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HISTÓRIA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR

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Academic year: 2021

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HISTÓRIA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO ESTADO DE GOIÁS

JANINE VARGAS

RESUMO

O presente projeto visa realizar o levantamento histórico da doença leishmaniose tegumentar americana no Brasil, especificamente no estado de Goiás, por meio de uma revisão literária e consulta de fontes primárias, bem como a descrição de suas características epidemiológicas, surgimento, proliferação, transmissão, sintomas e tratamento.

As leishmanioses ameaçam cerca de 350 milhões de pessoas que habitam áreas de risco em 88 países ao redor do mundo. Atualmente estima-se que 12 milhões em todo o planeta sejam consideradas infectadas. Sendo seu controle dificultado pela diversidade de agentes tais como de reservatórios e de vetores que apresentam diferentes padrões de transmissão, tendo sua propagação eminentemente ligada às interferências nos ecossistemas, afetando regiões com desvantagens socioeconômicas.

Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde os tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos.

Palavras-chaves: Doença cutânea, mosquito-palha, doenças tropicais, Leishmania.

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História da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de Goiás Janine Vargas

INTRODUÇÃO

A Leishmaniose Tegumentar Americana é uma doença tropical negligenciada, zoonótica (antropozoonose), causada por um protozoário do gênero

Leishmania e é transmitida ao homem pela

picada de mosquitos flebotomíneos infectados.

No Brasil, existem seis espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, sendo que esta tem apresentado aumento no número de casos nos últimos 20 anos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os estados brasileiros.

Essa moléstia, por sua importância, levou a Organização Mundial de Saúde a incluí-la entre as seis doenças consideradas prioritárias no programa de controle devido suas complicações e deformidades.

Ao ser associada a fatores socioeconômicos observou-se, no Brasil, sua ocorrência inicial na região Nordeste. Existem poucos trabalhos avaliando o papel dos fatores que influenciam na distribuição da infecção e sua morbidade na população afetada. Em Goiás foi verificado nos últimos anos um aumento das áreas de transmissão e número de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana, inclusive com transmissão urbana em alguns municípios.

Vários medicamentos e tecnologias vêm sendo desenvolvidos em prol do diagnóstico

precoce e tratamento eficaz, evitando a evolução da doença e o aumento no número de pessoas

infectadas.

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REFERENCIAL TEÓRICO

As leishmanioses constituem um complexo de antropozoonoses, predominantemente rurais, de transmissão vetorial que, por sua vez, são mosquitos flebotomíneos (insetos hematófagos).

Elas são ocasionadas por 22 espécies de protozoários do genêro

Leishmania,

e apresentam diversas formas patogênicas que acometem seres humanos e animais.

Esse grupo de doenças são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doenças negligenciadas, ou seja, são doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda.

A Leishmaniose se divide em três modalidades de manifestações patogênicas: as viscerais, as cutâneas e as mucocutâneas, sendo as viscerais conhecida como Calazar e as cutâneas e mucocutâneas como Tegumentar Americana.

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é qualificada pelo Ministério da Saúde, como:

Uma das afecções dermatológicas que merece mais atenção, devido à magnitude, assim como pelo risco de ocorrência de deformidades que pode produzir no ser humano, e também pelo envolvimento psicológico, com reflexos no campo social e econômico, uma vez que, na maioria dos casos, pode ser considerada uma doença ocupacional. (BRASIL. 2007. p.13)

A Leishmaniose Tegumentar Americana é uma doença não contagiosa, de evolução crônica, com lesões constituídas por ulcerações, únicas ou múltiplas, localizadas nos membros inferiores e superiores, no pescoço, na face e na cabeça. Essa forma de leishmaniose é conhecida como

“ferida brava”.

O Brasil é o país com o maior número de casos no continente americano. A variedade de vetores, mosquitos flebotomíneos e de protozoários do gênero

Leishmania encontrados em nosso

território, ligados a um clima e a um ambiente propícios para o seu desenvolvimento e proliferação, fazem com que as leishmanioses sejam um grave problema de saúde pública para o país.

Os mosquitos flebotomíneos são insetos hematófagos, e geralmente não ultrapassam 0,5

cm de comprimento, tendo pernas longas e delgadas, e o corpo densamente piloso, de cor parda

(mosquito-palha), sendo que apenas as fêmeas estão adaptadas com o respectivo aparelho bucal para

picar a pele de vertebrados e sugar o sangue. Apresentam vários nomes populares, variando segundo os

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países, estados e regiões, a saber: mosquito-palha (mais comum), asa dura, asa branca, tatuquira, birigui, cangalha, cangalhinha, ligeirinho, péla-égua, arrupiado.

Vale ressaltar, que para a definição dos mecanismos de contágio dessa moléstia foram realizados diversos estudos, antes suspeitava-se de outras hipóteses, sendo transmissão direta pelo ar, contaminação das águas, por moscas, mosquitos, carrapatos, pulgas, percevejos e até mesmo lagartixas.

Diversas vezes a hipótese de que os flebotomíneos agissem como vetores e/ou hospedeiros intermediários foi proposta, porém foi comprovada apenas em 1921, pelos irmãos Sergent e seus colaboradores no Instituto Pasteur da Argélia, e por Henrique Aragão em 1922 e 1927, no Brasil.

