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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Sport Lisboa e Benfica (Lisboa)

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Academic year: 2021

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Instituto Politécnico da Guarda

R E L AT Ó R I O D E E S T Á G I O

RICARDO MIGUEL TINTA CORREIA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DA LICENCIATURA EM DESPORTO

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Instituto Politécnico da Guarda

R E L AT Ó R I O D E E S T Á G I O

Escola de Futebol Geração Benfica de

Lisboa/Seixal - Sport Lisboa e Benfica

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I

Ficha Técnica

Instituição: Instituto Politécnico da Guarda

Escola: Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto Endereço: Av. Dr. Sá Carneiro 50, 6300-559 Guarda

Telefone: 271220135; Fax: 271220111; E-mail: ipg@ipg.pt

Docente orientador de estágio: Professora Natalina Roque Casanova Telefone: 271220135; E-mail: rocasa@ipg.pt

Discente: Ricardo Miguel Tinta Correia Nº de aluno: 5007132

Telemóvel: 913987225; E-mail: r.correia1992@gmail.com Instituição de Estágio

Endereço: Estádio do Sport Lisboa e Benfica, Av. General Norton de Matos, 1500-313 Lisboa - Portugal

Telefone: 707 200 100; E-mail: escoladefutebol@slbenfica.pt Web: http://www.slbenfica.pt/

Coordenador Executivo: Professor Fernando Pinto Coordenador Técnico: Professor António Fonte Santa Orientador na Instituição: Professor António Fonte Santa E-mail: afontesanta@slbenfica.com

Atividades do Projeto: Realização e planeamento de sessões de treino, organização de atividades e torneios internos, participação em torneios externos, organização de documentos, auxilio na coordenação de projetos internos

Público-alvo: Crianças nascidas entre 2009 e 1994

Duração do Estágio: 37 semanas (cerca de 15 horas semanais) Data de Início: 27 de Setembro de 2012

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II

A g r a d e c i m e n t o s

Passada esta pequena grande etapa da minha vida, gostaria de manifestar a minha gratidão para com aqueles contribuíram de uma forma ou de outra para o sucesso que tive na realização do meu trabalho.

Um grande obrigado desde já ao professor Fonte Santa, por me ter auxiliado e orientado nesta importante tarefa, que é por em prática os conhecimentos adquiridos. Obrigado pelas oportunidades, conselhos e ensinamentos!

Também um especial obrigado ao João Gião, ao Fernando Pinto e ao Hélder Escobar pela confiança depositada, e pelas oportunidades proporcionadas.

À professora Natalina Casanova, pela disponibilidade, ajuda e supervisão durante este importante ano.

Aos treinadores da EFGB de Lisboa, pelas sessões, conhecimentos e experiências que me transmitiram, em especial aos treinadores Igor, Rui, Videira, Paulo, João e Pedro.

Um grande obrigado aos meus jovens jogadores/alunos, que sem eles nada seria possível. Agradeço todas as vossas situações, inclusive as menos positivas, que me permitiram crescer.

A todos os professores de Desporto da ESECD, em especial ao professor Carlos Sacadura, pela disponibilidade e ajuda em certas dificuldades futebolísticas que apareceram durante o ano.

A toda a minha família, em especial aos meus pais, avós e irmã. Sem eles nada seria possível, nem em termos monetários nem em termos emocionais. Serão sempre aquele grande pilar para me sustentar.

Aos meus colegas e amigos, com destaque para o meu parceiro de estágio André Neves, para a Flávia Frazão, para a Jessica Santos, para a Ana Castro e para o Fábio Santos, pela amizade, pelas experiências e porque mostraram que mesmo com a distância, amigo é amigo!

Por fim, e não menos importante, quero agradecer à minha namorada, Tânia Barbosa, pela ajuda, paciência e por ter estado sempre presente.

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III

R e s u m o

A Escola de Futebol Geração Benfica de Lisboa e Seixal abriu-me as portas a um vasto leque de experiências que me permitiram crescer enquanto profissional e enquanto pessoa, durante a realização do meu estágio curricular. Experiências essas que foram desde treinos, ao acompanhamento de crianças a jogos, à organização de documentos, a comemoração de dias especiais, ao projeto elites, a formações e outras. Os objetivos estabelecidos inicialmente foram, na sua maioria atingidos, destacando sobretudo o sucesso que obtive na aplicação da teoria à prática.

No que toca ao treino e ensino do futebol, a metodologia da EFGB é bastante clara: formas jogadas que estimulem o jovem a aprender através da descoberta guiada, e que assenta numa formação não apenas física e técnica mas também psicológica e social. A dedicação e o empenho por parte do treinador são fundamentais para a conquista dos objetivos propostos, bem como a sua forma de motivação dos jovens.

Foram estas experiências tão diversificadas, através de um sistema de meritocracia (onde é valorizado o mérito e o empenho), que fizeram com que hoje eu seja um futuro profissional da área do desporto preparado para enfrentar as mais diversas adversidades que a vida tem para nos proporcionar.

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IV

Í n d i c e G e r a l

Agradecimentos ... II Resumo ... III Índice de Ilustrações ... VII Índice de Imagens ... VIII Índice de Tabelas ... IX

Introdução ... 1

Parte I - Revisão Bibliográfica ... 3

1.A prática desportiva nos jovens ... 4

1.1.O treinador ... 5

1.1.1.Tipos de comportamento do treinador ... 8

1.1.2.Tipos de treinador - comunicação ... 8

2.O futebol ... 10

2.1.Planeamento do treino e sessões ... 11

Parte II - Contextualização do Local de Estágio ... 14

1.Caracterização do local de estágio... 15

1.1.Lisboa ... 15

1.2.Seixal ... 15

2.Historial do Sport Lisboa e Benfica ... 16

2.1.Simbologia ... 16

2.2.O clube ... 17

3.Caracterização da rede de Escolas de Futebol Geração Benfica ... 17

3.1.Metodologia de treino das EFGB ... 18

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V 4.1.Organograma ... 19 4.2.Instalações ... 20 4.2.1.Lisboa ... 20 4.2.2.Seixal ... 20 4.3.Recursos Humanos ... 21 4.4.Recursos Materiais ... 21 4.5.Escalões e Turmas ... 23 4.5.1.Seleções ... 24 4.5.2.Mensalidades ... 24

Parte III - Atividades de Estágio... 25

1.Objetivos ... 26 1.1.Objetivos gerais ... 26 1.2.Objetivos Específicos ... 26 2.Planeamento ... 27 2.1.Horário – 1º semestre ... 28 2.2.Horário – 2º semestre ... 29 3.Atividades desenvolvidas ... 30 3.1.Treinos ... 30 3.1.1.Turmas ... 30 3.1.2.Avaliações ... 32 3.1.3.Dias comemorativos ... 33

3.2.Acompanhamento de equipas a jogos ... 33

3.3.Convívios entre escolas de futebol ... 35

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VI

3.5.Liga Geração Benfica ... 36

3.6.Dia do Guarda Redes ... 36

3.7.Encontro de futebol feminino do dia da mulher ... 37

3.8.Dia da criança ... 38

3.9.Distribuição de folhetos do Campo de Férias ... 38

3.10.Acompanhamento de crianças aos jogos da equipa sénior ... 39

3.11.Formação de estagiários ... 39

3.12.Formação no IPG ... 40

3.13.O projeto Elites EFGB ... 40

3.14.Treino a equipa americana de sub 15 ... 43

3.15.Trabalho de secretaria ... 43

3.16.Estratégia motivacional de treinadores ... 44

3.16.1.Convivio futebolístico de sexta-feira ... 44

3.16.2.Festa de Natal ... 44

3.16.3.Bilhetes para jogos da equipa sénior ... 44

Parte IV - Reflexão Final ... 45

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VII

Í n d i c e d e I l u s t r a ç õ e s

Ilustração 1 - Símbolo do SLB em 1908 e atual. Fonte: http://www.slbenfica.pt/ ... 16 Ilustração 2 - Organograma da EFGB Lisboa/Seixal – Fonte: EFGB Lisboa/Seixal ... 19

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VIII

Í n d i c e d e I m a g e n s

Imagem 1 - Campo sintético do Estádio da Luz - Fonte: própria ... 20

Imagem 2 - Campos sintéticos do CFC - Fonte: André Neves ... 20

Imagem 3 - Arrecadação de material do sintético do Estádio da Luz - Fonte: própria ... 22

