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Amamentação sob a ótica das puérperas no espaço da unidade básica de saúde

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Academic year: 2021

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ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

ALINE NOGUEIRA SANTOS

AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PUÉRPERAS NO ESPAÇO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE.

NITERÓI 2014

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AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PUÉRPERAS NO ESPAÇO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE.

Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Coordenação de Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense para a obtenção do título de Bacharel e Licenciado em Enfermagem.

Orientador:

Prof. Dr. Valdecyr Herdy Alves

Niterói, RJ 2014

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S 237 Santos, Aline Nogueira.

Amamentação sob a ótica das puérperas no espaço da unidade básica de saúde. / Aline Nogueira Santos. – Niterói: [s.n.], 2014.

66 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014.

Orientador: Prof. Valdecyr Herdy Alves.

1. Aleitamento materno. 2. Leite humano. 3. Estratégia Saúde da Família. 4. Enfermagem. I. Título.

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ALINE NOGUEIRA SANTOS

AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PUÉRPERAS NO ESPAÇO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE.

Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Coordenação de Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense para a obtenção do título de Bacharel e Licenciado em Enfermagem.

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BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________ Prof. Dr. Valdecyr Herdy Alves – UFF

Orientador

__________________________________________________________________________ M. Sc. Gleiciana Sant’anna Vargas – UFF

__________________________________________________________________________ M. Sc Rosangela de Mattos Pereira de Souza – UFF

Niterói 2014

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Agradeço aos meus pais pela oportunidade e incentivo de cursar uma faculdade pública em uma cidade diferente, aprendendo a lidar com a saudade, medos, distância e dificuldades do dia a dia.

Às companheiras da república 1301 pela convivência harmoniosa e construtiva, essencial para formação da minha juventude.

A toda minha família de Minas Gerais que mesmo com a distância e os poucos encontros, se faz presente com as melhores lembranças.

À vó Naná por todas as orações e pensamentos positivos.

Aos amigos que partilharam os melhores momentos e também me auxiliaram nos mais difíceis.

Ao meu namorado pelo companheirismo e carinho. À Gleiciana pela parceria, colaboração e aprendizados. Ao professor Herdy pela oportunidade e incentivo.

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Visando cumprir uma das metas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para diminuir em dois terços os óbitos de crianças menores de 1 ano e menores de 5 anos, até 2015, o Brasil tem formulado ações estratégicas, como a Rede Amamenta e Alimenta Brasil, assegurando a promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno (AM), além da orientação quanto à alimentação complementar (AC) saudável, mediante a capacitação dos profissionais do Programa Saúde da Família (PSF), tornando-os agentes de mudança na aprendizagem e prática do AM e da AC saudável. Esta pesquisa tem como objetivos: caracterização das mulheres puérperas das UBS da cidade de Silva Jardim; • Identificar e analisar a assistência ofertada às mulheres nutrizes puérperas no processo de amamentação das UBS da cidade de Silva Jardim. Os sujeitos da pesquisa foram 21 puérperas cadastradas em unidades básicas do município de Silva Jardim. Trata-se de um estudo descritivo-exploratória com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados utilizando um roteiro de entrevista semi-estruturada no município de Silva Jardim, após a aprovação do comitê de ética. A análise e categorização das falas foram realizadas a partir das respostas dos sujeitos de acordo com a técnica de Bardin. Após a análise dos dados chegamos a conclusão que a necessidade da melhoria do serviço prestado pela unidade próxima à residência como no caso do PSF, é fundamental para implementar novos conceitos de saúde que vem sendo adquiridos através da capacitação de funcionários. Por isso é necessário que haja a criação da linha de cuidado em amamentação no PSF, para que dessa forma as puérperas se sintam mais confiantes e abrangidas no momento em que tiverem dúvidas e inseguranças relacionadas à amamentação e também para que os profissionais possam transmitir o seu conhecimento de maneira adequada e eficaz. A presente pesquisa também visa contribuir com a produção científica relacionada ao incentivo à amamentação e com estratégias que possam ser usadas pelos profissionais de saúde para atender aos mesmos da melhor forma possível.

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Aiming to fulfill one of the goals that is to reduce by two-thirds the number of death of children younger than one year old and younger than five years proposed by the United Nations (UN), Brazil has made strategic actions, like “Rede Amamenta e Alimenta Brasil” that ensures protection, promotion and support of Breastfeeding (BF), besides orientation to healthy Complementary Food (CF) by qualifying professionals of Family Health Strategy (FHS), in order to make them agents of change in learning and practicing of BF and CF. This research aimed: Postpartum women characterization of “Health Centers ” (HC) in the city of Silva Jardim; identify and analyze the support offered to lactating postpartum women in the breastfeeding process of HC in the city of Silva Jardim. Research subject were 21 postpartum women registered at the HC in the city of Silva Jardim. It’s about qualitative approach of a descriptive-exploratory research. Data were collected using interview guide half structured at the city of Silva Jardim, after approval of Ethics Committee. Analysis and characterization of the speech were made since subject answers according to the Bardin Technique. After data analysis we conclude that the improvement of the service offered by the HC is fundamental. This is extremely important to implement the new heath concept that is being acquired by staff empowerment. Therefore the creation of on line of breastfeeding care on FHS is necessary, so that the postpartum feel more comfortable and covered when they have questions related to breastfeeding and also so that the professionals can transmit effectively their knowledge. This Research also aims to contribute to the scientific production related to the incentive of breastfeeding and strategies that can be used by the health professionals to attend them the best way.

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS, p.7 1.1 MOTIVAÇÃO, p.11 1.2 PROBLEMA, p.12 1.3 OBJETO DE ESTUDO, p.12 1.4 QUESTÕES NORTEADORAS, p.12 1.5 OBJETIVOS, p.12 1.6 JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA, p 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO, p.14

2.1 INICIATIVA UNIDADE BÁSICA AMIGA DA AMAMENTAÇÃO (IUBAAM), p.14 2.2 REDE AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL, p.18

2.3 PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO, P19

2.4 O ALEITAMENTO MATERNO NO COTIDIANO DA MULHER NUTRIZ CONTEMPORÂNEA, P 20 3 METODOLOGIA, p. 21 3.1 TIPO DE PESQUISA, p.21 3.2 CENÁRIO, p.22 3.3 SUJEITOS, p.23 3.4 COLETA DE DADOS, p. 23 3.5 ASPECTOS ÉTICOS, p. 24

3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS, p. 24

3.7 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA, p.26

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS, p. 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 48 6 REFERÊNCIAS, p. 50 6.1 OBRAS CITADAS, p.50 6.2 OBRAS CONSULTADAS, p.55 7 APÊNDICES, p. 58 8 ANEXOS, p. 64

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Na perspectiva do aumento das taxas do aleitamento materno, em 1981 o Brasil imple-mentou o Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno que, no decorrer dos anos, tem sido de grande valia para o aumento gradativo nos índices de aleitamento materno, ainda insatisfatórios. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009)

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nos anos de 1986, 1996 e 2006 foram realizadas, respectivamente, a primeira, a segun-da e a terceira Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde segun-da Mulher e segun-da Criança, com o objetivo de descrever o perfil da população feminina em idade fértil e de menores de cinco anos no Brasil, e identificar as mudanças ocorridas na situação da saúde e da nutrição desses dois grupos, em um recorte temporal de dez anos.

Na pesquisa de 2006, avanços foram observados, como o aumento da proporção do alei-tamento materno exclusivo aos 2-3 meses, passando de 26,4% em 1996 para 48,3% em 2006. Apesar do aumento significativo em relação à prática do aleitamento materno exclusivo, a maio-ria dos lactentes brasileiros ainda estão sujeitos a práticas inadequadas de aleitamento materno, enfatizando-se a necessidade da revitalização de políticas de saúde, a fim de contemplar a melho-ria da prática do aleitamento materno (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Na perspectiva de alavancar essas práticas, programas governamentais foram criados a nível primário de atenção nos sistemas de saúde, na atenção básica, onde se realizam ações de caráter individual e/ou coletivo voltadas para a promoção da saúde, prevenção de agravos, trata-mento e reabilitação. A ampliação desse conceito torna-se necessária para avançar na direção de um sistema de saúde centrado na qualidade de vida das pessoas e de seu meio ambiente (MINIS-TÉRIO DA SAÚDE, 1998).

