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Paul Simons
Vice-Diretor Executivo
Agência Internacional de Energia
Brasília, 16 de dezembro de 2015
O começo de uma nova era energética?
Em 2015 vimos os mais baixos preços para todos os combustíveis fósseis
Petróleo & gás podem sofrer um segundo año de queda de investimento no setor de exploração e produção em 2016
Preços do carvão permanecem baixos com a redução da demanda na China
Luz verde antes da reunião sobre as alterações climáticas em Paris
Compromissos de 185 países representando 95% das emissões de carbono relacionadas com energia
Capacidade adicional de energias renováveis atinge recorde de 130 GW em 2014
Reforma dos subsídios de combustíveis fósseis, liderado pela Índia & Indonésia, reduz o valor total do subsídio global abaixo dos $500 bilhões em 2014
Diversos sinais de mudança, mas será que estão a guiar o sistema
energético na direção certa?
Crescimento da procura na Ásia –
a continuação
Na América Latina mais de metade da capacidade adicional de demanda de energia em 2040 será proveniente de fontes de energia de baixo carbono
União Europeia Estados Unidos Japão América Latina Médio Oriente Sudeste Asiático
África China Índia
Mudança na demanda de energia em certas regiões, 2014-2040
Mtep -300 0 300 600 900 1 200 46% 54% Baixo carbono Fósiles
mas – para o petróleo e gás – os ganhos são contrabalançados na mudança para campos mais complexos
Políticas promovem inovação e
pendem a balança para o baixo carbono
Custos em 2040 para diferentes fontes de energia/tecnologias, relativo a 2014
-60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% Solar Fotovoltaico Energia eólica (em terra) Produção de calor industrial eficiente Iluminação eficiente Produção e exploração de petróleo e gás
Novo item no mercado do petróleo?
Mudança na produção (2015-2020) de US tight oil (petróleo de xisto) para um intervalo de preços de petróleo de 2020
Petróleo de xisto tem criado mais flexibilidade no fornecimento a curto prazo, mas não existe garantia que o mecanismo de ajuste nos mercados petrolíferos seja suave
-4 -3 -2 -1 0 1 2 $40/bbl $50/bbl $60/bbl $70/bbl $80/bbl $90/bbl $100/bbl mb/d
Caminhos divergentes dos países da
OPEP e não-OPEP
Mudança na produção de petróleo 2014-2040
O Brasil e o Canada estão a liderar no crescimento de produção dos países não-OPEP, mas não conseguem compensar pela redução de produção total dos países
não-OPEP.
mb/d
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 Iraque Brasil Canada Resto dos paísesda Não-OPEP Resto dos países da OPEP
Se os preços de petróleo permanecerem
baixos por mais tempo: o que significará?
Fornecimento não-OPEC mais resiliente & maior produção de um Médio Oriente estável poderá segurar o preço do petróleo em $50/bbl até 2020s
Importadores de petróleo ganham, cada redução em $1/bbl representa $15 bilhões menos em custos de importação; grande oportunidade para prosseguir com reformas dos subsídios de combustíveis fósseis
Se os baixos preços persistirem por décadas, a dependência no Médio Oriente regressará aos níveis de 1970s; risco de resalto acentuado no mercado se o investimento for
insuficiente
Os baixos preços podem diminuir o apoio político essencial para uma transição
energética: menos incentivos significam que 15% dos ganhos de eficiência são perdidos Redução nas receitas de produtores chave & crescimento da demanda global de petróleo
fazem com que um período prolongado de baixos preços seja progresivamente menos provável
Demanda e produção de gás natural na Ásia
As grandes oportunidades & incertezas
para o gás natural estão na Ásia
Ásia é responsável por quase ½ do aumento da demanda de gás natural & 75% do aumento em importações, mas o gás terá forte competição das renováveis & carvão
300 600 900 1 200 1 500 Demand Production bcm Convencional Não Convencional Adicional até 2040 2014 , 2014 , 2014 & 2040 Importações
Energy demand
GDP
O novo capítulo na história de
crescimento da China
Juntamente com a eficiência energética, mudanças estruturais na economia da China a favor da expansão de serviços, significam que é necesário menos energia para
gerar crescimento económico
3 000 6 000 9 000 2000 2010 2020 2030 2040 En er gy de m an d ( Mt oe) 20 40 60 GDP (t rill io n d ol lar s, PPP) Energy demand GDP
Total primary energy demand & GDP in China Demanda de energia na China
1 000 2 000 3 000 4 000 Carvão Petróleo Gás Nuclear Renováveis Demanda de energia PIB 3 000 6 000 9 000 2000 2010 2020 2030 2040 De m an d a d e en er gia ( Mt oe ) 20 40 60 P IB ( trilhões d e d ol lar s, PPP)
India move-se para o centro do palco
energético global
Mudança na demanda de determinadas fontes de energia, 2014-2040
Nova infraestrutura, uma classe média em expansão & 600 milhões de novos consumidores de energia elétrica vão implicar um grande aumento da energia
necesária para alimentar o desenvolvimento da Índia
Solar fotovoltaico 0 500 1 000 1 500 (TWh) Petróleo -16 -8 0 8 16 24 (mb/d) Carvão -1 000 -500 0 500 1 000 1 500 (Mtce) China Índia Estados Unidos
União EuropeiaÁfrica Médio Oriente Japão Índia China África Médio Oriente Sudest Asiático Estados Unidos Japão União Europeia Índia Sudeste Asiático África União Europeia Estados Unidos