Imagem 4 - A turma 51A e 59A e os seus treinadores - Fonte: Ivo Fernandes ... 31

Imagem 5 - Equipa EFGB que defrontou o Palmense - Fonte: própria ... 33

Imagem 6 - Equipa EFGB que participou no mini torneio de Agualva – Fonte: própria .... 34

Imagem 7 - Equipas da EFGB e do Fabril que participaram em encontro - Fonte: Fabril .. 35

Imagem 8 - Momento de jogo da Liga Interna - Fonte: própria ... 35

Imagem 9 - Guarda redes efetuando exercício no Dia do Guarda Redes - Fonte: EFGB Olivais ... 37

Imagem 10 - Equipas femininas da EFGB - Fonte: João Videira ... 37

Imagem 11 - Acompanhamento das crianças ao jogo do SLB contra o Futebol Clube do Porto - Fonte: própria ... 39

Imagem 12 - Momento teórico da formação de estagiários - Fonte: própria ... 40

Imagem 13 - Formação de coordenadores em Braga - Fonte: própria ... 41

Imagem 14 - Participantes no Dia do Guarda Redes do Norte - Fonte: EFGB de Famalicão ... 41

Imagem 15 - Jovens que participaram no treino experimental da EFGB de Aveiro - Fonte: Casa do Benfica de Aveiro ... 42

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IX

Í n d i c e d e Ta b e l a s

Tabela 1 - Lista de material das EFGB de Lisboa e Seixal. Fonte: Própria ... 22 Tabela 2 - Escalões e turmas da EFGB de Lisboa e Seixal – Fonte: EFGB Lisboa/Seixal . 24 Tabela 3 - Mensalidades da EFGB Lisboa/Seixal - Fonte: EFGB Lisboa/Seixal ... 24 Tabela 4 - Horário do 1º semestre – Fonte: própria... 28 Tabela 5 - Horário do 2º semestre – Fonte: própria... 29

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X

Lista de Abreviaturas

SLB – Sport Lisboa e Benfica

EFGB – Escola de Futebol Geração Benfica CFC – Caixa Futebol Campus

ESECD – Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto IPG – Instituto Politécnico da Guarda

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1

I n t r o d u ç ã o

Na área do desporto, bem como na maioria das áreas, um profissional nunca está atualizado, pois novos conceitos, técnicas e teorias surgem diariamente. Por isso, é importante para um futuro licenciado em desporto manter-se em constante atualização, manter-se num processo contínuo de aprendizagem e formação, sem nunca fechar as portas ao conhecimento. Cabe depois ao técnico desportivo, transferir os seus conhecimentos teóricos para a prática, e a forma como isso é feito é o que distingue um excelente profissional de um profissional razoável.

Posto isto, e porque uma intervenção prática é sempre aquela que nos proporcionas experiencias mais marcantes, esta etapa de estágio que marca o final da minha licenciatura em desporto irá fazer com que, após a finalização da mesma eu ganhe uma perceção para que tenha de me manter em constante aprendizagem. O meu processo de ensino não termina por aqui, mas, o estágio realizado no Sport Lisboa e Benfica, mais propriamente na Escola de Futebol Geração Benfica de Lisboa e do Seixal, foi o que me deu a oportunidade de aplicar os meus conhecimentos teóricos na prática.

O estágio no Sport Lisboa e Benfica foi uma escolha pessoal, visto que apesar de nunca ter praticado futebol federado, sempre admirei o trabalho de um treinador de futebol e sobretudo sempre admirei quem trabalha com jovens. Sendo assim, e também um pouco influenciado pela escolha do mesmo local de estágio pelo meu colega de estágio André Neves, decidi partir para este projeto. Propus-me então a cumprir os meus objetivos, que passariam sobretudo pela aplicação prática dos conhecimentos teóricos, pela aquisição de novos conhecimentos e competências, pela aquisição dos métodos e das estratégias que se utilizam no trabalho com jovens, pelo entendimento dos relacionamentos interpessoais entre colegas de trabalho, pelo conhecimento a nível organizativo, coordenativo e prático da instituição acolhedora e por último, gostaria de proporcionar aos alunos do IPG um momento de formação dada por treinadores do SLB.

Como consta no plano de estágio (que poderá ser consultado em anexo), os meus objetivos passavam ainda pelo auxílio/assessoria do treinador principal não apenas no

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2 planeamento mas também na operacionalização do treino. Este seria o principal objetivo proposto na linha de partida.

Para relatar as atividades e aquilo que foi o meu estágio, dividi o presente relatório em quatro partes distintas: a revisão bibliográfica (parte I), a contextualização do local de estágio (parte II), as atividades desenvolvidas (parte III) e a reflexão final (parte IV).

Na primeira parte, a revisão bibliográfica, optei por consultar e debruçar-me sobretudo por obras e artigos que vão de encontro à minha maneira de ver o ensino do futebol, a postura do treinador e a importância da prática desportiva nos jovens.

Na segunda parte, a contextualização do local de estágio, elaborei uma caracterização do meu local de estágio, ou seja, uma breve contextualização das localidades onde estagiei, uma caracterização da Rede de Escolas Geração Benfica, e mais aprofundadamente da EFGB de Lisboa/Seixal, uma descrição das suas metodologias de trabalho e dos recursos que dispõem.

Na terceira parte caracterizei as atividades que realizei durante todo o período de estágio, desde as mais significativas, às mais superficiais.

Na quarta parte realizo uma reflexão do meu trabalho durante toda esta época, uma auto avaliação e perspetivo melhorias que poderiam ocorrer.

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3

P

ARTE

I

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4

1 . A p r á t i c a d e s p o r t i v a n o s j o v e n s

Segundo a cartilha da prática desportiva juvenil (citada por Adelino et al., 1999), a prática desportiva nos jovens tem vinte pontos fundamentais, entre eles o contributo para o desenvolvimento global e harmonioso dos jovens, não só a nível físico mas também intelectual, emocional, social e cívico. Também é importante que as oportunidades da prática sejam adequadas ao seu grau de maturidade, e que, a prática em si, seja supervisionada por técnicos formados e qualificados. Esta cartilha solicita que sejam estimulados hábitos de prática nos jovens, para que lhes seja permitido desenvolver habilidades, capacidades e valores, como é o caso específico da lealdade. Mas, a meu ver, o ponto mais importante desta cartilha é o ponto 9: «Distinguir-se substancialmente da prática desportiva dos adultos, adoptando modelos de preparação e competição próprios, cujos objectivos e características dominantes sejam construídos a partir dos interesses e necessidades dos praticantes, evitando o predomínio dos interesses dos adultos (treinadores ou pais) ou da modalidade». É essencial que se entenda ainda, que se uma criança ou jovem obtiver resultados ótimos durante a prática, não quer dizer que os venha a obter depois, enquanto adulto.

A prática desportiva juvenil deve visar sobretudo a prática de lazer, o desenvolvimento de capacidades e habilidades e dos valores. A competição deve ser vista como algo secundário.

Martens (1999), considera o treino dos jovens como «um pau de dois bicos». Se a forma como é direcionado o treino for correta, os efeitos poderão ser muito positivos nos jovens, no entanto, se for aplicado de forma errada, os efeitos poderão ser bastante prejudiciais nos praticantes. Este autor deixa bastante claro, que no caso específico dos jovens, «primeiro os praticantes, depois as vitórias».

Segundo Serpa (2003), o treino dos jovens está diretamente relacionado com o papel e as expressões do treinador, isto no que toca às primeiras fases da carreira do praticante. O jovem pode ou não vir a atingir a alta competição, dependendo das suas motivações e capacidades. O trabalho realizado pelos treinadores nas idades mais jovens não deverá ter a perspetiva que vise a alta competição. Esta ideia seria errada e perigosa. O domínio do treino de crianças e jovens exige competências específicas que devem ser adquiridas na formação dos técnicos, sendo que são aprofundadas por uma experiência de formação continua.

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5 O mesmo autor (Serpa, 2003), enumera um conjunto de fatores que levam os jovens ao abandono da modalidade que praticam: pouco tempo de envolvimento na prática, insucesso, falta de evolução na atividade, falta de divertimento, aborrecimento, lesões e falta de encorajamento.

1.1.O treinador

Segundo diversos autores (Adelino et al., 1999), o treinador tem diversas responsabilidades no ensino e na formação geral dos jovens. No entanto, a sua transmissão de conhecimentos e de valores será baseada na prática desportiva. A nível social, o treinador tem o dever de desenvolver no jovem os aspetos físicos, psíquicos e sociais, a noção de responsabilidade, solidariedade e cooperação, a formação cívica e a atitude ética e a saúde.