Como importante integrante da atenção básica, surgiu o Programa Saúde da Família (PSF) na segunda metade dos anos 90, que passou a ser uma área de concentração de esforços

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após vários anos de privilégio à atenção hospitalar, a partir da criação de incentivos e suporte financeiro.

O programa surgiu incorporado a alguns princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), como a universalidade, a descentralização, a integralidade e a participação da comunida-de, com o propósito de reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional hospitalocêntrico.

O Programa de Saúde da Família (PSF), hoje designado Estratégia Saúde da Família (ESF), forma-se através do trabalho da equipe que deve ser constituída no mínimo por 1 médico, 1 enfermeiro, 1 ou 2 auxiliares de enfermagem e de 4 a 6 agentes comunitários. Estes profissio-nais se tornam responsáveis pela população de uma determinada área e desenvolvem seu trabalho voltado para o indivíduo e sua família, do recém-nascido ao idoso, compreendendo o processo de individualidade e comunitário de cada paciente. Compreende-se de uma forma mais ampliada o processo saúde-doença em um território, as causas e os problemas de saúde, buscando soluções e tratamentos, seja na unidade ou não.

Dentro do território há divisão de micro áreas que são distribuídas entre os agentes co-munitários que facilitam a interação entre a unidade e a comunidade. Há também o estudo do local e contato com líderes, identificando os principais problemas estruturais e socioeconômicos da região. Através do cadastramento das famílias, é possível traçar o perfil do usuário e os princi-pais desafios que a equipe irá enfrentar. Após o profissional estabelecer um vínculo pessoal e inevitavelmente afetivo com a comunidade, os usuários passam a se demonstrar mais confiantes e dispostos a cuidar de sua saúde “perto de casa”. O mesmo acontece com as gestantes e puérperas, que ao realizar o pré-natal em sua unidade, estabelece esse vínculo que perpetua ao longo do pu-erpério e possíveis gestações futuras. Sendo o enfermeiro um dos profissionais que pode realizar o pré-natal de baixo risco na unidade básica de saúde, cabe a ele transmitir conhecimento e confi-ança nesses períodos tão importantes na vida de uma mulher. São diversos os benefícios que uma unidade de saúde pode trazer para a comunidade, além da promoção do autocuidado e da consci-entização de prevenção de doenças, há inúmeras campanhas elaboradas pelo governo que infor-mam também a respeito dos direitos humanos que envolvem assuntos como violência doméstica, denúncias, licença maternidade (que também está relacionada à amamentação exclusiva), entre outras.

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Na perspectiva da evolução do ciclo de vida, percebeu-se que a Atenção à Saúde da Cri-ança e o Aleitamento Materno são de suma importância, sendo a mortalidade infantil uma barrei-ra a ser vencida por muitos países do mundo, inclusive pelo Bbarrei-rasil. Na busca pela redução da mortalidade infantil, e visando cumprir a meta proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) de diminuir em dois terços os óbitos de crianças menores de 1 ano e de menores de 5 a-nos, até o ano de 2015, estratégias voltadas especialmente à saúde e atenção à criança foram for-muladas (UNICEF, 2013).

A Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde,tem por objetivo elaborar as diretrizes políticas e técnicas para a atenção integral à saúde da criança de 0 a 10 anos de idade. Suas linhas de ação prioritárias estão relacionadas com o compromisso do Bra-sil com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU), em especial as metas 4 (reduzir a mortalidade infantil) e 5 (melhorar a saúde das gestantes), com o Pacto de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, com o Pacto pela Saúde e, mais recen-temente, com o Programa de Aceleração e Crescimento na Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Cabe à Área Técnica discutir, propor e apoiar a implementação de estratégias nos esta-dos e municípios que reduzam a mortalidade infantil e neonatal, e promovam a saúde integral da criança, sempre focada nas prioridades de saúde do Governo, tendo como princípios norteadores a universalidade, a equidade, a assistência integral, o controle social, a intersetorialidade e o mo-nitoramento/avaliação, entre outros. Sendo suas linhas de cuidados interligadas, a fim de se obje-tivar a saúde integral da criança, busca-se o incentivo e a qualidade do acompanhamento do cres-cimento e desenvolvimento; a vigilância da mortalidade infantil e fetal; a prevenção de violência e a promoção da cultura de paz; a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e a atenção à saúde do recém-nascido. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)

O PSF, como um modelo de processo da assistência à saúde materno-infantil, apresenta-se como o mais adequado sob vários aspectos, tendo como justificativa o fato de que bons pro-cessos de assistência à saúde levam a bons resultados. (CALDEIRA, 2010) A estratégia do PSF, frente à prática da amamentação, além de promover sua adequada iniciação e duração, estende o cuidado e apoio à mulher no período puerperal, assim enlaçando o trinômio mãe, família e comu-nidade (SOUZA, 2013).

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Como um dos integrantes para a implementação e execução do programa, o profissional enfermeiro atua praticando assistência de enfermagem com base em informações colhidas duran-te as consultas de enfermagem realizadas em todos os ciclos de vida dos indivíduos, que compre-endem a criança, o adolescente, o adulto e o idoso, nos diferentes gêneros, pautada na Lei nº 7.498/86 que dispõe sobre a regulamentação do Exercício Profissional da Enfermagem e dá ou-tras providências (BRASIL, 1986)

Considera-se que o profissional enfermeiro deve estar preparado para prevenir, reconhe-cer e resolver dificuldades do binômio mãe-filho no que se refere à amamentação, a partir da rea-lização de funções que abrangem as áreas assistencial, educacional e administrativa em prol do aleitamento materno (GONÇALVES, 1988). Ademais, as ações realizadas pelo enfermeiro no PSF buscam favorecer a promoção da saúde e garantir informações contínuas, claras e objetivas que visam elevar os índices de aleitamento materno e, consequentemente, diminuir os índices de desnutrições e infecções que podem elevar a mortalidade infantil (OLIVEIRA, 2012).

No PSF, o enfermeiro atua na busca da consolidação dessas estratégias, a partir da oferta de uma prática integralizadora, executada com base em um relacionamento mais estreito com a mulher durante o ciclo gravídipuerperal destacando-se, nesta fase, o aleitamento materno co-mo foco da assistência ofertada.

Além do atendimento na unidade, também há a visita domiciliar que pode facilitar bas-tante em alguns momentos como, por exemplo, no puerpério, onde alguns profissionais optam por fazer uma visita nos primeiros dias do recém-nascido, orientar quantos aos primeiros cuida-dos, amamentação e percebendo alguma alteração, encaminhá-los para a especialidade necessária o mais rápido possível.

De acordo com o Manual do Ministério da Saúde intitulado “Parto, Aborto e Puerpério - Assistência Humanizada à Mulher – 2001”,

o puerpério conceitua-se como o período do ciclo grávido-puerperal em que as modifi-cações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, re-tornam à situação do estado pré-gravídico. O puerpério inicia-se uma a duas horas após a saída da placenta e tem seu término imprevisto, pois enquanto a mulher amamentar ela estará sofrendo modificações da gestação (lactância), não retornando seus ciclos mens-truais completamente à normalidade. Pode-se didaticamente dividir o puerpério em: i-mediato (1 ° ao 10° dia), tardio (11 ° ao 42° dia), e remoto (a partir do 43° dia).

Destaca-se o período puerperal como crucial para o incentivo da prática da amamenta-ção, acompanhada pelo enfermeiro, com o intuito de evitar que dificuldades e problemas

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relacio-nados a essa prática resultem em eventual desmame precoce e/ou na inserção de alimentos com-plementares, que podem vir a causar danos à saúde, tanto da puérpera nutriz como da criança.

