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Desempenho de uma semeadora-adubadora pneumática em função da velocidade de trabalho e profundidade de deposição do fertilizante na cultura do milhoPerformance of a pneumatic seeder according to the speed of work and depth of fertilizer deposition in the

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RAQUEL SANTANA MILAGRES

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA PNEUMÁTICA EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DE TRABALHO E PROFUNDIDADE DE

DEPOSIÇÃO DO FERTILIZANTE NA CULTURA DO MILHO

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Magister Scientiae.

VIÇOSA

MINAS GERAIS - BRASIL 2017

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RAQUEL SANTANA MILAGRES

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA PNEUMÁTICA EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DE TRABALHO E PROFUNDIDADE DE

DEPOSIÇÃO DO FERTILIZANTE NA CULTURA DO MILHO

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós Graduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Magister Scientiae.

APROVADA: 31 de julho de 2017.

_________________________________ Prof. João Carlos Cardoso Galvão

(Coorientador)

_________________________________ Roberto Fontes Araújo

(EPAMIG)

_________________________________ Prof. Haroldo Carlos Fernandes

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria agradecer ao Universo por todas as oportunidades encaminhadas até esse momento. Pela chance de cursar o mestrado e ser abençoada com uma família no decorrer do processo.

Obrigada ao meu companheiro Pedro e ao meu filho Logan por tornarem a caminhada mais leve e feliz, além das ajudas na execução dos trabalhos de campo.

À minha mãe Bernadete pelo apoio e disponibilidade de tempo para essa etapa ser concluída e a minha sogra Maria pelo tempo concedido aos cuidados com o Logan.

Ao professor Haroldo que novamente foi muito mais que um orientador, dando força e encorajamento para que tudo ocorresse da melhor forma.

Aos professores Paulo Roberto Cecon, João Carlos Cardoso Galvão e Mauri Martins Teixeira pela ajuda e paciência.

Aos amigos Anderson, Larissa e Juliana pelas inúmeras contribuições na realização desse trabalho. A Steliane e ao Jeferson.

A todos os colegas de departamento que ajudaram de alguma forma na realização desse trabalho e tornaram a convivência no ambiente de trabalho harmônica.

Aos funcionários da área mecanização agrícola Danilo, Gil.

À Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de Engenharia Agrícola pela oportunidade de cursar o mestrado na área de concentração de Mecanização Agrícola.

A CAPES pelo auxilio financeiro concedido por meio de bolsa de pesquisa durante o curso.

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BIOGRAFIA

RAQUEL SANTANA MILAGRES, filha de Bernadete Fernandes Santana Milagres e Hélio Oliveira Milagres, nasceu em 21 de novembro de 1988, no município de Ponte Nova - MG.

Em 2009 ingressou no curso de Agronomia na Universidade Federal de Viçosa, concluindo em 2015.

Em agosto de 2015, iniciou o curso de Mestrado em Engenharia Agrícola na área de concentração em Mecanização Agrícola, na Universidade Federal de Viçosa, submetendo-se a defesa em julho de 2017.

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iv SUMÁRIO RESUMO ... vi ABSTRACT ... viii 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 3 2.1 A cultura do milho... 3 2.2 Semeadora-adubadora ... 4

2.3 Influencia da velocidade de deslocamento na semeadura ... 5

2.4 Profundidade de deposição do fertilizante ... 8

2.5 Distribuição longitudinal de sementes ... 9

2.6 Velocidade de emergência de plântulas ...10

2.7 Teores foliares de nutrientes ...11

3. MATERIAL E MÉTODOS...13

3.1 Caracterização do solo da área experimental ...14

3.1.1 Caracterização química do solo ...14

3.1.2 Caracterização física do solo ...14

3.2 Cultivar ...17

3.3 Conjunto mecanizado ...18

3.3.1 Semeadora-adubadora ...18

3.3.2 Trator ...19

3.4 Preparo do solo, adubação, semeadura e tratos culturais. ...20

3.5 Avaliação dos parâmetros operacionais ...21

3.5.1 Profundidade real de deposição do fertilizante ...21

3.5.2 Distribuição longitudinal de plântulas ...21

3.5.3 Índice de precisão da máquina ...22

3.6 Avaliações pós-emergência ...23

3.6.1 Emergência de plântulas ...23

3.6.2 Teores de nutrientes nas folhas ...24

3.6.3 Altura da planta, diâmetro do colmo e altura de inserção da primeira espiga ...24

3.6.4 Análise estatística dos dados ...25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...26

4.3 Avaliação dos parâmetros operacionais ...26

4.3.1 Profundidade de deposição do fertilizante ...26

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4.3.2.1 Espaçamentos normais entre plântulas ...29

4.3.2.2 Espaçamentos duplos entre plântulas ...31

4.3.2.3 Espaçamentos falhos entre plântulas ...33

4.3.3 Índice de precisão da máquina ...34

4.3.4 Espaçamento médio entre plântulas ...35

4.4 Avaliações pós-emergência ...37

4.4.1 Percentagem de emergência de plântulas ...37

4.4.2 Índice de velocidade de emergência de plântulas ...39

4.4.3 Tempo médio de emergência de plântulas ...41

4.4.4 Teor de nutrientes nas folhas ...43

4.4.5 Altura das plantas, diâmetro do colmo e altura de inserção da primeira espiga. ...43

5. CONCLUSÕES ...49

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vi RESUMO

SANTANA, Raquel Milagres, M.Sc, Universidade Federal de Viçosa, julho de 2017. Desempenho de uma semeadora-adubadora pneumática em função da velocidade de trabalho e profundidade de deposição do fertilizante na cultura do milho. Orientador: Haroldo Carlos Fernandes. Coorientadores: João Carlos Cardoso Galvão e Paulo Roberto Cecon.

O milho (Zea mays) é uma cultura que tem relevante importância mundial, destacando-se pelos seus diversos usos e influência na economia, evidenciando assim, a necessidade de pesquisas voltadas para a cultura. Nesse trabalho, avaliou-se características relacionadas ao milho semeado no sistema convencional com uma semeadora-adubadora pneumática. O experimento foi realizado em uma área pertencente à Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG, em um Argissolo Vermelho Amarelo Distroférrico, entre os meses de janeiro a junho de 2017. Foi utilizado um esquema fatorial 3 x 3, em blocos casualizados (DBC), com três velocidades de deslocamento (3, 6 e 9 km h-1) e três profundidades de deposição do fertilizante ( 5, 10 e 15 centímetros), com quatro repetições, totalizando 36 unidades experimentais. Avaliou-se a profundidade real de deposição do fertilizante no momento da semeadura, a distribuição longitudinal de sementes, o índice de precisão da máquina, o espaçamento médio, a percentagem de plântulas emergidas, o índice de velocidade de emergência, o tempo médio de emergência, os teores de nutrientes foliares, a altura das plantas, o diâmetro do colmo e a altura de inserção da primeira espiga. A velocidade e a profundidade influenciaram a profundidade real de deposição do fertilizante no momento da semeadura, aumentando a mesma conforme o aumento das variáveis. A distribuição longitudinal de sementes não apresentou diferenças significativas, mas a menor velocidade e menor profundidade proporcionaram maior número de espaçamentos aceitáveis. O índice de precisão da máquina apresentou resultados considerados adequados para a semeadura, não diferindo estatisticamente entre os tratamentos. O aumento da velocidade resultou em maior espaçamento médio entre as plântulas, e o resultado foi inverso quando se aumentou a profundidade de deposição do fertilizante. O percentual de emergência foi menor quando se aumentou a velocidade de trabalho, não sendo influenciado pela profundidade de

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deposição do fertilizante. Navelocidade de 5,43 Km h-1 e na profundidade de 12,02 cm encontrou-se o melhor índice de velocidade de emergência, igual a 32,45. O tempo médio de emergência foi menor quando se aumentou a velocidade e a profundidade. O tratamento com 6 Km h-1 e 15 cm de profundidade de deposição do fertilizante proporcionou maior média de absorção de N, Ca e S, e o tratamento com 3 Km h-1 e profundidade de 15 cm apresentou maior absorção de P, K e S. O diâmetro do colmo foi influenciado pelas variáveis. A altura das plantas e a altura da primeira espiga não foram influenciadas pelos diferentes tratamentos.

