iara Costa

JORNALISTA DO O POVO

João Marcelo Sena

JORNALISTA DO O POVO

BBB21. Para além do entretenimento barato, a 21ª edição do Big Brother Brasil levantou desde o primeiro dia discussão sobre tema que bomba na Internet: o tal

“cancelamento”. Nos dias iniciais de con- finamento, os “brothers” demonstraram medo do julgamento desenfreado do pú- blico da internet. A preocupação com o que (potencialmente) está acontecendo do lado de fora dos estúdios da Globo, no entanto, cegou muitos deles para o que acontece na ‘casa mais vigiada no Brasil’.

As duas semanas de edição expuse- ram que as redes sociais nada mais são que espelhos das atitudes humanas — os fi ltros, porém, são frágeis. Sem elas, o “cancelamento” ainda ocorre, como os telespectadores puderam presenciar a partir das atitudes da cantora curitiba- na Karol Conká perante os participantes que a contrariaram de alguma manei- ra, estivessem errados ou não. A artista protagonizou verdadeira perseguição aos

“rivais”, listando toda e qualquer falha ou traço humano naqueles que de alguma forma a desagradaram.

CONGRESSO Jair Bolsonaro (sem par- tido) estava nas cordas, recebendo consecutivos sopapos até que conse- guiu se desvencilhar, contra-atacar e descansar aliviado no canto do ringue, após o soar do gongo, para os próximos rounds. Em pouco mais de dois anos de governo, o presidente conseguiu na semana que passou as mais significati- vas vitórias políticas desde que subiu a rampa do Planalto.

As vitórias de Arthur Lira (Progressis- tas-AL), na Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) deram a ele um respiro em um dos momentos mais críticos de sua gestão. Antes delas, Bol- sonaro acumulava reveses.

As tentativas de desprezar o coronavírus e a importância da vacinação contra a Covid-19 representaram impactos ne- gativos para o presidente. Vale lembrar que Bolsonaro foi o único líder mundial que conseguiu não transformar a imuni- zação em capital político.

A conduta desastrosa da situação da pandemia em Manaus e o fim do auxílio A chocante violência das atitudes dela

já fi zeram com que a cantora perdesse dinheiro, seguidores e prestígio. O can- celamento que ela tanto cultivou foi por ela colhido. Karol é meramente refl exo do que muitas pessoas são na Internet.

Por trás do anonimato, enxergam-se no direito de tornar sem efeito ou até dimi- nuir a existência do outro, invalidando o fato de que todos os seres humanos são passíveis de erros e também de crescer a partir das falhas.

Karol verá a resposta para seus atos quando sair da casa. Pode aprender com ele. Mas e quanto aos anônimos da inter- net, quando verão o peso de seus “cance- lamentos” seletivos?

emergencial começavam a ensaiar um princípio de fim para ele na presidência, com pedidos de impeachment e protes- tos ganhando cada vez mais corpo.

Seguindo na metáfora do boxe, a vi- tória de Arthur Lira representa para Bolsonaro um centrão que estará pronto para estancar os maiores cor- tes no supercílio do presidente entre um round e outro.

No entanto, esse mesmo centrão tem um histórico de mudar rápido de lado do ringue quando seu pugilista começa a cambalear demais. Se em 2018 Bolsonaro desdenhava e dizia repudiar essa ajuda, até 2022 ela lhe será fundamental para seguir na luta.

EDIÇÃO: ERICK GUIMARÃES | ERICK@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

A SEMANA

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DOMINGO

FORTALEZA - CEARÁ - 7 DE FEVEREIRO DE 2021

FAROL 3

CHARGE@OPOVO.COM.BR

CHARGE \ Clayton

Por

Adailma Mendes

ANDREZZA RODRIGUES

2 DEDOS DE PROSA com

CAROL AVILA/ DIVULGAÇÃO

adailma.mendes@

opovodigital.com

PROTAGONISMO FEMININO NAS FINANÇAS

e aos poucos impactando comu- nidades maiores até impactar uma fatia maior desse mercado.

OP - Recentemente, foi anunciada a captação de R$

600 mil para a HerMoney de um grupo de “anjos”. Como a fi ntech planeja usar os recursos que vão surgir?

Andrezza - Quase que a totali- dade desse investimento vai para desenvolvimento da nossa própria tecnologia e inteligência de dados, além disso estamos investindo de forma estratégica em experiência para que as usuárias além de um produto tecnológico super con- veniente para as suas necessida- des, recebam uma comunicação fácil, se sintam acolhidas e rom- pam com a crença de que finan- ças não é para mulher. Para isso construímos um time que trata diretamente com a experiência do consumidor, composto por mu- lheres especialistas em finanças e atendimento, que com o auxílio de tecnologias conseguem guiar nossas clientes por uma jornada humanizada e de assistência.

está em um acelerado crescimen- to trazendo junto necessidades muito específicas e que, por isso, ao se deparar com esses produtos se sentem sub atendidas.

OP- Como a startup tem atraído as empreendedoras?

O movimento de reunir essas mulheres foi desafi ador?

Andrezza - Quando lançamos a plataforma o interesse foi muito rápido e crescente, mesmo com um lançamento orgânico saímos

de 0 a 17 assinantes, com um tic- ket médio de R$ 200 em dois me- ses. Crescemos 600% em 2020 e, neste momento, tem sido mais desafiador porque estamos foca- das numa meta bem ousada que é alcançar ainda mais algumas em- presas. Para nos ajudar nisso te- mos uma estratégia que lançare- mos em abril um formato gratuito temporário da plataforma.

OP - Hoje a HerMoney tem 55 clientes, quando o Brasil tem milhões de mulheres

investindo no setor de serviços. O que falta para a startup de fi nanças decolar?

Andrezza - Até o final do ano tínhamos algumas limitações para desenvolver uma estrutu- ra tecnológica que suportasse a alta demanda de procura pelo nosso produto, mas isso foi re- solvido com as primeiras fases da captação de um investimento que fizemos. Agora é acompa- nhar, mês a mês, a evolução da plataforma, que está acelerando

E

m uma só rodada de captação, um hub de investimentos com objetivo de conectar startups inovadoras lideradas por mu- lheres a investidores em busca de retorno fi nanceiro conseguiu R$ 600 mil. A vitória foi da star- tup HerMoney, que tem à frente a cearense Andrezza Rodrigues, junto a um grupo de “investidores anjo” liberados pela Wishe.

Andrezza, fundadora da HerMoney, defi ne a empresa como uma assistente fi nancei- ra, uma ferramenta de prota- gonismo feminino.

O POVO - Como nasceu a ideia da HerMoney?

