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Prefeitura Municipal de Araci publica:

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Academic year: 2022

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Araci publica:

Resposta à Impugnação da Concorrência Pública nº002/2017.( Cetral Construções e Serviços Ltda – ME).

Resposta à Impugnação da Concorrência Pública nº002/2017.( VRV

Serviços Ltda).

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CNPJ: 14.232.086/0001-92 Fone: (75) 3266-2144 e-mail: gabinete@araci.ba.gov.br

Referência: Concorrência Pública nº 002/2017 Assunto: Impugnação aos Termos do Edital

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DA CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2017

I. DA INTRODUÇÃO:

O presente expediente destina-se ao processamento da análise dos termos de impugnação do Edital da CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2017, cujo objeto versa sobre a execução da obra de Pavimentação em paralelepípedo de diversas ruas da sede do município de Araci – BA, através do dos Contratos de Repasse nº 01023165-26 - nº 01029261-14 - nº 1023166-41, firmados com a Caixa Econômica Federal e Convenio firmado com o Ministério das Cidades, CETRAL CONTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA - ME, na condição de licitante, tendo-o feito tempestivamente e na forma disposta na legislação de regência, restando preenchido, portanto, o requisito de tempestividade da peça interposta.

II. DAS ALEGAÇÕES:

A Empresa Impugnante alega que:

E ao final requer:

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III. DA APRECIAÇÃO:

Ao analisar a impugnação apresentada, verificamos que o impugnante assevera que o edital limita a competitividade entre as concorrentes, de modo que tais alegação merecem prosperar, consoante será demonstrado nas linhas abaixo, vejamos.

O futuro contratado deve ter porte econômico suficiente para o cumprimento do contrato. Esta saúde financeira é aferida, especialmente, em confronto com o valor estimado da contratação, que deve decorrer de pesquisa de mercado.

A pesquisa de mercado é exigência da lei, objetivando: (a) decidir pela correta modalidade de licitação – art. 23; (b) verificar a efetiva existência de recursos orçamentários e a sua reserva, em atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 16), à Lei 4.320/64 (art. 58 e seguintes) e à própria Lei n. 8.666/93; (c) fixar o parâmetro de aceitabilidade de propostas, evitando superfaturamento, que deve acarretar a desclassificação das propostas – art. 48, II, da Lei – e (d) estabelecer base concreta para a definição das exigências de qualificação econômico-financeira.

Os requisitos de qualificação econômico-financeira estão previstos no art. 31 da Lei, em rol exaustivo, vale dizer, nenhuma exigência pode desbordar dos limites máximos previstos na disposição legal mencionada. Assim, não é obrigatório que a Administração faça todas as exigências constantes deste rol, devendo formular aquelas que são indispensáveis ao cumprimento do contrato.

A Comissão de Licitações deve aferir a qualificação econômico financeira a partir das exigências contidas no edital. O STJ já declarou não existir a obrigatoriedade de os licitantes apresentarem todos os documentos previstos no art. 31, bastando que apresente aqueles exigidos pela Administração e constantes do edital.

Ademais, a comprovação da boa situação financeira deve ser feita de forma objetiva, pelo cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no procedimento (art. 31, § 5º).

O que a Administração pretende assegurar, com a solicitação da qualificação técnica da empresa, é justamente sua capacidade operacional, visando à garantia do cumprimento das obrigações futuras.

No edital impugnado, estabeleceu a exigência no item 5.1.4 - QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA, na alínea “f” “Apresentar Certidão negativa de protesto de títulos”.

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Portanto, na lei que rege os procedimentos licitatórios, não consta a previsão de que, para habilitação jurídica, a apresentação de certidão negativa de protestos de títulos. Ao contrário, a lei indica de forma clara e restrita (numerus clausus) quais os documentos que podem e devem ser exigidos dos licitantes.

O Superior Tribunal de Justiça firmou o posicionamento de que não é admissível a inabilitação de licitante com base em exigências impertinentes ou irrelevantes para o objeto do contrato licitado. Veja-se a ementa:

EMENTA – ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. HABILITAÇÃO.