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viii ABSTRACT

SANTANA, Raquel Milagres, M.Sc, Universidade Federal de Viçosa, July, 2017. Performance of a pneumatic seeder according to the speed of work and depth of fertilizer deposition in the maize crop. Adviser: Haroldo Carlos Fernandes. Co-advisers: João Carlos Cardoso Galvão and Paulo Roberto Cecon.

Corn crops (Zea mays) have international importance, standing out for their many usages and economic influences. Thus, researches on them are important. In this work, we evaluated the characteristics of a crop planted through conventional system, using a pneumatic seeder-fertilizer. The experiment took place in an area belonging to the Federal University of Viçosa, in Viçosa, state of Minas Gerais, Brazil, in January of 2017. The soil of the area is classified as distroferric red yellow argisoil. We made a factorial scheme 3 x 3, with casual blocks, with three different speeds (3, 6, and 9 Km h-1), and three different fertilization depths (5, 10, and 15 cm). We performed four repetitions of each treatment, summing up 36 experimental unities (each constituted by three lines of the seeder-fertilizer). We then evaluated the effective depth of deposition of fertilizer during the plantation, the longitudinal deposition of the seeds, the machine precision index, the medium distance between seeds, the medium of time of emergence, the leaf nutrient levels, the plant heights, the stem diameters, the heights of the first spike insertion. The speed and depth influenced on the effective fertilizer depth during plantation, rising according rising the variables. The longitudinal distribution of seeds showed no significant differences, but the slower speed and lower depth provided a higher number of acceptable distances. The machine precision index showed ideal results for plantation, with no statistical differences between the treatments. Increasing the speed resulted in longer distance between seedlings, and an opposite result with the increase of fertilizer depth. The percentage of emergence was lower when the work speed was increased, not being influenced by the depth of fertilizer deposition. At the speed of 5.43 Km h-1 and depth of 12.02 cm we obtained the best time of emergence index (32.45). The mean time of emergency was lower when speed and depth were increased. The treatment combining speed of 6 Km h-1 and depth of 15 cm resulted in higher absorption of N, Ca

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and S, and the treatment combining speed of 3 Km h-1 and depth of 15 cm resulted in higher absorption of P, K and S. The stem diameters were influenced by the variables. The plant heights and heights of the first spike insertion were not influenced in the different treatments.

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1 1. INTRODUÇÃO

A mecanização agrícola em conjunto com as modernas técnicas de produção colocou o Brasil entre as maiores potências mundiais na produção de grãos. Este avanço na agricultura propiciou um avanço também na produtividade. No entanto, existem outros fatores que podem melhorar a produção de grãos, como o tipo de manejo, sistema de cultivo, seleção e regulagem das máquinas a serem utilizadas na semeadura, insumos agrícolas a serem utilizados, os tratos culturais, colheita e outros.

Elementos construtores, como época de plantio, preparo do solo, cultivar, população de plantas, adubação, semeadura, assim como elementos protetores, como controle de plantas daninhas, de pragas e doenças são preponderantes para se ter êxito com a cultura do milho.

O milho (Zea mays) é um cereal de grande importância mundial, tendo diversos usos diretos e indiretos, sendo cultivado em quase todos os continentes.

No momento da semeadura é de suma importância que a semeadora-adubadora esteja adequadamente regulada de forma a depositar a semente e o fertilizante nos intervalos e profundidades estabelecidos. Isso pelo fato dessa cultura não possuir capacidade de compensação, então a ocorrência de espaçamentos falhos gera perdas consideráveis na produtividade. O mesmo vale para a ocorrência de espaçamentos duplos, onde as plantas terão maior competição por água, luz e nutrientes.

No plantio convencional ocorre um maior revolvimento do solo, com o uso do arado que corta e inverte a leiva do solo, seguida pelo uso da grade que complementa o serviço, executando a desagregação dos torrões e nivelando o solo, melhorando assim os atributos físicos do mesmo no que se refere à resistência do solo à penetração, densidade e aumento temporário de macroporos, proporcionando um leito de semeadura com boas condições para o desenvolvimento das culturas agronômicas.

As semeadoras pneumáticas segundo diversos autores, são máquinas com mecanismos que proporcionam uma melhor distribuição das sementes no leito de semeadura, com maior precisão e menos danos mecânicos nas sementes quando comparados com as semeadoras de disco.

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No momento da semeadura, a velocidade de operação do conjunto trator-semeadora pode influenciar a distribuição longitudinal de deposição das sementes, o espaçamento médio, o estande das plantas e consequente produtividade, assim como a fertilização do solo, que disponibilizará os nutrientes em profundidades adequadas para uma melhor absorção dos mesmos.

Sendo assim, objetivou-se com o presente trabalho avaliar o desempenho de uma semeadora-adubadora pneumática em função da velocidade de operação e da profundidade de deposição do fertilizante na cultura do milho em um sistema de plantio convencional. Os objetivos específicos foram:

 Avaliar a profundidade real de deposição do fertilizante no momento da semeadura.

 Avaliar a uniformidade de distribuição longitudinal de sementes.  Avaliar o índice de precisão da semeadora-adubadora, o espaçamento médio, o índice de velocidade de emergência, o percentual de emergência e o tempo médio de emergência de plântulas.

 Avaliar os teores de nutrientes foliares, a altura de plantas, o diâmetro do colmo e a altura de inserção da primeira espiga.

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3 2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura do milho

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China (FAO, 2014). Para a safra 2016/17 está previsto um aumento da área plantada em todo o território nacional. Estima-se 17,3 milhões de hectares plantados, com uma produtividade média 5.409 kg ha -1, totalizando uma produção de 93.836 milhões de toneladas. Isso se deve a melhoria no preço do cereal, sendo um forte competidor com a soja, e da abertura de novas áreas, principalmente pastagens e reflorestamento. Destacam-se como maiores produtores, os estados do Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. No centro-oeste estão as maiores extensões de terras destinadas ao cultivo do milho, seguido pelas regiões sul, nordeste e sudeste (CONAB, 2016; CONAB 2017).

A principal utilização do milho é como fonte de energia, principalmente na constituição de ração para nutrição animal. Possui mais de 3.500 formas de utilização direta ou indireta, sendo muito usado como matéria prima de diversos produtos e segmentos (Morô e Fritsche-Neto, 2015).

O plantio do milho é feito em duas épocas. O primeiro é realizado em função dos períodos de chuva, temperaturas, na intensidade da radiação solar e na estimativa da necessidade de água pela planta, sendo que em Minas Gerais é a distribuição de chuvas que determina a época do plantio (EPAMIG, 2013). Já o milho safrinha é plantado após uma cultura de verão, e a semeadura pode variar do início do mês de janeiro até abril conforme as condições climáticas de cada região (Galvão et al., 2015). Tanto a época de plantio, quanto a escolha correta da cultivar determinarão a produtividade final da cultura, uma vez que essa é responsável por até 50% da produtividade da lavoura (Fritsche-Neto e Morô, 2015).

Para agricultores com menor nível tecnológico recomenda-se o uso de variedades, por terem menor custo e poderem ser reutilizadas por alguns anos sem grande diminuição da produtividade, essa dificilmente é maior que 5000 kg ha-1. Já os híbridos possuem maior vigor, produtividade e uniformidade de plantas e espigas. A utilização de híbridos é recomendada para produtores com maior nível tecnológico, sendo que a produtividade de

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um híbrido simples pode chegar até 15000 kg ha-1 (Fritsche-Neto & Morô, 2015).

2.2 Semeadora-adubadora

A semeadora-adubadora é um equipamento agrícola terrestre que deposita a semente e o adubo simultaneamente sob ou sobre o terreno onde se deseja estabelecer uma cultura, sendo a distribuição das sementes feita de acordo com uma dosagem preestabelecida com intervalos regulares, depositadas em linha, uma a uma ou agrupadas (Kurachi et al., 1989).

