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Angola aberta a cooperação na água

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Academic year: 2021

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Angola

aberta

a

cooperação

na

água

Até

2Q17,0

governo

angolano

tem previsto

um

elevado investimento

no

sector

da água eo

aprofundamento

da

cooperação

com empresas e universidades portuguesas ébem-vindo. Angola

foi

opaís convidado da 7.a

Expo Conferência da Água.

«Temos todo o interesse em contar com aexperiência ecapacidade que asempresas portuguesas têm», realçou João Baptista Borges

l

OPlano Nacional Emergencial deAngola para o sector da Água está emfase final depreparação, devendo ser

apresentado dentro depoucas semanas. Odocumento integra oPlano Nacional da Água, que irádefinir «um conjunto deprojectos e acções prioritárias», nas áreas de abastecimento de água, gestão de recursos hídricos

eirrigação, eque contemplará um «pacote financeiro significativo» (cinco mil milhões de dólares). O anún-cio foi feito por João Baptista Borges, Ministro da Energia eÁguas deAngola, através de uma videoco-municação, apresentada na 7.a

edição daExpo

Confe-rência da Água, que serealizou, em Oeiras, de 16 a 17 deOutubro. Angola foi opaís convidado do evento organizado pelo Grupo About Media.

O abastecimento de água «éafinalidade mais impor-tante», frisou ogovernante. Neste domínio, destacou

os grandes investimentos,

em curso, como o progra-ma"Água para Todos", que visa assegurar acobertura

de 80 por cento dapopulação rural. Aexpansão e a

rea-bilitação da rede deabastecimento de água nas capitais

das 18províncias do país, onde severificou «um

signi-ficativo aumento populacional», estão igualmente na lista de prioridades.

Jáoreforço da capacidade institucional do sector da água emAngola será conseguido através da entrada em vigor da regulamentação desenvolvida ao abrigo da

Lei de Água, da constituição deuma entidade

regula-dora eda melhoria da capacidade técnica dos agentes.

Realçando que «o factor língua eahistória comum fazem uma grande diferença», oministro angolano

abriu asportas aum aprofundamento da cooperação com Portugal. «Temos todo o interesse em contar com

aexperiência ecapacidade que as empresas portugue-sastêm», realçou, acrescentando que «esta cooperação pode incluir não só as empresas, mas também as

uni-versidades eos centros de investigação».

Aumentar

cobertura

no

abastecimento

Em matéria de abastecimento de água esaneamento,

os objectivos fixados pelo governo angolano passam

por assegurar uma cobertura de 100 por cento nas

zonas urbanas, e deaté 80 por cento nas zonas rurais.

No âmbito do programa de expansão emelhoria dos sistemas de abastecimento deágua, estãoconcluídas

15 empreitadas em meio urbano, estando outras 24 ainda em curso, adiantou Lucrécio Costa, Director

Nacional deAbastecimento de Água eSaneamento de

Angola. Em meio rural, está actualmente adecorrer a

instalação de 521 pontos deabastecimento deágua e de86pequenos sistemas. Deresto, ograu de cobertura

(2)

exponencial-mente. Em meio rural, ograu decobertura aumentou

de22 por cento, em 2009,para 48 por cento, emJunho de2012. Jáem meio urbano, acobertura cresceu de44

por cento, em2009, para 58por cento, em 2012.

Com oaumento progressivo dacobertura aonível de

abastecimento, importa igualmente monitorizar a qua-lidade daágua distribuída àspopulações. Nesse

senti-do, está a serpreparado o Programa Nacional de Moni-torização da

Qualidade

da Água para Consumo

Humano, que visa garantir um nível de atendimento de

70 por cento em meio urbano e40por cento em meio

rural. Estão em construção oslaboratórios regionais de

qualidade deágua, que serão apetrechados no âmbito

de um projecto financiado pela União Europeia e,em

breve, será contratada assistência técnica para a

implantação do programa, adiantou Lucrécio Costa. «É

um domínio em que vai haver um grande crescimento

de actividade, eem que asnossas valências materiais e

humanas não sãojá,àpartida, aquelas que necessita-mos. É uma oportunidade para os que sededicam a este sector sepoderem juntar a nós», frisou.

