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Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira

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Academic year: 2021

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Prof. Diego Araujo Azzi 2019.2

Regimes de Negociação Financeira Internacional e a atuação brasileira Regimes de Negociação Financeira

Internacional e a atuação brasileira Regimes de Negociação Financeira

Internacional e a atuação brasileira Regimes de Negociação Financeira

Internacional e a atuação brasileira

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Aula 04 (14.06) – A participação da delegação brasileira nas negociações de Bretton Woods

BARREIROS, Daniel de Pinho. Atuação da Delegação Brasileira na Formulação do Acordo Internacional de Bretton Woods (1942-1944).

Rev. HISTORIA, São Paulo, 28 (2): 2009.

Complementar:

CONZENDEY, Carlos Márcio. Instituições de Bretton Woods:

desenvolvimento e implicações para o Brasil / Carlos Marcio B.

Cozendey. – Brasília : FUNAG, 2013.

KISSINGER, Henry. Reflections on the Marshall Plan. In: The Harvard Gazette. May 22, 2015.

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Aula 04 (14.06) – A participação da delegação brasileira nas negociações de Bretton Woods

BARREIROS, Daniel de Pinho. Atuação da Delegação Brasileira na Formulação do Acordo Internacional de Bretton Woods (1942-1944).

Rev. HISTORIA, São Paulo, 28 (2): 2009.

Complementar:

CONZENDEY, Carlos Márcio. Instituições de Bretton Woods:

desenvolvimento e implicações para o Brasil / Carlos Marcio B.

Cozendey. – Brasília : FUNAG, 2013.

KISSINGER, Henry. Reflections on the Marshall Plan. In: The Harvard

Gazette. May 22, 2015.

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Entre a elaboração dos esboços dos Planos White e Keynes, ainda em 1942, e a Conferência de Bretton Woods, em 1944, foram realizadas rodadas diplomáticas que submeteram as duas propostas à apreciação de técnicos de um grupo seleto de países

Plano White: International Stabilization Fund

Plano Keynes: Proposal for na International Clearing Union

 Os principais encontros que antecederam o grande meeting em New Hampshire – a reunião de Washington de 15 de maio a 17 de junho de 1943, e de Atlantic City, entre 26 e 30 de junho de 1944

com a participação de Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Tchecoslováquia, Índia, México, Holanda, Filipinas e do Comitê Francês de Libertação Nacional, para além dos Estados Unidos e Reino Unido

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Chanceler Oswaldo Aranha

Eugenio Gudin

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Arthur Sousa Costa, Min. Fazenda

Octávio Bulhões

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Desde as reuniões de Washington de maio-junho de 1943 o Brasil se pronunciara em favor da criação do Fundo Monetário Internacional e da pertinência da junção dos Planos Keynes e White, considerados complementares em aspectos particulares.

Mas o maior risco que observava, em decorrência do eventual

fracasso da Conferência de Bretton Woods seria o de retorno a um sistema, vigente até os anos 1930

No qual não se pudesse lançar mão do principal “dogma

intervencionista” legado pelo New Deal, ou seja, a gestão estatal dos

f luxos de capital, e por consequência, dos juros e do câmbio

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Colocar f im ao quadro de instabilidade crônica do entre- guerras era a grande preocupação dos negociadores

aliados

Necessidade de criação de um sistema de cooperação

internacional fortemente institucionalizado, com maiores poderes do que as mais de 30 conferências internacionais do entre-guerras, capaz de assegurar liquidez ao sistema

internacional

Na Conferência de Bretton Woods, o velho hegemon (GB)

tentava manter ao máximo seu espaço, enquanto o novo

(EUA) buscava garantir que as condições excepcionais

de dominação fossem preservadas

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 A realização da Conferência de Bretton Woods aparece então como resposta à necessidade de se obter legitimidade multilateral a um acordo pactuado de forma praticamente bilateral

 Para o Brasil, era crucial estabelecer um novo patamar de relacionamento com os EUA, visto como um desaf io à inserção internacional do país