Andrezza Rodrigues - A Her- Money surgiu primeiro do cruza- mento das minhas experiências como usuária de serviços tecno- lógicos de gestão financeira e das queixas do mau relacionamento com o dinheiro que ouvi de mui- tas mulheres em meu ciclo so- cial. Até que no final de 2019, ao buscar e não encontrar empresas que tivessem esse foco: finanças e equidade de gênero, o insight veio! Analisei que mesmo com a evolução tecnológica de muitos desses serviços a entrega do pro- duto ainda era a mesma. Percebi com base em vários estudos que o mercado empreendedor feminino

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DEISA GARCÊZ/ESPECIAL PARA O POVO

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

“O PARLAMENTO DEU SINAIS DE QUE QUER

TRABALHAR. NÃO QUER FICAR REFÉM DE UMA SÓ PESSOA. E

ERA UMA SÓ PESSOA QUE CRIAVA ALGUNS

ÓBICES PARA NÓS”

JAIR BOLSONARO, presidente da República, e discurso em Santa Catarina, referindo-se ao ex-presidente

da Câmara, Rodrigo Maia

“NÃO RECONHEÇO A AUTENTICIDADE DAS REFERIDAS

MENSAGENS”

SERGIO MORO, ex-coordenador da Lava Jato, em Curitiba, e ex-ministro da

Justiça do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em nota sobre novos diálogos entre ele e procuradores da força tarefa, revelados por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que quebrou o sigilo de um documento

com 50 páginas de conversas EVARISTO SA / AFP

“O GRANDE OBJETIVO DISSO É EVITAR ATIVIDADES LÚDICAS, EVITAR AS FESTAS. ISSO

PARA QUE A GENTE POSSA TER TEMPO PARA

FAZER ISSO E EVITAR NOVAS MORTES”

CAMILO SANTANA (PT), governador do Ceará, sobre o decreto que determinou

restrições de funcionamento de bares e restaurantes depois das 20 horas, mantendo apenas serviços essenciais,

para conter o avanço da Covid-19

“POR INEFICIÊNCIA DO ESTADO EM CRIAR MEDIDAS PREVENTIVAS, EM FISCALIZAR SETORES

QUE DESCUMPREM AS ORIENTAÇÕES SANITÁRIAS, O GOVERNO

LANÇA A CONTA PARA O TRABALHADOR PAGAR SOZINHO, SEM NENHUMA

CONTRAPARTIDA QUE GARANTA A SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS E EMPREGOS”

TRECHO de nota da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) sobre as novas medidas restritivas anunciadas

pelo governador Camilo Santana

“GOVERNANTE NENHUM TOMA UMA MEDIDA COMO ESSA DE BOM GRADO. AGE MOVIDO

PELA OCUPAÇÃO PREOCUPANTE DE LEITOS DE UTI. CUSTA

CARO MANTER UM LEITO E MAIS AINDA

PERDER UMA VIDA.

DEPOIS VEM A PERDA DE ARRECADAÇÃO E TAMBÉM O NATURAL

DESGASTE”

JOCÉLIO LEAL, jornalista, em sua coluna no O POVO

“O que eu apresentar para enquadrar a Anvisa, passa aqui

na Câmara feito um rojão. Vou tomar providências, vou agir contra a falta de percepção da

Anvisa sobre o momento de emergência que nós vivemos. O problema não está na Saúde, está na Anvisa. Nós vamos enquadrar”

RICARDO BARROS (PP), líder do governo na Câmara dos Deputados, em entrevista ao Estadão, criticando a Anvisa no processo de aprovação das vacinas

contra a Covid-19

“INFELIZMENTE A DECLARAÇÃO DO RICARDO BARROS FOI MUITO INFELIZ... PEÇO QUE, SE É DE CONHECIMENTO ALGUMA ILEGALIDADE, QUE

FAÇAM LOGO O SUPOSTO ENQUADRAMENTO JUDICIAL, PARA QUE POSSAMOS NOS DEFENDER”

ANTÔNIO BARRA TORRES, diretor-presidente da Anvisa, em resposta a Ricardo Barros

“TODOS NÓS IREMOS EMBORA UM DIA.

OBVIAMENTE LAMENTAMOS AS MORTES... MAS É UMA REALIDADE E NÃO PODEMOS PARAR O

BRASIL POR ISSO”

JAIR BOLSONARO, presidente da República, em discurso no Paraná. Até sexta- feira, 5, mais de 230 mil tinham morrido por causa da Covid-19

“GENOCIDA”

GRITO de parlamentares da oposição ao presidente Jair Bolsonaro, na sessão de abertura do período legislativo no Congresso Nacional, quando ele foi chamado a

discursar

“MITO”

GRITO dos parlamentares da base em resposta

“NOS ENCONTRAMOS EM 2022”

JAIR BOLSONARO, presidente da República, acenando com as próximas eleições presidenciais

“VAMOS DAR UMA

OPORTUNIDADE À PACIFICAÇÃO DESTE PAÍS... PARA QUE

POSSAMOS INICIAR UMA NOVA FASE DE CONSENSO, DE RESPEITO À DIVERGÊNCIA”

RODRIGO PACHECO (DEM-MG), presidente do Senado, eleito com apoio do Planalto de Bolsonaro, tentando acalmar os ânimos

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MAIS FRASESmais.opovo.com.br

“Ele me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei”

FERNANDO HADDAD (PT), candidato a presidente derrotado em 2018, em entrevista ao O Globo, afi rando que aceitou o convite do ex-presidente Lula para ser candidato à presidência em 2022, ante as incertezas de uma candidatura do próprio Lula

CARLOS ALVES MOURA

“Temos que encerrar essa preocupação midiática de julgar o Lula tendo em vista esse desiderato: fazê-lo inelegível.

Sempre digo: Lula é digno de um julgamento justo”

GILMAR MENDES, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

REPRODUÇÃO/ INSTAGRAM/ TATÁ WERNECK

“GENTE UMA BABACA SEM TER O QUE FAZER TÁ FAZENDO FAKE MEU.

DELETA PORQUE VAI DAR MERDA, TÁ, PRINCESA?”

TATÁ WERNECK, atriz e apresentadora, ao descobrir um perfi l falso, com seu nome, no Twitter, inclusive dialogando

com fãs da atriz MADDIE MEYER/AFP

“PAPAI NÃO SABE NADA”

TOM BRADY, quarterback do Tampa Bay Buccaneers, marido da Gisele Bündchen, explicando, em português,

que é o único da casa que não sabe falar a língua

“COM CERTEZA A MAIOR TORCIDA DO

NORDESTE É A DO FLAMENGO”

ROGÉRIO CENI, técnico do Flamengo, após a vitória do time contra o Sport de Recife, por 3 a 0, que ele dedicou aos torcedores rubro-negros do Nordeste ALEXANDRE VIDAL / FLAMENGO/ DIREITOS RESERVADOS

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

“AS MENINAS DE HOJE ME DEVOLVERAM O ORGULHO DE SER SAPATÃO. QUE, GRAÇAS A ELAS, ESSA PALAVRA AGORA PERTENCIA

A MIM E NUNCA MAIS NINGUÉM IA ME OFENDER COM ELA”

ZÉLIA DUNCAN, cantora, que está completando 40 anos de carreira e com dois novos álbuns e um fi lme sobre visibilidade lésbica, em entrevista ao O Globo

“Já pensou?”

BONINHO, diretor da TV Globo, em resposta enigmática ao pedido de Jojo Todynho, vencedora de ‘A Fazenda 12’, para entrar no BBB 21

“PEDI PARA ME ATUALIZAREM, NÃO PARA ME DIZEREM O QUE EU JÁ SEI. BEM-VINDO À

MINHA FAMÍLIA”

CLEO PIRES, atriz, ao rebater o comentário sobre o comportamento de seu irmão Fiuk no BBB21.

Pelo Twitter, ela pediu informações sobre o reality e um seguidor escreveu: ‘Infelizmente, seu irmão é

complicado’

“QUERO ESCREVER ESTA NOVA HISTÓRIA COM OS MEUS FÃS E CONQUISTAR O MUNDO QUE,

JUNTO COM A SONY, VAI ME AJUDAR A MOSTRAR A MÚSICA

E O ROMANTISMO DO BRASIL”

LUAN SANTANA, cantor, que assinou contrato com a Sony Music, a mesma gravadora de Beyoncé

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ALAN NETO

FALE COM O ALAN:ALAN@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

LOBOS & CORDEIROS

DO PESCOÇO PRA BAIXO...

􀛨. NÃO

foi por falta de aviso.

Oposição na CMF, apesar de diminuta, iria fazer muito barulho e provocar muitos comichões à nova administração da PMF.