No que toca ao sistema desportivo, o treinador deve criar no treino um ambiente agradável, que proporcione ter cada vez mais e melhores praticantes. O treinador deve ainda respeitar os seus praticantes, sendo que tem consciência das suas fases de desenvolvimento biológico. Cabe ao treinador estimular o jovem a que este desenvolva mas sem o prejudicar, sobrecarregando-o com treino.

Ao nível da cidadania e ao nível pessoal, o jovem verá o treinador como um exemplo, por isso o papel do treinador terá de ser exemplar, ajudando o jovem a estruturar a sua personalidade.

As funções do treinador passam significativamente os campos físicos, técnicos e táticos. (Adelino et al., 1999)

Martens (1999), considera a formação dos treinadores como uma das atividades mais determinantes para um exemplar interveniência no treino dos jovens. Antes de iniciar o ato de treinar, cada treinador deverá decidir qual a razão, e, de que maneira irá exercer a sua função: o objetivo será ganhar, será ajudar os praticantes a terem prazer na atividade, ou, será contribuir para o desenvolvimento dos jovens quer a nível físico, psicológico e social? O principal objetivo deveria ser o último, visto que estamos a falar de jovens, muito tempo terão para ganhar, deverão sim, ser desenvolvidas as suas características físicas, psicológicas e

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6 sociais, mas, no entanto, tal não se aplica globalmente na realidade. Muitas vezes a vitória é posta em primeiro lugar do que o desenvolvimento, naquilo que é a hierarquia das prioridades do treinador para com a criança.

Segundo Curado (1982), o treinador tem de lidar com uma vastíssima gama de implicações que dizem respeito ao aperfeiçoamento do ser humano. Este autor considera difícil ver a função de treinador ser desempenhada por alguém apenas com uma formação na base daquilo que foram enquanto praticantes. A formação terá de ser contínua, respeitando o sucessivo e lógico encadeamento dos seus conhecimentos. Curado defende ainda que, o treinador não é apenas um orientador de sessões de treino e de jogos. Tem como papel principal a difusão e divulgação da atividade desportiva. O treinador através das suas ações, educa e forma, não só os desportistas mas também os dirigentes, os espectadores, e outros. A influência de um treinador é direta aos seus desportistas e indireta nos seus familiares e amigos. Treinador é aquele que está em contacto direto e permanente com os seus desportistas. Em suma, um treinador deverá ser um técnico, um organizador e um condutor de homens.

Já mais recentemente, Araújo (2009), também defende que um excelente atleta nem sempre terá garantias que poderá ser um excelente treinador. Pode não ter capacidades para ensinar, ou criar os climas próprios de aprendizagem e treino. É necessário então, o treinador dominar a lógica pedagógica do ensino, saber tomar decisões, ter coerência, ter uma boa organização de treino, ter um elevado espirito de liderança (e mais do que isso ainda, saber como liderar), saber comunicar com todos os intervenientes da sua função (dirigentes, técnicos, jogadores, familiares, agentes, jornalistas, entre outros), ter uma boa análise de jogo, conseguir gerir as pressões competitivas, conseguir controlar a concentração e as emoções. Este autor destaca ainda o papel de desenvolvedor de competências que tem um treinador, não apenas a nível físico, técnico e tático, mas também a nível social e emocional.

Ao treinador do século XXI, exige-se-lhe um desempenho onde, «mais do que actuar de modo autoritário, ele veja a sua autoridade reconhecida, reconhecendo-se a si próprio e às necessidades de realização, auto-estima e segurança social que, como qualquer outro cidadão, norteiam a sua actividade, desenvolvendo a sua acção com o objectivo natural de

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7 ter sucesso (realização), “gostando de si próprio” (auto-estima), necessitando para isso de pertencer a um grupo profissional socialmente dignificado.» (Araújo, 2009:44)

Ser treinador implica a necessidade de serem desempenhadas, pelo menos, seis tipos de funções: líderes, professores, organizadores/planificadores, motivadores, guias/conselheiros e disciplinadores. (Araújo, 2009)

Cook (2008), afirma que o bom treinador deverá esforçar-se para que os seus jogadores tenham um ambiente de aprendizagem eficaz, promovendo a segurança, o divertimento, e o seguimento de objetivos e metas, garantindo o progresso.

Segundo Fonte Santa (2004), um bom treinador ou um bom técnico desportivo, sobretudo ao nível do treino de crianças e jovens, deve ter a consciência que o seu trabalho não será apenas na área do treino físico. O técnico terá de desempenhar uma função de transmissão de conhecimentos e valores a nível social, educativo, formativo e desportivo, devendo possuir uma série de aspetos importantes: Bom senso, formação específica na modalidade, formação no terreno, formação académica, experiência e talento na condução de grupos, experiência de jogo como jogador e uma enorme satisfação pela atividade que desenvolve.

Este autor considera ainda que o bom senso é a base de todo o trabalho, não só no futebol. Isto traduz-se na forma em que estamos perante tudo e todos, sabendo “ver e ler” com objetividade e distanciamento, saber decidir, sem qualquer tipo de medo, saber quando e o que escolher, alterar o que quer que seja, quando justificável. Fonte Santa (2004) assegura que a experiência como jogador de campo não é, de longe, a característica mais importante para um técnico. No entanto, auxilia na previsão, identificação e antecipação de situações que podem ocorrer nos jogos ou treinos.

Serpa (2003), afirma que o treinador terá a obrigação de motivar os seus jogadores, tendo ao seu dispor um conjunto variado de ferramentas: estabelecer claramente objetivos desafiáveis da tarefa, atribuir recompensas simbólicas à realização e não ao resultado obtido, utilizar reforços verbais e não verbais, analisar as causas do desempenho e promover expectativas positivas. O mesmo autor declara que um treinador tem de promover que os seus jogadores, e sobretudo nos mais jovens, treinem para a autonomia, para a autossuperação e que treinem as suas competências no que toca à resolução de problemas. Além de tudo isto,

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8 um treinador terá ainda de motivar os jovens à prática através das seguintes componentes: adesão à prática, continuidade na prática, empenhamento na prática e finalidade da prática. Estas componentes são fiáveis se o treinador estimular os fatores que farão com que os jogadores se entreguem. Refere-se então à afiliação, ao desenvolvimento das competências técnicas, à vivência de experiências excitantes, ao aumento da condição física e à libertação de energias através da prática.

1.1.1.Tipos de comportamento do treinador

Martens (1999), referencia-nos três tipos de treinadores:

 O autoritário: o que toma todas as decisões sem consultar os jovens. Parte do princípio que sabe tudo e que os jovens estão lá para aprender;

 O permissivo: tem uma atitude passiva e pode ser visto como um preguiçoso. Deixa os jovens fazerem aquilo que querem e só em casos de perigo é que intervém.  O democrático: partilha com os jovens os aspetos da vida do grupo, tenta encontrar o

momento mais adequando para intervir e, possibilita aos jovens a sua participação na tomada de decisões, atendendo ao nível de maturidade que estes possuem.

O treinador mais adequado para os jovens será o democrático, visto que obriga a que os jovens decidam, ouçam e se façam ouvir, que respeitem.

1.1.2.Tipos de treinador - comunicação

Segundo Martens (1999), existem cinco tipos de treinador, ao nível da comunicação:  Treinador convencido: acha que sabe tudo, exige permanentemente o respeito por parte dos jogadores mas nunca demonstra o respeito mútuo. Este tipo de treinador vai ter dificuldades em conseguir ser credível junto dos seus jogadores.

 Treinador das más notícias: as palavras e as atitudes deste treinador são sempre negativas. Estão sempre a criticar e não conseguem elogiar em nenhuma situação.  Treinador juiz: avalia permanentemente os seus jogadores mas não instrui. A culpa é

sempre dos jogadores, e eles estão sempre mal, mas nunca lhes diz como fazer bem. Não existe feedback.

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9  Treinador inconstante: este tipo de treinador tem um comportamento bipolar. Um dia diz uma coisa e no outro dia já diz outra. Um dia age de uma forma e no outro age de forma diferente. Não é coerente na forma como comunica.

 Treinador fala-barato: está sempre a falar e, está tanto tempo ocupado a falar que nunca consegue ouvir. Sabe tudo e está sempre a dar indicações aos seus praticantes sem nunca os escutar.