Relações Brasil-EUA conturbadas pela recusa americana

no reajuste dos preços do café; críticas às políticas de

substituição de importações e não cumprimento da

promessa de investimentos nos primeiros anos da II GM

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 Ainda que considerasse que o Plano Keynes dava mais margem de manobra aos países em desenvolvimento, o Brasil acaba por apoiar o Plano White (cotas de participação no FMI de USD 5 bi, pressão de Wall Street)

Caráter expansionista (cotas de participação no FMI de UDS 26 bi);

 balanceamento internacional das contas correntes (oposição dos EUA);

 e defesa do pleno emprego afastaram o Brasil do Plano

Keynes

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A delegação brasileira não apresenta restrições ao fato do dólar assumir o poder de moeda internacional, desde que o padrão ouro-dólar não funcione sem as instituições multilaterais propostas no Plano White.

 Gudin, p. ex., em nenhum momento rejeitou o padrão-dólar, af irmando ainda que

“quem dava valor ao ouro era o dólar e não vice-versa”

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A delegação brasileira pleiteava a ampliação do limite anual de recursos disponíveis para os membros do Fundo

Percepção de que nações exportadoras de bens primários corriam maiores riscos cambiais do que os países exportadores de manufaturados, dadas as f lutuações do mercado

Os delegados do Brasil também pleitearam, sem sucesso,

o planejamento para a fundação de instituições voltadas

para “manter a regularização da oferta” de bens agrícolas no

mercado internacional. Lograram, porém, uma Waiver

Clause para tratar tais desequilíbrios

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O principal tema de Bretton Woods foi a def inição do que poderia ser aceito como dinheiro e meio de pagamento internacional, a regulação da sua oferta e conf iabilidade

 Através da promoção do livre comercio (Declaração de Havana, OIC, GATT) os EUA buscavam conquistar mercados externos para sua indústria

Ao mesmo tempo, através desta política se quebrava o

sistema imperial de preferências comerciais dos

Britânicos com suas colônias e as zonas de

exclusividade da Libra esterlina

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Já na Carta do Atlântico de 1941 e no Acordo de Ajuda Mútua de 1942 a GB se compromete a restaurar a conversibilidade da libra na conta corrente e aceitam o princípio da não discriminação comercial

Assim, se ampliava enormemente o espaço de internacionalização do dólar, ao mesmo tempo em que a gestão monetária f icava subordinada à política interna dos EUA

Visão dos EUA sobre as consequências da Guerra na Europa subestimava a necessidade de capitais para a sua reconstrução e estabilização das suas economias

Durante a conferência de Bretton Woods não se pode dizer que os EUA já tinham planejado “exportar o New Deal” rooseveltiano com políticas de estímulo à demanda, o Plano Marshall

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Tanto em Washington quanto am Atlantic City, a delegação brasileira buscou enfatizar a necessidade de criação de mecanismos institucionais multilaterais para evitar que a livre circulação do ouro e de capitais espalhasse inf lação e def lação, ao modo do entre-guerras

Brasil foi favorável ao modelo institucional de White, def inindo que o direito de acessar recursos do FMI seria condicionado à subscrição de determinada cota junto ao Fundo, constituindo uma espécie de securitização dos balanços de pagamentos

Mesmo permitindo a concessão de créditos de até 200% das cotas, a delegação brasileira considerou o plano White menos expansionista que o plano Keynes, uma vez que estaria subordinado às cotas depositadas

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Uma das principais preocupações da delegação brasileira era o tema da moeda escassa, que era melhor resolvido no plano Keynes do que no plano White

Países que exportam muito e importam pouco fazem com que sua moeda se torne escassa no mercado mundial. A grande af luência de ouro para os EUA entre 1930 e 1939 se deu em parte devido à “escassez do dólar”

O Brasil, grande exportador e em processo de substituição de

importações, usaria os aspectos positivos do plano Keynes sobre o

suprimento de moedas para barganhar alterações no plano White a

este respeito, buscando a maior segurança possível às

transações comerciais e aos balanços de pagamentos

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A Joint Statement da reunião de Washington permitiu adequações ao plano White original, admitindo certa f lexibilidade nas taxas de câmbio e modif icações contra a escassez de moeda, reconhecendo a possibilidade de restrições cambiais sobre países excessivamente credores

Ficaram sem def inição questões cruciais como a f ixação das

paridades, as bases para o cálculo das cotas e o estabelecimento das regras para a direção do Fundo Monetário Internacional.