Balastreire (1987) classifica as semeadoras-adubadoras segundo a distribuição de sementes, que podem ser à lanço ou em linha (fluxo contínuo, de precisão, quadrado e grupos); quanto à forma de acionamento (manual, de tração animal, motorizada e tratorizada) e quanto a forma de acoplamento à fonte de potência (montada, semi-montada ou de arrasto). Sendo uma semeadora de precisão aquela máquina que dosa as sementes, distribuindo-as uma a uma uniformemente, de forma que ocorra pequena variação no número e posição das sementes.

Os principais componentes de uma semeadora-adubadora são os dosadores de insumos, os tubos condutores, os reservatórios, o chassi, os sulcadores, os recobridores, os compactadores e os mecanismos de acionamento (Delafosse, 1986).

As semeadoras possuem como principais funções, dosar as sementes, cobri-las com uma camada de solo e compacta-lo, para que ocorra interação entre o solo e a semente (Reis et al., 2007). Segundo Reis et. al (2007), a semeadura de precisão permite a deposição das sementes em espaçamentos pré-definidos, uniformes e com pouca variação, sendo mais utilizados os dosadores de sementes do tipo mecânico e pneumático.

Pinheiro Neto et al. (2008), quando avaliaram o desempenho de dosadores de sementes em diferentes velocidade e condições de cobertura de solo, obtiveram maior número de espaçamentos aceitáveis com o dosador pneumático quando comparado com o disco horizontal. Boligon et al. (2013) encontraram uma maior uniformidade de distribuição de espaçamento em três velocidades de deslocamento para esse mesmo tipo de dosador.

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Ao compararem dois tipos de dosadores, Mahl et al. (2008) concluíram que o dosador pneumático apresentou melhor desempenho que o disco horizontal perfurado, na distribuição longitudinal de plantas, com uma maior porcentagem de espaçamentos normais, mas que em relação à produtividade, a recomendação do dosador para o plantio do milho é indiferente. Resultado parcialmente semelhante foi encontrado por Tourino et al. (2009), em que o dosador pneumático proporcionou melhor distribuição de sementes, mas com maior produtividade em relação ao dosador do tipo mecânico.

Já Yazgi & Degirmencioglu (2007) concluíram que para esse tipo de dosador pneumático, o nível de vácuo estabelecido deve ser escolhido de acordo com as características físicas das sementes, e Karayel et al. (2004) ao trabalharem com as características físicas das mesmas, encontraram uma pressão de 4 kPa para a melhor semeadura do milho.

2.3 Influencia da velocidade de deslocamento na semeadura

Kurachi et al. (1993) comentam que as semeadoras-adubadoras são sensíveis ao aumento da velocidade de operação, variando o número de sementes distribuídas, independente de a máquina ser equipada com dosador de disco perfurado horizontal, inclinado ou pneumático.

A produtividade segundo Silva (2015) depende de fatores como genética, clima, época adequada e velocidade de operação na semeadura, e que a falta de conhecimento dos produtores e técnicos a respeito de uma velocidade ideal para boa distribuição das sementes, influencia no resultado esperado. O autor ao avaliar a qualidade da semeadura mecanizada de milho em função de dois mecanismos de controle de profundidade da unidade de sementes (mecânico e pneumático), e duas velocidades de deslocamento (5,1 km h-1 e 6,2 km h-1), observou que para características agronômicas tais como profundidade de deposição da semente, número de dias para emergência, distribuição longitudinal das plântulas, população inicial e sobrevivência, assim como altura de inserção da primeira espiga, altura da planta, diâmetro do colmo, produtividade e matéria seca da parte aérea do milho, o mecanismo pneumático a uma menor velocidade

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apresentou melhores resultados, tendo também menor variabilidade para o consumo de combustível e mobilização do solo.

Durante a operação de semeadura, Garcia et al. (2011) concluíram que a velocidade é um dos fatores que mais interferem no estabelecimento do estande de plantas e na produtividade da cultura, sendo responsável também por influenciar a patinagem dos rodados, a capacidade de campo, a velocidade do mecanismo dosador, à distância, profundidade, espaçamento e os danos mecânicos nas sementes.

Mahl (2006) fala que o sucesso da semeadura direta está ligada à seleção adequada e eficiência dos componentes das semeadoras-adubadoras, bem como a velocidade de deslocamento. A autora constatou que a maiores velocidades de deslocamento, ocorre um aumento de espaçamentos múltiplos na distribuição de sementes de milho no leito de semeadura, sendo que a menores velocidades tem-se um maior percentual de espaçamentos normais, mas que a variação da velocidade não influencia no número de plantas por hectare (Mahl et al., 2004; Mahl et al., 2008). O aumento da velocidade na semeadura direta do milho aumentou a capacidade operacional do conjunto trator-semeadora-adubadora, reduziu o consumo operacional de combustível e teve um incremento na demanda de potência na barra de tração (Mahl et al., 2004).

Ao avaliarem as diferença no estande final de plantas de milho, Boligon et al. (2013) não constataram influência no índice de velocidade de emergência e no espaçamento entre plântulas com a variação da velocidade. Assim como Silva et al. (2010) que não observaram diferenças na distribuição longitudinal das sementes quanto as classes de espaçamentos com a variação da velocidade na semeadura direta.

A não ocorrência de efeito significativo da velocidade de deslocamento na semeadura direta do milho, exceto para espaçamentos falhos, não interferindo na distribuição longitudinal das plântulas, estande inicial, produtividade de grãos e na demanda de consumo de combustível foi constatado por Cavichioli (2014). Tendo a velocidade de deslocamento de 6,5 km h-1 combinada com hastes trabalhando a 12,5 cm a combinação que proporcionou maior produtividade do milho e da soja.

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Já Bottega et al. (2014), citam que a velocidade de deslocamento na semeadura do milho não teve influência para o índice de velocidade de emergência de plântulas, mas o aumento da mesma aumentou significativamente a média de ocorrência de espaçamentos múltiplos. Mantovani et al. (2015), também relataram que a uma maior velocidade de deslocamento na semeadura do milho, tem-se uma maior porcentagem de espaçamentos duplos e falhos e dispersão na distribuição longitudinal das sementes.

Ao avaliarem o desempenho de dosadores pneumáticos com sementes de soja, Alonço et al. (2014) mostraram que na maior velocidade, tem-se um maior percentual de espaçamentos múltiplos, não diferindo tal índice estatisticamente a menores velocidades.

Uma maior velocidade de deslocamento na semeadura teve influência na velocidade periférica, do disco dosador de sementes, no número de sementes e no espaçamento entre sementes segundo Corrêa Júnior et al. (2014), que recomendaram uma velocidade de 4,5 Km h-1 para a semeadura do milho.

Reynaldo et al. (2016) também observaram um aumento dos espaçamento múltiplos e falhos e uma diminuição dos aceitáveis com a elevação da velocidade, com menor produtividades na semeadura da soja. Ventura et al. (2015) verificaram que o aumento da velocidade de trabalho reduziu a porcentagem de espaçamento normal e aumentou os espaçamentos duplos e falhos na implantação da cultura do milho.

Ao avaliar a distribuição longitudinal e a produtividade do milho em função da velocidade de deslocamento do trator (4, 5, 6 e 7,5 Km h-1) e da profundidade de deposição da semente Mello (2011) não observou diferenças dos valores de falha na colheita. Concluindo que, pode-se trabalhar com uma maior velocidade, tendo assim uma maior capacidade operacional e maior capacidade de campo.

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2.4 Profundidade de deposição do fertilizante

Segundo Garcia et al. (2011) a qualidade da semeadura irá garantir o sucesso e a produtividade de uma cultura agrícola, sendo as funções desempenhadas pela semeadora-adubadora como a abertura do sulco e colocação da semente e adubo em profundidades corretas em contato com o solo de extrema relevância. Desta forma, Mello (2011) salienta que a posição relativa entre ambos define a população inicial e o arranjo entre as plantas na fileira de semeadura.