MANDADO DE SEGURANÇA. EDITAL.

MS nº 5.606 – DF – (98.0002224-4). Relator Exmo. Sr. Ministro José Delgado. Impetrante: Panaquatira Radiodifusão Ltda. – Impetrado:

Ministério de Estado das Comunicações. Decisão: A Seção, por unanimidade, concedeu segurança.

I – As regras do edital de procedimento licitatório devem ser interpretadas de modo que, sem causar qualquer prejuízo à administração e aos interessados no certame, possibilitem a participação do maior número possível de concorrentes, a fim de que seja possibilitado se encontrar, entre várias propostas, a mais vantajosa.

II – Não há de se prestigiar posição decisória assumida pela Comissão de Licitação que inabilita concorrente com base em circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, fazendo exigência sem conteúdo de repercussão para a configuração da habilitação jurídica, da qualificação técnica, da qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal”.

Estas duas exigências – aviltam também o art. 3º da Lei nº 8.666/93 que determina: “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”.

O princípio da legalidade impõe à Administração Pública observar o que a lei determina. Não há, nesse caso, espaço para discricionariedade, o Administrador é vedado expressamente restringir.

Importante ressaltar que o constituinte na Carta Constitucional incorporou um princípio de natureza restritiva para habilitação quando determinou no inciso XXI, do art. 37, que diz: “ressalvados os casos especificados na

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legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. (grifo nosso)

Nesse diapasão, a atividade administrativa exige prestígio aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. O princípio da regra da razão se expressa em procurar a solução que está mais em harmonia com as regras de direito existentes e que, por isso, parece a mais satisfatória, em atenção à preocupação primária de segurança, temperada pela justiça, que é a base do direito.

No caso em “examine”, observamos que houve um equívoco quando da formulação/elaboração do edital de licitação em tela, notadamente na exigência prevista na alínea “f” do item 5.1.4, motivo pelo qual será devidamente/legalmente excluído.

Vale ressaltar que nos estados de direito como o nosso, a Administração Pública deve obediência à Lei em todas as suas manifestações. Até mesmo nas chamadas atividades discricionárias o administrador público fica sujeito às prescrições quanto à competência, finalidade e forma, só se movendo com liberdade na estreita baixa da conveniência e oportunidade administrativas, o que, aliás, in casu, em especial, deve ser aplicado.

Súmula nº 473 do Colendo Supremo Tribunal Federal, “litteris”:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Com base nessas razões, e em consonância com a Súmula nº 473 do Colendo Supremo Tribunal Federal, observa-se que não se trata de arbitrariedade por parte da Administração, mas de ato discricionário, dentro do limite razoável concedido com vistas a garantir à medida que melhor atenda ao interesse público, oportunidade e conveniência.

Pelo exposto, entendo pelo acolhimento em parte do quanto alegado.

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IV. DA DECISÃO:

Com base nos fatos ora apresentados, e nos dispositivos legais que regem a licitação, como também, pautada nos princípios básicos da legalidade, competitividade, moralidade, razoabilidade e da isonomia, CONHEÇO a presente Impugnação apresentada pela empresa CETRAL CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA – ME, e, no mérito, decido pela PARCIAL PROCEDÊNCIA, pelos motivos anteriormente elencados, para excluir/retirar a exigência prevista alínea “f” do item 5.1.4, mantendo inalterados os demais requisitos previstos no Edital em análise.

Araci – BA, 25 de maio de 2017.