Adotou o jargão do futebol - do pescoço pra baixo tudo canela. Vai exigir do presidente da Câmara, Antônio Henrique, muito jogo de cintura e do líder de Sarto empenho para se contrapor. Terão errado de líder?

􀣔. PODEM

ser comparados a lobos famintos isto porque Carmelo Neto ainda não botou as unhas de fora. Este é tido como o mais atrevido, bolsonarista de primeira hora. Sarto verá urso de gola com eles. Embora maioria, a situação carece de melhor coordenação. Haverá cobranças, bate-boca, ingredientes imprescindíveis para manter a CMF acesa e alerta.

􀢝. CONTRAPONTO,

pouca

coisa mudará na AL. Caras são as mesmas.

Exceção de uns cinco, o resto lerá pela cartilha do Governo, tais cordeiros mansos.

Exceção, Heitor Férrer, como sempre.

Novo presidente da casa, Evandro Leitão, indicação pessoal de Camilo, pode realizar boa gestão, sem sair da gleba demarcada.

Ser governo tem seus encantos mil.

CAMPEÃO absoluto das urnas, das quais é rei, jamais perdeu uma única eleição (AL, Câmara Federal, Maracanaú, duas vezes, de roldão ainda elege a fi lha) Roberto Pessoa, é o único tucano de voo próprio, sem precisar tomar à benção a Tasso.

Consegue a proeza de ser votado em todos os 184 municípios, além de contumaz colecionador de títulos de Cidadania aqui no Ceará e fora, Paraíba, Tocantins, Mossoró. Eleito, de novo, Prefeito de Maracanaú, quer dar um boom na cidade. Porém, deseja ir mais além. Como assim?

Abolição está nos seus planos. Ai daquilo que Roberto Pessoa meter na cabeça. Anotem e confi ram.

PROMESSA é dívida. Antônio Henrique não esqueceu, apenas adiou.

Quer a Câmara Municipal funcionando, ainda este ano, no Lord Hotel.

Haja o que houver, custe o que custar.

RESTAURANTES e praça de alimentação, fi ns de semana, funcionando até as 15 e shoppings abertos até 20 horas, quem sentir fome vai recorrer a quem? Favor levarem marmitas...

NAS redes sociais, funciona assim - do pescoço pra baixo tudo é canela. Quem achar ruim recorra ao arcebispo.

TIRARAM Paulo Linhares do Dragão do Mar que sempre foi sua cara, aquilo ali vai virar um Saara. Mandaram-no para o Observatório da Cidade que raros sabem que existe. De qual Aladim saiu tão luminosa ideia?

VIRÃO aí mais duas secretarias municipais. Juventude e a dos Animais. Já passou das 30, caminhando para 40. Eita pau, Pereira!

CARAPUÇAS no ar. Quem tem filho desobediente não precisa de inimigos...

AVISO aos navegantes. E não navegantes. Nos sinuosos corredores da AL, deputado com mandado pra tentar reeleição terá que desembolsar R$ 6 milhões. Os novatos, quase o dobro. Quem se arrisca?

A PROPÓSITO. Por onde anda Salmito Filho, tão ativo como presidente da Câmara Municipal, tão opaco como deputado estadual?

BEM a propósito. E Samuel Dias, o que foi mesmo fazer na Secretaria de Infraestrutura, que dele, até hoje, não se ouviu um pio. Acorda, homem de Deus!

PRAÇA da Lagoinha que continua lá só os cacarecos dentre em breve perderá sua referência maior, Hospital César Cals, de mudança, lá pros confi ns do Itaperi. Alô, alô, Assis Cavalcante. Centro da cidade perde, assim, uma tradição quase secular.

QUEM souber informar, diga logo. Onde matas do além resolveram socar o Vapt-Vupt, cuja promessa de reativá-lo, virou tufos de fumaça?

.

MAIS uma vez supermercados e farmácias no rol dos privilegiados, funcionando até tarde da noite. Lambem os beiços. Próxima encarnação quero ser dono de uma bodega onde venda tudo, até pião jalapo e óleo de ricíno...

.

ANA Miranda, minha musa inspiradora, de volta às páginas do O POVO.

Que maravilha! Seus escritos são um regalo. Agora, posso sonhar acordado.

.

POR onde anda o padre Neto? Sumiu. Perdeu o trono pro padre do Santo Inácio, que virou o preferido das dondocas. Reaja, padre Neto!

.

NEM digo nada quando as máscaras forem retiradas, se as vacinas funcionarem. Circo de Horrores perde de goleada.

.

TENTEI entrar na fila do Drive-Thru pra me vacinar. Meu nome não constava na relação. Voltei desolado, mão na frente e outra atrás. Vou apelar pro Pazuello...

.

GASOLINA subiu dos R$ 5 reais. Construam urgente diligências e

carruagens. Em último caso, carroça serve. O John Wayne está vibrando nas catacumbas...

PERFEITO PARA COOPER

DEPOIS do decreto de Camilo, em nome da saúde das famílias pelas quais zela, os efeitos colaterais são, porém, danosos. Experimente andar em qualquer shopping depois do decreto. Lojas vazias, pessoas se contam nos dedos, viraram locais ideais para se fazer cooper, ou seja, entrançando pernas,

pra lá e pra cá...

OLHAR DE LINCE

NÃO foi por falta de aviso dessas mal traçadas linhas dominicais. O cinto vai começar a ser apertado paulatinamente, até a decretação do lockdown, mais

dias, menos dias.

SOB APLAUSOS

DISCRETO, porém ativo, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, cria de Beto Studart, foi eleito por aclamação, Presidente da Associação Nordeste Forte, entidade que agrega todas as federações de Indústrias do Nordeste.

Prêmio maior a sua efi ciência, trabalho e obstinação.

SEMPRE NA FRENTE

M. DIAS Branco, anunciou a captação de R$ 900 milhões, em títulos de longo prazo. Trata-se de uma das maiores emissões de dívida já anunciada por uma empresa cearense. Mercado fi nanceiro aposta que o interesse pela compra de títulos será enorme. Prazo para os investidores fazerem suas reservas vai ate o

dia 3 de março. Não percam essa chance.

A GRANDE REVELAÇÃO

DEPUTADO Eduardo Bismark, com dois anos de mandato, foi o único da bancada cearense eleito para a Mesa Diretora, como primeiro suplente.

Obteve 358 votos. Detalhe: nenhuma marca conseguida onde houve disputa em outros cargos. Vai longe, o Bismarck. Filho de peixe, peixinho é.

BOCA RICA

GUERRA surda à vista, nos amplos e sombrios corredores do vistoso prédio da AL. Briga de foice em quarto escuro, pela presidência das 18 Comissões

Técnicas, com direito a mordomia e gratifi cação polpuda. Nesta briga, prevalece a Lei do mais forte, onde os fracos não têm vez.

A FORMIGA E O ELEFANTE

SABEM aquela história da junção de duas Construtoras locais? Deu em fumaça. Onde já se viu o menor ganhar do maior? Remete a história da carona

da formiguinha e do elefante atravessando o rio etc e tal...

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Fortaleza - CearÁ - 7 de Fevereiro de 2021

Farol 7

Sob pressão do Congresso, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, discute a pror- rogação do auxílio emergencial com lideranças do Senado e da Câmara, mas trabalha para con- ter a proposta dos parlamenta- res de manter os R$ 300 pagos nas últimas parcelas. Um valor de R$ 200 é considerado “mais viável” pela equipe econômica, que cobra contrapartidas de me- didas de ajuste fiscal.

Para restringir o público que vai receber novamente o benefí- cio em 2021, uma das propostas é que sejam contemplados os be- neficiários do Bolsa Família e os que estão na fila aguardando para serem incluídos no programa as- sistencial. A interlocutores, Gue- des tem dito que 20 milhões de pessoas já estão amparadas pelo Bolsa Família e agora falta aten-

der os chamados “invisíveis”, que continuam sofrendo os efeitos da pandemia da Covid-19.