Eletricidade está a liderar a
transformação do sistema energético
Geração global de energia elétrica por fonte de energia
Impulsionado por um apoio político contínuo, as energias renováveis vão
representar metade da geração adicional a nível mundial, ultrapassando o carvão por volta de 2030 tornado-se a maior fonte de energia
3 000 12 000 15 000 TWh Mudança até 2040 2014 Renováveis Carvão Gás Nuclear Petróleo Hidroelétrica Eólica Solar Outras renováveis Dos quais: 6 000 9 000
Eficiência energética a aumentar, mas há
ainda um grande potencial por explorar
% de regulamentos obrigatórios de eficiência do consumo final de energia a nível global
Políticas de eficiência energética estão a ser introduzidas em mais países e setores; e continuam a retardar o crescimento da demanda mas mais pode ser feito
Indústria Caldeiras a vapor Calor de processo Motores Edifícios Aquecimento/Refrigeração Iluminação/Aparelhos Elétricos Transporte Carros Camiões Embarcações 10% 20% 30% 40% 2005 2014 2040
Mundo América Mundo Mundo
Latina
América Latina
América Latina
A extensão dos compromissos para as
alterações climáticas é impresionante
Os compromissos para o COP21 são consistentes com o aumento de temperatura de 2.7°C, sendo necesário um investimento de $13.5 trilhões em tecnologias de
baixo carbono & eficiência até 2030
Compromissos submetidos Sin Compromissos
Os compromissos permitem dissociar as
emissões do setor elétrico da demanda
Geração elétrica mundial
A percentagem de geração elétrica de baixo carbono cresce até quase 45% em 2030 e portanto as emissões do setor elétrico permanecem constantes, enquanto a
demanda de eletricidade cresce mais de 40%
10 20 30 40 Ger aç ão ( m il TW h ) e emissões de CO2 1990 2000 2010 2020 2030 Em iss ões ( Gt) 5 10 15 20 Emissões de CO2 Geração elétrica Geração elétrica Emissões de CO2
Estratégia da IEA para elevar a ambição
– Pico nas emissões (Cenário Ponte)
Cinco medidas – tal como indicado no “Cenário Ponte” – alcançar um pico de emissões em 2020, utilizando apenas technologias comprovadas & sem prejudicar o crescimento
econômico
zz
Emissões globais de GEE relacionadas com energia
Eficiência energética 49% Redução de carvão ineficiente Investimento em renováveis Redução do metano no setor de exploração e produção
Reforma dos subsídios de combustíveis fósseis
17% 15%
10%
Poupanças de energia por medida, 2030 9% 20 25 30 35 40 2000 2014 2020 2025 2030 Gt CO 2 -eq Bridge Scenario INDC Scenario 450 Scenario
COP21: um marco histórico para o
mercado energético global
Envia uma messagem clara que existe um engajamento global para uma mudança para sistemas de energia de baixo carbono, tendo 187 países submetido compromissos e 150 líderes mundiais vindo a Paris para apoiar o acordo.
Um objectivo fortalecido para atingir um aumento da temperatura global “bem abaixo dos 2°C […] e para fazer esforço para limitar um aumento de temperatura acima dos
1.5°C”. Para atingir este objectivo,os países terão de obter um pico de emissões globais o mais rápido possível e fazer reduções rápidas em seguida.
Cada país terá de submeter as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (CND) a cada cinco años. A implementação das CNDs será monitorizada e revista. Será prestado apoio financeiro, tecnológico e de capacitação para a implementação das CNDs de países em desenvolvimento.
O acordo de Paris estabelece um estrutura que facilita um futuro abaixo dos 2°C, mas o seu sucesso vai depender fundamentalmente das ações dos países e os seus sucessivos CNDs.
“Abrindo as portas da AIE” para os países emergentes
29 membros + Chile & México em processo de adesão
China, Indonésia & Tailândia tornaram-se Associados da AIE, um importante passo
num processo contínuo de fortalecimento de cooperação
Brasil e a África do Sul renovaram o programa de trabalho conjunto com a AIE para
2016-2017. MME representado pelo Secretário-Executivo Barata
AIE-Brasil - programa de trabalho conjunto para 2016-17
Energia renovável: caso de estudo sobre geração distribuida da fonte solar
fotovoltaíca no Brasil
Eficiência energética: partilha de experiências com metodologias de avaliação
Segurança energética: análise conjunta da contribuição e desafios das energias
renováveis
Mandato para a modernização da AIE: alargamento do conceito de
segurança energética, um maior foco em energias limpas, tecnologias &
eficiência energética
A reunião ministerial da AIE de 2015
abriu as portas aos países emergentes
Conclusões
Os baixos preços trazem ganhos aos consumidores, mas podem também trazer
futuros riscos em termos de segurança energética: não há espaço para complacência
A transição da China, para um modelo energético mais diversificado e menos
intensivo de crescimento, remodela os mercados de energia
A transição energética está a caminho e a COP21 é um marco histórico que
inicia uma transição global para sistemas de energia de baixo carbono.
A América Latina a começar a explorar mais o seu potencial de eficiência
energética, mas há espaço para fazer muito mais
Com os sempre presentes desafios nas áreas de segurança energética e
ambiente, a cooperação energética nunca foi tão vital como agora
A AIE e o Brasil estão a fortalecer and alargar a sua cooperação através do
C D /I EA 2 0 1 5