___________________________________________

KENIA CARVALHO BARBOSA PRESIDENTE DA COPEL

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Referência: Concorrência Pública nº 002/2017 Assunto: Impugnação aos Termos do Edital

RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DA CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2017

I. DA INTRODUÇÃO:

O presente expediente destina-se ao processamento da análise dos termos de impugnação do Edital da CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2017, cujo objeto versa sobre a execução da obra de Pavimentação em paralelepípedo de diversas ruas da sede do município de Araci – BA, através do dos Contratos de Repasse nº 01023165-26 - nº 01029261-14 - nº 1023166-41, firmados com a Caixa Econômica Federal e Convenio firmado com o Ministério das Cidades, VRV SERVIÇOS LTDA, na condição de licitante, tendo-o feito tempestivamente e na forma disposta na legislação de regência, restando preenchido, portanto, o requisito de tempestividade da peça interposta.

II. DAS ALEGAÇÕES:

A Empresa Impugnante alega que:

III. DA APRECIAÇÃO:

Ao analisar a impugnação apresentada, verificamos que o impugnante assevera que o edital limita a competitividade entre as concorrentes, contudo, tal

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alegação não merece prosperar, consoante será demonstrado nas linhas abaixo, vejamos.

O que a Administração pretende assegurar é justamente sua capacidade operacional, visando à garantia do cumprimento das obrigações futuras.

Como se percebe, as qualificações exigidas no certame em questão é o mínimo necessário para a comprovação, não havendo qualquer restrição quanto a prazos, quantidades mínimas ou máxima quanto à qualificação técnica, o que é vedado por LEI.

Neste sentido o entendimento do TCU:

“No certame licitatório, os documentos que podem ser exigidos quanto a habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico- financeira, regularidade fiscal e prova de cumprimento do disposto no inciso XXX III do art. 7º da Constituição Federal estão adstritos aqueles previstos nos artigos 27 a 31 da Lei no 8.666/1993. Acórdão 2056/2008 Plenário (Sumário)”.

“Abstenha-se de fazer exigências que excedam aos limites fixados nos arts. 27 a 33 da Lei no 8.666/1993. Acórdão 39/2008 Plenário”.

a) Da Vinculação ao Instrumento Convocatório

Mister destacar a necessidade primordial do respeito ao princípio basilar do direito administrativo nos processos licitatórios, no que tange à vinculação ao edital. A Administração tem o DEVER de respeitar aquilo que foi estabelecido pelo diploma editalício, não podendo, de forma alguma, esquivar-se das regras preliminarmente estabelecidas.

Nesse sentido, regulamente o artigo acima referido, a Lei n° 8.666/93 afirma que a licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos, conforme art.

3º da Lei supracitada, “in verbis”:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da

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moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Em face do princípio da vinculação ao instrumento convocatório, os documentos e as propostas deverão obedecer estritamente as regras e disposições estabelecidas previamente pelo Edital, vejamos:

“A oferta feita pelo licitante deverá contemplar as especificações exigidas bem como as condições de fornecimento ou execução do serviço”.1

Hely Lopes Meirelles2 preleciona que:

“Nada se pode exigir ou decidir além ou aquém do edital, (...)”.

Ademais, não se pode esquecer que a lei não tem fim em si mesma ou em sua mera literalidade, de forma desapegada a qualquer razoabilidade que norteie o atingimento e a consecução de uma finalidade maior. É nesse sentido lição de MARÇAL JUSTEN FILHO3:

Vale dizer, as normas jurídicas não se confundem com a letra da lei.

(...)

A lei não é elaborada para bastar-se em si mesma, tal como se os fins do Direito fossem menos relevantes do que as palavras do legislador.

Como ensinou Engish, ‘não só a lei pode ser mais inteligente do que o seu autor, como também o intérprete pode ser mais inteligente do que a lei’.

Podemos ainda, a esse respeito, citar o Prof. Marçal Justen Filho, em sua celebrada obra4, em que nos diz:

“A determinação dos requisitos de qualificação técnica far-se-á caso a caso, em face das circunstâncias e peculiaridades do interesse público. Caberá a Administração na fase interna (...), avaliar os requisitos necessários, restringindo-se ao estritamente indispensável a assegurar um mínimo de segurança, quanto à idoneidade dos licitantes.”

