METEOROLOGIA OBSERVACIONAL REGISTRADORES
COMET Professor:
Princípios Gerais dos Registradores
A maioria dos instrumentos registradores devidos à sua própria construção, não registra continuamente valores exatos e absolutos e sim valores relativos que mediante correções poderão ser considerados como verdadeiros.
De um modo geral o principio básico dos registradores, consiste na figura abaixo.
a - elemento sensível b - diagrama
c - cilindro
d - sistema de alavancas
e - elemento registrador (braço - pena) f - mecanismo de relojoaria
a - Elemento Sensível
Varia de acordo com o elemento meteorológico (pressão, temperatura, umidade, etc).
b – Diagramas
São divididos em arcos ou linhas perpendiculares cortadas por linhas horizontais. Os arcos de horas ou minutos.
As linhas horizontais representam os valores das variações dos elementos (temperatura, pressão, umidade...).
As horas também devem estar impressas.
c - Cilindro
Destinado a receber o diagrama e em cujo interior se aloja o de relojoaria. (fig. 1)
Mecanismo:
1 - Sistema de alavancas
Consiste em hastes ou arcos articulados que tem por finalidade transmitir de maneira ampliada, as variações do elemento sensível do registrador.
As partes que constituem o sistema de alavancas são articuladas por eixos que se movimentam suavemente. (fig. 2)
d – Elemento registrador
Braço e pena
As variações sofridas pelo elemento sensível do aparelho são transmitidas ao sistema de alavancas, que faz o braço se elevar ou abaixar e, consequentemente, mover a pena sobre o diagrama fixado ao cilindro.
0 tamanho do braço está calculado para ampliar os movimentos do elemento sensível, tornando-o compatível com a escala do diagrama.
De um lado o braço se apoia no sistema de alavancas e no outro termina na pena registradora. (fig. 3)
0 encaixe da pena ao braço do aparelho obedece ao que apresenta na figura. (figs. 4 e 5)
A maioria das penas, apesar dos diversos tipos, é constituída em forma de uma pirâmide de base triangular.
0 fundo ou a parte inferior é constituído por dois lados da pirâmide separados por uma fresta, que permite a tinta fluir.
A pena deve ficar sempre em posição normal ou perpendicular em relação ao cilindro de relojoaria. (fig. 7).
e - Mecanismo de relojoaria
É montado na base, na parte interna do cilindro e faz girar um pequeno carrete que engrena numa roda dentada, fixada na parte externa dá base do cilindro.
O carrete girando, obriga a roda dentada arrastar consigo o cilindro. Os diâmetros da roda dentada e do carrete estão em relação tal com o mecanismo de relojoaria, que o cilindro faz uma volta completa em um ou sete dias.
O eixo vertical em redor do qual gera o cilindro, termina em cima com uma rosca, no qual se fixa uma porca, que mantém no lugar o cilindro,.sobre a base superior do cilindro, há dois orifícios fechados por um tampo corrediço de metal, obstruídos por pinos com ou sem roscas, de modo a não deixar penetrar poeira.
Por um desses orifícios, é que se introduz a chave para dar corda ao movimento de relojoaria.
0 outro orifício aparece o regulador, por meio do qual, pode-se, como nos relógios comuns, atrasar ou adiantar a marcha, virando para um lado ou para outro o pequeno ponteiro.
Movendo-se o ponteiro para "R ou S" atrasa-se o relógio. Movendo-se para o lado "A OU F" adianta-se à marcha. (figs. 8 e 9).
1 - Puxa-se para direita uma curta alavanca que se salienta à frente e ao meio da caixa.
Esta alavanca faz manobrar uma haste vertical, afastando do cilindro o braço que sustenta a pena. 2 - Aberta a caixa, com um pincel delicado, faz-se a limpeza geral do instrumento, tomando-se o máximo de cuidado, com o jogo de alavancas.