Antes da comprovação, apesar das suspeitas do vetor ser um inseto hematófago, no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, os casos de leishmaniose mucosa ainda eram tratados como

“possivelmente contagioso”, isolando os doentes como a melhor forma para o tratamento desses.

Esta parasitose, vem sofrendo progressivamente modificações em seu caráter epidemiológico. Antes o parasita e o vetor se restringia quase que completamente em regiões florestais, porém hoje, constata-se cada vez mais a sua adaptação ao ambiente domiciliar, sendo que os animais domésticos como o cão e roedores sinantrópicos passam a atuar como reservatórios da doença.

Portanto, a expansão das leishmanioses tem ocorrido pela ação antrópica e mudanças em seus perfis epidemiológicos, com a adaptação de seus agentes etiológicos a novos hospedeiros.

A forma de prevenção, mesmo nos dias de hoje, continua sendo o combate às diferentes espécies de flebotomíneos, que agem como vetores e hospedeiros intermediários.

O Ser Humano poderá se proteger mecanicamente contra as picadas dos insetos, fazendo uso de repelentes de insetos, roupas adequadas, telas nas aberturas e mosquiteiros ao redor das camas, evitando contato com os vetores nos horários de maior atividade dos insetos, raiar e cair do dia.

O SUS oferece tratamento específico e gratuito para a doença. O tratamento é feito com uso de medicamentos específicos a base de antimônio, repouso e uma boa alimentação.

A Leishmania braziliensis, no Brasil, na década de 1930, era o único protozoário associado as manifestações patogênicas de leishmanioses existentes, com exceção das viscerais, porém o quadro mudou na década de 1970, onde a partir de novas técnicas e estudos ecológicos e epidemiológicos, seis diferentes espécies de Leishmania foram identificadas no país.

Em decorrência da complexidade das manifestações dos seus patógenos, os debates sobre

as diversas formas de leishmaniose ao redor do globo terrestre não se encerraram, os pesquisadores

ainda discutem questões envolvendo biologias genéticas e moleculares dos agentes.

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História da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de Goiás Janine Vargas

JUSTIFICATIVA

É necessário entender que a Leishmaniose Tegumentar Americana é uma doença negligenciada que tem sido um grave problema de saúde pública no Brasil e em vários países tropicais, além de estar se expandindo e urbanizado.

Esse projeto tem por objetivo contribuir para um campo de estudo que busca pensar na história da Leishmaniose Tegumentar Americana, especificamente no estado de Goiás.

Essa proposta de estudo insere-se na linda de pesquisa do mestrado Sociedade, Políticas

Públicas e Meio Ambiente, pois se refere a uma moléstia que além de sua alta incidência e ampla

distribuição em nosso país, inclusive em nosso Estado, Goiás, e que se não tratada assume formas

graves quando associada ao quadro de infecções concomitantes.

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OBJETIVOS

Geral:

Realizar um levantamento histórico sobre o surgimento e a proliferação da Leishmaniose Tegumentar Americana;

Reunir e comparar informações da Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil e estado de Goiás.

Específicos:

Caracterizar, tipificar a Leishmaniose Tegumentar Americana, abordando formas de transmissão, sintomas, tratamento e transmissão.

Caracterizar o agente etiológico;

Identificar os fatores determinantes da doença por meio de revisão da literatura.

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História da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de Goiás Janine Vargas

METODOLOGIA

O método utilizado para a elaboração da dissertação será uma revisão bibliográfica sobre a

leishmaniose, especialmente no Estado de Goiás em determinado período ainda a confirmar, por meios

de levantamento de fontes primárias, sendo que esta documentação englobará artigos em revistas

científicas, relatórios médicos, teses, acervos de biblioteca e internet, e arquivos como do Instituto

Histórico e geográfico de Goiás e Ministério da Saúde.

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História da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de Goiás Janine Vargas

RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com esse trabalho, através do levantamento de fontes primárias sobre a doença Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de Goiás, desenvolver uma dissertação adequada, com a publicação de um artigo científico em periódicos e/ou divulgações em eventos científicos.

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História da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de Goiás Janine Vargas

BIBLIOGRAFIA

ALBUQUERQUE, M. de. & MACIEL, L. Resenha histórica das pesquisas em Leishmaniose (do início do século à década de 1930) – A contribuição do Instituto Oswaldo Cruz. IOC/COC, 2005.

BASANO, S. & CAMARGO, L. M. Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 7 n. 3, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em saúde. Manual de vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana – 2 ed. – Brasília: Ed. Do Ministério da Saúde, 2007.

_______. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. Fundação Nacional de Saúde. 5 ed. Brasília. FUNASA, 2002.

CAPONI, S. Coordenadas epistemológicas de la medicina tropical. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.10, n.1, pp. 113 – 149, 2003.

JOGAS JUNIOR, Denis Guedes. Uma doença americana? A Leishmaniose Tegumentar e a medicina tropical no Brasil (1909-1927). Rio de Janeiro. Editora Prismas, 2017.

MAGALHÃES, R. A leishmaniose tegumentar. Estudo do 1º foco ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. Dissertação

(mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública ENSP/Fiocruz. Rio de Janeiro, 2001.

Referências

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