Com isso, quer-se dizer que a autoridade pública, quando realiza procedimento licitatório, deve estar atento à sustentabilidade da execução do

1 Ariosto Mila Peixoto. Pregão Presencial e Eletrônico. Comentários à Lei Federal nº 10.520/2002. 1ª edição. Editora Prime.Campinas.2006, pag.86.

2 Hely Lopes Meirelles. Licitação e Contrato Administrativo. 11ª edição. Editora Malheiros. São Paulo.1996, pag.102.

3 in Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 7. ed. São Paulo: Dialética. p. 77-78

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serviço, o que passa pela obediência a normas de natureza ambiental inclusive, como no caso.

Não é a toa que comumente em instrumentos convocatórios pertinentes às obras e serviços de engenharia é feita a exigência do certificado que comprove que a madeira a ser utilizada decorre de reflorestamento, o que gera um custo bastante oneroso à empresa licitante e que nem por isso é dispensada, ao revés, trata de uma exigência incentivada pelos órgãos de controle.

Sobreleva destacar que não obstante o legislador infraconstitucional nos revele claramente que é vedada a inclusão de cláusulas que restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do certame, isso não quer dizer que a autoridade pública não pode fazer exigências que entenda necessárias à garantia da execução de um serviço de qualidade.

Ao revés disso, as empresas que objetivam contratar com a Administração Pública devem cada vez mais enquadrar-se a exigências antes não realizadas, mas agora necessárias, não podendo insurgir-se tão somente sob o fundamento da restrição à competitividade, dado que, no mundo das especialidades, a qualificação avançada tornou-se indispensável.

É direito da Administração Pública fazer tais exigências prévias, sem que isso acabe por ferir o preceituado no art. 3º, §1º, I da Lei 8.666/93 e o princípio da igualdade e da competitividade, consoante disposição do artigo 3º da referida Lei de Licitações.

O Superior Tribunal de Justiça, á sua vez, já se manifestou nesse sentido em caso semelhante:

Administrativo. Licitação. Interpretação do art. 30, II e §1º, da Lei 8.666/93.

1. Não se comete violação ao art. 30, II, da Lei 8.666/93, quando, em procedimento licitatório, exige-se a comprovação, em nome da empresa proponente, de atestados técnicos emitidos por operadoras de telefonia no Brasil de execução, em qualquer tempo, de serviço de implantação de cabos telefônicos classe "L"e "C" em período consecutivo de vinte e quatro meses, no volume mínimo de 60.000 HxH, devidamente certificados pela entidade profissional competente.

2.O exame do disposto no art. 37, XXI da Constituição Federal, e sua parte final, referente a ‘exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações’, revela que o propósito aí objetivado é oferecer iguais oportunidades de

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contratação com o Poder Público, não a todo e qualquer interessado, indiscriminadamente, mas sim, apenas a quem possa evidenciar que efetivamente dispõe de condições para executar aquilo a que se propõe’ (Adilson Dallari).

3. Mandado de segurança denegado em primeiro e segundo graus.

4. Recurso especial improvido" (Resp. Nº 172.232-SP, rel. Min. José Delgado, DJU de 21.9.98, RSTJ 115/194) (grifamos).

Na mesma linha se posicionou Marçal Justen Filho5, quando instando a comentar o art. 3º, §1º da Lei 8.666/93, vejamos:

O dispositivo não significa, porém, vedação à cláusulas restritivas da participação. Não impede a previsão de exigências rigorosas (Grifo Nosso). Nem impossibilita exigências que apenas possam ser cumpridas por específicas pessoas. Veda-se cláusula desnecessária ou inadequada, cuja previsão seja orientada não a selecionar a proposta mais vantajosa, mas a beneficiar alguns particulares. Se a restrição for necessária para atender ao interesse público, nenhuma irregularidade existirá em sua previsão (Grifo Nosso).

Terão de ser analisados conjuntamente a cláusula restritiva e o objeto da licitação. A inviabilidade não reside na restrição em si mesma, mas na incompatibilidade dessa restrição com o objeto da licitação. Aliás, essa interpretação é ratificada pelo previsto no art. 37, inc. XXI, da CF (´... o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações’).

