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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 780.971 - RS (2005/0151127-8)

RELATOR : MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS REPR.POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

RECORRIDO : CICONET E COMPANHIA LTDA - MASSA FALIDA ADVOGADO : ERNESTO FLOCKE HACK - SÍNDICO

EMENTA

TRIBUTÁRIO. FALÊNCIA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS EMPREGADOS E NÃO REPASSADA AO INSS. CABIMENTO. DISPOSITIVO LEGAL APONTADO COMO VIOLADO QUE NÃO CONTÊM COMANDO CAPAZ DE INFIRMAR O JUÍZO FORMULADO PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA 284/STF. NÃO SUJEIÇÃO À ORDEM DE PREFERÊNCIA DA LEI DE FALÊNCIAS. JUROS DE MORA SUJEITOS AO CONCURSO DE CREDORES. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Não pode ser conhecido o recurso especial pela alínea a se o dispositivo apontado como violado não contém comando capaz de infirmar o juízo formulado no acórdão recorrido. Incidência, por analogia, a orientação posta na Súmula 284/STF.

2. A 1ª Seção desta Corte consolidou, há muito, entendimento no sentido de que "as contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, pelo falido, e não repassadas aos cofres previdenciários, devem ser restituídas antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, posto que a quantia relativa às referidas contribuições, por motivos óbvios, não integram o patrimônio do falido" (Precedentes: REsp 666351/SP, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 15.09.2005; REsp 729516/SP, 2ª Turma, Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 06.12.2005; REsp 631658/RS, 1ª Turma, Francisco Falcão, DJ de 18.10.2005; REsp 686122/RS, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 08.11.2005).

3. Os juros de mora, por não decorrerem de obrigação de terceiro, mas do inadimplemento do dever de repassar à autarquia as contribuições previdenciárias anteriormente descontadas dos salários dos empregados, não se submetem ao regime da restituição, "cabendo ao responsável tributário, a massa falida, o encargo financeiro referente aos juros moratórios derivados de seu inadimplemento no prazo oportuno, revela-se inaplicável o regime das restituições, devendo o referido crédito sujeitar-se ao concurso de

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credores" (REsp 769174/RS, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJ de 15.12.2005).

4. Recurso especial a que se dá parcial provimento.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Denise Arruda, José Delgado e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux.

Brasília, 05 de junho de 2007.

MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI Relator

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 780.971 - RS (2005/0151127-8)

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : SIEGFRIED ANTÔNIO GHILARDI RITTA E OUTRO(S) RECORRIDO : CICONET E COMPANHIA LTDA - MASSA FALIDA ADVOGADO : ERNESTO FLOCKE HACK - SÍNDICO

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI:

Trata-se de recurso especial interposto com fundamento nas alíneas a e c do permissivo constitucional em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que, em demanda objetivando a restituição de valores descontados dos salários de empregados por empresa falida e não repassados ao INSS, manteve, em reexame necessário, a sentença de procedência, ressalvando que (a) "os juros de mora constituem verdadeiro crédito do INSS e, desta forma, não podem ser restituídos, devendo se sujeitar ao concurso falimentar" (fl. 134-v); (b) "a restituição dos valores pretendidos pelo INSS deve ser efetuada somente após satisfeitos integralmente os créditos trabalhistas" (fl. 135) e (c) "não há 'reformatio in pejus', nem julgamento 'extra petita' ou erro material", uma vez que a preferência dos créditos trabalhistas é matéria de ordem pública e pode ser apreciada de ofício pelo julgador (fl. 135-v).