O ministro defende a conces- são do auxílio com o acionamento do estado de calamidade pública.

Isso permitiria que as despesas com a nova rodada do benefício ficassem fora do teto de gastos, regra que limita que as despesas cresçam acima da inflação.

A antecipação para fevereiro dos pagamentos do abono salarial previstos para março foi a primei- ra medida do “protocolo da crise”

adotado para enfrentar o agra- vamento da pandemia, segundo fontes da equipe econômica.

A medida foi publicada ontem no Diário Oficial da União. A lista ainda vai incluir a antecipação do 13º para aposentados e pensionis- tas do INSS e a definição de uma nova rodada do auxílio.

Governo estuda

ajuda emergencial de R$ 200

| valor | Congresso quer manter atuais R$ 300

rEcoNHEcImENTo

Familiares reconheceram os corpos do cearense wilson martins dos Santos, 57, e de ricardo José Kirst, 55, que faziam parte da tripulação da embarcação o Maestro. os corpos foram encontrados pela Marinha na última quinta- feira, 4. três continuam desaparecidos: domingos Salvio, Guilherme ambrosio e José Cláudio de Sousa.

arQUivo PeSSoal

Corpos

víTIma da covId-19 Morreu ontem, aos 69 anos, ZEZINHo corrêa, vocalista do grupo Carrapicho, internado desde 4 de janeiro em hospital de Manaus após testar

positivo para Covid-19. “Hoje a batida do tambor se calou”, afirmou a nota da assessoria de imprensa da banda nas redes sociais, referência ao sucesso ‘tic tic tac’.

divUlGação

Morte

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8

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Domingo

Fortaleza - CearÁ - 7 de Fevereiro de 2021

NOTÍCIAS

A Secretaria da Saúde do Cea- rá (Sesa) informou que, na noite deste sábado (6), o Ceará rece- beu mais 115 mil doses da vacina CoronaVac, imunizante contra a Covid-19. Este será o quarto lote desde o início da campanha de vacinação. Esta remessa será destinada aos profissionais de saúde. As doses da vacina come- çam a ser distribuídas para os municípios nesta segunda-fei- ra (8). Na capital, a previsão da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é que 15 mil pessoas sejam vacinadas até amanhã.

Neste sábado, 6, a vacinação ocorreu em três novos centros: a Arena Castelão e dois Cucas, o da Barra do Ceará e o José Walter.

Idosos que optaram pela moda- lidade domiciliar ao se cadas- trarem no aplicativo também puderam ser vacinados. Idosos, trabalhadores da saúde e pes- soas com deficiência acima de 18 anos realizaram o cadastramen- to prévio, por meio do site Va- cine Já (https://vacineja.sepog.

fortaleza.ce.gov.br) e aplicativo Mais Saúde Fortaleza. A vacina- ção continua neste domingo nos pontos de vacinação, de 9h às 17h e nos Shoppings de 8h às 18h, pelo Drive Thru.

No total, 71% das mais de 220 mil doses recebidas no Ceará já foram distribuídas e aplicadas no Estado. Nesta fase da vacina- ção, estão recebendo a primeira dose os profissionais da saúde, idosos com mais de 75 anos e os que moram em instituições de longa permanência, e indígenas.

Ao todo, 159.007 cearenses fo- ram vacinados contra Covid-19, de acordo com atualização des- ta tarde do vacinômetro da Se- cretária de Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

“Continuamos fazendo todos os esforços necessários para agilizar ao máximo essa imu- nização dos nossos irmãos e ir- mãs cearenses, principalmente aqueles que estão nos grupos mais vulneráveis”, afirmou o go- vernador pelo Twitter.

| IMUNIZAÇÃO | Neste domingo segue a vacinação de idosos contra a Covid-19 em vários pontos da cidade. Meta é imunizar 15 mil pessoas

Governo do Ceará anuncia novo lote com 115 mil doses de vacina Coronavac

SAÚDE

de acordo com a Sesa, 71% das 220 mil doses recebidas pelo Ceará já foram distribuídas e aplicadas no estado.

Pfizer solicita registro de vacina

Covid-19. Anvisa recebe novo pedido

A Pfizer Brasil apresentou on- tem à Agência Nacional de Vigi- lância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro definitivo da vacina BNT162b2 contra covid-19. O imu- nizante foi desenvolvido em par- ceria com a BioNTech.

A vacina, já autorizada para uso em outros países, apresentou eficácia global de 95% em toda po- pulação dos estudos clínicos. Para pessoas com mais de 65 anos, a eficácia chegou a 94%. A vacina da Pfizer e da BioNTech é baseada no RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imu- nidade contra o novo coronavírus.

A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontra- das na superfície do vírus.

“O pedido de registro da vaci- na junto à Anvisa é a etapa final do processo de submissão continua estabelecido pela Agência para ace-

lerar os registros de vacinas contra a covid-19. A companhia continua- rá trabalhando junto com a Anvisa para que esse processo transcorra da melhor maneira possível, sem- pre pautados por critérios técnicos e científicos”, afirmou a diretora médica da Pfizer Brasil, Márjori Dulcine, em nota.

O governo tem reiterado que todas as vacinas contra a covid-19 que forem aprovadas pela Anvisa entrarão no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Até o momento, a agência aprovou o uso emergencial da va- cina de Oxford e da CoronaVac.

Na última quarta-feira (3), a Pfizer realizou a reunião pré-sub- missão com a Anvisa, para con- verter o processo iniciado em no- vembro em um pedido definitivo de registro. Os documentos neces- sários foram entregues na última sexta-feira, 5.(Agência Estado)

thaiS MeSquita

comEçou nessa sábado a imunização de idosos na arena Castelão e nos Cucas Barra e José Walter JÚliA DuArtE

juliaduarte@opovo.com.br

Sincofarma-CE quer comprar doses da

vacina Sputnik

No varejo

O diretor do Sindicato do Co- mércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Cea- rá (Sincofarma-CE), Maurício Fi- lizola, informou ao o povo neste sábado, 6, que está em negocia- ção com a União Química Farma- cêutica Nacional, já parceira do sindicato, para o acesso a doses da vacina russa Sputnik V.

O laboratório brasileiro proto- colou, no dia 15 de janeiro, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para uso emergencial do imunizante no Brasil com a liberação para 10 milhões de doses. A expectativa é que, em até três meses, as far- mácias do Ceará já possam estar com a vacina disponível.

De acordo com o líder empre- sarial o setor farmacêutico local está preparado para receber o produto e atender o público.

Quanto aos valores a serem cobrados por dose, o Sincofar- ma-CE diz que ainda não tem como prever. “Serão valores que possam ajudar a população de forma justa. Temos o nosso pa- pel social”, defende Filizola. Para o dirigente, as negociações vêm andando até rápido para a libe- ração da vacina russa no Brasil.

Na sexta-feira, 5, o site do Mi- nistério da Saúde confirmou a re- união da Anvisa com o laborató- rio União Química a fim de trocar informações com o laboratório sobre o desenvolvimento da vaci- na Sputnik V.(Adailma Mendes e Ítalo Cosme)

ERRAMOS

Economia (06/02, pág.9) Dife- rente do que foi publicado na ma- téria “Novo Hospital no Eusébio irá gerar 1.100 empregos”, a nova unidade hospitalar terá investi- mento exclusivamente privado, não se tratando de parceria pú- blico-privada.