Em resumo, se a exigência é necessária para salvaguardar a segurança e eficiência do serviço que se pretende contratar, não há qualquer mácula na sua consignação no instrumento convocatório, como sugeriu o impugnante.

O que esta Comissão de Licitação veio a fazer foi tão somente refletir no Instrumento Convocatório uma exigência necessária para garantir a integridade do objeto que se pretende contratar, na certeza de que será executado com observância de todos os padrões de qualidade.

Não se trata a exigência, portanto, de cláusula restritiva à competitividade do certame, longe disso, mas sim de observância estrita à Lei de regência da matéria, especialmente no que toca à sua nuance principiológica,

5 Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 5ª Ed., Dialética.

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cabendo às empresas buscar a especialização e qualificação de suas atividades, o que passa pela contratação de profissionais especialistas, porque assim também contribuirão com a competitividade do certame.

Feitas tais considerações, passemos ao exame do mérito da presente Impugnação, a seguir.

b) Das exigências – itens 3.8 e 3.10:

Restou consignado na Impugnação apresentada pela Empresa VRV SERVIÇOS LTDA, que não concorda com o disposto nos itens 3.8 e 3.10.

Apesar da legislação não dispor, explicitamente, sobre a exigência de alguns elementos, na Lei 8.666/93, poderá ser embasada tal solicitação com fulcro no art. 43, incisos IV e V, “in verbis”:

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

[...]

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital; (grifos nossos)

Ademais, por se constituir "lei" interna do certame, o edital "vincula inteiramente a Administração e os proponentes6", não podendo ser descumprida as normas e condições do mesmo, conforme estabelecido no artigo 41 da Lei 8.666/93.

O ilustre administrativista José Cretella Júnior7, destaca o Princípio da vinculação ao instrumento convocatório, nos seguintes termos:

Elemento ou documento fundamental da licitação, que não só assegura o requisito da publicidade, peculiar ao ato administrativo, como também vincula a Administração e administrados - concorrentes, ao que nele se prescreveu - se o edital, instrumento convocatório vinculatório.

6 Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 20ª, edição, Malheiros Editores, São Paulo, 1995, pag.

260

7 Das Licitações Públicas, 4 ª edição, Editora Forense, pág. 103.

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Peça básica do procedimento concorrencial ou licitatório funciona como sua lei interna, que traça as diretrizes dos interessados em todos os momentos ulteriores.

É notório, portanto, que na fase de julgamento da licitação, além dos Princípios Constitucionais, deve-se também obedecer aqueles Princípios exclusivos da Lei em questão, que no caso, vale destacar o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório e o Princípio do Julgamento Objetivo. Estes Princípios rezam que no processo licitatório, deve verificar a conformidade de habilitação com os critérios estabelecidos no edital, conforme prevê o art. 43, incisos I, da Lei 8666/93, “literis”:

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;

A Administração não pode contratar alguém para executar um serviço ou uma obra sem que antes avalie as reais condições técnicas para o cumprimento do encargo que vai assumir. Esse é um dever de cautela que se adota em qualquer caso, mesmo quando a situação envolve interesses disponíveis.

No caso em “examine”, resta patente que a exigência questionada no edital de licitação em tela é totalmente legal/legítima, de modo que os itens em apreço não merecem alterações, mantendo, portanto, incólume os termos editalícios.

IV. DA CONCLUSÃO:

Com base nos fatos ora apresentados, e nos dispositivos legais que regem a licitação, como também, pautada nos princípios básicos da legalidade, competitividade, moralidade, razoabilidade e da isonomia, conheço da impugnação, e, no mérito, decido pela TOTAL IMPROCEDÊNCIA, pelos motivos anteriormente elencados, mantendo o Edital em seus termos originais.

Araci – BA, 25 de maio de 2017.

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KENIA CARVALHO BARBOSA PRESIDENTE DA COPEL

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