No período puerperal, o enfermeiro atua junto a esta mulher a fim de que ações de pro-moção à saúde sejam executadas com a máxima atenção e cuidado, visando resguardar a integri-dade física, psíquica e social desta mulher, considerando que ela necessita ser assistida em sua totalidade, enquanto gênero, o que significa levar em conta todos os papéis que representa na sociedade: o de mulher, mãe, esposa, trabalhadora e cidadã (FLORÊNCIO, 2012).

Entre as estratégias e planos de ação, o enfermeiro realiza o planejamento familiar, dá orientações acerca da alimentação saudável, dos cuidados com a higiene da própria mulher e da criança, e ainda incentiva a amamentação, sendo este o foco, pelo fato desta prática conciliar as diversas vertentes positivas relacionadas à saúde da puérpera e da criança.

As práticas voltadas à nutriz são, em geral, voltadas às mamas dessa mulher com a fina-lidade precípua de garantir sua integridade e os benefícios do aleitamento ao lactente (FLORÊN-CIO, 2012). Todavia, parece-nos, que, mesmo diante do que é preconizado por diversos autores, alguns profissionais ainda atuam erroneamente, sendo que essa prática inadequada, associada à falta de apoio e orientação à mulher, tem influenciado de forma inequívoca no desmame precoce (FUJIMORI, 2012).

1.1 MOTIVAÇÃO

O despertar para realizar meu trabalho de conclusão de curso na área de Saúde da Mu-lher surgiu através de um anúncio de voluntariado para uma pesquisa sobre amamentação. Ins-crevi-me para ser voluntária e conversando com os envolvidos decidi que essa seria a linha de pesquisa para o meu trabalho de conclusão de curso. Após o estágio curricular em que passamos pra conhecer o banco de leite e sua rotina, me encantei com a importância do leite materno e os trabalhos relacionados para que isso aconteça da melhor forma possível. Até então, desconhecia a importância dos profissionais de Enfermagem e sua colaboração para auxiliar as mães que apre-sentam dificuldades durante a amamentação. Pude observar que durante a consulta de Enferma-gem é possível estabelecer uma relação de confiança com a puérpera a fim de detectar as dificul-dades na amamentação e orientá-la de maneira eficaz.

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1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

As dificuldades do aleitamento materno sob a ótica das puérperas nutrizes assistidas no PSF da cidade de Silva Jardim do estado do Rio de Janeiro.

1.3 OBJETO DE ESTUDO

A ótica das mulheres nutrizes em puerpério sobre as dificuldades da amamentação no processo assistencial do Programa Saúde da Família (PSF) do Município de Silva Jardim da Re-gião Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro.

1.4 QUESTÃO NORTEADORA

Quais as principais dificuldades no processo do aleitamento materno, vivenciadas pelas puérperas nutrizes assistidas no Programa Saúde da Família (PSF) do município de Silva Jardim, per-tencente à Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro?

1.5 OBJETIVOS

• Caracterização das mulheres puérperas das UBS da cidade de Silva Jardim. • Identificar e analisar a assistência ofertada às mulheres nutrizes puérperas no

processo de amamentação das UBS da cidade de Silva Jardim.

1.6 JUSTIFICATIVA, RELEVÂNCIA E CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO

O estudo se justifica pela possibilidade de complementar as práticas profissionais em re-lação ao aleitamento materno, visto que o desmame precoce pode acarretar problemas, por vezes irreversíveis, à criança e/ou à mãe. Apesar da existência de programas de incentivo ao aleitamen-to materno, as taxas de desmame precoce permanecem elevadas. Sendo assim, identificar se o incentivo e apoio estão compatíveis com a realidade situacional é relevante, a fim de que se reali-ze a capacitação dos profissionais para promover o aumento dos índices de amamentação (QUEIROZ, 2008).

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Estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 2010 verificou que em relação ao aleita-mento materno (AM) na primeira hora de vida, a maioria dos municípios brasileiros participantes encontrava-se em boa situação, com prevalências entre 50% e 89%. Já em relação ao aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de seis meses, a maioria tinha situação considerada “razo-ável” pela OMS, com prevalências inferiores a 50%. (BRASIL, 2007).

Esta diminuição do AME por vezes apresenta caminhos relacionados a uma abordagem precária e/ou a não percepção acerca dos problemas relacionados à fisiologia, bioquímica e situa-ção socioeconômica da mulher e criança por parte do profissional que realiza a consulta no puer-pério (GAIVA, 2006).

A prática de incentivo ao AM permeia as justificativas de que o mesmo traz uma série de benefícios para a mãe e para o bebê, e de que a atuação de um profissional capacitado e compro-metido com ações de educação e promoção do aleitamento materno é de suma importância para o sucesso e permanência do AME.

Sendo assim, no que diz respeito à assistência, pretende-se que o trabalho contribua vi-sando à melhoria da qualidade dos serviços prestados à saúde da puérpera no município de Silva Jardim; e quanto aos profissionais de saúde atuantes no Programa Saúde da Família (PSF), que realizem uma prática mais consciente e efetiva.

O estudo também poderá contribuir para que o ensino e a pesquisa em enfermagem, con-substanciando argumentos necessários ao enriquecimento do referencial bibliográfico da catego-ria, servindo como subsídio para futuras pesquisas dos profissionais e estudantes da área, fomen-tando dados que se mostrem necessários para a correção de possíveis falhas profissionais no que tange à atuação do enfermeiro.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

AÇÕES E ESTRATÉGIAS PARA O INCENTIVO DO ALEITAMENTO MATERNO

2.1 INICIATIVA UNIDADE BÁSICA AMIGA DA AMAMENTAÇÃO (IUBAAM)

Esta iniciativa surgiu com o propósito de vincular e estender o trabalho de incentivo ao aleitamento materno realizado nos hospitais, através da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) lançada pela OMS/UNICEF e apoiado pelo MS em 1992. Neste período o IHAC era o principal programa voltado para a promoção do aleitamento materno tanto a nível nacional quan-to internacional. (CARVALHO, 2010)

A idealização da IUBAAM começou no ano de 1997 a partir do Grupo Técnico Interins-titucional de Incentivo ao Aleitamento Materno (GTIIAM), que era coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), e tinha como composição entidades da classe, de organizações não governamentais (ONG), de representantes do IHAC e do Centro Nacional em Bancos de Leite Humano. O intuito era articular ações da atenção primária com as da atenção secundária, mas especificamente cumprir os passos 4 (Ajudar as mães a iniciar o aleitamento ma-terno na primeira meia hora após o nascimento) e 10 (Promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos na alta da maternidade) do IHAC.

A partir da constatação da necessidade de se articular ações em diferentes níveis de aten-ção à saúde, e na percepaten-ção do importante papel que as UBS representam no acompanhamento do binômio mãe-filho no período pré e pós-natal, a IUBAAM foi sendo desenhada com o objeti-vo da promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno através da mobilização e instrumenta-lização de profissionais das UBS(RITO, 2009).

A iniciativa começou a se estabelecer com a formulação da adoção dos "Dez Passos para o Sucesso da Amamentação" da IUBAAM. Estes passos foram formulados a partir de uma revi-são sistemática realizada pelo GETIIAM (Quadro 1).

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Quadro 1. Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação: Dez Passos para o Sucesso da Amamentação

Todas as UBS que oferecem serviço pré-natal e de pediatria e/ou puericultura devem:

Passo 1 - Ter uma norma escrita quanto à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, que deverá ser rotineiramente transmitida a todos os integrantes da equipe da uni-dade de saúde;

Passo 2 - Treinar essa equipe, capacitando-a para implementar esta norma;

Passo 3 - Orientar as gestantes e mães sobre seus direitos e as vantagens do aleita-mento materno, promovendo a amamentação exclusiva até os 6 meses e complementada até os 2 anos de vida ou mais;

Passo 4 - Escutar as preocupações, vivências e dúvidas das gestantes e mães sobre a prática de amamentar, apoiando-as e fortalecendo sua autoconfiança;

Passo 5 - Orientar as gestantes sobre a importância de iniciar a amamentação na pri-meira hora após o parto, e de ficar com o bebê em alojamento conjunto;

Passo 6 - Mostrar às gestantes e mães como amamentar e manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos;

Passo 7 - Orientar as nutrizes sobre o método da amenorréia lactacional e outros mé-todos contraceptivos adequados à amamentação;

Passo 8 - Encorajar a amamentação sob livre demanda;

Passo 9 - Orientar gestantes e mães sobre os riscos do uso de fórmulas infantis, ma-madeiras e chupetas, não permitindo propaganda e doações destes produtos na unidade de saúde;

Passo 10 - Implementar grupos de apoio à amamentação acessíveis a todas as gestan-tes e mães, procurando envolver os familiares.