AlicE SouSA

alicesousa@opovo.com.br

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Fortaleza - CearÁ - 7 de Fevereiro de 2021

NOTÍCIAS 9

A Polícia Militar do Ceará fe- chou provisoriamente 462 estabe- lecimentos no Ceará em fiscaliza- ções sobre as medidas sanitárias contra a Covid-19. A Vigilância Sa- nitária, o Batalhão de Policiamen- to de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) e o Corpo de Bombeiros interditaram três es- tabelecimentos. A Agência de Fis- calização de Fortaleza (Agefis), o Batalhão de Policiamento de Meio Ambiente (BPMA) e a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) da Capital realizaram qua- tro interdições.

Foi constatado o funcionamen- to de atividades não essenciais após 20 horas de sexta, comércio ambulante sem autorização da Prefeitura de Fortaleza, ocupa- ção irregular do espaço público, venda de bebidas alcoólicas em espaço público e outros descum- primentos aos decretos munici- pal e estadual de enfrentamento à Covid-19.

Desde o anúncio do novo ho- rário de funcionamento para co- mércio e serviços em Fortaleza tem havido protestos contra as medidas, especialmente da área de bares e restaurantes. Porém,

no segmento também há que quem pense diferente.

Localizado no Montese, o Casa da Sogra Bar e Restaurante se posicionou nas redes sociais em apoio às medidas. “Não desmere- cemos a luta de ninguém por que- rer trabalhar dignamente. Mas, o momento é crítico para a saúde da população, com hospitais lotados

— inclusive com grande número de crianças infeccionadas desta vez — e passar o menor tempo possível expostos na rua, fazen- do qualquer tipo de coisa, é nossa melhor maneira de prevenção”, publicou nas redes sociais.

Novo decreto do governador Camilo Santana (PT), número 33.927, suspende o funcionamen- to de parques aquáticos nos mu- nicípios de Fortaleza e Aquiraz, de 8 a 17 de fevereiro. A medida afeta o maior parque aquático do Cea- rá, o Beach Park.

O novo decreto também aten- deu ao pedido dos estabelecimen- tos e permitiu que restaurantes de hotéis e pousadas funcionem todos os dias até as 22 horas, ex- clusivamente para o atendimento de hóspedes, identificados física e individualmente.

| pANdemIA | Decreto do governador suspende o funcionamento de parques aquáticos em Fortaleza e Aquiraz no período entre os dias 8 e 17

Polícia fecha provisoriamente mais de 400 estabelecimentos em Fortaleza

vacina

Com o início da imunização do coronavírus, iniciada na segunda quinzena de janeiro, a Fiocruz para necessidade de monitorar eventos adversos que podem acontecer após a vacinação.

estudos prévios realizados incluíram número pequeno de pessoas idosas e ainda requerem mais dados para que se conheça o perfil mais completo desses eventos nesse grupo.

Ä

Boletim da Fiocruz aponta aumento de óbitos em janeiro

Ceará. Monitoramento

Nova edição do boletim sobre a Covid-19 da Fundação Oswal- do Cruz (Fiocruz) aponta a per- manência de padrões elevados de transmissão da Covid-19 no Brasil. Entre 17 e 30 de janeiro, o Brasil registrou média diária de 51 mil casos e de 1.050 mortes por dia. O Ceará — com incremento de 8% — e outros quatro estados registraram aumento significati- vo de óbitos. Ninguém registrou tendência de queda.

Em relação aos leitos de UTI, a situação também preocupa. No dia 1º de fevereiro, Rio de Janeiro e Porto velho registraram 100%

de ocupação. Em sete estados, o índice registrou disponibilidade de leitos inferior a 20%, nível de alerta crítico pelos especialistas.

A Fiocruz alerta ainda para a

circulação de novas variantes, que podem piorar ainda mais o esta- do da pandemia. “É fundamental aumentar nossas capacidades de vigilância em saúde, incluindo a vigilância genômica e sorológica, inclusive para determinar a eficá- cia das vacinas existentes para a Covid-19 nestas novas linhagens”, diz o documento.

No Ceará, a Secretaria da Saú- de do Estado (Sesa) segue moni- torando possíveis casos da nova variante, mas nenhum foi confir- mado. Em coletiva de imprensa, na última quarta-feira, Magda Almeida, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, disse que a pasta aguarda receber o resultado de amostras enviadas à Fiocruz de suspeitas da nova va- riante até o fim desta semana.

FaBio liMa

ontem, obedecendo decreto estadual, as barracas de praia fecharam às 15 horas em Fortaleza

Mais um dia de protesto

Bares e Restaurantes. Mobilização

Após a manifestação na quinta- feira, 4, próximo à Assembleia Le- gislativa, representantes do setor de alimentação realizaram ontem novo protesto em Fortaleza, des- sa vez na Praça Portugal, contra a medida que reduziu os horários de funcionamento de bares, res- taurantes e barracas de praia. O cortejo seguiu até a Beira Mar e o ato contou com articulação da As- sociação Brasileira de Bares e Res- taurantes do Ceará (Abrasel-CE).

Os organizadores estimaram cerca de 2 mil manifestantes. No local, todos seguiam o protocolo do uso de máscara, mas sem dis-

tanciamento. Durante o protesto na Assembleia Legislativa uma comissão chegou a ser recebida por parlamentares da oposição.

Muitos dos integrantes do se- tor estiveram no local com farda- mento dos estabelecimentos onde trabalham. O grupo foi acom- panhado por um carro de som e uma banda passando os avisos e mobilizando os presentes.

Agentes da Autarquia Munici- pal de Trânsito e Cidadania e da Polícia Militar abordando os pre- sentes pra auxiliar na organiza- ção da manifestação. (Com infor- mações do repórter Ítalo Come)

FaBio liMa

Donos e funcionários de bares e restaurantes protestaram ontem mais uma vez

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Fortaleza - CearÁ - 7 de Fevereiro de 2021

RepoRtagem 10

ediÇÃo: João marcelo Sena | joaomarCelosena@oPovo.Com.Br | 85 3255 6101

A vitória de Arthur Lira (PP -AL) na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados devolveu ao Centrão a presidência da Casa e os holofotes da principal cadeira da Mesa Diretora após seis anos.

O bloco, atualmente com mais de 200 deputados, é historicamente determinante para o andamento da agenda política do Executivo.

Neste ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), crítico ferrenho das práticas do Centrão na campanha eleitoral de 2018, rendeu-se ao grupo para tocar projetos em busca da reeleição.

Formado na época da Consti- tuinte (1988) e composto por dife- rentes siglas ao longo dos anos, o Centrão tem características histo- ricamente presentes, dentre elas a proximidade com o Poder Exe- cutivo da vez e a preferência pelo pragmatismo em detrimento de bandeiras ideológicas explícitas.

Centrão:

| LegisLativo | Criado na época da Constituinte, grupo já foi composto por várias siglas. Dentre as características do bloco estão a proximidade com o Executivo e a preferência pelo pragmatismo em vez da ideologia

vítor magalhãeS

vitor.magalhaes@opovo.com.br

da máxima de remar conforme a maré. Hoje próximo de Bolsonaro, ele já fez discursos elogiando o le- gado do governo Lula e apoiando a então presidente Dilma Rous- seff. O grupo já apoiou, em escalas diferentes, todos os governos des- de a redemocratização.

No atual sistema político o apoio do Centrão é necessário à boa governabilidade. Paula Vieira,

cientista política e pesquisadora do Laboratório de Estudo em Po- lítica e Mídia da UFC (Lepem-U- FC), reforça que o bloco não deve ser entendido como um “centro ideológico”, mas como uma “ação para formar coalizões”. Ela apon- ta ainda que o grupo tem ganhado maior destaque em períodos de crise institucional.

