Carta de Princípios Orientadores
Equipa de Avaliação Interna
“Avaliar uma escola tem como finalidade compreender e valorizar as suas práticas, as suas
lações e o seu discurso pedagógico, facilitar a tomada de decisões e, também, formular e
re-formular teorias sobre a escola, de tal modo que se estabeleça uma circularidade
compreensi-va na dialética permanente da teoria e da prática.”
(Guerra, 2003:26)
2011 / 2012
Escola Secundária da Ramada
Preâmbulo
A avaliação “institucional” da escola é um “processo e um espaço de confluência que deverá integrar a avaliação externa, dirigida à eficácia e a interna ou Avaliação Interna, mais orientada para a melhoria” (Bolívar, 1997). Nesta perspetiva a avaliação no interior da escola, realizada pelos que trabalham na instituição, deve basear-se em estratégias que mobilizem as pessoas para a melhoria e a inovação. A avaliação realizada no interior da escola implica todos os agentes educativos numa análise reflexiva das suas práticas; envolve antes de mais opções de fundo sobre o modo como pretende melhorar e inovar, partindo de critérios e indicadores que visam encontrar respostas aos seus problemas e promo-ver a melhoria da sua escola. Numa estratégia de melhoria procuram-se mudanças sistemáticas dos processos internos de forma a melhorar os resultados e a ação educativa enquanto numa perspetiva de eficácia se proporciona ao serviço dos clientes elementos para a escolha, numa lógica de mercado (Bo-lívar, 1997).
É essencial, portanto, envolver ativamente e valorizar o papel dos alunos, Pais e Encarregados de Edu-cação, Auxiliares de Ação Educativa e Professores em todo o processo inerente à Avaliação Interna.
Objeto
A prossecução dos objetivos estabelecidos desenvolve-se com base numa conceção de avaliação coo-perativa. O trabalho será realizado numa perspetiva multifacetada de cultura de melhoria continuada, visando a harmonização da organização/instituição, do respetivo funcionamento e analisando de forma imparcial, global e equilibrada os resultados das práticas e eficiência/eficácia dos projetos educati-vos/educacionais desta comunidade educativa/educacional. Pretende-se a criação de referenciais para maiores níveis de qualidade, bem como a identificação e promoção de procedimentos organizacionais eficazes, motivadores de boas práticas pedagógicas (processo ensino aprendizagem) e de adequadas soluções educacionais no seu sentido mais amplo, que se constituam em modelos de dinamização, in-centivo, valorização e reconhecimento, da comunidade educativa.
A equipa de Avaliação Interna desenvolverá o seu trabalho de forma independente assertiva e etica-mente responsável.
Âmbito
O objeto de análise /avaliação desta equipa inscreve-se no disposto na Lei nº 31/2002 de 20 de Dezem-bro (Sistema de Avaliação da Educação e do Ensino Não Superior) e o seu âmbito de ação abrange a Escola Secundária da Ramada.
De acordo com o disposto na Lei 31/2002, a Avaliação Interna deve ter em linha de conta os seguintes aspetos:
- Grau de concretização do projeto educativo (…); - Nível de execução das atividades (…);
- Desempenho dos órgãos da administração e gestão das escolas (…); - Sucesso escolar (…);
- Prática de uma cultura de colaboração entre os membros da comunidade educativa.
(artigo 6.º da Lei 31/2002)
Objetivos Gerais da Avaliação Interna
A avaliação Interna da Escola Secundária da Ramada, abrangendo todas as dimensões e aspetos da vida escolar, pretende facultar à comunidade escolar mecanismos para a reflexão e aperfeiçoamento do seu próprio plano de desenvolvimento, tendo em vista o alcance de uma Escola de excelência.
Objetivos da Equipa de Avaliação Interna
Serão privilegiados os seguintes objetivos da Avaliação Interna a prosseguir nesta Escola: a) Identificar e valorizar as funções dos vários elementos da comunidade educativa;
b) Assegurar o sucesso educativo, promovendo uma cultura de qualidade, exigência e responsabilidade na Escola;
c) Promover, numa cultura de melhoria continuada, a qualidade da prestação dos serviços socioeduca-tivo e educacional, nas suas diversas valências;
d) Contribuir para agilizar os procedimentos organizacionais e os seus níveis de eficiência e de eficácia, sensibilizando e incentivando, quando necessário, para (in) formação dos intervenientes;
e) Dotar a instituição de um quadro de informações sobre a sua funcionalidade quotidiana, integrando e contextualizando a interpretação dos resultados obtidos;
f) Incentivar/recomendar ações que visem a superação de dificuldades diagnosticadas e a dinamização de processos de melhoria da qualidade, quer do funcionamento quer dos resultados;
g) Fomentar a reflexão e incentivar a comunidade educativa numa busca sistemática e rigorosa da me-lhoria e eficácia da Escola;
h) Contribuir para garantir a imprescindível credibilidade do desempenho da Escola;
Modelos de Monitorização
Com a publicação da Lei nº 31/2002, ficou estabelecido o carácter obrigatório da Avaliação Interna, identificando-o como um processo que se deve desenvolver em permanência e que conta com o apoio da administração educativa, mas não propõe um modelo.