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Prontamente, a IUBAAM foi lançada no seminário de abertura da VII Semana Mundial de Amamentação no Estado do Rio de Janeiro em 1999, e vem sendo implementada pela SES-RJ e pelo Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA) com o apoio do GETIIAM e dos Polos Regionais de Aleitamento Materno (PRAM).

Com o lançamento da IUBAAM e a definição dos “Dez Passos para o Sucesso da Ama-mentação”, necessitava-se da criação do material de capacitação de profissionais de saúde na IUBAAM como multiplicadores e de avaliadores com a utilização de um método de avaliação global. A construção e idealização destes conteúdos foram realizadas a partir de vários encontros de membros do meio acadêmico, de sociedades de classe, de ONGs e representantes do MS, onde foi definida a metodologia de capacitação e avaliação da IUBAAM. (CARVALHO, 2010)

O curso da IUBAAM foi estruturado com carga horária de 20 horas de conteúdo teórico e quatro horas de conteúdo prático, visando oportunizar ao profissional a interação na construção de seu conhecimento a partir de suas experiências num processo crítico, criativo e ativo.

Atualmente, no Estado do Rio de Janeiro, o curso de Multiplicadores da IUBAAM é o-ferecido pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) - FIOCRUZ, com a carga horária de 36 horas.

O método de avaliação das unidades permeia através de instrumentos que possibilitam aos avaliadores avaliar e credenciar as unidades em IUBAAM. Para a formação dos avaliadores também foi desenvolvido um curso, onde se tem duração de 40 horas.

Quadro 2- Instrumentos do método de Avaliação Global da IUBAAM

• Questionário de Autoavaliação - permite que a equipe de profissionais da unidade básica de saúde compare as práticas vigentes com os Critérios Globais es-tabelecidos pela IUBAAM.

• Guia de Avaliadores Externos - orienta todo processo de avaliação e credenciamento de unidades básicas na IUBAAM.

• Questionário de Avaliação Global - utilizado pela equipe de avaliadores externos à unidade de saúde a ser avaliada, tanto na pré-avaliação como na avaliação

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global. É composto de GuiaI - Informação Geral da Instituição; Guia II - Serviço de Pré-natal; Guia III - Serviço de Pediatria.

• Folhas-Resumo - oferecem orientações aos avaliadores externos e às autoridades estadual e nacional para determinar se a unidade básica cumpriu os Crité-rios Globais para ser credenciada como “Unidade Básica Amiga da Amamentação”.

Após 14 anos de seu lançamento, coexistem no Estado do Rio de Janeiro, 19 UBS cre-denciadas como “Amigas da Amamentação”.

Estudos realizados no município do Rio de Janeiro evidenciaram que alguns fatores im-plicam no sucesso de sua implementação e posterior credenciamento de novas UBS em IUBA-AM, como por exemplo, a elaboração de normas e rotinas escritas e a capacitação profissional em aleitamento materno. Por outro lado, listou-se uma gama de aspectos citados como facilitadores no processo de implementação da IUBAAM, como:

• Os conhecimentos sobre as vantagens, os direitos e as recomendações de amamentação exclusiva e complementada;

• A importância da amamentação na primeira hora, a valorização do alojamento conjunto e da livre demanda;

• Acolhida de gestantes e nutrizes e do fortalecimento da autoconfiança, desenvolvidos com base na escuta das preocupações, vivências e dúvidas da clientela sobre a prática da amamenta-ção.

Muitos avanços vêm sendo observados, evidenciando-se que a IUBAAM como uma fer-ramenta importantíssima nos aspectos que permeiam pela promoção, proteção e apoio ao aleita-mento materno.

2.2 REDE AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL

Como estratégia para a atenção básica, organizada pela atual Política Nacional de Alei-tamento Materno, surgiu em 1º de agosto de 2008 a Rede Amamenta Brasil, sendo assinada a

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Portaria MS/GM nº 2.799 em 18 de novembro de 2008, instituindo a estratégia no âmbito do Sis-tema Único de Saúde (SUS).

Esta estratégia interliga as Unidades Básicas de Saúde (UBS), as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, o Governo federal e a sociedade, a fim de se revisar e atualizar continua-mente o trabalho interdisciplinar nas UBS, realizando a educação permanente, partindo do prin-cípio do respeito à visão de mundo dos profissionais, e considerando as especificidades locais e regionais, com o objetivo geral de aumentar os índices de aleitamento materno no país, e tem como objetivos específicos: contribuir para o desenvolvimento das competências dos profissio-nais de saúde para que se tornem agentes de mudança no ensino e na aprendizagem do aleitamen-to materno, para uma prática integralizadora; discutir a prática do aleitamenaleitamen-to materno no contex-to do processo de trabalho das unidades básicas de saúde; pactuar ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, a partir da realidade das UBS; e monitorar os índices de aleitamen-to materno das populações atendidas pelas UBS certificadas pelo Ministério da Saúde.

Os benefícios são vastos e privilegiam a criança, já que se propõe manter o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade e mantendo por até 2 anos ou mais, a fim de prevenir doenças que tem alto potencial de morbimortalidade; orientar a mulher, com o intuito de minimi-zar os riscos de complicações relacionadas ao parto e doenças específicas das mulheres, como o câncer de mama e ovários; a família, com o propósito de manter e reforçar o vínculo criança-família; os profissionais, por meio da busca por novos conhecimentos que ampliem as suas com-petências; e o SUS, pois, diante da qualidade da saúde individual e coletiva, o país terá cidadãos mais saudáveis, evitando gastos com medicamentos e internações hospitalares. (RITO, 2013)

A partir da iniciativa Rede Amamenta Brasil, o Ministério da Saúde lançou no ano de 2012, durante o Congresso Mundial de Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva - World Nutri-tion Rio 2012, a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil para crianças menores de dois anos no âmbito do SUS. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). Em 05 de Setembro de 2013, foi assinada a Portaria nº 1.920, que institui a Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no Sistema Único de Saúde (SUS) - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, tendo como intuito corroborar os objetivos propostos anteriormente de incenti-var, reforçar, propagar e assegurar a prática do aleitamento materno, e também a promoção da alimentação saudável, e como perspectiva, melhorar os indicadores de alimentação e nutrição para crianças desta faixa etária.

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A proposta busca reforçar a importância do aleitamento materno juntamente com orien-tações acerca da alimentação complementar saudável, estando focada na qualificação do processo de trabalho dos profissionais atuantes nas UBS, nas mães, nas crianças e em suas famílias, tendo como justificativa o fato de que práticas inadequadas de alimentação nos primeiros dois anos de vida, acarretam alto índice de morbimortalidade. (MINISTÉRIO, 2013)

2.3 PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO

O ato do aleitamento materno advém da participação mútua de dois sujeitos: a mãe e o bebê. Diante da importância do leite materno para a saúde desses sujeitos, e tendo em vista asse-gurar esta prática, várias leis, portarias, políticas, estratégias e programas foram formulados e implementados pelo governo, em seus três níveis, Federal, Estadual e Municipal. Dentre estes, o Artigo 396 do Decreto-lei n° 5.452, de 01 de maio de 1943, prevendo que para amamentar o pró-prio filho, até que ele complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A Lei nº 11.770, de 09 de setembro de 2008, ampliou e estabeleceu a licença maternida-de para 180 dias, sem prejuízo do emprego e do salário, para as funcionárias públicas fematernida-derais, ficando a critério dos estados, municípios e empresas privadas a adoção desta Lei. (CONGRES-SO NACIONAL, 2008)

A Portarianº 193, de 23 de fevereiro de 2010, editada pelo Ministério da Saúde em con-junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), regulamenta a iniciativa de criação de Salas de Apoio à Amamentação nas empresas, propiciando ambiente adequado à con-tinuidade do aleitamento materno, beneficiando não só as mães e crianças, mas também os em-pregadores, ao diminuir o absenteísmo feminino.