Ao pesquisarem o estabelecimento e a produtividade do milho a profundidades de 5 e 10 cm combinadas com quatro velocidades de deslocamento, Silva et al. (2000) observaram que uma adubação a 10 cm combinada com uma velocidade de 6 km h-1, proporcionou maior estande de plantas, de espigas por metro e rendimento de grãos.

Boligon et al. (2007) avaliaram a densidade populacional do milho em função da velocidade de deslocamento do conjunto moto-mecanizado e da profundidade de deposição de sementes e fertilizantes utilizando uma semeadora com mecanismo pneumático de distribuição de sementes e sulcadores de discos duplos desencontrados para sementes e adubos e outra semeadora com mecanismo distribuidor disco horizontal perfurado e sulcadores para adubo tipo haste. Os autores não encontraram diferença estatística na população de plantas conforme a velocidade de deslocamento nem pelo tipo de semeadora quanto à profundidade do sulco para deposição do adubo.

Ao avaliarem a semeadura direta da soja em diferentes densidades de plantio e profundidade de fertilização, Cortez et al. (2008) observaram que à medida que se incrementava a profundidade, aumentava-se o consumo de combustível, assim como maior patinagem do trator, mas que a variação na profundidade de adubação não influenciou o rendimento de grãos.

Já Rinaldi et al. (2010) constataram a influencia da profundidade de adubação no estabelecimento inicial da cultura do feijão. Os autores concluíram que a uma menor profundidade, as plântulas de feijão emergiram em um menor espaço de tempo.

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Em trabalho conduzido por Das Graças et al. (2014) ao analisarem o rendimento do feijoeiro em semeadura direta considerando a profundidade de adubação e lâminas de irrigação, foram encontradas diferenças significativas de número de grão por vagem e na produtividade da cultura, sendo a adubação a 11 cm a que proporcionou maior número de grãos por vagem e 9 cm de combinada com uma lâmina de 125% a profundidade que gerou maior produtividade da cultura.

Cavichioli (2014) encontrou uma maior produtividade de grão na cultura do milho e da soja com uma velocidade de 6,5 km h-1 combinada com hastes de deposição de adubo a 12,5 cm.

2.5 Distribuição longitudinal de sementes

A regularidade de distribuição longitudinal de sementes é tida como uma das características operacionais que mais contribuem para a obtenção de um stand adequado de plantas e consequente boa produtividade (Kurachi et al., 1989). Segundo os autores, os espaçamentos são classificados como aceitáveis, duplos e falhos. Os espaçamentos compreendidos entre 0,5 e 1,5 vezes o espaçamento de referência são classificados como aceitáveis, aqueles menores que 0,5 vezes o espaçamento de referência como duplos e os espaçamentos falhos são aqueles maiores que 1,5 o espaçamento de referência.

Silva et al. (1999), disseram que a boa produtividade além da correta distribuição de sementes está aliada ao correto posicionamento do adubo.

Em relação a critérios para a classificação do desempenho das semeadoras, Weirich Neto et al. (2015) recomendaram determinar como meta espaçamentos acetáveis acima de 90% para semeadura na cultura do milho.

Dentre os fatores que afetam a distribuição longitudinal das sementes, foi averiguado que a velocidade de deslocamento da máquina diminui a porcentagem de espaçamentos aceitáveis (Furlani et al., 1999; Mahl et al., 2004; Mahl et al., 2008; Silva & Gamero 2010; Garcia et al. 2011; Santos et al. 2011; Alonço et al. 2014; Bottega et al. 2014; Corrêa Júnior et al. 2014; Mantovani et al. 2015; Reynaldo et al. 2016).

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Klein et al. (2002) e Cavichioli (2014) encontraram diferenças na distribuição de sementes e consequente menor produtividade devido à variação de velocidade na semeadura da soja.

Contudo, Mahl (2002, 2006) não verificou diferenças para a produtividade do milho a maiores velocidades e consequente menor número de espaçamentos aceitáveis. Cavichioli (2014), mesmo tendo encontrado maior número de espaçamentos falhos com o aumento da velocidade, não encontrou diferença na produtividade. Mello (2011) ao avaliar a distribuição longitudinal e a produtividade do milho em função da velocidade de deslocamento do trator (4, 5, 6 e 7,5 Km h-1) e da profundidade de deposição da semente também não constatou diferenças dos valores de falha na colheita.

Souza et al. (2013) não observaram dependência das classes de espaçamento em relação à profundidade de semeadura direta do milho.

Avaliando o desempenho de uma semeadora-adubadora em função do mecanismo dosador e da carga aplicada pela roda compactadora no plantio de feijão, Silva (2015) não observou influencia da carga aplicada pela roda compactadora na distribuição longitudinal das plantas, concluindo que as classes de espaçamento e o espaçamento médio foram influenciados pelo vácuo e pela velocidade do disco dosador de sementes.

Corrêa Júnior et al.(2014) obteve diferenças significativas na velocidade periférica do disco dosador e consequente número de sementes por metro e espaçamento entre sementes com a variação de velocidade na semeadura do milho.

2.6 Velocidade de emergência de plântulas

A emergência de plântulas é definida como a germinação e o desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, manifestando sua capacidade de originar uma plântula normal sob condições ambientais favoráveis (Marcos Filho et al., 1987). Brasil (2009) descreve a semente germinada como aquele que tem aptidão para produzir plântulas normais sob condições favoráveis ao seu desenvolvimento no campo.

Segundo Tollenaar (1999), a velocidade de germinação e emergência de plântulas, são aspectos limitantes para qualquer cultura. Características

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de rápida germinação associada à uniformidade das sementes são consideradas importantes para se alcançar uma alta produtividade de grãos na cultura do milho, devido à baixa capacidade de compensação de espaços e da alta eficiência de conversão da energia luminosa características da cultura.

Boligon et al. (2013) verificaram que o índice de velocidade de emergência foi independente para a velocidade de deslocamento da semeadora. Enquanto Souza et al. (2013), não observaram efeito significativo da profundidade de semeadura do milho para tal índice.

A velocidade de deslocamento, a profundidade de adubação e nem a interação entre ambos teve influência no índice de velocidade de emergência do feijão em semeadura direta (Rinaldi et al, 2010). Silva (2015) concluiu que a emergência das plântulas de feijão não foi influenciada pelo vácuo e pela velocidade do disco dosador de sementes, mas, que a carga aplicada pela roda compactadora da semeadora-adubadora apresentou efeito significativo sobre a velocidade de emergência das plântulas.

Após pesquisarem o efeito da profundidade de semeadura, Silva et al. (2015) concluíram que sementes depositadas entre 6 e 8 cm de profundidade apresentam maior velocidade de emergência e emergência total de plantas na cultura do milho.

Bottega et al. (2014) ao analisarem a influencia do mecanismo dosador sobre o índice de velocidade de emergência em sementes de milho, não encontraram nenhuma diferença estatística para os dosadores de sementes do tipo alveolado horizontal.

2.7 Teores foliares de nutrientes

O solo é tido como meio heterogêneo, onde ocorrem diversas reações e que mesmo tendo-se disponibilidade de adubo, esse pode não estar disponível para as plantas. A análise dos tecidos da planta aliada a análise do solo permite uma avaliação mais eficiente do estado nutricional da cultura e da necessidade de uma adubação que atenda as necessidades da cultura, sendo a folha o órgão vegetal mais metabólico, ideal para análise da composição e mudanças nutricionais (Martinez et al., 1999).

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12

A diagnose foliar é um método em que se analisam os teores dos nutrientes em determinadas folhas, em períodos definidos da vida da planta, e os compara com padrões nutricionais da literatura (Faquin, 2002).

Tal análise se justifica por ter baixo custo e ser eficiente em fornecer o estado nutricional da planta Gott et al. (2014), sendo uma ferramenta que pode auxiliar na tomada de decisão para um manejo nutricional adequado na condução das culturas agronômicas (Camacho et al., 2012).