No recurso especial (fls. 139-147), o recorrente aponta, além de divergência jurisprudencial, ofensa aos seguintes dispositivos: (a) art. 475 do CPC, porquanto o Tribunal de origem, ao apreciar a remessa necessária, mudou a sentença, agravando a posição da autarquia ao determinar, de ofício, que os créditos trabalhistas preferem aos valores a serem restituídos; (b) artigos 51, parágrafo único, da Lei 8.212/91 e 76 da Lei de Falências, pois devem ser restituídos os valores deferidos "antes do pagamento de qualquer credor por mais privilegiado que seja" (fl. 143) e (c) artigos 113, § 3º, do CTN e 59 do CC, tendo em vista que "os juros (...) não são apêndice separável do valor a restituir" (fl. 144).

Sem contra-razões (fl. 165). É o relatório.

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RECURSO ESPECIAL Nº 780.971 - RS (2005/0151127-8)

RELATOR : MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : SIEGFRIED ANTÔNIO GHILARDI RITTA E OUTRO(S) RECORRIDO : CICONET E COMPANHIA LTDA - MASSA FALIDA ADVOGADO : ERNESTO FLOCKE HACK - SÍNDICO

EMENTA

TRIBUTÁRIO. FALÊNCIA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS EMPREGADOS E NÃO REPASSADA AO INSS. CABIMENTO. DISPOSITIVO LEGAL APONTADO COMO VIOLADO QUE NÃO CONTÊM COMANDO CAPAZ DE INFIRMAR O JUÍZO FORMULADO PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA 284/STF. NÃO SUJEIÇÃO À ORDEM DE PREFERÊNCIA DA LEI DE FALÊNCIAS. JUROS DE MORA SUJEITOS AO CONCURSO DE CREDORES. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Não pode ser conhecido o recurso especial pela alínea a se o dispositivo apontado como violado não contém comando capaz de infirmar o juízo formulado no acórdão recorrido. Incidência, por analogia, a orientação posta na Súmula 284/STF.

2. A 1ª Seção desta Corte consolidou, há muito, entendimento no sentido de que "as contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, pelo falido, e não repassadas aos cofres previdenciários, devem ser restituídas antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, posto que a quantia relativa às referidas contribuições, por motivos óbvios, não integram o patrimônio do falido" (Precedentes: REsp 666351/SP, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 15.09.2005; REsp 729516/SP, 2ª Turma, Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 06.12.2005; REsp 631658/RS, 1ª Turma, Francisco Falcão, DJ de 18.10.2005; REsp 686122/RS, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 08.11.2005).

3. Os juros de mora, por não decorrerem de obrigação de terceiro, mas do inadimplemento do dever de repassar à autarquia as contribuições previdenciárias anteriormente descontadas dos salários dos empregados, não se submetem ao regime da restituição, "cabendo ao responsável tributário, a massa falida, o encargo financeiro referente aos juros moratórios derivados de seu inadimplemento no prazo oportuno, revela-se inaplicável o regime das restituições, devendo o referido crédito sujeitar-se ao concurso de credores" (REsp 769174/RS, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJ de 15.12.2005).

4. Recurso especial a que se dá parcial provimento.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator):

1. O recurso especial não reúne condições de admissibilidade no tocante à ofensa ao art. 475 do CPC. Isso porque o recorrente, ao pretender a reforma do julgado, sustenta violação ao dispositivo invocado que assim dispõe:

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"Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:

I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público;

II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).

§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal,

haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.

§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito

controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.

§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada

em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente."

Ora, a norma transcrita possui comando genérico que não infirma minimamente a conclusão manifestada no acórdão recorrido no sentido de que "...é oportuno frisar que o parecer destaca, ainda, que a restituição dos valores pretendidos pelo INSS deve ser efetuada somente após satisfeitos integralmente os créditos trabalhistas, de acordo com o entendimento do STJ que se cita relativo ao REsp 23642/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar Júnior..." (fls. 135) e "...deve-se ressaltar que com tal ressalva não há 'reformatio in pejus ', nem julgamento 'extra

petita ' ou erro material", uma vez que o "ordenamento jurídico, ao regulamentar os créditos

decorrentes do labor, face ao seu caráter alimentar e imprescindibilidade para dignidade do cidadão, o faz em norma cogente, imperativa, indisponível e de ordem pública" (fl. 135-v).