“Em alguns momentos ele teve menor visibilidade porque os Executivos tinham uma certa estabilidade como no tempo de FHC, Lula e no início do governo Dilma. Mas no momento de uma crise, o Centrão aparece com mais força e capacidade para a formação de coalizões em torno de uma pauta específica. Como exemplo mais recente dessa ca- pacidade temos o impeachment da Dilma com ampla participa- ção de deputados que inicial- mente a apoiavam”, pontua.

Para a pesquisadora os go- vernos ficam reféns do Centrão devido à incapacidade de formar coalizões, prática dominada pelo aglomerado de partidos.

“Para ele (Centrão) é mais fácil se movimentar de acor- do com as bandeiras da vez, já que não há uma pauta única e ideológica. O interesse do grupo varia de acordo com o exercício político e pode ser para man- ter-se no poder ou obter outro cargo em secretarias e minis- térios”, diz, explicando o motivo pelo qual o bloco transita entre governos com força para enca- minhar ou obstruir pautas.

As legendas desse grupo foram também as maiores vencedoras

“No momento de uma crise, o Centrão aparece com mais força e capacidade para a formação de coalizões em torno de uma pauta específica”

paula vieira, cientista política Mais do que um bloco, o Centrão

é uma prática.

Embora tenha sua força no número de integrantes, poucos são os deputados que admitem dele fazer parte. Parlamentares que não estão abertamente na si- tuação ou na oposição preferem o termo “independente”.

Ainda assim é possível apontar legendas que formam o núcleo duro do bloco: PP, PL, PTB, Soli- dariedade, PSD, Podemos, Repu- blicanos, Pros, Patriota e Avante.

A depender da pauta, pode-se incluir ainda membros de legen- das como DEM, PSDB, PSL e MDB na conta.

Num Congresso cada vez mais fragmentado e com dezenas de partidos, o Centrão tornou-se uma forma de sobrevivência política. Muitas vezes vincula- do à velha política, o Centrão é frequentemente associado ao “toma lá dá cá”, ou seja, a troca de apoio por participação no governo e outros benefícios, como verbas para emendas.

Na história, um de seus mo- mentos mais marcantes ocor- reu em 2005, quando o então deputado Severino Cavalcan- ti (PP-PE) foi eleito para a pre- sidência da Câmara. Mas foi em 2015, com Eduardo Cunha (MDB -RJ) no comando da Casa, que o bloco atingiu o ápice de in- fluência. Em ambas as ocasiões o Executivo era gerido por go- vernos do PT.

O próprio Lira, atual presiden- te da Câmara e um dos articula- dores da aproximação com o Pla- nalto no ano passado, é exemplo

mais que u

bloco, uma pr

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RepoRtagem 11

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Fortaleza - CearÁ - 7 de Fevereiro de 2021

Centrão:

paródia

em 2018, General Heleno, fiel escudeiro de Bolsonaro, chegou a cantar uma paródia: “Se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão”. em sua versão, Heleno canta “centrão”

no lugar de

“ladrão”, que consta na letra original de

“reunião de Bacanas”

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“Para ele (Centrão) é mais fácil se movimentar de acordo com as bandeiras da vez, já que não há uma pauta única e ideológica”

paula vieira, cientista política

O retorno do Centrão à Presidên- cia da Câmara dos Deputados foi timidamente comemorado em pú- blico pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas amplamente ar- ticulado pelo seu governo nos basti- dores do poder.

Entre promessas de eventuais cargos e emendas parlamentares, o Executivo conseguiu uma aliança momentânea, baseada no “toma lá dá cá”, que dependerá da continui- dade de concessões para que proje- tos sejam pautados.

O acordo com o Centrão é uma faca de dois gumes. Enquanto o blo- co, com fama de insaciável, for ali- mentado, estará presente na base de apoio do presidente.

Mas se seus membros percebe- rem que os riscos à imagem política são grandes ou que a fonte secou - e seu histórico está aí para comprovar -, não terão o menor constrangi- mento em abandonar o governo.

Basta olhar para o caso da ex -presidente Dilma Rousseff que che- gou a formar a maior coalizão par- lamentar desde a redemocratização e pouco tempo depois viu o impea- chment bater à sua porta trazido por antigos aliados.

Figuras como o presidente nacio- nal do PTB, Roberto Jefferson, ilus-

tram bem o comportamento do Cen- trão. Quem olha para o ex-deputado hoje vê um defensor de Bolsonaro, de suas pautas ideológicas e um crítico à esquerda.

Mas há cerca de 20 anos o mes- mo Jefferson chegou a apoiar Ciro Gomes e Lula em uma disputa pre- sidencial e depois foi o delator do escândalo do Mensalão à época do governo do petista.

Bolsonaro, por sua vez, fez do Centrão um saco de pancadas na campanha de 2018. Agora, pouco mais de dois anos depois, trabalha para que o bloco seja a sua base in- formal no Congresso.

O presidente já prometeu bilhões de reais em emendas para garantir o apoio e possivelmente terá que gas- tar mais caso pretenda mantê-los em sua base. O Centrão é fluido e joga o jogo político como poucos.

Para Cleyton Monte, cientista político vinculado ao Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), a aprovação de pautas a partir da aliança Bol- sonaro-Centrão é possível, mas não obrigatória.

“Se o governo tem apoio da Mesa Diretora, porque é ela que encami- nha a pauta, é possível sim trazer essa agenda de costumes. Mesmo

Até que ponto a vitória na Câmara é um triunfo de Bolsonaro

| CentRão | Acordo com o bloco historicamente depende da continuidade na distribuição de recursos. Aproximação é, também, pragmatismo eleitoral por chance de reeleição em 2022

is que um

, umA prátiCA

enfrentando a oposição da opinião pública. Mas os acordos com o Cen- trão são sempre frágeis”, declara.

Para Monte, o bloco se aproxi- mou do governo não apenas por re- cursos e cargos, mas também por- que vê em Bolsonaro uma chance de reeleição em 2022, quando muitos desses deputados tentarão seguir no poder.

“Para se reeleger vários desses parlamentares precisam enviar re- cursos aos seus municípios e bases, reforçando alianças com prefeitos para garantir a sobrevivência polí- tica. A aliança com o governo Bol- sonaro é pragmática também no sentido eleitoral, mas se essa visão mudar, não haverá fidelidade”.

O pesquisador aponta uma particularidade fundamental na relação entre o atual presiden- te e o bloco. “Governos anteriores tinham um núcleo duro de apoio e o Centrão entrava apenas para formar maioria. Lula tinha as le- gendas mais à esquerda como PT, PSB, PDT e Fernando Henrique ti- nha o PSDB e outras siglas. Bolso- naro sequer tem partido, ou seja, o Centrão é a sua base. Isso não é um bom negócio porque para ser mantida, ela vai exigir muitos re- cursos”, projeta.

nas eleições municipais do ano passado e terão peso importante no resultado do próximo pleito.

Ao que tudo indica o Executivo será, mais uma vez, dependente do grupo devido à forte influência que seu numeroso quadro de par- lamentares tem em várias locali- dades do País.

A força do Centrão, principal- mente em época eleitoral, muda a postura de presidentes. Da direita à esquerda.

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FORTALEZA - CEARÁ - 7 DE FEVEREIRO DE 2021

REPORTAGEM 12

AFP

PRESIDENTE Jair Bolsonaro cumprimenta Arthur Lira, candidato apoiado por ele e que saiu vencedor na disputa pela chefia da Câmara

Jair Bolsonaro cumprimenta Arthur Lira, candidato apoiado por ele e

HISTÓRICO Ao longo de 30 anos, bloco transitou de ponta a ponta no cenário político, participando de diferentes maneiras de todos os governos desde a redemocratização

Quando o

Centrão decide

O Centrão, hoje base do go- verno Bolsonaro, já participou de diferentes maneiras de to- dos os governos desde a rede- mocratização do País. De Sar- ney a Temer.

