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A língua portuguesa no mundo. Países Lusófonos

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Academic year: 2021

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VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS – Prof. Daniel

A língua portuguesa no mundo

Países Lusófonos

Português como língua oficial:

País Área População % total de

falantes

- 10 740 678 243 351 318 100%

Brasil 8 510 767,049 192 376 773 78,58%

Moçambique 801 590 21 397 000 8,85%

Angola 1.246.700 15 941 000 6,59%

Portugal 92 090 10 848 692 4,48%

(2)

Guiné-Bissau 36 544 1 586 000 0,66%

Timor-Leste 14.874 947 000 0,39%

Guiné Equatorial 28 051 676 000 0,28%

Cabo Verde 4 033 420 979 0,17%

São Tomé e Príncipe 1.001 157 000 0,06%

Macau 28,6 538 000 0,22%

Tipos de variações 1) Históricas: ao longo do tempo.

Fuvest - Leia o seguinte texto, extraído de uma biografia do compositor Carlos Gomes.

No ano seguinte [1860], com o objetivo de consolidar sua formação musical, [Carlos Gomes] mudou-se para o Rio de Janeiro, contra a vontade do pai, para iniciar os estudos no conservatório da cidade. ―Uma ideia fixa me acompanha como o meu destino! Tenho culpa, porventura, por tal cousa, se foi vossemecê que me deu o gosto pela arte a que me dediquei e se seus esforços e sacrifícios fizeram-me ganhar ambição de glórias futuras?‖, escreveu ao pai, aflito e cheio de remorso por tê-lo contrariado. ―Não me culpe pelo passo que dei hoje. [...] Nada mais lhe posso dizer nesta ocasião, mas afirmo que as minhas intenções são puras e espero desassossegado a sua bênção e o seu perdão‖, completou.

b) Cite duas palavras empregadas pelo compositor, que atestem, de maneira mais evidente, que, daquela época para hoje, a língua portuguesa sofreu modificações.

Resposta: ―Cousa‖ e ―vossemecê‖.

2) Geográficas: entre regiões.

ENEM 2014 - A letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma característica do falar popular regional é:

A) ―Isso é um desaforo‖.

B) ―Diz que eu tou aqui com alegria‖.

C) ―Vou mostrar pr’esses cabras‖.

(3)

D) ―Vai, chama Maria, chama Luzia‖.

E ) ―Vem cá morena linda, vestida de chita‖.

Resposta: C Fuvest - O autoclismo da retrete

RIO DE JANEIRO — Em 1973, fui trabalhar numa revista brasileira editada em Lisboa. Logo no primeiro dia, tive uma amostra das deliciosas diferenças que nos separavam, a nós e aos portugueses, em matéria de língua. Houve um problema no banheiro da redação e eu disse à secretária: ―Isabel, por favor, chame o bombeiro para consertar a descarga da privada.‖ Isabel franziu a testa e só entendeu as quatro primeiras palavras. Pelo visto, eu estava lhe pedindo que chamasse a Banda do Corpo de Bombeiros para dar um concerto particular de marchas e dobrados na redação. Por sorte, um colega brasileiro, em Lisboa havia algum tempo e já escolado nos meandros da língua, traduziu o recado: ―Isabel, chame o canalizador para reparar o autoclismo da retrete.‖

E só então o belo rosto de Isabel se iluminou. (Ruy Castro)

a) Em São Paulo, entende-se por ―encanador‖ o que no Rio de Janeiro se entende por

―bombeiro‖ e, em Lisboa, por ―canalizador‖. Isto permitiria afirmar que, em algum desses lugares, ocorre um uso equivocado da língua portuguesa? Justifique sua resposta.

Resposta: A língua portuguesa, como aliás todas as línguas, não é uma entidade homogênea, monolítica. É, na verdade, uma abstração. Ela abarca toda uma série de variantes e de níveis, que constituem manifestações ou realizações concretas de si mesma. Assim, não se pode falar de ―uso equivocado‖ da língua portuguesa na situação referida. O emprego das palavras ―encanador‖, ―bombeiro‖ e ―canalizador‖ para designar o mesmo profissional é um bom exemplo do que se chama de variantes léxicas regionais: empregam-se vocábulos diferentes, em diferentes lugares, para designar a mesma realidade, em função da variada gama de possibilidades de apreensão de um mesmo fenômeno por variados grupos humanos.

3) Sociais: entre classes (variante popular e culta)

Fuvest 2013 - Para adequar a linguagem ao assunto, o autor lança mão também de um léxico popular, como atestam todas as palavras listadas na alternativa

A) saracoteio, brasido, rabanar, senzalas.

B) esperneiam, senzalas, pincham, delírio.

C) saracoteio, rabanar, cangote, pincham.