Martens (1999) nomeia estes tipos de treinadores no que toca à comunicação mas não procura que nos identifiquemos com nenhum deles. Procura sim que encontremos em nós características de algum destes tipos para que possamos melhora-las. São então apresentadas as seguintes soluções e características que um treinador deve possuir na forma como fala e age, ou seja, na forma como comunica:

 Partilhar com os praticantes a tomada de decisões;

 Os praticantes respeitam aqueles que sabem ensinar corretamente os elementos da modalidade que escolheram. Quer isto dizer que devemos respeitar para ser respeitados;

 Ser justo, ter sinceridade, ser digno de confiança;  Ser capaz de expressar entusiasmo, amizade e empatia;  Utilizar uma abordagem positiva nas questões;

 Fornecer feedbacks descritivos e prescritivos;  Ser coerente;

 Manter palavra;

 Reconhecer a importância de ouvir;

 Estar concentrado quando se está a ouvir os outros;  Entender o significado do que foi ouvido;

 Não interromper;  Saber questionar.

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10

2 . O f u t e b o l

Segundo Soares (2005), o futebol é uma modalidade que requer por parte do jogador várias capacidades, entre as quais se destacam a competência técnica, a compreensão tática do jogo, a atitude mental centrada no rendimento e também uma excelente condição física. O jogo tem uma duração oficial de 90 min (no caso dos seniores), é realizado a uma intensidade elevada, numa forma intermitente e com sequências aleatórias de momentos de esforço e de repouso.

Garganta (2002), refere que o futebol tem hoje um lugar importante na sociedade, visto que, mais do que um espetáculo desportivo, esta modalidade é também um meio de educação física e desportiva e tem também uma área científica bastante explorada. O futebol é um desporto coletivo, em que para se atingir o objetivo principal, o golo, é necessária a relação de oposição entre os elementos das duas equipas em confronto e a cooperação entre os elementos da mesma equipa. Se for observado um jogo de futebol minimamente organizado, mesmo que as equipas em confronto não estejam distinguidas pelo equipamento, é possível, após uns momentos, identificar os jogadores de cada lado. Segundo este autor, podemos verificar isto, pois a «referida relação de oposição/cooperação, para ser sustentável e eficaz, reclama dos jogadores comportamentos congruentes com as sucessivas situações do jogo, de acordo com os respectivos objectivos de sinal contrário de cada uma das equipas».

O mesmo autor (Garganta, 2002) defende que os jogadores devem ter uma adequada capacidade de tomada de decisão, visto que o primeiro problema a resolver é de natureza tática, seguido de uma realização da ação através de recursos motores (técnica).

Fonte Santa (2004) afirma que o futebol sofre uma constante evolução e vai-se transformando numa estrutura complexa, resultante da resposta a uma variedade de estímulos que surgem: a bola e o seu movimento (apreciação de trajetórias); do campo e terreno de jogo (orientação espacial); das balizas (finalização); dos companheiros (cooperação, cumplicidade, princípios gerais e específicos do jogo de futebol); dos adversários (conhecimento do oponente); do árbitro, do dirigente, do treinador, em suma, do meio.

O mesmo autor (Fonte Santa, 2004), refere que o percurso de aprendizagem no futebol, e no desporto, exige que se estabeleçam processos de planeamento e uma clara

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11 definição de objetivos. O futebol é uma modalidade com grande penetração, exigindo cada vez mais melhores técnicos, melhores estruturas qualificadas, que suportem e desenvolvam os jovens. Sendo assim, as metodologias de treino têm sido atualizadas, fruto de pesquisas e de boas relações entre técnicos de todas as áreas, treinadores e jogadores. Esta ligação tem permitido com que se consigam estabelecer linguagens comuns e «abolir ambiguidades e receios, levando-nos a um sistema claro e racional do que deve ser o treino desportivo desde a formação à alta competição.»

2.1.Planeamento do treino e sessões

Curado (1982), refere que existem diversas etapas prévias antes de podermos planear sessões de treino:

 Analisar as situações anteriores (jogos, treinos, entre outras atividades);  Conhecer detalhadamente os modelos de jogo e de treino do futebol;

 Caracterizar a equipa individualmente e coletivamente, utilizando os dados dos pontos anteriores e registando em fichas destinadas para esta finalidade;

 Estabelecer objetivos de treino/preparação (objetivos que podem ser para o grupo ou para um jogador só; de carácter físico, tático, técnico, psicológico e teórico-metodológico), objetivos de performance/competição (objetivos relacionados com a classificação) e a conceção de jogo (planificação a longo prazo);

 Conhecer o calendário competitivo;

 Programação dos índices de forma desportiva (verificar os momentos em que os jogadores terão de estar em melhor forma e programar como eles a atingirão);  Estabelecer indicadores de preparação para cada mesociclo (número de dias de

preparação, sessões de treino, jogos e competições, dias de descanso, entre outros);  Estabelecer indicadores de esforço para os mesociclo (tempo para trabalhar as ações

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12  Provas de controlo, ou seja, avaliações (avaliar e registar o resultado de cada atleta é importante, mas a avaliação deverá ser feita oportunamente, em função da divisão dos mesociclo);

 Controlo médico (aqui também as datas terão de ser oportunas, como por exemplo antes do início do período preparatório, antes de um período competitivo ou antes de um período transitório);

 Meios de manutenção e de recuperação da capacidade de esforço;

 Assistência científico-metodológica, que poderá ser em laboratório (testes físicos, análises bioquímicas) ou no terreno (através da observação e recolha de dados para tratamento estatístico);

 Aspetos materiais e administrativos (saber com o quê e com quem podemos contar, ter consciência do que está á nossa disposição para a realização das sessões de treino e para a realização do planeamento a longo prazo);

 Escrever o plano de treino da sessão (acompanhado da parte descritiva e da parte gráfica), sendo que escreveu e analisou anteriormente os planos e objetivos do mesociclo.

Segundo Cook (2008), o treinador deve planear a sessão de treino com antecedência, decidindo quais as técnicas ou tópicos que deseja ensinar aos seus jogadores. Pode selecionar combinações de exercícios que pretende utilizar na sessão e deve chegar mais cedo ao local de treino, garantindo que prepara o espaço e o equipamento a utilizar na sessão. A organização contribui normalmente para que haja um treino produtivo e motivador.

Um treinador deve ter atenção a quatro aspetos fundamentais na sessão de treino: às bolas, ao equipamento, ao espaço e, à quantidade de jogadores (Cook, 2008).

 As bolas são o material mais utilizado durante um treino de futebol contemporâneo. Devemos assegurar a qualidade destas, dando atenção especial ao seu tamanho e peso, que se deverá adaptar à idade dos jogadores. Se tivermos uma grande variedade de bolas pode ser positivo, visto que podemos utiliza-las para treinar a imprevisibilidade, por exemplo. O mudar de tipo de bola constantemente pode também motivar os

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13 jogadores, sobretudo nas idades mais jovens, pois a sua evolução será mais rápida e ganharão diferentes tipos de sensibilidades.

 O equipamento, no caso específico do futebol jovem, deverá ser de diversas cores e deverá ser tudo instalado com a maior segurança. O treinador deverá incutir desde cedo nos seus jogadores o hábito de ajudar a instalar e a arrumar o material de treino, e tornar isso um momento de reforço pedagógico, como por exemplo efetuar uma competição no final do treino para ver quem consegue arrumar mais material (nas idades mais tenras) ou dizendo que determinado jogador naquela sessão não terá de arrumar material porque foi um exemplo a seguir durante todo o treino. Existem diversas estratégias para utilizar no que toca à relação treinador/material/jogador.  No que toca ao espaço, o treinador deverá observar quanto este será necessário aos

jogadores para realizarem os exercícios com a eficácia pretendida, fazendo o mesmo com o tempo. O espaço depende do tamanho dos jogadores, da maturidade dos mesmos, das suas idades, níveis técnicos e táticos. O treinador deve estar à vontade para alterar o espaço sempre que necessário, mesmo que tal não esteja planeado. O mesmo se aplica ao tempo, que pode ser gerido de acordo com o sucesso ou insucesso de determinada tarefa.