Em 8 de novembro de 2001 foi sancionada a Portaria n° 2.051 (ANEXO A), publicado pelo Ministério da Saúde em conjunto com a ANVISA, em que estabelece os critérios para as Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infân-cia, Bicos, Chupetas e Mamadeiras, objetivando contribuir para uma alimentação adequada atra-vés da regulamentação do comércio e das orientações do uso desses produtos.

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2.4 O ALEITAMENTO MATERNO NO COTIDIANO DA MULHER NUTRIZ CONTEMPO-RÂNEA

Em décadas a mulher vem tentando rescrever a sua história na sociedade, na busca in-cessante de mudanças de paradigmas a ela pré-estabelecidas, como a imagem de mulher frágil e passiva frente a virilidade e agressividade vinculada a figura do homem. (CADONÁ, 2010)

Nos dias atuais consegue-se fazer uma releitura da representação feminina na sociedade, onde nos espaços a ela antes subjugados inapropriados, cada vez mais se tem inserido, como os bancos de faculdades, a liderança de grandes empresas e de nações inteiras.

A mulher contemporânea encontra-se inserida em um contexto onde necessita dar conta de uma série de papéis, como o de mulher-trabalhadora, mulher-mulher, mulher-mãe, idealizando uma figura que se desdobra em sua função de nutriz, cuidadora, trabalhadora e figura de beleza. Com a ascensão do discurso da boa mãe em prol da disseminação das práticas de cuidado para com seus filhos, principalmente no que tange a amamentação, incorporando-a em seu papel de nutriz e de responsável pela saúde de seu filho (a).

Mas como promover a amamentação diante dos vários papéis que a mulher precisa cum-prir?

Esta questão levanta várias discussões, pois a exigência da sociedade advém cada vez maior, colidindo com a necessidade de se cumprir um direito da mulher de amamentar e de seu filho de ser amamentado, esbarrando ainda no interesse mercadológico, nas questões de gênero, na aparente incapacidade epistemológica profissional e na descrença no processo. (HAMES, 2008)Um desafio aos profissionais de saúde envolvidos com o processo, uma vez que a amamen-tação depende das condições de vida, de trabalho, de suas experiências vividas anteriormente, da trajetória cultural e, também, da compreensão que a sociedade tem a respeito da amamentação. (FUJIMORI, 2010)

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3 METODOLOGIA

Este trabalho está vinculado à dissertação do Mestrado profissional em saúde materno-infantil da faculdade de medicina do HUAP, intitulado: O manejo clínico da amamentação no puerpério: uma contribuição da enfermagem.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de pesquisa do tipo descritivo-exploratória com abordagem qualitativa, uma vez que não há pretensão de quantificar dados, e sim identificar fenômenos que traduzam o manejo clínico da amamentação, a partir da ótica das puérperas assistidas pelo Programa Saúde da Família (PSF) do município de Silva Jardim, pertencente à Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro.

A pesquisa é uma atividade que surge da indagação, e contribui diretamente para a construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino. Pesquisar constitui uma atitude de constante busca e, por isso, sua característica principal é a do acabado, porém provisório e do inacabado permanente, o qual sempre pode ser complementado com novas pesquisas. É uma atividade de conhecimento sucessivo da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados, pensamento e ação, na qual podemos sempre descobrir verdades que podem ser consideradas parciais, pois sempre poderão ser contestadas e responsáveis pela iniciação de uma nova pesquisa (Minayo, 2007).

O tipo de estudo descritivo é definido por Figueiredo (2004, p. 104) da seguinte maneira: “As pesquisas descritivas têm como objetivo principal a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis obtidas através da utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, como o questionário, e a observação sistemática.”

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As pesquisas exploratórias são as que geralmente proporcionam maior familiaridade com o problema, ou seja, têm o intuito de torná-lo mais explícito. Essas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Essa modalidade consiste em investigações empíricas, porém, o intuito consiste na formulação de questões ou de problemas com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos (FIGUEIREDO, 2008)

A pesquisa qualitativa é um método definido por Minayo (2007, p. 57) como:

O método que se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. [...] as abordagens qualitativas se conformam melhor à investigações de grupos e segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análises de discursos e de documentos. [...] Caracteriza-se pela empiria e pela sistematização progressiva de conhecimento até a compreensão da lógica interna do grupo ou do processo em estudo.

3.2 CENÁRIO

O Município de Silva Jardim pertencente à Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro, que apresenta 937, 547 km2 de extensão territorial,tendo uma população absoluta de 21.349 habitantes, sendo a população feminina representada por 10.550 habitantes, dentre as quais 5.967 mulheres de 10 anos ou mais tiveram filhos.

Os cenários eleitos se configuram no Programa Saúde da Família (PSF) do Município de Silva pertencente à Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro apresentando-se da se-guinte forma:

São 14 unidades do PSF, estas unidades estão distribuídas e situadas nos Bairros Aldeia Velhas, Imbaú, Cidade Nova, Fazenda Brasil, Mato Alto, Boqueirão, Varginha, Bananeiras, Co-queiro, Centro, Gaviões, Caxito, Pirineus e Jurtunaíba.

Destas 14 unidades foram eleitas 3 unidades (Fazenda Brasil, Boqueirão e Varginha) por estas contemplarem a totalidade da equipe do PSF, que compreende-se em médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família,

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auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. Desta forma, poderemos contemplar a prática e a questão do cuidado ao aleitamento materno sobre a ótica da puérpera nutriz abordando todos os profissio-nais da equipe do PSF.

3.3 SUJEITOS DA PESQUISA E CRITÉRIOS DE INCLUSÃO / EXCLUSÃO

No ano de 2012, foram assistidas no Programa Saúde da Família (PSF) do referido mu-nicípio 278 puérperas. Com base neste dado, dentre essas, somente 55 (20% dessa população) foram inicialmente selecionadas para participar do estudo.

Dentre as 55 puérperas selecionadas, 13 foram excluídas por não se encaixarem nos cri-térios de inclusão, mantendo-se 23 puérperas. Das quais realizamos entrevistas com 21 puérperas, finalizando por ter chegado ao ponto de saturação.

Foram adotados como critérios de inclusão na pesquisa: ser puérpera em processo de amamentação e ter cadastro na Unidade Básica de Saúde. Como critério de exclusão: não ser cadastrada na unidade básica da família.

3.4 COLETA DE DADOS

Para que pudéssemos mapear, quantificar e nos familiarizarmos com as equipes das uni-dades de PSF eleitos, realizamos uma visita a cada unidade, compreendendo o espaço físico, so-cial, profissional e de relações interpessoais que deve estar em sintonia com um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.

O roteiro de entrevista com perguntas pertinentes à amamentação foi submetido a um teste piloto, onde validamos as questões ou alterá-las. O estudo piloto foi realizado em 5 dias no município de Silva Jardim e teve como sujeito 3 puérperas em fase de lactação. Ficou claro que a entrevista atendeu aos objetivos do estudo e as 3 puérperas foram incluídas no total de 21 mulhe-res entrevistadas.

