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1º Juízo Cível Processo nº 2754/12.2TJVNF Insolvência de Metal Gold Engenharia e Construções Metálicas, S.A.

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Academic year: 2021

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Página 1 de 1 Exmo(a).  Senhor(a)  Doutor(a)  Juiz  de  Direito  do  Tribunal  do  Judicial  de  Vila  Nova de Famalicão  1º Juízo Cível  Processo nº 2754/12.2TJVNF  V/Referência:  Data: Insolvência de “Metal Gold ‐ Engenharia e Construções Metálicas, S.A.”    Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta  do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte  nº  206  013  876,  Administrador  da  Insolvência  nomeado  no  processo  à  margem  identificado,  vem  requerer  a  junção  aos  autos  do  relatório  a  que  se  refere  o  artigo  155º do C.I.R.E., bem como o respectivo anexo (inventário). 

Mais  informo  que  não  foi  elaborada  a  lista  provisória  de  créditos  prevista  no  artigo 154º do CIRE, uma vez que vai ser junto aos autos a relação de credores a que  alude o artigo 129º do CIRE.  P.E.D.  O Administrador da Insolvência  (Nuno Oliveira da Silva)  Castelões, 4 de Fevereiro de 2013 

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I – Identificação do Devedor

“Metal Gold - Engenharia e Construções Metálicas, S.A.”, sociedade comercial por quotas, com sede na Rua dos Três Caminhos, Pavilhão 161/175, Meães, freguesia de Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIPC 509 160 670, tendo por objeto social a prestação de serviços de manutenção mecânica e montagens industriais de metalomecânica, bem como empreitada geral ou construção geral de edifícios de construção tradicional, edifícios com estruturas metálicas, edifícios de madeira, reabilitação e conservação de edifícios, empreitada geral e construção geral de obras rodoviárias, obras ferroviárias e obras de urbanização; arrendamento de propriedades e aluguer de equipamentos; compra, venda e revenda de bens imóveis.

A sociedade, constituída em 2 de Outubro de 2009, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o nº 509160670 e tem atualmente a seguinte estrutura societária:

Sócio Valor da Quota

Glam Gold – Imobiliária, Lda1 149.000,00 €

Maria da Conceição da Silva Paiva Serra 1.300,00 € Total do Capital Social 150.300,00 €

A gerência da sociedade insolvente está atribuída desde 22 de Dezembro de 2010 à sócia Maria da Conceição da Silva Paiva Serra, sendo necessária a intervenção de um gerente para obrigar a sociedade. Entre a data de constituição e 19 de Abril de 2010, a gerência da sociedade foi exercida por Abílio Filipe Paiva Serra. Entre esta ultima data e 22 de Dezembro de 2010 foi administrador único António Carlos Paiva Serra.

Apesar da volatilidade com que a gerência/administração da sociedade tem sido alterado, de acordo com as informações recolhidas, a gerência/administração de facto tem sido exercida pelos irmãos José Manuel Paiva Serra e António Carlos Paiva Serra, filhos da gerente de direito.

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À data da sua constituição, a sociedade tinha a designação social de “Paiva &

Serra II, Lda”, tendo como sócios a sociedade “Glam Gold – Imobiliária, Lda.” e

Abílio Filipe Paiva Serra.

Código da certidão permanente: 2383-8811-4874

II – Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus

estabelecimentos

(alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.)

A sociedade insolvente teve o seu estabelecimento na Rua dos Três Caminhos, Pavilhão 161/175, Meães, freguesia de Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão. O local em causa era objecto de contrato de arrendamento, que posteriormente foi transformado em contrato promessa de compra e venda, mas que face ao incumprimento da sociedade, foi resolvido, tendo o local sido entregue ao seu proprietário.

A sociedade é a sucessora da sociedade “Paiva & Serra, Unipessoal, Lda”2, que teve a sua última sede na Rua helena Vieira da Silva, nº 56, em Matosinhos, com o NIPC 504 056 131 e que foi declara insolvente em 7 de Novembro de 2012 no âmbito do processo nº 874/12.2TYVNG do 3º Juízo do Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia. Esta sucessão passou pela integração, em Abril de 2010, de alguns dos seus trabalhadores e pelo assumir de alguns contratos de locação financeira imobiliária.