 A quantidade de jogadores em cada exercício deverá ser relativamente pequena, para que todos possam ter muitas oportunidades para praticar a técnica e melhorar as suas capacidades e qualidades. O tempo de empenhamento motor deverá ser o máximo possível, contrariando as longas e chatas filas de espera. No entanto, deveremos ter cuidado para que o extremo também não aconteça, ou seja, para que os jovens não treinem sem descansar, fazendo com que fiquem exaustos fisicamente e psicologicamente. O treino deve ter momentos mais e menos intensos, para que os jogadores não fiquem com um cansaço extremo. Um exercício não deve ser executado durante muito tempo, para que os jogadores não se aborreçam, sendo que o treinador tem o papel de motivar constantemente.

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14

P

ARTE

II

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1 . C a r a c t e r i z a ç ã o d o l o c a l d e e s t á g i o

1.1.Lisboa

Segundo a Grande Enciclopédia Universal (2004), Lisboa situa-se na margem norte do Rio Tejo, a 15 km da sua foz. É capital de distrito e de Portugal. Tem cerca de 565 mil habitantes e, juntando a sua área metropolitana apresenta quase 3,5 milhões de habitantes (mais de um terço da população portuguesa).

Além de ser o principal centro político e administrativo de Portugal, Lisboa é também um importante centro industrial, sobretudo no setor alimentar, têxtil, químico, mecânico, petroquímico, do papel, do vidro e das cerâmicas. Graças à sua localização na extremidade continental junto ao Oceano Atlântico, a cidade tem também um papel essencial ao nível comercial. Lisboa é ainda centro de grande parte da vida cultural do país. A maior parte da riqueza nacional está aqui situada, sendo que o setor de atividades mais desenvolvido é o terciário (comércio e serviços).

1.2.Seixal

Situada a sul do Rio Tejo, esta localidade tem cerca de 2500 habitantes. É ainda sede de concelho, onde residem aproximadamente 153000 habitantes, numa extensão de 93km2. Pertence ao distrito de Setúbal, e ao mesmo tempo, à área metropolitana de Lisboa. O seu setor de atividade é sobretudo o secundário (industrial), e polariza-se sobretudo em volta da Siderurgia Nacional. O acesso principal a Lisboa é pela Ponte 25 de Abril e como alternativa existe a ponte Vasco da Gama. Grande parte da população desta região trabalha na capital portuguesa. (Grande Enciclopédia Universal, 2004)

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2 . H i s t o r i a l d o S p o r t L i s b o a e B e n f i c a

Segundo o site oficial do Sport Lisboa e Benfica (consultado a 18 de Fevereiro de 2013), o SLB foi fundado a 28 de Fevereiro de 1904. Inicialmente detinha apenas o nome de Sport Lisboa. Este clube surge, após um treino matinal, na Farmácia Franco, onde foi realizada uma reunião com 24 elementos que são considerados os fundadores. A ideia da formação do clube, foi surgindo nos meses anteriores através da junção de dois grupos que treinavam e jogavam em Belém: os Catataus, os irmãos Rosa Rodrigues, moradores do prédio Farmácia Franco, e os empregados da farmácia, e, o segundo grupo, a Associação do Bem, que era formada por ex-casapianos.

A 13 de Dezembro de 1903, após um jogo entre os Catataus com o reforço da Associação do bem contra o Grupo dos Pinto Basto (onde os primeiros venceram por 1-0 contra a equipa que tinha até jogadores ingleses), seguiu-se um almoço no Café do Gonçalves, onde a equipa vitoriosa celebrou o triunfo e onde se sugeriu a criação de uma nova equipa, tornando então efetiva a ligação estabelecida. Nos seguintes meses, foram-se delineando objetivos e definindo os símbolos do clube, o nome, as cores, o emblema e a 28 de Fevereiro de 1904 dá-se então a tão esperada reunião que marcou o nascimento do Clube que viria a ser o Sport Lisboa e Benfica, também conhecido por Glorioso.

2.1.Simbologia

Segundo site oficial do Sport Lisboa e Benfica (consultado a 18 de fevereiro de 2013), o vermelho é símbolo da vivacidade, da alegria. A águia simboliza a independência, autoridade e nobreza. A roda e a bola são símbolos das primeiras modalidades do clube, e, a faixa significa a união e a cooperação (E pluribus unum – De todos um).

Ilustração 1 - Símbolo do SLB em 1908 e atual. Fonte: http://www.slbenfica.pt/

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2.2.O clube

O SLB tem como sua casa o Estádio da Luz, remodelado há poucos anos para servir como estádio ao Europeu de Futebol (Euro 2004). Além do futebol, considerada a principal modalidade do clube, o SLB tem-se focado também noutras como o hóquei em patins, o futsal, o andebol, o basquetebol, o triatlo, o atletismo, o voleibol e outras. O centro de estágios do clube tem a sua localização no Seixal, e denomina-se de Caixa Futebol Campus. Existem órgãos de comunicação social próprios do clube, como é o caso da Benfica TV, do Jornal Benfica e da Revista Mística.

O Benfica é conhecido em todo o mundo, sobretudo na europa, pelos seus feitos e pelos títulos conquistados principalmente no futebol, durante o século XX, em que o clube contabilizou duas Taças dos Campeões Europeus, a maior competição de clubes da Europa. A sua grandiosidade faz com que seja dos clubes do mundo com mais adeptos e sócios. (Site oficial do Sport Lisboa e Benfica, consultado a 18 de fevereiro de 2013)

3 . C a r a c t e r i z a ç ã o d a r e d e d e E s c o l a s d e

F u t e b o l G e r a ç ã o B e n f i c a

O Sport Lisboa e Benfica tem a sua rede de escolas, denominada de Escolas de Futebol Geração Benfica. Estas escolas estão localizadas de norte a sul de Portugal continental e têm como objetivo expandirem-se também para outros pontos do globo.

A rede de escolas é dirigida a partir do Estádio da Luz, sendo que, cada EFGB tem o seu ou seus coordenadores. É uma rede de franchising, sendo que a formação proporcionada aos treinadores e coordenadores de cada EFGB fica a cargo do SLB. Cada escola é também avaliada regularmente por um assessor de coordenação/técnico de prospeção da rede de escolas. Pretende-se que a metodologia de treino das EFGB seja a mesma e que a qualidade de treino seja a melhor possível.

Atualmente existem 35 EFGB, sendo que 14 estão situadas na zona metropolitana de Lisboa. (Site oficial do Sport Lisboa e Benfica, consultado a 18 de fevereiro de 2013)

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3.1.Metodologia de treino das EFGB

Segundo Fonte Santa (2004), a metodologia do treino, nas EFGB, passa por um ensinamento através de jogos ou formas jogadas, utilizando meios, métodos e estratégias atualizadas e onde os aspetos cognitivos e psicológicos e emocionais do praticante são fundamentais, como é o exemplo da capacidade de decisão, a cooperação, a compreensão, a criatividade, entre outras características. Este autor cita Garganta, afirmando que os meios, métodos e estratégias mais adequadas «passam por interessar o praticante, recorrendo a formas jogadas divertidas e motivantes, implicando-o em situações-problema que contenham os ingredientes fundamentais do jogo, isto é, presença da bola, oposição, cooperação, escolha e finalização. De acordo com este entendimento, não são de adoptar situações que levem à exercitação descontextualizada e analítica dos gestos técnicos (passe, recepção, condução, drible, remate, entre outros), dado que a execução assim realizada assume características diferentes daquela que ocorre no contexto aleatório do jogo». (Garganta, 1994; citado por Fonte Santa, 2004).

Sendo assim, os exercícios de treino são planeados direcionados para diversos objetivos, considerando cada momento como melhorias que podem surgir nos domínios técnico, tático, físico, cognitivo e psicológico, sendo necessário uma boa relação entre eles. É aconselhável o uso de jogos com um número reduzido de jogadores. (Fonte Santa, 2004)

Em suma, o objetivo é estimular a capacidade de decisão, a criatividade tática e a inteligência emocional. Ao mesmo tempo são educados nos jovens os valores, o gosto pela organização, a atitude, a coragem, a capacidade de sofrimento, a perservaçança, a tenacidade, a imprevisibilidade, a autoconfiança, a auto estima, a solidariedade, a humildade, o altruísmo e o respeito por regras, colegas e adversários.

4 . G e r a ç ã o B e n f i c a d e L i s b o a e S e i x a l

A EFGB de Lisboa/Estádio e Seixal tem a sua sede no Estádio da Luz, apesar de ambas as escolas possuírem secretarias e instalações independentes. Além dos habituais treinos que a EFGB proporciona, esta escola de futebol auxilia e organiza outras atividades,

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19 como é o caso dos Campos de Férias. Os Campos de Férias são atividades desenvolvidas com o objetivo de proporcionar às crianças bons momentos de lazer durante as suas férias de verão.