Dado que haverá um aumento exponencial daágua tra-tada distribuída àpopulação angolana, «haverá corres-pondentemente um aumento exponencial da água resi-dual», acrescenta, ainda, oresponsável. Por isso, será

também em breve lançado um programa para resolver

as carências do país em termos de redes de drenagem e

saneamento de águas residuais. Nos próximos cinco

anos, deverão ser instaladas estações detratamento de águas residuais em 18cidades.

Continuam emfase deactualização os planos

direc-tores deabastecimento deágua esaneamento de águas

residuais para ascapitais deprovíncia esedes

munici-pais e estão igualmente a ser constituídas as entidades gestoras de sistemas de abastecimento de águapara

cada uma das províncias, visando assegurar uma

gestão eficiente na exploração dos sistemas e o desen-volvimento institucional dosector.

Rui Augusto Tito fez oponto de situação detalhado do

plano estratégico daEmpresa Pública deÁguas de Luanda, deque éadministrador, realçando que odéfice na satisfação daprocura de água éainda de 50 por cento. Existe também ainda «uma vasta área sem rede de distribuição», nomeadamente nas zonas

periurba-nas, em virtude da expansão populacional dacidade.

O plano de investimentos para ospróximos anos é

ambicioso, tendo em vista oaumento dataxa de cober-tura do serviço deabastecimento, de forma achegar a

80 por cento da população deLuanda até2015.Ainda

este ano, serão aprovados os resultados dos concursos para acriação de dois novos sistemas (Bita e

Quilon-ga), para que asempreitadas possam avançar em 2013.

Monitorização

da

qualidade

da água

«é

um

domínio

em que vai

haver

um

grande crescimento

de

actividade»,

nota

Lucrécio

Costa

Plano

Nacional

da Agua

«é uma grande

prioridade

para

o

povo angolano»,

realçou Manuel Quintino

1

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Gerir

melhor

os

recursos

hídricos

Nasua intervenção por videocomunicação, o

Director--Geral do Instituto Nacional deRecursos Hídricos,

Manuel Quintino, enumerou oconjunto de

investimen-tos previstos para o próximo quinquénio na área dos

recursos hídricos. Odirigente não pode estar presente

no evento dada a sua responsabilidade na coordenação do Plano Nacional daÁgua, que descreveu como «umagrande prioridade para opovo angolano». O envelope financeiro para osubsector dos recursos hídricos ascende a 61milhões dedólares, estando

pre-vista areabilitação darede hidrométrica nacional (sete

milhões), aelaboração de 22 planos directores de

bacias hidrográficas prioritárias (37milhões) e a reali-zação do cadastro dos recursos hídricos do país (dois milhões). Acapacitação de quadros éoutra prioridade.

O objectivo dapolítica angolana neste domínio é

asse-gurar agestão integrada dos recursos hidricos, bem

como asalvaguarda dasua procura para os diferentes

usos, dadaadistribuição desigual de recursos hídricos

no território (excesso deáguanas regiões norte, centro

eleste e afalta de água nas regiões centro e sul).

Noque respeita aosplanos debacia, que visam

garan-tir «uma gestão mais científica dos recursos hídricos»,

estão em fase de arranque dois planos para asbacias

dos rios Cubango eZambeze. Em carteira, está

tam-bém aelaboração doplano para a gestão integrada da

bacia hidrográfica do rio Cuvelai. Angola tem 47

bacias principais, sendo que se encontra em curso a

criação de entidades de gestão para estas bacias.

A

primeira fase de reabilitação da rede hidrométrica nacional, que irá possibilitar amonitorização dos recursos hídricos,

arrancou eenvolve 38 estações hidrométricas. Com co-financiamento doBanco

Mun-dial, arede existente será ampliada, nos próximos três anos, num projecto que contempla 189estações.