No caso do milho, a amostragem de plantas deve ser feita no aparecimento da inflorescência feminina (embonecamento), coletando-se a folha inteira oposta e abaixo da primeira espiga, excluindo-se a nervura central (Coelho & França, 1995). Segundo Martinez et al. (1999) para a analise foliar do milho, toma-se o terço basal da folha, 60 dias após o plantio, com uma média de 30 folhas por talhão.

Teores foliares de macronutrientes em plantas de milho e pH do após aplicação e queima de resíduos orgânicos, foram estudados por Camolezzi et al. (2007) que averiguaram que os teores foliares de fósforo aumentaram com as doses de resíduos aplicados, mas não foram influenciados pela adubação química. Os teores de cálcio diminuíram linearmente com o aumento da aplicação de resíduos. O aumento das doses de resíduos e a queima dos mesmos reduziram significativamente os teores foliares de enxofre, e os teores foliares de magnésio aumentaram com o aumento das doses de resíduo orgânico aplicados na cultura do milho.

Em experimento conduzido por Ferreira et al. (2007) foi avaliado a produção relativa do milho e teores folheares de nitrogênio, fósforo, enxofre e cloro em função da salinidade do solo, os autores concluíram que os teores foliares de nitrogênio, fósforo reduziram 90 dias após o plantio (DAP) e os enxofre 120 dias após o plantio.

Já Gondim et al. (2016), avaliaram o crescimento inicial do milho com a omissão de N, P, K, Ca, Mg e S, observou-se a diminuição da produção de matéria seca da parte aérea e das raízes, causando desequilíbrio entre os demais nutrientes e consequentes sintomas de deficiência dos mesmos. Sendo os tratamentos com omissão se N e K os que tiveram menor produção de matéria seca.

(25)

13 3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em uma área pertencente ao Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa- Minas Gerais, as margens da rodovia BR 356, próximo ao aeroporto. As coordenadas geográficas são, 20° 45’ 16,9” latitude sul e 42° 50’ 22,6” longitude oeste, com altitude de 648 m. A região apresenta relevo montanhoso e seu clima é classificado, segundo Koppen (1948) como mesotérmico úmido com verão quente e inverno seco. A temperatura máxima média é de 26°C e a mínima média é de 14°C. O solo é classificado com Argissolo Vermelho Amarelo distrófico (EMBRAPA, 1999).

A área experimental apresentava vegetação espontânea com Capim-Braquiária (Brachiaria decumbens), Assa Peixe (Vernonia polysphaera), Mentrasto (Argeratum conyzoides), Erva-de-Santa-Luzia (Euphorbia hyssopifolia), Barba-de-Falcão (Crepis japonica sp. ), Manjericão-do-campo (Stylozanthes guianensis), antes do preparo do solo.

O experimento foi conduzido em esquema fatorial 3 x 3, em blocos casualizados (DBC), com três velocidades de deslocamento, de 3, 6 e 9 km h-1 e três profundidades de deposição do fertilizante, 5, 10 e 15 centímetros (Tabela 1), com quatro repetições, totalizando 36 unidades experimentais. Cada unidade experimental foi constituída pelas três linhas da semeadora-adubadora, com 1,5 metros de largura por trinta metros de comprimento (45 m2).

Tabela 1- Tratamentos utilizados no experimento.

TRATAMENTO DESCRIÇÃO T 1 3 Km h-1; 5 cm T 2 3 Km h-1; 10 cm T 3 3 Km h-1; 15 cm T 4 6 Km h-1; 5 cm T 5 6 Km h-1; 10 cm T 6 6 Km h-1; 15 cm T 7 9 Km h-1; 5 cm T 8 9 Km h-1; 10cm T 9 9 Km h-1; 15 cm

(26)

14

3.1 Caracterização do solo da área experimental 3.1.1 Caracterização química do solo

Foram retiradas amostras simples do solo, na profundidade de 0 - 20 cm e misturadas para compor uma amostra composta que foi vedada em saco plástico e posteriormente encaminhada ao Laboratório de Análise de Solo, Tecido Vegetal e Fertilizante, do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa. Os resultados da análise química do solo foram interpretados conforme Alvarez et al. (1999), apresentados no Quadro 1. A acidez ativa do solo (pH) apresenta nível classificado quimicamente como médio e agronomicamente como baixo. A acidez trocável (Al3+), a saturação por base (V) e o nitrogênio (N) apresentam níveis classificados como baixos. A saturação por alumínio (m) e o nível de fósforo (P-rem), foram classificados como muito baixos. Os níveis de cálcio trocável (Ca2+), magnésio trocável (Mg2+), CTC efetiva (t), CTC em pH 7 (T), soma de bases (SB), matéria orgânica (MO) e potássio classificados como médio.

Quadro 1- Resultados da análise química do solo da área experimental

pH P K Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB t T V m N MO P-rem

(H2O) mg dm -3

---cmol c dm-3--- % dag/kg mg L-1 5,53 1,2 64 1,40 0,69 0,30 4,3 2,25 2,55 6,55 34,4 11,8 0,329 2,58 20,1

pH em água; P e K Extrator Mehlic-1; Ca2+,Mg2+ e Al3+ Extrator KCl - 1 mol L-1

3.1.2 Caracterização física do solo

3.1.2.1 Densidade e teor de água no solo

A densidade do solo foi determinadapelo método do anel volumétrico descrito por (EMBRAPA, 1997). As amostras foram coletadas antes da realização dos tratamentos, com o auxílio de um trado para amostras indeformadas (Figura 1). Foram coletadas quatro amostras em cada bloco, nas faixas de 0 - 10 cm e de 10 – 20 cm de profundidade.

O teor de água no solo foi determinado pelo método gravimétrico padrão, colocando-se a massa de solo das amostras em estufa a temperatura de 105 - 110 0C, até atingir massa constante. As quatro amostras coletadas em cada bloco, nas faixas de 0 - 10 e de 10 - 20 centímetros de profundidade foram armazenadas em cápsulas de alumínio e lacradas até a chegada para a realização dos procedimentos laboratoriais.

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15

Figura 1 - Trado utilizado para a coleta das amostras indeformadas.

As médias da densidade e do teor de água do solo expressas em base seca nas faixas 0 - 10 e 10 - 20 cm de profundidade são apresentadas no Quadro 2. As maiores densidades e teores de água estão presentes nas faixas de 10 - 20 cm de profundidade, em todas as parcelas, exceto no bloco 2.

Quadro 2- Teor de água (base seca) e densidade do solo da área experimental. Bloco Profundidade Teor de água do solo Densidade (g cm-3) (g g-1) 1 0 - 10 cm 45,86 0,93 10 - 20 cm 51,05 1,05 2 0 - 10 cm 50,31 0,96 10 - 20 cm 47,90 1,10 3 0 - 10 cm 36,39 0,91 10 - 20 cm 46,20 1,04 4 0 - 10 cm 36,02 1,06 10- 20 cm 43,62 1,13

3.1.2.3 Resistência do solo à penetração

A resistência do solo à penetração foi determinada antes da semeadura, com o uso de um penetrômetro digital, marca Falker®, modelo PenetroLOG-PLG 1020, equipado com ponta cônica tipo II. Foram amostrados dez pontos em cada bloco, na camada de 0 a 30 cm de profundidade, com leitura a cada 10 mm (Figura 2).

(28)

16

Figura 2 – Penetrômetro digital utilizado no experimento.

A resistência do solo à penetração aumentou conforme a profundidade de amostragem em todas as parcelas, com valores variando de 2,0 - 2,5 MPa na faixa de 20 cm, conforme Figura 3. Segundo Freddi et al. (2006), valores de resistência mecânica à penetração variando entre 0,9 e 2,0 MPa não restringem a produtividade da cultura do milho. Rossetti & Centurion (2013) concluíram que a altura das plantas, o diâmetro do colmo, a altura de inserção da primeira espiga e a produtividade de milho, apresentaram relação linear decrescente com a resistência mecânica do solo à penetração, quando atingido valores maiores que 2 MPa.