A EFGB de Lisboa, situa-se no complexo desportivo do Estádio da Luz, onde está situada a sua secretaria. A EFGB do Seixal funciona no CFC, no Seixal, onde se situa também a sua secretaria. Os Campos de Férias são realizados em ambas as EFGB.

4.1.Organograma

Ilustração 2 - Organograma da EFGB Lisboa/Seixal – Fonte: EFGB Lisboa/Seixal

Coordenador Executivo Fernando Pinto Assessor de Coordenação Hélder Escobar Administrativo Sandra Lopes Márcia Mendonça Logística João Rosmaninho Pedro Espinha Ricardo Brigola Arnaldo Teixeira Apoio Médico Treinadores Principais

Treinadores Adjuntos / Estagiários Assessor de Coordenação e Técnico de Prospeção João Gião Assessor de Coordenação (CFC) Rui Ramos Administrativo (CFC) Ana Carapeto Logística (CFC) Sebastião Fernandes Apoio Médico (CFC) Treinadores Principais (CFC) Treinadores Adjuntos / Estagiários (CFC) Coordenador Técnico

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4.2.Instalações

4.2.1.Lisboa

Na EFGB de Lisboa, as instalações de treino situam-se no Estádio da Luz, mais propriamente no campo sintético de futebol de 11 de apoio ao estádio. A secretaria é na zona comercial do estádio, junto à loja do sócio, à Megastore, aos restaurantes e outros. Esta divide-se em duas partes: um balcão de atendimento ao público e um gabinete de coordenação.

O campo sintético, com as medidas de 90mx47,5m, dispõe de iluminação, tem como apoio dois balneários para os jogadores, um balneário para os treinadores e ainda uma zona destinada ao apoio médico. Além disto possui uma arrecadação para o material e uma bancada com lugares sentados. Todo o espaço de treino é completamente vedado, garantindo a segurança de jogadores e treinadores.

4.2.2.Seixal

A EFGB do Seixal dispõe de dois campos sintéticos, de futebol de 11, ambos com as medidas de 105mx68m, e ambos dispõem de iluminação. Situa-se na zona norte do CFC. Possui uma secretaria apenas para atendimento ao público (visto que o gabinete de coordenação funciona no Estádio da Luz).

Em apoio aos campos sintéticos existem três balneários para os jogadores e um balneário para os treinadores. Também está à disponibilidade dois balneários/gabinetes de apoio médico e uma arrecadação de material. À semelhança da EFGB de Lisboa, todo o espaço de treino é vedado. Não existem bancadas de apoio a estes campos, mas são disponibilizadas cadeiras para quem quiser assistir às atividades.

Imagem 1 - Campo sintético do Estádio da Luz - Fonte: própria

Imagem 2 - Campos sintéticos do CFC - Fonte: André Neves

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4.3.Recursos Humanos

Além dos dois coordenadores (executivo e técnico), dos três assessores de coordenação, dos indivíduos que proporcionam apoio logístico e de administração e do pessoal de apoio médico (médicos e fisioterapeutas), a EFGB de Lisboa e Seixal conta com uma vasta equipa de treinadores principais e de treinadores adjuntos/estagiários.

Os treinadores principais são profissionais com uma grande experiência e formação na área do desporto e sobretudo do futebol, com fortes domínios ao nível físico, pedagógico e psicológico. São ao todo vinte e sete os treinadores da EFGB de Lisboa e Seixal.

Quanto aos treinadores adjuntos/estagiários, passaram por esta EFGB cerca de oitenta, durante toda a época.

4.4.Recursos Materiais

EFGB de Lisboa EFGB do Seixal

 2 Balizas de futebol de 11  8 Balizas de futebol de 7

 6 Balizas de futebol de 5 ou futsal  20 Pesos para as balizas

 4 Carrinhos transportadores de pesos  2 Carrinhos transportadores de balizas  13 Bolas de tamanho 5

 40 Bolas de tamanho 4, divididas em 4 sacos

 20 Bolas de tamanho 3, divididas em 2 sacos

 7 Sacos de bolas

 32 Delimitadores/chapéus azuis

 6 Balizas de futebol de 11  8 Balizas de futebol de 7  4 Mini balizas metálicas  10 Pesos para balizas

 3 Carrinhos de transporte de pesos  4 Rodas transportadoras de balizas  6 Bolas de tamanho 5

 32 Bolas de tamanho 4  12 Bolas de tamanho 3  6 Sacos para bolas

 Aproximadamente 60 coletes de diferentes cores

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22  28 Delimitadores/chapéus vermelhos  27 Delimitadores/chapéus amarelos  6 Delimitadores/chapéus brancos  43 Pinos grandes  16 Pinos pequenos

 16 Mini balizas dobráveis  4 Pesos para as mini balizas  4 Escadas de skipping  5 Arcos

 150 Varas (aproximadamente)  20 Encaixes para varas

 Cerca de 120 coletes, com 6 cores diferentes

 6 Cestos para os coletes  2 Lagartas de equilíbrio  1 Escorrega de esponja

 1 Cama elástica de remate com 1.55mx1.55m

 1 Cama elástica de remate com 2.30mx2.30m  30 Cones médios  20 Cones pequenos  Cerca de 120 Delimitadores/chapéus de diversas cores  Cerca de 80 varas  4 Bases para varas  3 Escadas de skipping

 20 Degraus de coordenação motora  8 Mini balizas dobráveis

Tabela 1 - Lista de material das EFGB de Lisboa e Seixal. Fonte: Própria

Imagem 3 - Arrecadação de material do sintético do Estádio da Luz - Fonte: própria

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4.5.Escalões e Turmas

Ao contrário das outras escolas de futebol, as EFGB não se dividem em infantis, iniciados, benjamins ou outros escalões. Estão divididos em escalões próprios, concebidos pela própria EFGB. Temos então escalões de A a G, as turmas de Guarda Redes, a turma Feminina (escalão F) e as turmas do 1º Passo. Existe ainda a turma S, onde treinam os encarregados de educação dos jovens da EFGB.

Por vezes certas turmas treinam juntas, devido ao facto de comparecerem poucos elementos de cada turma, tornando assim o treino mais dinâmico e motivador.

Os treinos na EFGB de Lisboa realizam-se todos os dias, sendo que de segunda a sexta-feira são entre as 17h15 e as 23h e ao fim de semana realizam-se entre as 8h40 e as 14h10. Já a EFGB do Seixal apenas funciona segunda-feira entre as 17h50 e as 20h30 e sábado entre as 10h00 e as 12h50. Cada turma terá um mínimo de 12 alunos para funcionar.

Para visualizar os horários de cada turma, deverá consultar anexos.

A tabela abaixo demonstra os escalões de idades da EFGB de Lisboa e Seixal, as turmas que cada escalão tem e os anos de nascimento que cada escalão engloba.

Escalão Turmas Descrição

1º Passo 6P, 22P, 38P, 40P, 55P,

56P

Crianças nascidas em 2008/2009, primeira relação com bola, com o meio, com outras

crianças.

A 1A, 5A, 9A, 13A, 17A,

21A, 25A, 51A, 59A Jovens nascidos em 2006/2007.

B 2B, 7B, 10B, 14B, 18B, 23B, 26B, 29B, 32B, 52B, 60B Jovens nascidos em 2004/2005. C 3C, 8C, 11C, 15C, 19C, 24C, 27C, 53C, 61C Jovens nascidos em 2002/2003. D 4D, 12D, 20D, 28D, 30D, 54D Jovens nascidos em 2000/2001.

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E 16E, 31E, 62E Jovens nascidos em 1998/1999.

G 34, 37G Jovens nascidos entre 1994 e 1997.

F - Feminina 35F Jovens nascidas entre 1998 e 2007.

Guarda

Redes GR1, GR2

Jovens nascidos entre 1998 e 2007. Treino especializado de guarda redes.