O fundo especial para odesenvolvimento de infra--estruturas, criado pelo Governo angolano, dispõe

anualmente de um valor equivalente a 150mil barris

depetróleo, «de forma agarantir que asinfra-estruturas fundamentais são desenvolvidas sem constrangimentos

de ordem financeira», explicou Manuel Quintino. Será assim lançado um conjunto relevante de concursos públicos, na área da água, aos quais «as empresas

por-tuguesas são convidadas a concorrer». «Acredito que Angola ainda tem muito areceber do empresariado

português em termos deassistência técnica», frisou.

No sentido deaprofundar «uma grande ponte com Angola» no sector daágua, oDirector-Geral do Grupo About Media, João Belo, anunciou, na sessão de aber-tura doevento, uma iniciativa planeada para 2013, que reunirá profissionais do sector dos dois países.

Joana Filipe

Angola

é

mais do que Luanda

Seéverdade que Angola seassume como um paísde

oportunidades para as empresas portuguesas, vários

especialistas afirmam também queé preciso olhar para além dacidade de Luanda na abordagem aeste merca-do. Por um lado, chegarás províncias

-

com maiores carências em termos deinffa-estruturas de água-, por

outro, ter em mente o papel geoestratégico dopaís no continente africano. Estafoiuma das mensagens

deixa-das por Américo Ferreira, da Câmara de Comércio e indústria JPortugal-Angola, durante aExpo Conferência da

Água. «Quando nos associamos a empresas angolanas*

porque não pensar nos países vizinhos?», questionou o

especialista, que é também administrador da Águas de

Portugal Internacional, citando o inovador projecto

ango-lano, em que ogrupo está envolvido, que prevê o abaste-cimento de água transfronteiriço entre Angola e Namíbia. «Os recursos de água de Angola permitem que se posi-cione como potência regional», defende Américo Ferreira. «Angola, daqui a dez, 15anos, seráaface do equilíbrio emÁfrica e assegurará um papel deliderança regional», corroborou, porseu lado, Miguel Fontoura,

(4)

-Agência parao investimento

e

Gomêreão Externo de Por-tugal, adiantando quê, com essa perspectiva, as empre-sas portuguesas têm decomeçar, desdejá,a posfeionàr--se.«Do ponto devista português, Angola éum mercado

essencial», afirmou oespecialista.

Miguel Fontoura lembrou ainda gU©«existem cidades de

grande dimensão, que merecem que as empresas portu-guesas olhem para elas». Maisdo que uma possibilidade

futura, 0 caminho além dacapitai Luanda estájáa ser

percorrido por empresas nacionais, «Com investimentos

em vários mercados {provinciais}». Até porque, sublinha

Américo Ferreira, «oBanco Mundial não está a

concen-trar [projectos] emLuanda», massim nasprovindas. A concentração nas províncias pode ainda ter vantagens

legais. «Quanto mais para fora da"zona de conforto" [Luanda], mais cedo orepatriamento de capitais pode

serfeito», frisou José Eduardo Martins, daAbreu

Advoga-dos, dado que as regras de repatriamento de capitais

estão divididas por zonas dedesenvolvimento.

Segundo Angela Veloso, «todos oscustos deentrada

neste mercado podem ser cobertos pelo financiamento»

dabanca muitilateral, quando setratam de concursos

lançados por estas instituições financeiras. Paraa

espe-cialista sénior em aquisições no Ministério da Energia e

Águas de Angola, esta acaba por ser uma forma de as

empresas portuguesas financiarem oseu processo de

internacionalização «com omínimo derisco» possível, até

porque os custos decontexto são bastante mais

eleva-dosem Angola doque em Portugal. Já Mira Amaral real-çou que«abanca angolana não tem problemas de

liqui-dez para apoiar projectos interessantes».

Os especialistas presentes no painel frisaram também a importância dacapacitação dequadros locais e do

esta-belecimento deparcerias. Estratégia que, aliás, estájáa serseguida por empresas no terreno. OBanco BIC, por

exemplo, dá formação a jovens angolanos estudantes em Portugal. «As parcerias locais são fundamentais»,

acrescentou, por seu lado, Angela Veloso.

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Referências

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