Figura 3- Resistência do solo à penetração da área experimental 0 5 10 15 20 25 30 0 1 2 3 4 5 6 P ro fu n d idad e (cm)

Resistência do solo à penetração (MPa)

(29)

17 3.1.2.4 Análise textural do solo

A partir de uma amostra composta do solo, realizou-se a análise textural pelo método da peneira e pipeta, conforme descrito por EMBRAPA (1997). As amostras simples, que compunham a amostra composta, foram retiradas aleatoriamente na faixa de 0 a 0,20 cm de profundidade.

Os resultados das frações granulométricas do solo são apresentadas no Quadro 3. O solo é classificado como Argiloso segundo EMBRAPA (1999).

Quadro 3- Resultado da análise textural do solo da área experimental Fração granulométrica dag kg-1

Areia 24 Silte 18 Argila 58

3.2 Cultivar

Foram utilizadas sementes de milho híbrido simples Biomatrix BM 820, de ciclo precoce, com arquitetura normal da planta, tamanho 2,35 a 2,75 m, com a altura da espiga variando de 1,40 a 1,80 m, empalhamento ótimo.

O teste de germinação das sementes foi executado pelo Laboratório de Pesquisa em Sementes do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. O teste consiste na utilização de papel germitest, umedecido com água destilada na proporção de 2,5 : 1 (peso da água: peso do papel), com quatro repetições de 50 sementes, que foram colocadas em germinador à temperatura constante de 25°C. A avaliação da germinação seguiu as recomendações das Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). As leituras foram efetuadas no quarto e sétimo dia, com germinação de 96% e vigor de 85%.

(30)

18 3.3 Conjunto mecanizado

3.3.1 Semeadora-adubadora

A semeadora-adubadora de precisão pneumática utilizada foi da marca Jumil® modelo POP JM2670PD SH EX, com três linhas de semeadura e mecanismo para dosagem e distribuição das sementes pneumáticas, com pressão negativa (Figura 3). As especificações técnicas da máquina estão na Tabela 2.

(31)

19

Tabela 2 - Especificações técnicas da semeadora-adubadora Parâmetro/Função Características

Corte da Cobertura

Vegetal

Disco de corte liso de 17 polegadas.

Unidade para Fertilizantes

Depósito Individual com capacidade para 75L, distribuidor transversal ao depósito, sulcador tipo haste sulcadora.

Unidade Semeadora

Pivotada, sulcador disco duplo

desencontrado, depósito com

capacidade para 55L, sistema de seleção e distribuição de sementes pneumáticas por aspiração.

Controle da Profundidade Fixo, com barra de regulagem.

Rodas Compactadoras

Compactadores flutuantes, banda

regulável, em “V”.

Sistema de Transmissão

Engrenagens substituíveis para

acionamento dos sistemas adubador ou semeador.

Engate

Acoplamento no sistema de levante hidráulico do trator.

3.3.2 Trator

Foi utilizado um trator agrícola de pneus marca Valtra Valmet, modelo 800 4x2, TDA (tração dianteira auxiliar) e potência de 59,3 kW (80 cv) no motor a 2300 rpm (Figura 4). As principais características do trator utilizado no experimento são apresentadas na Tabela 3.

(32)

20 Figura 4 - Trator Valtra Valmet 800 4x2 TDA.

Tabela 3 – Características técnicas do trator Valtra Valmet 800. Características técnicas

Potência do motor na rotação nominal

80 cv

Potência da TDP na rotação nominal do motor

68 cv

Rotação de potência máxima 2300 rpm

Torque máximo 290 Nm

Número de cilindros do motor 4

Cilindrada 4400 cm3

Aspiração Natural

3.4 Preparo do solo, adubação, semeadura e tratos culturais.

Previamente à operação de semeadura foi realizado o preparo do solo por meio de gradagem utilizando uma grade aradora e em seguida duas gradagens, com grade destorroadora-niveladora, para sistematização do terreno e preparo do leito de semeadura.

O mecanismo dosador de fertilizantes foi calibrado para dosar e distribuir 45 gramas de fertilizante granulado NPK, formulação 4:14:8 por metro de sulco, dosagem de 900 kg ha -1. Foi feito a adubação de 7 gramas de uréia por metro, dosagem de 140 kg ha-1, 37 dias após a semeadura.

(33)

21

A semeadura do milho foi feita em dezoito de janeiro de 2017. A semeadora-adubadora foi regulada para um espaçamento de 0,5 m entrelinhas, profundidade média de 5 cm para a deposição das sementes, com as regulagens feitas no sulcador do fertilizante no momento da semeadura para cada profundidade de deposição de adubo estabelecida. As rodas de fechamento do sulco e as rodas compactadoras operaram com suas regulagens na posição intermediária.

O mecanismo dosador de sementes teve o vácuo ajustado conforme indicado pelo fabricante para a cultura do milho, equipado com um disco de 30 orifícios, regulado para a distribuição de 3,3 sementes por metro de sulco para obtenção de população com aproximadamente 60000 plantas ha-1.

Aplicou-se o inseticida Decis 25 EC, com 40 gramas do produto comercial para 40 litros de calda no controle da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) também 37 dias após a semeadura.

3.5 Avaliação dos parâmetros operacionais

A profundidade de deposição do fertilizante, os espaçamentos entre as plântulas na linha de semeadura, o índice de precisão da máquina e o espaçamento médio foram os parâmetros utilizados para a avaliação da semeadura.

3.5.1 Profundidade real de deposição do fertilizante

As medidas da profundidade de deposição do fertilizante foram realizadas com régua graduada em centímetros, com cinco leituras em todas as linhas de semeadura do milho.

3.5.2 Distribuição longitudinal de plântulas

Após a estabilização da emergência, foram medidos os espaçamentos (Xi) em dez metros, amostrados nas três linhas de semeadura de cada unidade experimental no centro do cultivo. Esses espaçamentos foram analisados em relação ao espaçamento de referência (Xref), em classes de frequência (Tabela 4), que são apresentadas em porcentagem do total de espaçamentos, conforme proposto por Kurachi et al. (1989). Os espaçamentos aceitáveis são aqueles compreendidos entre 0,5 e 1,5 vezes o espaçamento de referência, os espaçamentos duplos são

(34)

22

aqueles menores que 0,5 vezes o espaçamento de referência e os espaçamentos falhos são aqueles maiores que 1,5 vezes o espaçamento de referência. O espaçamento de referência (Xref) obtido pela calibração da semeadora-adubadora no ajuste das transmissões das engrenagens do mecanismo dosador de sementes.

Tabela 4 - Limites de tolerância para as variações dos espaçamentos (Xi) entre sementes e o tipo de espaçamento considerado

Tipo de Espaçamento Intervalo de tolerância para variação de Xi

Duplos Xi < 0,5 * Xref

Normais 0,5 * Xref < Xi < 1,5 * Xref

Falhos Xi > 1,5 * Xref

Xi = espaçamento entre sementes obtido a campo.

Xref = valor de referência obtido em função do espaçamento e população Fonte: KURACHI et al. (1989).

3.5.3 Índice de precisão da máquina

O índice de precisão de distribuição de plantas corresponde à relação entre o desvio-padrão dos espaçamentos normais e o espaçamento de referência da semeadora-adubadora utilizada, calculado pela Equação 1, sugerida por Kachman e Smith (1995), e o espaçamento médio (Em) foi determinado pela média aritmética do total de espaçamentos.

(1) Em que:

Ip= índice de precisão (%);

S= desvio padrão dos espaçamentos aceitáveis (cm); Ref.= espaçamento de referência (cm).

(35)

23 3.6 Avaliações pós-emergência

A percentagem de emergência de plantas emergidas, o índice de velocidade de emergência das plântulas, o tempo médio de emergência, os teores de nutrientes foliares, a altura das plantas, diâmetro do colmo e a altura de inserção da primeira espiga foram analisados após a emergência da cultura.