A implementação do processo de Avaliação Interna tornou necessária a escolha de um modelo que permitisse apoiar a gestão da escola no sentido de diagnosticar os problemas e de estabelecer estraté-gias de superação desses mesmos problemas. Considerando que “não existe um único e melhor modelo para compreender e/ou administrar os contextos organizacionais da escola” (Costa, 1996:7) julgamos que os modelos de monitorização diagnóstica (ex. controlar o progresso dos alunos e melhorar os resul-tados) e de desempenho (ex. avaliar a rentabilidade da escola – resultados obtidos em exames nacio-nais) se adequam melhor, aos objetivos de avaliação pretendidos nesta Escola.
Como refere Marchesi (2002:37) independentemente do tipo e do modelo de avaliação implementada, o “que não se deve deixar de ter em conta é que o modelo de avaliação escolhido representa as carac-terísticas da educação consideradas mais importantes”.
Indicadores de Desempenho
Os indicadores de desempenho serão definidos pela equipa de Avaliação Interna, tendo em conta, en-tre outros, os parâmetros definidos pela Lei nº31/2002, a saber:
a) Resultados escolares, em termos, designadamente, de taxa de sucesso, qualidade do mesmo e fluxos escolares;
b) Organização e desenvolvimento curricular;
c) Participação / envolvimento da comunidade educativa;
d) Organização e métodos e técnicas de ensino e de aprendizagem, incluindo avaliação dos alunos e utilização de apoios educativos;
e) Existência, estado e utilização das instalações e equipamentos; f) Eficiência/eficácia de organização e de gestão;
g) Colaboração/parcerias com entidades públicas e privadas;
h) Dimensão do estabelecimento de ensino e clima e ambiente educativos. i) Índice de satisfação/felicidade dos intervenientes;
j) Outras evidências relevantes…
Procedimentos Metodológicos
De modo a conseguir uma visão abrangente da realidade da Escola, a análise das dimensões será reali-zada por meio de métodos quantitativos e/ou qualitativos, segundo as caraterísticas de cada dimensão em análise.
Na tentativa de encontrar resultados estatisticamente confiáveis, a aplicação dos instrumentos a avaliar será feita à população ou a um grupo amostra que respeitará critérios estatísticos fundamentados.
Definição das estratégias de recrutamento dos participantes
Participantes Amostra
Alunos Amostra probabilística Professores 100%
Assistentes Técnicos 100% Assistentes Operacionais 100%
Pais ou Encarregados de Educação Amostra probabilística
Divulgação
De acordo com a Lei nº 31/2002 os resultados da Avaliação Interna da Escola deverão ser divulgados à comunidade educativa local, bem como à comunidade em geral.
Calendarização
A aplicação deste sistema de avaliação deverá ser efetuada de acordo com calendarização estipulada no Plano de Ação para os anos letivos de 2010 / 2013 (período de vigência do PEE).
Meta-avaliação (avaliar o processo de avaliação)
A ‘meta-avaliação’ consiste num “processo de delinear, obter e aplicar informação sobre descrições e juízos de valor sobre a utilidade, exequibilidade, legitimidade e exatidão de uma avaliação com vista a guiar a avaliação e publicamente relatar as suas forças e fraquezas” (Alaíz et al., 2003).
Assim, a meta-avaliação tem como finalidade emitir juízos fundamentados sobre a qualidade da Avalia-ção Interna. Desta forma, os interessados deverão pronunciar-se (em momentos a combinar) sobre os aspetos inerentes à implementação do processo, apreciando de modo fundamentado o trabalho pro-duzido.
A equipa coordenadora da avaliação será a responsável pela ‘meta-avaliação’.
Em qualquer momento, até à apresentação final de resultados, poder-se-á alterar toda e qualquer deci-são tomada no sentido de melhorar o processo de Avaliação Interna da Escola Secundária da Ramada e tornar o trabalho desta equipa mais rigoroso e coerente.
Compromisso
Os membros da Equipa de Avaliação Interna Interna reúnem-se, ordinariamente, todas as semanas, e comprometem-se a:
a) Realizar o tratamento dos dados com elevado sentido de responsabilidade deontológica;
b) Sensibilizar para o envolvimento dos diversos intervenientes nos processos de avaliação da comuni-dade educativa e respetivas parcerias;
c) Respeitar a confidencialidade das informações individuais e a fazer um tratamento agregado de da-dos;