S 33S, 36S, 39S, 41S,

42S, 63S

Encarregados de educação dos jovens da EFGB

Tabela 2 - Escalões e turmas da EFGB de Lisboa e Seixal – Fonte: EFGB Lisboa/Seixal

4.5.1.Seleções

As seleções da EFGB de Lisboa e Seixal são aquilo que o próprio nome indica, uma seleção dos jogadores que se encontram mais aptos no momento. Esta seleção é efetuada nas turmas de ambas as escolas. Têm os seus treinos nas instalações de Lisboa e têm jogos mais regularmente do que as turmas, de modo a proporcionar mais competitividade e um nível mais elevado de qualidade individualmente e coletivamente. Participam ainda na liga Geração Benfica, competição interna em que se opõe as seleções das diferentes escolas da área metropolitana de Lisboa.

Os jogadores não se podem inscrever diretamente numa seleção, têm de ser escolhidos pelo coordenador técnico. Existem seleções desde o ano de 2000 até 2006.

4.5.2.Mensalidades

Os jogadores da EFGB de Lisboa e Seixal têm uma tabela de mensalidades que varia entre os 15 e os 75€ por mês, sendo que terão de pagar 75€ ao inscrever-se na escola ou 15€ se for o caso de uma renovação de inscrição.

As mensalidades são as seguintes:

Sócio Não sócio Irmão Irmão não sócio Pai 1 Treino / Semana €25,00 €40,00 €20,00 €35,00 €15,00

2 Treinos €45,00 €60,00 €40,00 €55,00 €25,00

3 Treinos €60,00 €75,00 €55,00 €70,00 €35,00

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P

ARTE

III

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1 . O b j e t i v o s

Para que uma atividade tenha sucesso, é necessário traçarmos objetivos realistas e concretizáveis para a mesma. O que apresento de seguida são os meus objetivos (gerais e específicos).

1.1.Objetivos gerais

 Colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos durante a minha formação académica;

 Adquirir novos conhecimentos através da prática;

 Auxiliar o treinador principal na planificação e organização do treino;  Preparar o encontro nacional Geração Benfica (não realizado);

 Entender a metodologia de treino utilizada pela EFGB para com os jovens, e a relação que devemos ter com eles, enquanto treinadores;

 Perceber como nos devemos relacionar com os colegas de trabalho, encarregados de educação e outras entidades;

 Conhecer a instituição que acolhedora, proporcionando um auxílio na gestão administrativa da mesma;

 Proporcionar aos alunos do IPG um momento de formação com treinadores e coordenadores da EFGB de Lisboa/Seixal.

1.2.Objetivos Específicos

 Saber lidar com os jovens;

 Conseguir prever, identificar e antecipar situações;  Acompanhar jovens a jogos e encontros;

 Desenvolver nos jovens valores físicos, mas também psicológicos, sociais e emocionais;

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27  Proporcionar aos jovens conhecimentos, na área do futebol, mas dar-lhe liberdade

para decidirem;

 Ganhar capacidade organizativa, através da ajuda em coordenações de projetos e organizações de atividades.

2 . P l a n e a m e n t o

Ao longo do ano letivo de 2012/2013 realizei na EFGB de Lisboa e Seixal um conjunto de atividades que me permitiram crescer e desenvolver, enquanto futuro profissional na área do desporto. Frequentei cerca de 16 horas por semana de estágio. Algumas semanas registaram um maior número de horas.

De início estava planeado envolver-me apenas na área do treino e de secretaria. No entanto, ao empenhar-me bastante as oportunidades foram surgindo e as minhas experiências foram extremamente diversificadas. Além das experiências de treino, de secretaria e organizativas, tive ainda o privilégio de participar em outras situações, como o Dia do Guarda Redes, o Dia da Mulher, na Liga Interna, na Liga Geração Benfica, e noutras, destacando sobretudo a que, para mim foi a mais enriquecedora, o projeto Elites das EFGB, sobre o qual irei desenvolver mais à frente.

O treinador Paulo Lourenço, Pedro Pires e João Mendes, elaboraram-me um planeamento de avaliação, em que eu teria de preparar uma série de sessões de treino em que iria estar a ser avaliado.

Realizei ainda, em conjunto com o André Neves e a Professora Natalina Casanova, uma formação no IPG, intitulada de “Meios, Métodos e Estratégias no ensino do Futebol de Formação”, em que os alunos tiveram a oportunidade de aprender como lidar com crianças e jovens e ainda tiveram contacto com uma forma diferente de ensinar o futebol.

Além destas experiências foram-me ainda proporcionados momentos de formação no na EFGB de Lisboa e Seixal e na EFGB de Braga, onde os intervenientes foram o professor Fonte Santa, o João Gião e o Fernando Pinto.

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2.1.Horário – 1º semestre

Neste ponto apresento aquele que foi o meu horário do primeiro semestre, de estágio e de aulas, onde não estão incluídas as atividades como jogos, torneios e outras, que normalmente ocorriam durante o sábado à tarde ou ao domingo.

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2.2.Horário – 2º semestre

Aqui, o meu horário do segundo semestre, de estágio e de aulas, não muito diferente do primeiro. Em que também não estão incluídas as atividades como jogos, torneios e outras, que ocorriam normalmente ao sábado à tarde ou ao domingo.

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3 . A t i v i d a d e s d e s e n v o l v i d a s

Neste ponto do meu trabalho irei relatar e analisar as atividades que desenvolvi durante o estágio.

3.1.Treinos

Um dos principais objetivos do estágio na EFGB seria o treino de futebol em crianças e jovens. Foi então esta a minha principal atividade durante todo o ano letivo. Tanto no Seixal como em Lisboa, o espaço de treino era semelhante, ou seja, ¼ de um campo de futebol de 11.

3.1.1.Turmas

As turmas que acompanhei regularmente foram: 40P, 17A, 51A, 59A, GR2 e a seleção de 2000. Além destas acompanhei outras turmas quando faltava algum treinador estagiário e já numa fase mais perto do final do estágio, também orientava turmas sozinho se faltasse algum treinador principal.

A minha principal função, enquanto treinador adjunto/estagiário, era orientar estações de exercícios, prescrevendo feedbacks aos jogadores, explicando os exercícios, orientando as rotações. Muitas das vezes fui também o escolhido para orientar o exercício de ativação funcional. Os treinadores principais proporcionam aos estagiários momentos para que trabalhem em autonomia, estimulando o seu dinamismo, sendo que depois dizem quais foram os pontos positivos e negativos e como podemos melhorar. Em suma, são extremamente motivadores. Torna-se aliciante dar treinos, neste sentido.

A turma 40P, em que eu trabalhava à quinta-feira é uma turma de primeiro passo onde o fundamental nestes jovens seria a diversão, a primeira relação com bola, com os colegas, com os adversários e com os treinadores. Aqui a principal função não foi habilita-los tecnicamente, mas sim forma-los, estimular a sua atenção e concentração e ainda, melhorar as suas relações interpessoais. Esta turma era orientada por três treinadores principais (Rui Silva, Igor Santos e João Gião, sendo que depois este ultimo foi substituído pelo Bruno

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31 Pereira) e três treinadores adjuntos (eu, o André Neves e o João Mira). A 40P necessitava de um número tão alargado de treinadores devido ao facto de serem idades em que as crianças se dispersam bastante e são muito difíceis de controlar.

No que toca às turmas A (17A, 51A e 59A), estas eram pouco homogéneas, tendo algumas crianças bastante desenvolvidas a todos os níveis e outras com um desenvolvimento mais atrasado. No entanto, o destaque seria para a turma 17A, em que todos os jogadores, à exceção de dois, eram muito bons mesmo, quer tecnicamente, quer psicologicamente. A turma 17A era orientada, à quinta-feira, por mim e pela Tânia Marques (treinadores adjuntos) e tinha como treinador principal o Paulo Lourenço. Já as turmas 51A e 59A eram orientadas, ao sábado, por mim e pelo treinador principal João Mendes. Aqui o número de treinadores não era necessário ser tão elevado, visto que são crianças que já têm o mínimo de concentração e de dedicação. Os objetivos já não serão apenas psicológicos e sociais, mas também técnicos e táticos.

A turma de Guarda Redes (GR2) que eu orientava às sextas-feiras juntamente com o André Neves (adjuntos) e que tinha como treinador principal o João Videira, estava destinada a efetuar treino especializado de guarda redes. Não eram utilizados apenas os exercícios comuns de treino de técnica de GR, mas sobretudo formas jogadas, de modo a motivarem os jovens. A turma como tinha uma margem de idades muito vasta, era dividida em grupos homogéneos, para que os exercícios fossem equilibrados.