Incide, por analogia, a orientação posta na Súmula 284/STF, segundo a qual "é inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.

2. No tocante à alegada ofensa aos arts. 76 do Decreto-lei nº 7.661/45 e 51, § único, da Lei 8.212/91, a questão em debate gira em torno do direito do recorrente à preferência na restituição das contribuições previdenciárias descontadas dos empregados da massa falida e não repassadas aos cofres previdenciários. A 1ª Seção desta Corte consolidou, há muito, entendimento no sentido de que as contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, pelo falido, e não repassadas aos cofres previdenciários, devem ser restituídas antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, posto que a quantia relativa às referidas contribuições, por motivos óbvios, não integram o patrimônio do falido, incidindo na espécie o verbete da Súmula 417/STF: "Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido, recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a disponibilidade."

Nesse sentido, pode-se destacar os seguintes precedentes: REsp 729516/SP, 2ª Turma, Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 06.12.2005; REsp 631658/RS, 1ª Turma, Francisco Falcão, DJ de 18.10.2005; REsp 686122/RS, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 08.11.2005; REsp 442539/RS, 2ª Turma, Min. Castro Meira, DJ de 05.05.2005 e REsp 666351/SP, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 15.09.2005, restando este último assim ementado:

"PROCESSUAL CIVIL . VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. FALÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS EMPREGADOS E NÃO REPASSADA À SEGURIDADE SOCIAL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO MOVIDA PELO INSS. CONCURSO DE CREDORES. PREFERÊNCIA. ENCARGOS DA MASSA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS

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ADVOCATÍCIOS. 1. (...)

2. É cediço no STJ que: "... as contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, pelo falido, e não repassadas aos cofres previdenciários devem ser restituídas antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, porque se trata de bens que não integram o patrimônio do falido. Incidência da Súmula nº 417 do STF" (REsp 284.276/PR, Rel. Ministro Garcia Vieira, DJU 11.06.2001). Nessa esteira, a insigne Ministra Eliana Calmon, em julgamento análogo ao dos presentes autos, qual seja, o REsp 506.096/RS, DJU 15.12.2003, consignou que em tais hipóteses deve haver "restituição imediata, independentemente de crédito de preferência, dos valores das contribuições previdenciárias descontadas dos empregados (art. 76 da Lei de Falências)". Outros precedentes. Assiste razão ao recorrente, pois, ao defender que seus créditos não compõem a massa para fins de pagamento dos créditos provenientes de acidente do trabalho e dívidas trabalhistas da empresa falida. Outros precedentes: REsp 557.373/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ 28.04.2004; AGA 498.749/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 24.11.2003, e REsp 90.068/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 15/12/97. (...)" (REsp 511356/RS, Relator Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ de 04.04.2005). 3. (...)

4. (...)

5. Recurso especial desprovido.

Desta forma, de acordo com o entendimento sedimentado por esta Corte, o recorrente detém o direito de haver os créditos descontados dos empregados e não repassados, antes mesmo de satisfeitos os créditos trabalhistas.

3. Quanto aos juros de mora, alega o recorrente que "a determinação de que os juros resultantes do valor indevidamente apropriado pela falida sejam excluídos do valor a restituir contraria os arts. 113 do CTN e 59 do Código Civil de 1916. Não assiste razão ao recorrente, contudo. Os juros de mora, por não decorrerem de obrigação de terceiro, mas do inadimplemento do dever de repassar à autarquia as contribuições previdenciárias anteriormente descontadas dos salários dos empregados, não se submetem ao regime da restituição, "cabendo ao responsável tributário, a massa falida, o encargo financeiro referente aos juros moratórios derivados de seu inadimplemento no prazo oportuno, revela-se inaplicável o regime das restituições, devendo o referido crédito sujeitar-se ao concurso de credores" (REsp 769174/RS, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJ de 15.12.2005). A título de exemplo, os seguintes precedentes:

"PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. MASSA FALIDA. FALÊNCIA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DO INSS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS EMPREGADOS E NÃO REPASSADA À SEGURIDADE SOCIAL. PREFERÊNCIA AOS CRÉDITOS TRABALHISTAS. COMPETÊNCIAS DO ANO DE 1991 A 1997. JUROS DE MORA SUJEITOS AO CONCURSO DE CREDORES. PRECEDENTES.