Os dados coletados foram submetidos à análise temática de Bardin, visando identificar as dificuldades da amamentação sob a ótica da puérpera nutriz. Durante o processo de análise, o pesquisador entra em maiores detalhes em relação aos dados decorrentes do trabalho estatístico, a fim de conseguir respostas às suas indagações, e procura estabelecer as relações necessárias entre

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os dados obtidos e as hipóteses formuladas, a fim de comprová-las ou refutá-las. (BARDIN, 2010)

As entrevistas foram realizadas pela pesquisadora principal, aluna do mestrado em Saú-de Materno Infantil da FaculdaSaú-de Saú-de Medicina do HUAP, por mim aluna da Escola Saú-de Enferma-gem Aurora de Afonso Costa (EEAAC) / UFF e pela aluna convidada proveniente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Anhanguera de Niterói na qualidade de coparticipante. To-dos os participantes foram treinaTo-dos e atuaram sob supervisão da mestranda durante as entrevistas

3.5 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

De acordo com o cumprimento das exigências éticas a pesquisa foi aprovada pelo Comi-tê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Médicas do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (CEP/FM/HUAP/UFF) através do CAEE 144964138.0000.5243 ( ANEXO A ) e foi obtido junto ao responsável técnico da Secretaria Mu-nicipal de Saúde de Silva Jardim, a autorização formal para realizar a pesquisa naqueles cenários, o mesmo ocorrendo em relação aos responsáveis pela direção das referidas Unidades, o que via-bilizou a entrada da pesquisadora e de suas auxiliares nos campos de trabalho para a coleta dos dados.

Foi explicado aos participantes a necessidade de assinar o Termo de Consentimento Li-vre e Esclarecido (APÊNDICE A), elaborado em duas vias, uma para ser entregue à entrevistada, e a outra para ficar arquivada com a pesquisadora. Na ocasião, todas as puérperas foram esclare-cidas de que a pesquisa não apresentaria riscos diretos, custos financeiros para os sujeitos investi-gados, poderiam desistir da participação na pesquisa, sem qualquer prejuízo pessoal ou institu-cional e seria de responsabilidade do pesquisador manter sigilo das informações e o anonimato.

3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O método utilizado neste estudo foi o da análise de conteúdo, cujo objetivo maior é a busca de informação, que por não ser apenas um dado, tem relevância e propósito. Sendo assim, a informação é uma qualidade do dado, jamais o dado em si.

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A análise de conteúdo pode ser designada por diversos títulos, mas, em síntese, é um método de busca de informação, logo, torna-se útil tanto para o ensino como para a atividade profissional em uma organização, visto que objetiva ultrapassar a incerteza e enriquecer a leitura, obtidos quando o pesquisador observa as condições de produção do discurso, efetua inferências sobre as mensagens sistematizadas e orienta o contexto da produção (BARDIN, 2010). As se-guintes operações são pertinentes ao método:

1) codificação: realizada a partir do recorte que se refere à escolha das unidades; da enu-meração, que se refere às regras de contagem; da classificação e agregação, que se volta para a escolha das categorias;

2) definição da Unidade de Registro, que corresponde ao segmento de conteúdo a ser con-siderado; pode ser uma frase (desde que exprima um pensamento completo), uma palavra ou uma afirmação acerca de um determinado assunto; e

3) categorização, que é a operação de classificação de elementos pertencentes a um con-junto.

Uma das técnicas de análise de conteúdo é a análise temática, na qual se busca descobrir os núcleos de sentido de uma comunicação, que tenham significado para o objetivo visado, le-vando-se em conta a presença ou frequência de cada um, cuja contagem ensejará as unidades de significação inerente ao discurso obtido.

Sendo assim, os dados coletados foram agrupados por convergência de conteúdo, obede-cendo as seguintes etapas de organização:

Transcrição e conferência dos depoimentos gravados, obtidos mediante entrevistas reali-zadas;

Leitura e análise temática das mesmas, identificando os respectivos núcleos de sentido que, após relacionados, serão selecionados pela identificação de presença ou frequência de Unidades de Significação, revelando o caráter definitivo do discurso dos entrevistados;

Interpretação dos dados, à luz do referencial teórico utilizado para o estudo, com apoio em bibliografia apontada como suporte para o estudo.

Neste sentido, e corroborando o referencial teórico, os resultados das entrevistas apontou uma categoria de análise, cujos subsídios ensejarão a análise e discussão do tema em estudo, denominada:

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• As dificuldades do aleitamento materno sob a ótica das puérperas. A necessidade da im-plementação da linha de cuidado em amamentação no PSF.

3.7 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA.

A fim de caracterizar o perfil das mulheres entrevistadas, analisamos os dados colhidos através das entrevistas consentidas pela puérperas. Ao total foram 21 puérperas nutrizes entrevis-tadas, sendo todas cadastradas nas unidades básicas de saúde do Município de Silva Jardim. Des-ta forma, inicialmente foi realizada a análise esDes-tatística para a caracterização do perfil desDes-tas pu-érperas, que podem ser observados na tabela a seguir:

TABELA 1 – PERFIL SOCIOECONÔMICO DAS PUÉRPERAS ENTREVISTADAS NO MUNICÍPIO DE SILVA JARDIM.

N=21 N (número) % (por cento)

FAIXA ETÁRIA < /= 17 anos 1 4,76% 18 a 25 anos 12 57,14% 26 a 30 anos 5 23,81% 31 a 35 anos 3 14,29% >/= 36 anos - - ETNIA Branca 2 9,52% Parda 8 38,10% Negra 11 52,38% Indígena - - TEM COMPANHEIRO Sim 17 80,95%

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Não 4 19,05%

VIVE COM O COMPANHEIRO

Sim 17 100% Não - - ESCOLARIDADE Analfabetismo 0 0,00%

Ensino fundamental incompleto 8 38,10%

Ensino fundamental completo 0 0,00%

Ensino médio incompleto 7 33%

Ensino médio completo 6 28,57%

Ensino superior incompleto -

Ensino superior completo -

ESTUDA Sim 1 0,056% Não 20 95,24%

TRABALHA OU TRABALHAVA ANTES DA GESTAÇÃO Sim 10 47,62% Não 11 52,38%

OCUPAÇÃO COM CARTEIRA ASSINADA

Sim 4 40%

Não 6 60%

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Sim 12 57,14% Não 9 42,86% - FONTES DE RENDA Pensão - Aposentadoria - Autonomia - - Programas sociais 12 57,14% Nenhuma 11 52,38% Outros - RENDA DA PUÉRPERA

Não tem ganhos 2 9,52%

</= 1 salário mínimo 14 66,67% > 1 salário mínimo 5 23,81% Pessoas na moradia 1 à 3 moradores 5 24% 4 a 6 moradores 14 66,67% 7 ou mais moradores 2 9,52% POSSUEM NO DOMICÍLIO Rádio 16 76,19% Geladeira 21 100% DVD 15 71,43% Maquina de lavar 10 47,62% Micro-ondas 5 24% Linha de telefone 1 4,76% Computador 7 33,33% Computador c/ internet 4 19% Computador s/ internet 3 14% Televisão 21 100%

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Carro para uso particular 6 29%

Ar condicionado 2 9,52%

INGERE OU INGERIA BEBIDA ALCOÓLI-CA Sim 0 0% Não 21 100% FUMA OU FUMAVA Sim 0 0% Não 21 100%

Em relação à faixa etária das puérperas nutrizes entrevistadas observou-se que houve predominância da faixa etária entre 18 a 25 anos (57,4 %) totalizando doze puérperas. Quanto à etnia onze se declaram negras, enquanto oito pardas, seguida por duas que se declaram brancas. Quando questionadas se tinham parceiro, dezessete disseram possuir e viver com seus parceiros e quatro, no momento, não possui parceiro.

No quesito escolaridade oito entrevistadas relataram não ter completado o ensino fun-damental, seguido por sete com ensino médio incompleto e seis com ensino médio completo. Quanto ao fato de estar estudando atualmente somente uma afirmou estar frequentando alguma instituição de ensino no momento.

Sobre a condição de trabalhar antes da gestação, 10 mulheres, equivalente a 47,62% re-lataram que estavam trabalhando antes de engravidar. Dentre essas 10 mulheres, apenas quatro trabalhavam com carteira assinada. Em relação à renda complementar doze afirmou ter algum outro tipo de fonte de renda, sendo (57,14%) beneficiados com programas sociais oferecidos pelo governo como, por exemplo, o bolsa família. Quatorze puérperas tem uma renda de </= 1 salário mínimo, representada por equivalente a 66,67 %, seguido por cinco que possuem > 1 salário mí-nimo e duas que não possuem ganhos.