3 - Põe-se um pouco de vaselina em uma extensão de dois a três centímetros na ponta do braço que sustenta a pena. Esta precaução resguardará o alumínio da ação corrosiva da tinta.
4 - Verificado o bom estado da pena, se está limpa e com a fenda livre de obstruções, enfia-se a ponta do braço sustentador nas suas duas alças.
5 - Remove-se o tampo metálico do orifício, dá-se corda ao movimento de relojoaria, fecha-se novamente o orifício.
6 - Remove-se do cilindro á haste flexível. Uma vez preparado o diagrama enrola-se, em torno do cilindro.
.As duas extremidades da folha devem ficar superpostas justamente ria direção de fixação da mola; tendo o cuidado de transpassar a parte final, do diagrama sobre o inicial.
7 - Fixa-se a lâmina, que prende o diagrama ao cilindro. Enche-se a pena com tinta, utilizando para isto, um palito ou conta gotas.
8 - Movimenta-se a haste vertical, ou o próprio braço, deixando a pena próxima do diagrama. Gira-se o tambor até haver coincidência entre a ponta da pena e o ponto do diagrama.
0 cilindro de relojoaria pode ser girado em qualquer sentido, porém, o último movimento deverá ser sempre da esquerda para a direita, isto é, contrária a marcha normal do relógio. Conseguida a posição desejada, deixa-se à pena encostar sobre o diagrama.
Caso a pena custe a marcar o papel, "e não sendo isto em razão de qual quer defeito ou falta de limpeza", basta molhar-se repetidas vezes o bico da pena com tinta, por meio de um palito.
Apoiando-se o lápis sobre a haste, isto é, obrigando a pena traçar verticalmente, verifica-se se ela está ou não traçando.
9 - 0 atrito da pena sobre o diagrama pode ser regulado por meio de um pequeno parafuso, situado na base do braço que a suporta.
Se após uma inclinação de 20° a 40°, a pena não se afastar do diagrama é sinal, que há demasiado atrito.
Este atrito pode ser reduzido afrouxando-se o parafuso do braço. Há duas indicações de atrito demasiado dá pena contra o diagrama:
Os degraus e os deslocamentos no traçado por ocasião dos "toques".
a) Se o traçado apresentar repetidamente pequenos degraus de saltos bruscos, os quais pela sua regularidade não possam ser atribuídos à variação do fenômeno, é sinal que a pena está apertada demais contra o diagrama.
b) Por ocasião dos "toques", a pena volta ao mesmo ponto do traçado:
Se após um "toque" a pena se deslocar para cima ou para baixo, está confirmado o atrito excessivo. 10- Resta aferir o instrumento pelo de leitura direta.
Toma-se a leitura no momento, corrigindo-a do erro instrumental e por intermédio do parafuso de aferição, traz-se a pena até o ponto do diagrama correspondente à leitura direta.
Não se deve fazer esta aferição de um só golpe. Convém virar o parafuso pouco a pouco, dando-se ligeiras pancadas sobre a caixa, a fim de vencer os atritos.
Como esta operação é feita com a pena próxima do diagrama, deverá ter-se muita delicadeza com todos os movimentos, para evitar manchar o papel com os respingos de tirita.
Acertada a hora e aferido na leitura e, uma vez em funcionamento, não se deve tocar mais no instrumento.
Os diagramas, de modo nenhum, devem ser arquivados sem cabeçalhos, datas, e demais inscrições constantes no quadro à esquerda.
Os erros mais comuns dos aparelhos registradores são: - erro instrumental
- erro de hora - erro de amplitude
Erro instrumental
Este erro pode ser corrigido, comparando-se com o instrumento de leitura direta e o botão ou parafuso de aferição.
Erro de hora
Regular pouco o relógio, fazendo desaparecer dos diagramas as diferenças grosseiras de hora.
Erro de amplitude
Provocado pela regularização da alavanca de amplitude. É caracterizado ficando a curva do instrumento e a curva da leitura direta sem apresentar paralelismos.