A sociedade dedicava-se em especial à prestação de serviços de manutenção mecânica e montagens industriais de metalomecânica, no regime de subcontratação, actuando em todo o país. O seu principal cliente era a MARTINFER. Durante o exercício de 2010 a sociedade teve, em média, 50 colaboradores.

A contabilidade relativa aos exercícios de 2009 (a partir de Outubro, data da sua constituição) a 2011 evidencia o seguinte:

Rubricas  2009  2010 Variação 2010/2009 2011  Variação 2011/2010

Vendas e Serviços Prestados  141.148 € 1.960.244 € 1.819.096 € 1289% 2.702.349 €  742.104 € 38% Variação nos inventários da produção  65.000 € ‐65.000 € ‐130.000 € ‐200% 65.000 € ‐100% C.M.V.M.C.  49.805 € 376.001 € 326.196 € 655% 363.177 €  ‐12.824 € ‐3% F.S.E.  124.777 € 527.259 € 402.482 € 323% 506.552 €  ‐20.708 € ‐4% Gastos com o Pessoal  4.522 € 902.692 € 898.170 € 19863% 1.526.178 €  623.486 € 69% 2

À data da insolvência esta sociedade tem como único sócio José Manuel Paiva Serra e gerente, desde 25 de Junho de 2011, Carlos Alberto Alves dos Santos Loio

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Rubricas  2009  2010 Variação 2010/2009 2011  Variação 2011/2010 Resultados Operacionais  22.153 € 38.047 € 15.894 € 72% 96.282 €  58.236 € 153% Resultados Antes de Impostos  22.153 € 26.023 € 3.870 € 17% 5.640 €  ‐20.382 € ‐78% Resultado Líquido do Período  17.929 € 16.779 € ‐1.150 € ‐6% ‐31.075 €  ‐47.854 € ‐285% Activo  587.467 € 1.392.373 € 804.906 € 137% 2.397.146 €  1.004.773 € 72% Activos fixos tangíveis  46.261 € 360.822 € 314.562 € 680% 953.004 €  592.182 € 164% Activos intangíveis     1.063 € 1.063 € #DIV/0! 1.063 €  0 € 0% Inventários  375.030 € 13.230 € ‐361.800 € ‐96% 1.450 €  ‐11.780 € ‐89% Clientes  162.439 € 548.720 € 386.281 € 238% 716.328 €  167.608 € 31% Estado e Outros Entes Públicos 1.953 € 3.772 € 1.819 € 93% 3.132 €  ‐640 € ‐17% Accionistas/Sócios     394.100 € 394.100 € #DIV/0! 394.100 €  0 € 0% Outras contas a receber     61.026 € 61.026 € #DIV/0! ‐61.026 € ‐100% Diferimentos  145 € 3.543 € 3.399 € 2352% 3.543 €  0 € 0% Caixa e depósitos bancários  1.640 € 6.097 € 4.457 € 272% 324.525 €  318.429 € 5223% Passivo  570.105 € 1.208.182 € 638.077 € 112% 2.251.994 €  1.043.812 € 86% Capital Próprio  17.362 € 184.191 € 166.829 € 961% 145.151 €  ‐39.039 € ‐21% Capital  250 € 150.300 € 150.050 € 60020% 150.300 €  0 € 0%

O início do fim da sociedade insolvente reporta-se a Junho de 2012, altura em que mercê do incumprimento de um acordo prestacional com a Segurança Social, a sua consta bancária foi penhorada, numa altura em que o saldo nela existente – cerca de Euros 100.000 – se destinava a pagar salários.

Sem meios para pagar salários – estava ainda em dívida o salário relativo a Maio de 2012 – a sociedade insolvente procedeu à extinção, até 4 de Julho de 2012, da totalidade dos postos de trabalho. Estando também em incumprimento, no âmbito do contrato promessa de compra e venda do imóvel a que correspondia a sua sede/estabelecimento, este foi resolvido, tendo entregado o imóvel ao seu proprietário, em Agosto de 2012.