3.6.1 Emergência de plântulas

O percentual de emergência de plântulas (PEP), o índice de velocidade de emergência (IVE), e o tempo médio de emergência de plântulas (Nm) foram determinados em um comprimento de dez metros dentro das parcelas, nas três linhas de semeadura e em todos os blocos. A contagem se iniciou no primeiro dia de emergência (quinto dia após a semeadura) e foi encerrada quando a emergência de plantas estabilizou (décimo dia após a semeadura).

A definição da porcentagem de emergência de plântulas foi calculada, conforme a Equação 2.

(2)

Em que:

PEP = porcentagem de emergência de plântulas (%); Np = número de plantas emergidas; e,

Ns = número de sementes viáveis distribuídas na linha de plantio pela semeadora.

O IVE calculado baseia-se na Equação 3, adaptada de Maguire (1962).

(3) Em que:

(36)

24

E1, E2, Em = número de plantas emergidas, na primeira, segunda,..., última contagem; e,

N1, N2, Na = número de dias da semeadura à primeira, segunda, até a última contagem.

Para o Nm foi utilizada a Equação 4, proposta por Edmond & Drapala (1958).

(4)

Em que:

Nm= tempo médio de emergência (dias);

E1, E2, En= número de plantas emergidas na primeira, segunda,..., última contagem; e,

N1, N2, Nn= número de dias da semeadura à primeira, segunda,..., última contagem.

3.6.2 Teores de nutrientes nas folhas

Foram coletadas o terço médio das folhas da linha central de dez plantas de cada tratamento, nos quatro blocos, gerando assim amostras compostas para cada tratamento. A primeira amostragem foi feita com a oitava folha das plantas quando a cultura se encontrava no estádio V8, e no segundo momento foram coletadas folhas opostas e abaixo da primeira espiga, no estádio R1. As amostras foram colocadas em sacos de papel e encaminhadas para o Laboratório de Análise de Solo, Tecido Vegetal e Fertilizante, do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa.

3.6.3 Altura da planta, diâmetro do colmo e altura de inserção da primeira espiga

A determinação da altura de plantas foi feita utilizando fita métrica graduada em centímetros, sendo medida a distância da superfície do solo, à inserção da folha bandeira no colmo das plantas. A determinação do diâmetro do colmo das plantas foi feito com paquímetro digital com precisão de 0,01 milímetros da marca King Tools medindo-se o internódio do colmo a

(37)

25

partir da superfície do solo quando as plantas estavam no estádio V8, e no estádio R1. Para a altura de inserção da espiga mediu-se a distância entre a superfície do solo e a inserção da primeira espiga. Foram amostradas dez plantas da linha central de semeadura de todos os tratamentos.

3.6.4 Análise estatística dos dados

O experimento foi conduzido seguindo um esquema fatorial 3x3 (3 velocidade e 3 profundidades) no D.B.C com quatro repetições. Os dados foram analisados por meio da metodologia da superfície de resposta. Os modelos foram escolhidos baseados na significância dos coeficientes de regressão, no coeficiente de determinação (R2= SQReg/SQTrat) e no fenômeno de estudo, pelo programa SAEG 9.1.

(38)

26 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3 Avaliação dos parâmetros operacionais

A profundidade de deposição do fertilizante e o espaçamento médio de plântulas foram influenciados pela velocidade de deslocamento na operação de semeadura e pela profundidade de deposição do fertilizante. Já a distribuição longitudinal de plântulas e o índice de precisão da máquina não tiveram efeitos significativos.

4.3.1 Profundidade de deposição do fertilizante

A velocidade de deslocamento e a profundidade de deposição do adubo tiveram efeito significativo na deposição do fertilizante no momento da semeadura (Figura 5). Para cada aumento de unidade na velocidade de deslocamento, ocorreu um incremento de 0,15 cm na deposição do adubo no momento da semeadura quando manteve-se a profundidade constante. O mesmo é válido quando se aumenta uma unidade na profundidade de deposição da máquina, ocorre um acréscimo de 1,04 cm de profundidade de deposição do adubo no momento da semeadura mantendo-se uma velocidade constante.

(39)

27

̂

Figura 5 - Profundidade de deposição do fertilizante (PROFr) em função da velocidade de deslocamento do conjunto moto-mecanizado (V) e da profundidade de deposição do adubo (P), equação ajustada e coeficiente de determinação (R2)**- Significativo ao nível de 1% pelo teste t, 0 Significativo ao nível de 10 % pelo teste t.

Supõem - se que tal comportamento tenha acorrido devido ao tipo de preparo do solo, em que o uso da grade-aradora, seguida com a passada de grade niveladora melhoraram as condições físicas do solo no que diz respeito ao maior volume de macroporos, aumentando a porosidade total, diminuindo a densidade e resistência do solo à penetração, facilitando assim a incorporação do mecanismo sulcador tipo haste para a distribuição de fertilizante no solo.

Essas características físicas do solo foram constatadas por Aratani et al. (2009), em que no tratamento com plantio convencional em um Latossolo Vermelho Acriférrico, observou-se uma menor densidade e maior volume na macroporosidade do solo nas camadas superficiais. O aumento da macroporosidade, porosidade total, redução da densidade e resistência do solo à penetração na linha de semeadura feito com haste sulcadora, foram

(40)

28

observados por Nunez et al. (2014), com os efeitos da mobilização do solo perdurando por pelo menos 12 meses.

Conceição et al. (2014) constataram que as condições físicas do solo afetam a distribuição vertical das sementes, com o aumento da velocidade de 4 para 6 km h-1 proporcionando melhor uniformidade de distribuição no perfil do solo no plantio direto com a cultura do milho. Foram também observados elevados valores de coeficiente de variação para as profundidades de deposição das sementes, salientando maior atenção por parte dos operadores na calibração da profundidade e melhoria dos próprios sistemas de controle de profundidade.

Ao avaliarem a semeadura do milho nas velocidades de 2,5 e 4,4 km h-1, Garcia et al. (2011) observaram que nessas velocidades de plantio não se alcançou a profundidade deseja da semente, mas ocorreu um incremento de 30,2 % na profundidade à maiores velocidades de operação.

Vizzotto (2014) observou a diminuição da densidade do solo, aumento da macroporosidade e porosidade total quando utilizou mecanismos rompedores tipo hastes. O autor ao avaliar diversos tipos de mecanismos de deposição de sementes encontrou para esse tipo de mecanismo maiores profundidades de deposição da semente, profundidade do sulco, de solo mobilizado, constatando sua ajuda na descompactação de camadas mais profundas, possuindo valores de deposição mais próximos dos estabelecidos no momento da calibração.

Já, Boligon et al (2013) observaram efeito negativo da velocidade de deslocamento em relação à profundidade de deposição da semente no sulco; à medida que se aumentou a velocidade, diminuiu a profundidade de deposição. Silva (2015) observou o mesmo efeito na semeadura direta do milho, em que o aumento da velocidade de 5,1 para 6,2 km h-1, utilizando-se o mecanismo dosador de sementes pneumático, teve redução de 50 % de solo mobilizado, não aprofundando o conjunto moto-mecanizado no solo conforme o aumento da velocidade. O autor ainda observou menor variação de profundidade de deposição da semente com o tipo dosador de sementes pneumático operando com a velocidade de 5,1 km h-1.

Manejando diversos tipos de cobertura vegetal a diferentes velocidades de operação na semeadura do milho, Trogello et al. (2013) não

(41)

29

observaram efeito significativo para a profundidade de semeadura com a variação da velocidade. Assim como Castela Junior et al. (2014) que na semeadura da soja não encontraram diferença significativa na profundidade de semeadura para as velocidades de 5,6; 7,6 e 9 km h-1. Enquanto que, Gamero (2008), também não observou influencia da velocidade de trabalho (2,3; 3,2 e 4,6 km h-1) nos valores obtidos para profundidade (25 e 35 cm) de trabalho ao avaliar o desempenho operacional de um subsolador de hastes. Os autores constataram que a profundidade efetiva de operação ficou muito próxima daquela que foram pré-estabelecidas antes da instalação do experimento, ressaltando a importância da adequada calibração dos mecanismos da máquina antes das operações.