Na seleção de 2000, com quem eu trabalhava à sexta-feira juntamente com mais três estagiários (o Emílio, o David e o Diogo). O treinador principal era o Pedro Pires. Esta seleção participava em muitos torneios e jogos, ou seja, estamos já a falar de pré-competição,

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32 pelo que a quantidade e qualidade dos treinadores já teria de ser de um bom nível, e isso verificou-se. Cada dois adjuntos eram responsabilizados por uma estação, e o treinador principal ia visualizando, analisando e interferindo sempre que necessário.

Em todas estas turmas, a metodologia das EFGB foi aplicada. A esmagadora maioria dos exercícios eram formas jogadas, quase sempre com balizas e com oposição. Estimulando sempre situações que acontecem em jogo e não deixando de trabalhar os aspetos técnicos, físicos e táticos. Também em todos os treinos era dado um enorme suporte social às crianças e jovens. Os elogios não eram poupados, assim como as críticas construtivas e os feedbacks. No final de algumas sessões de treino eu era também o responsável por efetuar as convocatórias para jogos ou torneios em que as equipas iriam participar.

3.1.2.Avaliações

Durante este ano de estágio, e naquilo que foi a minha experiência na EFGB de Lisboa e Seixal, tive a oportunidade de ser avaliado em cinco ocasiões, por três treinadores diferentes: Paulo Lourenço (3 ocasiões), João Mendes (1 ocasião) e Pedro Pires (1 ocasião). Em ambas as avaliações teria de ser eu a contruir os planos de treino, que podem ser consultados nos anexos, bem como seria eu o orientador principal da sessão de treino, ou seja, vestia a pele de treinador principal e orientava os adjuntos. Com o treinador Paulo Lourenço, após cada avaliação elaborei ainda uma reflexão sobre como decorreu a mesma.

Estas avaliações são fundamentais para o nosso desenvolvimento enquanto treinadores, sendo que somos avaliados em todas as vertentes e em todos os aspetos essenciais a ter num treinador. No que toca às avaliações que o treinador Paulo Lourenço me proporcionou, tanto ele como eu pudemos observar grandes melhorias progressivamente. Os resultados das avaliações e as reflexões podem também ser consultados nos anexos.

Não apenas os estagiários foram avaliados, mas também os jovens jogadores, por duas ocasiões: uma no final do 1º período escolar (época natalícia), e outra no final da época letiva. Para cada jogador existia uma folha onde eram avaliadas as suas capacidades físicas, psicológicas e sociais.

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33 3.1.3.Dias comemorativos

A EFGB de Lisboa e Seixal proporcionou durante diversas ocasiões durante a época para que as crianças e jovens trouxessem alguém que lhes fosse importante. No dia da mãe poderiam trazer as mães, no dia do pai poderiam trazer os pais e no dia da mulher poderiam trazer uma amiga ou familiar. São pequenas ações num contexto tão grande como este, mas que são importantes para garantir a fidelização dos jovens e dos encarregados de educação a esta instituição.

A experiencia também é muito enriquecedora para os treinadores, visto que podem interagir com diferentes faixas etárias na mesma sessão de treino (exemplo do dia do pai, em que os jovens trouxeram os pais para treinarem consigo), tendo também de conseguir com que se garanta na sessão de treino o respeito entre crianças/jovens e adultos e vice-versa.

3.2.Acompanhamento de equipas a jogos

Durante todo a época de estágio, foram-me proporcionadas, pelo professor Fonte Santa, duas oportunidades para acompanhar equipas a jogos. Ambas as oportunidades foram no escalão A, ou seja, petizes.

A primeira ocasião foi no dia 13 de Janeiro de 2013, onde fui com um conjunto de oito jogadores para um jogo de 4x4 contra o Palmense (equipa da Palma, Lisboa). O resultado foi positivo, sendo que ganhámos por 9 golos contra 4. A experiência para o jovens e para mim foi muito rica, eles ficaram satisfeitos e os seus encarregados de educação também. Não

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34 me refiro de satisfação em relação ao resultado mas sim em relação ao desempenho técnico e sobretudo social da equipa. O espirito de grupo foi enorme, assim como o companheirismo e o respeito pelo adversário. Aqui está mais uma vez provado que um treinador não é apenas um formador técnico mas também um formador social e educacional.

A segunda ocasião foi no dia 22 de Junho de 2013, em que me foi pedido para acompanhar uma equipa para um mini torneio contra os petizes A e B da escola de formação de Agualva. Desta vez já se iria jogar futebol de 5 e eu contava novamente com oito

jogadores. Mais uma vez os resultados foram muito positivos (4 vitórias em 4 jogos, 6 golos sofridos e 20 golos marcados), mas o crucial foi a experiência que os jovens tiveram. Foram extremamente empenhados, justos, respeitadores e estiveram sempre concentrados. Mais uma vez o espirito de equipa e a cooperação fizeram apenas, com que a vitória fosse algo que aparecia naturalmente e não forçadamente nem a custo de sacrifícios. A vitória apenas apareceu fruto de atitudes positivas.

Foi, mais que uma excelente experiência para mim, um prazer acompanhar estes jovens nestas duas ocasiões. Para mim enquanto treinador, e para os jovens enquanto jogadores, o reconhecimento do público e dos pais pelo seu desempenho a todos os níveis, foi importantíssimo e motivador.

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3.3.Convívios entre escolas de futebol

Na EFGB do Seixal, tive ainda a oportunidade de viver por duas vezes encontros de jovens do escalão A com o Fabril (equipa do Barreiro) e por uma vez com a Academia de Futebol do Fusco (equipa do Seixal).

Nestes encontros eram realizados jogos informais, de futebol 5, entre as crianças da EFGB e as crianças das equipas adversárias.

3.4.Liga Interna

A Liga Interna era uma competição, como o próprio nome indica, um torneio interno, que opunha as várias turmas dos diferentes escalões a jogares entre si (sendo que os A só jogavam contra os A, os B contra os B, etc.).

No final da época eram apurados campeões em todos os escalões, exceto no escalão A, visto que eram apenas realizados jogos informais de 4x4, para proporcionar aos jovens

Imagem 7 - Equipas da EFGB e do Fabril que participaram em encontro - Fonte: Fabril

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36 pequenos momentos de competição. Eu acompanhei sempre o escalão A, pelo que não existem registos dos resultados obtidos.

Apenas acompanhei durante uma jornada uma equipa do escalão C, pois o treinador da equipa tinha adoecido e eu fui quem o substituiu. Obtive nessa jornada 2 vitórias, 2 empates e 1 derrota. Foi novamente uma boa experiência, pois tive de me adaptar rapidamente a jogadores com quem nunca tinha interagido.

Esta competição era realizada uma vez por mês, salvo raras exceções em que as jornadas teriam de ser adiadas.

3.5.Liga Geração Benfica

A Liga Geração Benfica é bastante semelhante à Liga Interna, com a diferença que em vez de os escalões a oporem-se serem das turmas das EFGB de Lisboa e Seixal, seriam sim, entre as seleções das diferentes EFGB da zona de Lisboa e Setúbal.

O meu papel nesta competição passou pela organização e pela logística. Sendo que também fui destacado em todas as jornadas para arbitrar jogos.

Esta competição, também era realizada uma vez por mês, salvo raras exceções em que as jornadas teriam de ser adiadas.

3.6.Dia do Guarda Redes

O Dia do Guarda Redes foi uma ação promovida pela EFGB de Lisboa, em que o objetivo seria juntar o maior número de GR das EFGB de todo o país num treino especializado. Numa segunda parte, o objetivo era dar a experimentar aos alunos (que não eram GR) das EFGB um treino experimental de guarda redes.

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37 Foi um dia em que se apresentaram cerca de 100 crianças e jovens, de ambos os géneros, durante os dois momentos. Este treino teve como base exercícios competitivos em duplas, para motivar os GR, sendo que no final cada dupla somava a pontuação obtida, e, informalmente, era apurado um campeão.

Além de mim, estiveram na organização deste evento mais oito treinadores estagiários e o treinador principal, João Videira.

3.7.Encontro de futebol feminino do dia da mulher

No dia da mulher, dia 8 de Março de 2013, a EFGB de Lisboa promoveu também uma atividade muito interessante de futebol feminino. Um encontro, que opunha duas equipas da EFGB contra o Sintrense (equipa feminina de Sintra) e contra o CP Muge (equipa feminina de Muge, Santarém).

Imagem 9 - Guarda redes efetuando exercício no Dia do Guarda Redes - Fonte: EFGB Olivais

Referências

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