No critério de pessoas que residem no domicílio, prevalece a quantidade de 4 a 6 mora-dores representados por quatorze respostas, em sequência cinco respostas indicando de 1 a 3 mo-radores e duas indicando 7 ou mais momo-radores no domicílio. Quanto aos bens presentes no

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domi-cílio, 100% possuem geladeira e televisão, 76,19% possuem rádio, 71,43 % DVD, 47,62% má-quina de lavar, 33,33 % possuem computador, sendo 57% com internet e 43% sem internet, 29% possuem carro para uso particular, 24% possuem micro-ondas e apenas 4,76% possuem linha de telefone e 9,72% ar condicionado.

Em relação ao consumo de bebida alcoólica 100% afirmaram não ingerir ou ter ingerido antes ou durante a gestação. Quanto ao cigarro 100% afirmaram não fazer uso.

TABELA 2 PERFIL OBSTÉTRICO DAS PUÉRPERAS ENTREVISTADAS NO MUNICÍ-PIO DE SILVA JARDIM.

N=21 N (número) % (por cento)

GRAVIDEZ PLANEJADA Sim 9 42,86% Não 12 57,14% N=21 OUTRAS GESTAÇÕES Sim 12 57,14% Não 9 42,86% N=21

AMAMENTOU OUTROS FILHOS

Sim 12 100%

Não 0 0,00%

N=12

TEMPO QUE AMAMENTOU O(S) OUTRO(S) FI-LHO(S) </= 6 meses 3 14,29% 7 meses a 1 ano 3 14,29% 1 ano e 1 mês a 2 anos 3 14,29% >2 anos e 1 mês 3 14,29% N=12

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IDADE DO BEBÊ </= 6 meses 16 76,19% 7 meses a 1 ano 2 9,52% > 1 ano e 1 mês 3 14,29% N=21

ASSISTÊNCIA NO PRÉ-NATAL E MATERNIDADE

REALIZOU O PRÉ-NATAL Sim 21 100,00% Não 0 0,00% N=21

LOCAL QUE REALIZOU O PRÉ-NATAL

PSF do território 6 28,57% PSF de outro território 0 0,00% Ambulatório 11 52,38% Hospital 0 0,00% Clínica Particular 4 19,05% N=21 No município 17 80,95% Outro município 4 19,05% N=21

MÊS DE GESTAÇÃO QUE INICIOU O PRÉ-NATAL 1° ao 3° mês 17 80,95% 4° ao 6° mês 4 19,05% 7° ao 9 mês 0 0,00% N=21

NÚMERO DE CONSULTA DE PRÉ-NATAL

1 a 3 0 0,00%

4 a 6 5 23,81%

7 a 9 14 66,67%

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N=21 TIPO DE PARTO Normal 5 23,81% Cesariana 16 76,19% N=21

TEMPO QUE ESPEROU PARA SEGURAR O BEBÊ PELE A PELE Na 1° Hora 10 47,62% Após a 1° Hora 11 52,38%

DURAÇÃO DO PRIMEIRO CONTATO

</=30 Minutos 14 66,67%

31 a 60 Minutos 2 9,52%

> 60 Minutos 5 23,81%

N=21

RECEBEU AJUDA NA SALA DE PARTO PARA AMAMENTAR

Sim 0 0,00%

Não 0 0,00%

Amamentei por contra própria 21 100,00%

N=21

AMAMENTOU NO ALOJAMENTO CONJUNTO (AC) Sim 21 100,00% Não 0 0,00% N=21

MOTIVO POR NÃO TER AMAMENTADO NO AC

Não sabe 0 0,00%

Bebê com problema de saúde 0 0,00%

Mãe com problema de saúde 0 0,00%

Rotina do hospital 0 0,00%

Não saiu resultado do teste rápido anti-HIV 0 0,00%

(35)

SABE O QUE PODE IMPOSSIBILITAR A AMA-MENTAÇÃO Sim 4 19,05% Não 17 80,95% N=21 QUEM INFORMOU Profissional de saúde 3 75% Outros 1 25% N=4

PROBLEMA/DIFICULDADE PARA INICIAR A AMAMENTAÇÃO Sim 8 38,10% Não 13 61,90% N=21

ASSISTÊNCIA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (PSF)

RECEBEU ORIENTAÇÃO A CERCA DO ALEI-TAMENTO MATERNO

Sim 10 47,62%

Não 11 52,38%

N=21

PROFISSIONAL QUE ORIENTOU

Enfermeiro 8 80%

Médico 0 0,00%

Dentista 1 10%

Agente Comunitário de Saúde 0 0,00%

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N=10 AJUDA OFERECIDA Nenhuma 10 47,62%

Grupo de apoio (Palestra) 2 9,52%

Consulta individual 4 19,05%

Procurar o banco de leite 2 9,52%

Apoio ao telefone 0 0,00%

Visita Domiciliar 3 14,29%

Grupo de mães na Comunidade 0 0,00%

Mais de uma ajuda 0 0,00%

Outros 0 0,00%

N=21

O PSF ESCUTA SOBRE PROBLEMAS E DÚVIDAS SOBRE AMAMENTAÇÃO Sim 18 85,71% Não 1 4,76% Mais ou menos 2 9,52% N=21 O PSF APOIA A AMAMENTAR Sim 17 80,95% Não 4 19,05% N=21

QUANDO SE DEVE AMAMENTAR O BEBÊ

Sempre quando o bebê quiser/quando o bebê quiser 16 76,19%

Com hora/duração marcada 5 23,81%

N=21

MOSTROU COMO COLOCA O BEBÊ PARA MA-MAR

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Sim 17 80,95% Não 4 19,05% N=21 POSICIONAMENTO CORRETO Sim 12 70,59% Não 5 29,41% N=17 PEGA CORRETA Sim 14 82,35% Não 3 17,65% N=17

EXPLICARAM O QUE FAZER SE O PEITO FI-CAR MUITO CHEIO

Não 10 47,62% Sim 11 52,38% N=21 QUEM? Profissional do PSF 6 54,55% Vizinho 2 18,18% Parente 2 18,18% Outros 1 9,09% N=11 O QUE? Acordar o bebê 1 9,09%

Retirar o leite com as mãos 3 27,27%

Retirar leite com a bomba 5 45,45%

Ir ao banco de leite 0 0,00%

Outro 2 18,18%

N=11

MOSTROU COMO TIRAR O LEITE DO PEITO COM AS MÃOS

(38)

Não 8 38,10%

Sim 13 61,90%

N=21

Técnica correta: compressão da aréola 0 0,00%

Técnica incorreta: compressão bico 13 100%

N=13

SABE O QUE FAZER SE O BEBÊ DORMIR POR MUITO TEMPO Sim 1 4,76% Não 20 95,24% N=21

BEBÊ QUE RECEBEU OUTRO TIPO DE ALI-MENTO DESDE QUE NASCEU

Não 9 42,86% Sim 12 57,14% N=21 Leite industrializado 3 25% Água ou chá 9 75% Outro 0 0,00% N=12

OFERTA DO ALIMENTO OU LÍQUIDO

Copinho 0 0,00%

Mamadeira 12 100%

Não sabe 0 0,00%

N=12

IDADE DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLU-SIVO

< 6 meses 11 52,38%

> 6 meses 6 28,57%

Está amamentando exclusivamente 4 19,05%

N=21

(39)

SABE O QUE PODE CAUSAR O USO DA MAMA-DEIRA OU LEITE INDUSTRIALIZADO

Não 17 80,95%

Sim 4 19,05%

N=21

RECEBEU ORIENTAÇÃO A CERCA DA ALIMEN-TAÇÃO COMPLEMENTAR Não 11 52,38% Sim 10 47,62% N=21 Profissional do PSF 2 18,18% Parente 3 27,27% Vizinha 0 0,00% Amiga 0 0,00% Outro 5 45,45% N=10 CHUPA CHUPETA Sim 6 28,57% Não 15 71,43% N=21 OFERTOU A CHUPETA

A própria mãe, o pai, familiar ou visita. 6 100%

Membro da equipe hospitalar ou PSF 0 0,00%

N=6

COMO ESTÁ SENDO AMAMENTAR

Bom/gostoso/aproxima do bebê 16 76,19%

Norma/já tinha vivenciado/tranquilo 2 9,52%

Ainda tenho dificuldades/estamos aprendendo/ inse-gura

3 14,29%

Não gosto/ não consigo 0 0,00%

(40)

N=21

TEMPO QUE PLANEJA AMAMENTAR O BEBÊ

Pretendo parar/não amamentar 0 0,00%

Não estou amamentando 0 0,00%

</= 6 meses 7 28,57%

7 meses a 1 ano 0 0,00%

> 1 ano a 2 anos 6 28,57%

O quanto o bebê quiser 8 38,10%

N=21

DURANTE A GESTAÇÃO, TEMPO QUE PLANE-JAVA AMAMENTAR.