Há indícios de que a sociedade insolvente não reflectia sobre os clientes a totalidade dos custos suportados com o seu pessoal no preço das suas obras. Esta situação é evidenciada, em 2011, pelo elevado valor das ajudas de custo que pagou aos seus colaboradores – mais de meio milhão de Euros – e pelo valor da respectiva tributação autónoma (cerca de Euros 35.000).

A falta de liquidez da sociedade insolvente contradiz os números constantes na contabilidade, bastando para tal observar o saldo das contas “Caixa e depósitos bancários” no final do exercício de 2011: mais de Euros 324.000, dos quais quase 300.000 estão na conta “Caixa”.

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Este saldo (inexistente) no Caixa teria sido suficiente para resolver os problemas que a sociedade insolvente tinha junto da Segurança Social e da Fazenda Nacional.

Por último, verifica-se que os sócios/accionistas da sociedade insolvente são seus devedores em Euros 394.100, valor este em dívida desde pelo menos o final do exercício de 2010. Desconhece-se nesta altura a que diz respeito, em concreto, este valor bem como qual/quais dos sócios/accionistas é/são responsáveis pelo seu pagamento.

III – Estado da contabilidade do devedor

(alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.)

A contabilidade da sociedade insolvente está processada até ao final do mês de Junho de 2012, não tendo sido cumpridas todas as obrigações declarativas daí decorrentes, já que em resultado da entrega das instalações, o Técnico Oficial de Contas deixou de ter condições para o fazer. A sociedade insolvente não possui desde Agosto de 2012 Técnico Oficial de Contas, dada a renúncia do mesmo.

Pela análise que foi feita da contabilidade, tudo indica que esta não reflecte uma imagem verdadeira e apropriada da sua situação patrimonial e financeira.

Com efeito, como referido no capítulo atrás, o valor evidenciado na conta “Caixa”, no valor de Euros 298.991,01 não tem correspondência com a realidade, não existindo, indiciando que a sociedade efectuou pagamentos a terceiros sem o respectivo documento de suporte ou justificação.

IV – Perspectivas futuras

(alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.)

Considerando que a sociedade insolvente não tinha instalações, não tinha trabalhadores ao seu serviço desde 4 de Julho de 2012, e não foi manifestada intenção de propor aos credores a elaboração de um plano de recuperação, o signatário promoveu no passado dia 11 de Dezembro de 2012 o encerramento antecipado (formal) do seu estabelecimento.

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Assim, é minha opinião de que os credores devem deliberar no sentido da ratificação da minha decisão do encerramento (formal) do estabelecimento da sociedade insolvente.

Os credores devem ainda deliberar pela liquidação do activo, pese embora as condicionantes existentes e que estão explicadas no inventário.

Castelões, 4 de Fevereiro de 2013 O Administrador da Insolvência

______________________________________ (Nuno Oliveira da Silva)

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I n v e n t á r i o  

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Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a

massa insolvente:

O único activo que neste momento se pode inventariar, é o crédito de Euros 394.100 que a sociedade detém sobre os seus sócios/accionistas. Este crédito foi constituído no exercício de 2010, desconhecendo no entanto a sua concreta proveniência bem como a que sócios/accionistas deve ser imputado, uma vez que os elementos contabilísticos facultados são omissos quanto a isso (a último TOC da sociedade iniciou funções em Junho de 2011, tendo apenas herdado os saldos de abertura das contas que lhe foi comunicado pelo anterior TOC).

A sociedade deveria ser proprietária de outros bens, nomeadamente viaturas e equipamento industrial, conforme resulta dos seus elementos contabilísticos. Foram prestadas informações ao signatário, pelo último TOC da sociedade insolvente, Dr. Paulo Simões, de que uma parte substancial dos bens foi levantada da sociedade na presença do Sr. António Carlos Paiva Serra em Agosto de 2012, havendo no entanto facturas de venda de bens. Está a ser feita a análise dos documentos contabilísticos da sociedade para se identificar que bens foram vendidos, a quem foram vendidos e como foram vendidos.

Castelões, 4 de Fevereiro de 2013

O Administrador da Insolvência

______________________________________ (Nuno Oliveira da Silva)

Referências

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