A resiliência do bloco é uma questão de sobrevivência po- lítica, já que a maior parte dos parlamentares que o formam não teriam estatura para pro- mover ações e seus interesses sozinhos. A força do Centrão, como a história compro- va, está tanto na quantidade quanto na habilidade de arti- culação dos membros.

Ao longo dos últimos 30 anos, o bloco transitou de ponta a ponta no cenário po- lítico e foi decisivo, contra e a favor do Executivo. Na dé- cada de 1980, à época de José Sarney, contribuiu com votos para ampliar o mandato pre- sidencial por cinco anos.

Posteriormente, garantiu a governabilidade de Fernan- do Collor de Mello ao apoiá-lo, mas enterrou seu governo ao retirar-se de cena. Na década de 1990, participou da aprova- ção do Plano Real do governo de Itamar Franco e foi base de

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REPORTAGEM 13

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FORTALEZA - CEARÁ - 7 DE FEVEREIRO DE 2021

Bolsonaro governou durante o primeiro ano (2019) com um discurso antissistêmico, fundado em críticas às negociatas e velhas práticas políticas e marcado por forte mobilização de sua base.

Em 2020, em meio aos desdobra- mentos da crise da pandemia, o presidente iniciou seus movi- mentos de acomodação com o Centrão: nomeando ministros ligados a partidos do bloco e in- dicando Ricardo Barros (PP-PR) para a liderança do governo.

Esperava-se que a relação de tensão que o Executivo havia nutrido com o Legislativo fosse atenuada. Ainda que não signi- fi casse uma completa conversão, indicou um aceno. É fato que, ao longo de dois anos, o governo teve ganhos na agenda econômi- ca graças a afi nidades partilha- das com grupos no Legislativo.

No entanto, também sofreu der- rotas como a derrubada de ve- tos, Medidas Provisórias que não chegaram a ser votadas, entre outros. A maior difi culdade en- frentada foi na agenda ideológi- ca (pautas morais, ampliação do porte de armas, meio ambiente e demarcação de terras indígenas, etc.). Essa pauta, que foi de im- portância estratégica na disputa eleitoral, segue travada atual- mente no Legislativo.

A vitória de Arthur Lira (PP -AL) para a presidência da Câ- mara, que contou com pleno engajamento do Governo Fede- ral, abre caminhos para a ex- pectativa de que esses temas venham a ter mais trânsito na agenda legislativa, considerando que o Centrão se guia por aspec- tos mais pragmáticos (acesso a

Governo Bolsonaro e Centrão:

da retórica antissistêmica à acomodação

cargos e verbas) e pouco ideo- lógicos. Evidência dessa expec- tativa foram alguns temas apre- sentados por Bolsonaro como relevantes para o Executivo na sessão de abertura dos trabalhos legislativos: mineração em ter- ras indígenas, ampliação do por- te de armas para população em geral, licenciamento ambiental e áreas fl orestais, homeschooling, entre outros.

Ter mais espaço na agenda le- gislativa também passa por ter mais visibilidade, este que é um campo de ação por excelência do bolsonarismo. Nesse senti- do, cabe observar quem serão as presidências de comissões como Constituição e Justiça (na qual já está instalada a polêmica sobre a indicação de Bia Kicis), mas tam- bém Educação, Meio Ambiente, Direitos Humanos, entre outras.

A aposta de muitos analistas é de que o Centrão pode vir a dis- sociar-se de Bolsonaro prejudi- cando seu percurso até a reelei- ção, considerando o histórico de fragilidades nas alianças com esse bloco. Ainda que isso venha a ocorrer, um elemento relevante a observar é o que o governo con- seguirá conquistar da sua agen- da prioritária enquanto tiver o Centrão como aliado.

ESPECIAL PARA O POVO

MONALISA SOARES LOPES

Coordenadora do Curso de Graduação em Ciências Sociais da UFC e pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC)

PONTO DE VISTA

Fernando Henrique Cardoso na gestão seguinte.

Neste século o Centrão, his- toricamente composto por partidos de centro e centro-di- reita, fez parte da base de sus- tentação dos governos Lula e Dilma, de esquerda.

E foi durante a gestão da pri- meira mulher a ocupar o Pla- nalto que alcançou seu ápice no poder, com a eleição de Eduar- do Cunha para presidente da Câmara em 2015. Meses depois Cunha deu início ao processo de impeachment contra Dilma, fazendo com que o bloco fosse novamente decisivo.

No breve governo Temer os votos de partidos do Centrão contribuíram para que denún- cias que poderiam afastar o en- tão presidente não evoluíssem.

A regra na relação Executi- vo-Centrão é: quando um go- verno tem capacidade de ar- ticulação própria e demonstra proatividade o bloco perde seu protagonismo, do contrário é ele quem pauta a agenda polí- tica nacional.

Atualmente, com um de seus líderes na presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), o Centrão ganhou no- vamente o status de decisivo para o andamento de projetos do governo Bolsonaro.

Para além da vacinação e da pandemia, temas como priva- tizações, mineração em terras indígenas, reformas tributária e administrativa e pautas de costumes como a fl exibilização da comercialização, do porte e da posse de armas de fogo e a regulamentação do ensino do- miciliar no Brasil podem vol- tar a pauta do Congresso neste ano. (Vítor Magalhães)

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A RETOMADA DO

Desde o início da pande- mia do novo coronavírus, os setores da economia, espe- cialmente os mais afetados, aguardavam com muito en- tusiasmo pelo início da vaci- nação para que as atividades econômicas pudessem ser re- tomadas sem ‘poréns’. A ca- deia do turismo, uma das mais prejudicadas, agora, com o início da imunização, faz perspectivas de crescimento.

Cadeia econômica das mais capilares da economia, o setor abrange mais de 100 atividades profissionais, movimentando comércio e serviços. A diver- sidade é tamanha que movi- menta desde as grandes com- panhias aéreas internacionais até o vendedor de produtos típicos, do formal ao informal.

E o atual contexto da área SAMUEL PIMENTEL

samuelpimentel@opovo.com.br

do turismo é de desemprego e quebras de empreendimentos, gerando queixas contra a falta de ações mais enérgicas para garantir o saneamento fi nan- ceiro. Régis Medeiros, presi- dente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (Abih-CE), destaca que a hote- laria fechou durante todo início da pandemia por causa da falta de hóspedes. Após o lockdown retornou, mas com demandas bem abaixo do histórico.

Abalados ainda mais pela não realização das festividades de fi m de ano e o recente cance- lamento do Carnaval, projetam ocupação próxima de 20% em fevereiro, sendo que o normal de anos anteriores, mesmo em baixa temporada, seria de 45%.

“Não podemos deixar de pagar nada, precisamos de apoio e fô- lego. Setor de eventos que é um elo fundamental para o turismo está parado há um ano. Precisa- mos de apoio fi nanceiro, de cré- dito”, complementa Régis.

Se a situação está ruim, po- deria ser pior caso o turismo nacional estivesse desaquecido.

Com o fechamento de frontei- ras, a oferta de voos regionais

FCO FONTENELE

EXPECTATIVA

O foco do segmento hoteleiro

e setor turístico é de retomada mais equilibrada a

partir do segundo semestre. A chegada do verão

europeu oferece animação, pois, com a vacinação mais adiantada em países da Europa e nos Estados Unidos,

é esperado que as fronteiras reabram

e os cidadãos vacinados possam

viajar.