</= 6 meses 5 23,81%

7 meses a 1 ano 1 4,76%

> 1 ano a 2 anos 5 23,81%

O quanto o bebê quiser 8 38,10%

Não pretendia amamentar 2 9,52%

Não tinha planejamento 0 0,00%

N=21

Em relação ao planejamento da gravidez 57,14% afirmaram não ter planejado e 42,86% planejaram, 57,14% tiveram outras gestações e 42,86% relataram ser a primeira gestação. Das mulheres que afirmaram ter tido outras gestações doze, equivalente a 100 %, amamentaram nas gestações anteriores, dessas doze, três amamentaram por </= 6 meses, três por 7 meses a 1 ano, três por 1 ano e 1 mês a 2 anos e três por >2 anos e 1 mês.

Quanto aos dados de assistência no pré-natal e maternidade, 100% realizaram pré-natal sendo que 52,38% foram realizados em ambulatório, 28% no PSF do território e 19,05% em clí-nica particular. Em relação ao pré-natal 80,95% foi realizado no município de Silva Jardim e 19,05% em outro município. Quanto ao mês em que o pré-natal foi iniciado, 80,95% iniciaram no primeiro trimestre de gestação e 19,05% no segundo trimestre de gestação. Quanto ao número de consultas de pré-natal realizadas, 66,67% realizaram de 7 a 9 consultas, 23,81% de 4 a 6 consul-tas e 9,52% realizaram 10 ou mais consulconsul-tas.

(41)

O tipo de parto que prevaleceu foi a cesariana totalizando 76,19%, diante de 23,81% do tipo normal. Após o parto durante a 1ª hora 47,62% representado por dez puérperas, puderam ter o primeiro contato de pele com seu bebê, 52,38% tiveram o primeiro contato após a 1ª hora pós-parto. A duração do primeiro contato foi de </=30 para quatorze puérperas (66,67%), de 31 a 60 minutos para 2 puérperas (9,52%) e > 60 minutos para 5 puérperas (23,81%).

Sobre receber ajuda na sala de parto para amamentar 100% relatam não ter recebido, mas amamentaram no alojamento conjunto. No quesito de fatores que podem impossibilitar a amamentação apenas quatro (19,05%) relataram saber, sendo três informadas por profissional de saúde e uma por outros.

Em relação a problemas/dificuldades para iniciar a amamentação oito puérperas (38,10%) afirmaram positivo para essa questão, treze relataram não ter apresentado nenhum pro-blema.

Nas perguntas relacionadas à assistência recebida no PSF, 47,62% relataram ter recebido orientação acerca do aleitamento materno, 52,38% disseram não ter recebido nenhum tipo de orientação. Sobre quem orientou 80% foram orientadas por enfermeiros, 10% por dentista e 10% por outros. Quanto à ajuda oferecida pelo PSF do território, 47,62% afirmaram não terem recebi-do nenhum tipo de ajuda, 19,05% receberam consulta individual, 4,29% receberam visita recebi- domici-liar, 9,52% tiveram acesso a grupo de apoio e 9,52% foram orientadas a procurar o banco de leite.

Quanto ao apoio recebido do PSF para amamentar, 80,95% afirmaram que a unidade a-poia a amamentação, 19,05 responderam que não recebem apoio. Ainda sobre o PSF, 85,71% afirmaram que a unidade escuta sobre problemas e dúvidas sobre amamentação, 9,52% respon-deu que não e 4,76% responrespon-deu mais ou menos.

Sobre quando se deve amamentar o bebê, 76,19% afirmou ser sempre que o bebê quiser e 23,81% responderam que deve ser com hora/duração marcada. Durante a entrevista, foi solici-tado que a puérpera colocasse o bebê pra mamar, dezessete puérperas mostraram (80,95%) e qua-tro puérperas recusaram a demonstração. Das dezessete que demonstraram, doze (70,59%) apre-sentaram posicionamento correto e cinco (29,41%) apreapre-sentaram posicionamento incorreto. No quesito da pega correta, quatorze apresentou a pega correta e três apresentaram pega incorreta.

Em relação a receber orientação sobre o que fazer se o peito ficar muito cheio, onze pu-érperas (52,38%) afirmaram ter recebido essa informação. Dessas onze, 54,55% relataram ter recebido através de algum profissional do PSF, 18,18% através de algum vizinho, 18,18% através

(42)

de algum parente e 9,09% através de outros. Sobre o tipo da informação, 45,45% foi orientada a fazer a ordenha com a bomba, 27,27% a fazer a ordenha manual, 9,09% a acordar o bebê e 18,18% outra opção. Das puérperas entrevistadas, 61,90% após a solicitação, demonstraram co-mo fazem a ordenha manual. Dessas puérperas que deco-monstraram 100% realizaram a técnica incorreta.

Sobre o que fazer se o bebê dormir por muito tempo, 95,24% afirmou não saber o que fazer. Sobre a introdução de outro tipo de alimento desde que o bebê nasceu, 57,14 afirmaram que introduziram e 42,86% responderam que não.

Das 12 puérperas que afirmaram a introdução de outro tipo de alimento, 75% respondeu ter sido água ou chá, 25% respondeu ter sido leite industrializado. Sobre a forma de oferta, 100% relatou ter sido através de mamadeira.

Questionadas em relação ao tempo de aleitamento materno exclusivo 52,38% amamen-tou por <6 meses e 28,57% > 6 meses. Das puérperas entrevistadas, 19,05% estava amamentando exclusivamente no período da entrevista.

Quanto às consequências do uso da mamadeira ou leite industrializado pelo bebê, 80,95% afirmaram não saber as consequências e 19,05% afirmaram saber.

Em relação à orientação a cerca da alimentação complementar 52,38% afirmaram não ter recebido nenhum tipo de orientação e 47,62% disseram ter recebido. Dessas dez, 27,27% a-firmaram ter sido através de parentes, 18,18% através de profissional do PSF e 45,45% através de outros.

Sobre o uso da chupeta, quinze representando 71,43% afirmaram que o bebê não faz u-so, seis responderam que o bebê faz uso da chupeta. Dessas 6, 100% foi ofertada pela mãe, pai ou familiar.

Quando interrogadas sobre como está sendo amamentar, dezesseis representando 76,19% afirmaram ser bom/gostoso/aproxima do bebê, 14,29% ainda tem dificuldade/está apren-dendo/ está insegura e 9,52% achou normal/já tinha vivenciado/achou tranquilo.

No quesito do tempo que planeja amamentar o bebê, 38,10% afirmou que planeja até quando o bebê quiser. Sobre o planejamento em amamentar durante a gestação, 38,10% já plane-javam amamentar até quando o bebê quiser, 23,81% </= 6 meses, 4,76% entre 7 meses a 1 ano, 23,81% entre 1 ano a 2 anos e 9,52% não pretendiam amamentar.

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