1. (...) 2. (...)

3. O entendimento jurisprudencial desta Corte é no sentido de que: "cabendo ao responsável tributário, o falido, o encargo financeiro referente aos honorários de advogado e aos juros moratórios derivados de seu inadimplemento no prazo oportuno, revela-se inaplicável o regime das restituições, devendo o referido crédito

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sujeitar-se ao concurso de credores, nos termos dos artigos 102, da Lei de Falências, vigente à época do ajuizamento da ação, e 186 e seguintes, do Código Tributário Nacional. Deveras, o art. 24 da Lei 8906/94 privilegia o crédito oriundo da sucumbência, exatamente para qualificá-lo ao concurso, hipótese que confronta com a pretensão de restituição simpliciter et de plano." (REsp 666351/SP, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 15/09/2005).

4. Recurso especial parcialmente provido" (REsp 769174/RS, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJ de 15.12.2005).

"TRIBUTÁRIO. FALÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DESCONTADA DOS EMPREGADOS E NÃO REPASSADA À SEGURIDADE SOCIAL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO MOVIDA PELO INSS. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. JUROS DE MORA. OBEDIÊNCIA ÀS REGRAS DO CONCURSO DE CREDORES.

1. (...) 2. (...)

3. Os juros de mora, posto não decorrerem de obrigação de terceiro, mas do inadimplemento do dever do responsável tributário de repassar à autarquia as contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, contribuintes da exação, não se subsumem ao regime da restituição.

4. Consectariamente, cabendo ao responsável tributário, o falido, o encargo financeiro referente aos juros moratórios derivados de seu inadimplemento no prazo oportuno, revela-se inaplicável o regime das restituições, devendo o referido crédito sujeitar-se ao concurso de credores, nos termos dos artigos 102, da Lei de Falências, vigente à época do ajuizamento da ação, e 186 e seguintes, do Código Tributário Nacional (Precedente da Primeira Turma: REsp 666351/SP, desta relatoria, DJ de 26.09.2005)

5. Recurso especial parcialmente provido" (REsp 686122/RS 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 08.11.2005).

Destarte, não merece provimento o recurso quanto ao ponto.

4. Diante do exposto, dou parcial provimento ao recurso para deferir a restituição dos valores devidos à título de contribuição previdenciária, independentemente de qualquer ordem de preferência. Ante a sucumbência recíproca, restam proporcionalmente compensados as custas e os honorários advocatícios. É o voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA

Número Registro: 2005/0151127-8 REsp 780971 / RS

Números Origem: 10200005110 10200005307 10200014985 10300000633 177 3379 597153295 597153386 597164714 597166198 597203959 597205319 598209302 70001897008 70002531804 70002661387 70002945046 70003189107 70004532388 70005497904 70009315433 70011256997 PAUTA: 05/06/2007 JULGADO: 05/06/2007 Relator

Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. JOÃO FRANCISCO SOBRINHO Secretária

Bela. MARIA DO SOCORRO MELO

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS REPR.POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL

RECORRIDO : CICONET E COMPANHIA LTDA - MASSA FALIDA ADVOGADO : ERNESTO FLOCKE HACK - SÍNDICO

ASSUNTO: Execução Fiscal - Massa Falida

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Denise Arruda, José Delgado e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux.

Brasília, 05 de junho de 2007

MARIA DO SOCORRO MELO Secretária

Referências

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