D) fazenda, rabanar, cinzas, esperneiam.

E) delírio, cambalhotas, cangote, fazenda.

Resposta: C 4) De situação: provocadas pelas circunstâncias em que se desenvolve a comunicação.

(estilo formal X estilo informal/coloquial)

(4)

Fuvest -

Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

Meu caro Mário,

Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.

Fernando Sabino.

Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mário de Andrade, o emprego de linguagem informal é bem evidente em

A) ―se bem que haja‖.

B) ―que acabei de ler agora‖.

C) ―Vem-me uma vontade‖.

D) ―tudo o que ela me fez sentir‖.

E) ―tomar seu tempo e te chatear‖.

Resposta: E Variações quanto ao plano da língua em que ocorrem

Variações no plano fônico:

Queda do ―r‖ final do verbo: cantá, sabê...

Acréscimo de vogal no início: alembro, avoa...

Queda do som inicial: ocê, cê, tá, marelo...

Proparoxítonas perdem sílabas: Petrópis, porva, fórfi...

Mudança no lugar do ―r‖: estrupo, largato, iorgute...

Variações no plano morfológico:

Conjugação do verbo irregular como regular: interviu (interveio), se ele manter (mantiver), quando ele repor (repuser)...

Masculino/feminino: duzentas gramas, muita dó, o cal, o alface....

Omissão do ―s‖ (plural): os amigo das menina...

Não uso do subjuntivo: se eu tava lá...

Variações no plano sintático:

Uso indevido dos pronomes: Eu vi ele, para mim cantar, entre você e eu...

Uso de ―lhe‖ como OD: Eu lhe convidei.

Omissão do ―cujo‖: É um amigo que eu já conhecia a família dele...

Mistura de pessoas: Entra, que eu quero falar com você. Fala baixo, que a sua voz...

Concordância: Eles chegou antes da hora.

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Variações lexicais:

Regionalismo:

Ex. Portugal:

Cueca = calcinha

Pegar uma bicha = pegar uma fila Camisola = malha, suéter

Arcaísmo:

Ex: reclame, broto, gasosa, supimpa, coió.

Adão Iturrusgarai

ENEM 2014 - Em bom português

No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. (...) A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os que falam assim: ―Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.‖ Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e

apresentarão sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.

SABINO, F.

A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que

A) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.

B) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.

C) o emprego de palavras com sentidos diferentes da classe social a que caracteriza diversidade geográfica.

D) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante

E) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em

todas as regiões.

(6)

Resposta: B Estrangeirismo:

ipsis litteris, habeas corpus, insight, hot dog, menu, à la carte....

Caco Galhardo

Quino – Mafalda

Jargão:

Sutura, hemodiálise...

Gralha = gato = pastel, lide, imprensa marrom...

Gíria:

cabra, dedo de seta, levar um lero...

Preciosismo:

escoimar (corrigir), procrastinar (adiar), obnubilar (escurecer), conúbio (casamento)...

Vulgarismo:

Que bosta, se ferrou, ranho...

(7)

Exercícios

ENEM 2014 - Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida:

aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma da língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não! Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas. POSSENTI, S.

Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único ―português correto‖. Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber

A) descartar as marcas de informalidade do texto.

B) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação ampla.

C) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso jornalístico.

D) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.

E) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e manuais divulgados pela escola.

Resposta: D Unifesp 2015 - De acordo com o autor, ―ao falar, temos que obedecer à lei do maior número‖. Atendendo a esse princípio, para o português oral contemporâneo, está adequado o enunciado:

A) Olvidei-me de trazer seu livro. Assistia a um filme deveras interessante. Você não se sente chateado por isso, não é mesmo?

B) Caso assistisse a um filme e esquecesse teu livro… Sentir-te-ias magoado com esse meu comportamento?

C) Cara, @#$&*…! Demorô!!! O fdm nem tchum… E pá… E o livro… Nem… Que m***a!!!

D) Me esqueci de trazer seu livro, porque fiquei assistindo um filme. Cê não tá chateado por causa disso, né?

E) Nóis ia lê o livro na aula, mais fiquei veno TV, sistino um firme e isquici dele. Ocê tá chateado cumigu não né?

Resposta: D Fuvest 2010 - Leia o seguinte excerto de um artigo sobre o teólogo João Calvino

.

Foi preciso o destemor conceitual de um teólogo exigente feito ele para dar o passo racional necessário. Ousou: para salvar a onipotência de Deus, não dá para não sacrificar pelo menos um quê da bondade divina.

a) O excerto está redigido em linguagem que apresenta traços de informalidade.

Identifique dois exemplos dessa informalidade.

Dois traços de informalidade: ―feito‖ e ―não dá para não‖.

Referências

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