4.3.2 Distribuição longitudinal de plântulas

4.3.2.1 Espaçamentos normais entre plântulas A distribuição de espaçamentos aceitáveis foi maior quando se

utilizou uma velocidade de deslocamento de 3 km h-1 e uma profundidade de deposição do fertilizante de 5 cm, sendo nesse tratamento o que também se observou o menor desvio padrão (Quadro 4). Na velocidade de 9 km h-1 a uma profundidade de 10 cm, tem-se a menor média de espaçamentos normais e maior desvio padrão.

A diminuição na velocidade de deslocamento do conjunto moto-mecanizado favorece a deposição correta da semente e fertilizante na profundidade estabelecida, uma vez que o mecanismo dosador de sementes tem uma menor velocidade periférica, tendo tempo para o preenchimento adequado de todos os orifícios com as sementes para sua correta deposição no leito de semeadura (Garcia at al., 2011).

O tratamento com a maior média atende a meta de 90% de espaçamentos aceitáveis sugerida por Weirich Neto et al. (2015).

(42)

30

Quadro 4 – Valores da média e do desvio padrão para os espaçamentos normais entre plântulas.

ESPAÇAMENTOS NORMAIS Média Desvio padrão Média Desvio padrão Média Desvio padrão Velocidade km h-1 Profundidade (cm) 5 Profundidade (cm) 10 Profundidade (cm) 15 3 90,00 4,77 89,84 6,31 86,91 9,12 6 88,28 5,46 87,52 4,89 89,13 5,92 9 81,53 6,85 78,95 12,20 80,45 10,99

A velocidade de deslocamento na semeadura também não teve efeito significativo na distribuição normal para a cultura do milho a 4,5 e 7 km h-1, segundo Trogello et al. (2013), tendo maior porcentagem de espaçamentos aceitáveis na menor velocidade. Cavichioli (2014) também não observou efeito significativo das velocidades de 4,5 e 6,5 km h-1 para tais espaçamentos, porém a maior velocidade gerou maior incidência de espaçamentos normais. Resultados que corroboram com os de Castela Junior et al. (2014), em que na semeadura da soja não se observou diferença significativa para a distribuição longitudinal das plantas, mas a maior velocidade de 9 km h-1 gerou valores maiores de espaçamentos normais quando comparado com as velocidade menores de 7,6 e 5,6 km h-1.

Mahl et al.(2004; 2008) observaram diferença significativa no número de espaçamentos aceitáveis quando se variou a velocidade de 4,4 km h-1 para valores acima de 8 km h-1 na semeadura do milho. Assim como Santos et al. (2015) que encontraram menor variabilidade e maior porcentagem de espaçamentos aceitáveis na velocidade de 3 km h-1 na semeadura do milho, diminuindo em 55% os espaçamentos normais quando se aumentou a velocidade de semeadura para 7 km h-1.

Alonço et al (2014) observaram diferenças para todas as classes de espaçamento quando se variou a velocidade de deslocamento (5; 7,5 e 10 km h-1), com a diminuição de quase 18% dos espaçamentos aceitáveis quando se utilizou a maior velocidade de operação. Quando avaliaram a velocidade de semeadura (4; 7; 9,5 km h-1) com diferentes discos alveolados horizontais Bottega et al. (2014) também observou uma diferença considerável na redução dos espaçamentos aceitáveis conforme o aumento da velocidade, independente do tipo dosador de sementes. Também, ao avaliarem a

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velocidade de semeadura do milho com diferentes tipos de dosadores Reynaldo et al. (2016) observaram resultados semelhantes, em que houve diferença significativa para os espaçamentos aceitáveis na cultura do milho, sendo o tratamento a 5 km h-1 o que obteve maior número de espaçamentos aceitáveis quando comparado com os a 7 e 9 Km h-1.

Os espaçamentos aceitáveis foram maiores conforme se aumentou o vácuo e diminuiu a velocidade do disco dosador na cultura do feijão segundo Silva (2015). O autor salienta que maiores níveis de vácuo aumentam a capacidade de captura da semente, que a menores velocidades ficam mais tempo sujeitas a esse vácuo, proporcionando maior número de espaçamentos aceitáveis.

Na semeadura direta do feijão, Rinaldi et al. (2010) observaram efeito da velocidade em relação aos espaçamentos aceitáveis, verificando-se uma resposta linear decrescente desses espaçamentos conforme o aumento da velocidade. Os autores constataram diminuição de 12,8 pontos percentuais nesses espaçamentos conforme a variação da velocidade de 3 para 11 km h-1.

4.3.2.2 Espaçamentos duplos entre plântulas

A maior ocorrência de espaçamentos duplos e desvio padrão foram verificados na velocidade de 9 km h-1 a uma profundidade de 10 cm, seguido pelo tratamento com a mesma velocidade e profundidade de 5 cm de deposição do fertilizante. O tratamento com a menor média de ocorrência de espaçamentos duplos e menor desvio padrão, ocorreu a velocidade de 6 km h-1 combinada com a menor profundidade de deposição, como se observa no Quadro 5.

Quadro 5- Valores da média e do desvio padrão para os espaçamentos duplos entre plântulas.

ESPAÇAMENTOS DUPLOS Média Desvio padrão Média Desvio padrão Média Desvio padrão Velocidade km h-1 Profundidade (cm) 5 Profundidade (cm) 10 Profundidade (cm) 15 3 3,63 3,14 3,17 4,78 5,18 4,63 6 3,02 2,72 4,20 3,70 3,87 3,41 9 10,06 3,42 10,89 6,63 8,87 6,60

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Ao avaliarem a semeadura do milho conforme a velocidade de deslocamento e diferentes profundidades da haste sulcadora de adubo, Cavichioli (2014) também não encontrou diferenças significativas da velocidade e nem da profundidade para a ocorrência de espaçamentos duplos. Na maior velocidade de 6,5 km h-1, encontrou menores valores quando comparado com a velocidade de 4,5 km h-1, com a profundidade de deposição do adubo nas profundidades de 10 e 15 cm gerando valores menores e semelhantes de espaçamentos duplos quando comparados com a profundidade de 12,5 cm. Resultados semelhantes ao do presente trabalho, onde a média de ocorrência de espaçamentos duplos é menor a 6 Km h-1 quando comparado a velocidade de 3 Km h-1.

Corrêa Junior et al. (2014) não observaram na velocidade de 7,5 km h-1 a ocorrência de espaçamentos duplos, explicando tal resultado pelo fato de uma maior velocidade não ter tempo suficiente para o preenchimento de mais de uma semente no disco dosador de sementes.

A velocidade de deslocamento, a profundidade de adubação nem a interação entre ambas influenciaram os espaçamentos duplos na semeadura do feijão segundo Rinaldi et al. (2010), sendo a média dos valores observados da variável, dada pela equação Ŷ = 18,84.

Já Castela Junior et al. (2014) apesar de não observarem efeito significativo da velocidade para a ocorrência de espaçamentos duplos, observou a diminuição da ocorrência dos mesmos quando se elevou a velocidade de 5,6 para 9 km h-1. Discordando de Trogello et al. (2013), em que o aumento da velocidade de 4,5 para 7 km h-1 gerou aumento significativo dos espaçamentos duplos.

O aumento da velocidade causou o aumento de espaçamentos duplos na cultura da soja segundo Reynaldo et al. (2016) também observaram o aumento dos espaçamentos duplos conforme se aumentou a velocidade de deslocamento na semeadura da soja, constatando que velocidades entre 2 e 4 km h-1 reduzem em 10% os espaçamentos duplos, explicando tal fenômeno devido à alta densidade de sementes combinada com o deficiente sistema condutor que causa vibrações no mesmo gerando atritito semente/condutor retardando a deposição das sementes no leito de

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