FMI é aprovado com cotas de USD 8 bi, mais próximo ao que

interessava a White e aos EUA, e menos expansionista do que

desejava Keynes

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Uma das grandes dif iculdades na criação do FMI foi a def inição das cotas- parte, já que cada país queria ter uma cota maior possível

Isto porque a magnitude da contribuição determinaria tanto a disponibilidade de crédito, quanto o poder de voto na administração do Fundo

O Brasil logra em Bretton Woods aumentar sua cota parte def inida em Atlantic City de USD 100 milhões para USD 150 milhões, se tornando assim o país latino-americano com maior participação no Fundo, seguido pelo México, com USD 100 milhões

Cota EUA: USD 2750 milhões / Cota GB: USD 1300 milhões / Cota URSS:

USD 1200 milhões / Cota China USD 550 milhões / Cota França: USD 450 milhões / Outros: menos de USD 300 milhões

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No que diz respeito ao modelo de gestão do novo FMI, após negociações em que o Brasil teve a Presidência do Steering Commitee, venceu a tese de que o Fundo seria administrado por um colegiado de doze membros

Diante desta decisão, a delegação cubana apresenta duas propostas:

Estabelecimento de um número de votos por nação, independente das cotas-parte

Eleição de dois membros latino-americanos para a direção do Fundo

Cubanos obtém vitória nas duas propostas com apoio dos EUA (busca

de legitimidade política sem ceder tanto nas f inanças). Sobre a

primeira, cada país passa a ter 250 votos como nação, independente

da sua contribuição – favorecendo nações pequenas e pobres

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Apesar de adotar um discurso contrário à proposta cubana e defensor do internacionalismo na escolha dos diretores do Fundo, o Brasil atuou nos bastidores de modo a ganhar espaço político

O Brasil negociava secretamente o estabelecimento da eleição dos dois representantes como prerrogativa exclusiva das nações latino- americanas, contando que nesse cenário uma delas seria do Brasil

Brasil negocia para que os EUA apresentem a proposta em seu lugar e ainda ajudem na obtenção de votos latinos

Para amenizar a oposição de países latino-americanos interessados na vaga, “havendo lugares na diretoria executiva do BIRD, isto serviria para negociações com os latinos. (Os americanos) acharam interessante”.

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Apesar de adotar um discurso contrário à proposta cubana e defensor do internacionalismo na escolha dos diretores do Fundo, o Brasil atuou nos bastidores de modo a ganhar espaço político

O Brasil negociava secretamente o estabelecimento da eleição dos dois representantes como prerrogativa exclusiva das nações latino- americanas, contando que nesse cenário uma delas seria do Brasil

Brasil negocia para que os EUA apresentem a proposta em seu lugar e ainda ajudem na obtenção de votos latinos ao país

Para amenizar a oposição de países latino-americanos interessados na vaga, “havendo lugares na diretoria executiva do BIRD, isto serviria para negociações com os latinos. (Os americanos) acharam interessante”.

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Pactuou-se em Atlantic City que o texto a ser encaminhado para Bretton Woods não faria menção à política do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou do Banco de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), mas somente aos seus objetivos

O BIRD seria quase que exclusivamente uma instituição voltada para

auxiliar os países devastados pela guerra, frustrando as expectativas dos países periféricos de que pudesse ser um instrumento de promoção do desenvolvimento, algo que só passaria a ocorrer a partir dos anos 1960

De forma geral, o Brasil considerou positivo o saldo das

negociações de Bretton Woods, pois estavam pactuadas a

estabilidade cambial e a institucionalização do sistema econômico

internacional, pilares dos interesses da diplomacia econômica

brasileira em toda a negociação

Referências

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