ë

PÓS-VACINAÇÃO:

| PROJEÇÃO | Setor é um dos mais impactados na crise gerada pela

pandemia. Viagens locais têm ajudado, mas expectativa é que vacinação avance no mundo, fronteiras sejam reabertas e turismo

internacional retorne

aumentou. A Azul Linhas Aé- reas, por exemplo, incrementou a oferta de frequências no Cea- rá, além da Capital, e já atende Jericoacoara e Aracati com voos diretos vindos de grandes cen- tros urbanos nacionais.

A Civitatis, empresa especia- lizada em atividades e passeios turísticos pelo mundo, revela que a compra de passeios na- cionais por viajantes brasilei- ros aumentou 120% ao longo de 2020, e continua em alta neste ano. E, com a retomada na con- fi ança em viajar, visto o esforço do setor turístico em atender as especifi cações sanitárias, espe- ram expansão.

Alberto Gutiérrez Pascual, CEO e fundador da Civitatis, destaca que uma pesquisa feita pela companhia, na Espanha, revela que 70% dos entrevis- tados nunca haviam feito esse turismo em localidades próxi- mas das cidades onde moram.

Ele destaca que a realidade é parecida em todo o mundo.

“Mais impressionante, a gran- de maioria (86%) dos que re- solveram conhecer melhor seu local de residência diz ter su- perado suas expectativas com os passeios. Esta é uma ten- dência que vemos em todo o mundo, nos mais de 135 países em que atuamos.”

Para o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Agostinho Pasca- licchio, enquanto o processo de vacinação no Brasil e no mundo caminham, o turismo nacional deve continuar em evidência.

Para ele, 2021 deve ser um ano

de reestruturação, em que o setor vai buscar se reaparelhar para que no ano que vem co- lham os frutos.

Pascalicchio ainda defende que a representação do turis- mo na geração de riquezas do País tende a ser maior. A in- ventividade entre os segmen- tos no período de crise cres- ceu, projetos governamentais de fortalecimento da atividade (inclusive os planos de desen- volvimento do turismo inter- no) e a digitalização de muitos processos farão com que o se- tor saia fortalecido.

“Existe uma demanda repri- mida por turismo e lazer que já não vem de agora. A partici- pação futura do turismo no PIB (Produto Interno Bruto) deve ser maior do que era antes da pandemia. Consideramos ainda 2021 como o ano da vacinação, mas a partir do começo do ano que vem o setor deve deslan- char de fato com desempenho marcante na economia brasilei- ra”, analisa.

O professor da Macken- zie acrescenta que o ritmo de vacinação mundial será de- terminante para o turismo, em especial o cearense, que é mais próximo da Europa e Estados Unidos. “O turista es- trangeiro vacinado não vai ter receio de vir ao Brasil. A ques- tão vai ser outra, de atrativi- dade do destino brasileiro no mercado internacional. Por isso é sempre importante que as campanhas internacionais de turismo para o País conti- nuem ativas.”

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FORTALEZA - CEARÁ - 7 DE FEVEREIRO DE 2021

REPORTAGEM

EDIÇÃO: ADAILMA MENDES E BEATRIZ CAVALCANTE | ADAILMA.MENDES@OPOVODIGITAL.COM BEATRIZCAVALCANTE@OPOVO.COM.BR

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A DO TURISMO

Hotéis e pousadas na pandemia

Ações de segurança. Protocolos

Em meio a projeções de como será o futuro do turismo, um fato é certo: os hábitos dos con- sumidores mudaram. Uma das demandas que Gabriella Fabozzi, diretora da Kitesoul Pousada, no Cumbuco, Caucaia, atendeu re- centemente foi aumentar a po- tência da internet. Isso porque existem hóspedes que estão se dividindo entre lazer e trabalho home o􀍠 ce.

“Tenho muitos clientes que tra- balham em home o􀍠 ce, mas que vêm de outros estados do País e que estão trabalhando muito bem.

(Após notar esta demanda,) Temos mais roteadores para garantir a es- tabilidade da internet”, comenta.

Além da conectividade, ela des- taca que os protocolos rígidos de higienização devem continuar mes- mo após a vacinação. A intenção é mostrar aos hóspedes que aquele é um conceito. “Assim que os hóspe- des saem, tudo é 100% higienizado,

fornecemos álcool em todos os cô- modos e áreas comuns. Estamos adaptando um sistema de luvas descartável”, destaca.

A diretora comercial dos ho- téis Parque das Fontes, Coliseum Beach Resort e D8 Hotel Express, Talita Leite, afi rma que os hotéis sob sua gestão e os demais no se- tor turístico têm capacidade de atender aos hóspedes com segu- rança. Ela destaca que a vacina- ção será a solução permanente e vai permitir que o setor reverta o atual quadro de baixa demanda.

“Com muita esperança creio na volta da rotina de todos. Com o turismo não será diferente. Creio que há uma demanda reprimida e esta será abraçada por todo o tra- de turístico neste novo momento histórico tão esperado por todos.

Até lá, nossos protocolos sanitá- rios continuam em prática”, diz.

(Samuel Pimentel)

FABIO LIMA

GABRIELLA FABOZZI, diretora da Kitesoul Pousada

UM DOS ATRATIVOS DE FORTALEZA SÃO AS PRAIAS

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FORTALEZA - CEARÁ - 7 DE FEVEREIRO DE 2021

REPORTAGEM

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Fortaleza - CearÁ - 7 de Fevereiro de 2021

16 RepoRtagem

As plataformas digitais faci- litadoras de aluguéis de imóveis estão em alta no turismo duran- te a pandemia. Pesquisa da Air- bnb revelou que aumentou em 150% a demanda por imóveis em destinos até 300 quilôme- tros dos grandes centros urba- nos entre 2019 e 2020. Sejam op- ções por casas de campo e serra ou pequenas cidades praianas, formou-se um nicho de negócio que está se desenvolvendo.

O consumidor busca uma ex-

periência parecida ao conforto do lar, com a comodidade de não ter de arcar com despesas de manutenção e não enfren- tar burocracias com reservas nem ter de gastar muito, por exemplo. Neste contexto nas- ceu o site Apartio, especialista em aluguéis por temporada.

Seja na demanda de curto ou médio prazo, a plataforma per- mite que o dono de imóvel em condomínio rentabilize o espaço de forma facilitada. De acordo

com o fundador e CEO da plata- forma, Luiz Studart, a Apartio toma conta de toda a parte ope- racional, com sistema de aten- dimento completo, desde o pro- cesso de anúncio do imóvel até o atendimento dos hóspedes.

“Agora, temos empresas profissionais em aluguéis de temporada, que é a função da Apartio, com toda a prepa- ração do imóvel, facilitando para os proprietários e hós- pedes. Conseguimos construir

um algoritmo para precificar os imóveis, garantindo melhor rentabilidade para quem alu- ga e melhor experiência para quem contrata”, afirma.

Para cadastrar um imóvel ou buscar uma reserva é preciso entrar no site apartio.com.br.

A empresa cobra uma taxa de limpeza do hóspede e comissão de 20% sobre o valor do aluguel.

O CEO destaca que o projeto tem apresentado grandes cresci- mentos. Em dezembro, o núme-

ro de reservas teve aumento de 80%, ante novembro.

No Ceará, existem opções de imóveis disponíveis prin- cipalmente em Fortaleza, no Porto das Dunas, em Aquiraz, e no Cumbuco, em Caucaia. A expectativa é ampliar a oferta em 40% ao mês e chegar com maior capilaridade em outros destinos turísticos como Fle- cheiras, Taíba, Jericoacoara e Icaraizinho de Amontada.

(Samuel Pimentel)

Aluguel por temporada é tendência

Modalidade. Plataforma

deivyson teixeira em 6/10/2012

prAiA do porto dAs dunAs é o destino com menor distânciA de FortAlezA Aberto Aos turistAs

Referências

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