Estatuto da Criança e
Adolescente- Lei 8.069/90
•
Histórico da criança e adolescente
Na idade medieval a criança era
vista como um adulto em
miniatura.
A criança não tinha relevância no
mundo social até vir a ser
adulto.
A criança foi retratada na arte
religiosa em sua forma
Histórico da criança e adolescente
• A Infância no Brasil Colônia/ Império- • Atenção às crianças índias
• padres jesuítas com o objetivo de batizá-las e prepará-las para o trabalho.
• Para que pudessem alcançar esse objetivo foram construídas Casas para meninos e para meninas que os (as) separavam de sua tribo e incutiam os dogmas Cristãos Mortalidade infantil alta • Lei do Ventre Livre, 1871, o senhor poderia utilizar a mão de obra
Histórico da criança e adolescente
• A Roda dos Expostos
• Ação pública de caráter assistencial/religioso. • Público: crianças pardas e/ou brancas;
• Objetivo: “salvar a honra das famílias”
• Mortalidade em torno de 90% seja pela omissão ou falta de condições das Santas Casas ou por desinteresse da Corte.
• A primeira Roda foi criada na Bahia em 1726 e a última em São Paulo. Sua extinção só ocorreu na década de 1950.
Histórico LEGAL da criança e adolescente
• A Infância no Brasil – Século XX
• 1902 - Congresso Nacional já discutia a implantação de uma política chamada “Assistência e Proteção ao Menores e Delinquentes”;
• 1903 - Criada a Escola Correcional;
• 1923 – Foi autorizada a criação do Juizado de Menores;
• 1924 – Foram criados Conselho de Assistência e Proteção aos Menores e o Abrigo Menores;
• 1927 – É criado o primeiro Código de Menores: que classificava os menores em abandonados e delinquentes.
Histórico LEGAL da criança e adolescente
• Era Vargas (1930 – 1945) consolidação da política assistencialista e repressiva para a infância e adolescência;
• •1941 até 1964 – Criação do SAM (Serviço Nacional de Assistência aos Menores) vinculado ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores com o objetivo de extirpar a ameaça dos meninos “perigosos e suspeitos
• Criação da FEBEM (Fundação de Bem Estar do Menor)- centros de internação para os abandonados como os considerados perigosos.
• 1979 – Novo Código de Menores com a doutrina da situação irregular;
Histórico LEGAL da criança e adolescente
• Doutrina da Situação Irregular x Doutrina da Proteção
Integral
• A doutrina da situação irregular foi adotada antes do
estabelecimento do atual Estatuto da Criança e do
Adolescente. Ela foi sustentada pelo antigo Código de
Menores (Lei 6697/79), que admitia situações absurdas de
não proteção à criança e ao adolescente.
Doutrina da proteção integral e sistema de proteção aos direitos da criança e adolescente
• A adoção da doutrina da proteção integral é fruto da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.
• Convenção Internacional dos Direitos da Criança:
• Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20.11.89. • Assinada pelo governo brasileiro, em 26.01.90.
• Padrão internacional que todo menor de 18 anos é considerado criança- permite a proteção do que chamamos de adolescente.
• A doutrina da proteção integral, juntamente aos princípios do melhor
interesse e da absoluta prioridade, faz parte da tríade principiológica
Definição criança e adolescente (art. 2º ECA)
• Art. 2º Considera-se
criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa
até doze anos de idade incompletos, e
adolescente
Condição de pessoa em condição peculiar de
desenvolvimento
• O que significa isso?
• Não atingiram condições de defender seus direitos frente às omissões e transgressões capazes de violá-los;
• Não contam com meios próprios para arcar com a satisfação de suas necessidades básicas;
• Não têm acesso ao conhecimento pleno de seus direitos
• Não podem responder pelo cumprimento das leis e deveres e obrigações inerentes à cidadania da mesma forma que o adulto, por se tratar de seres em pleno desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social cultural , não tendo dessa forma a mesma capacidade de autodeterminação do adulto.
Aplicação do Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade
(art. 2º, parágrafo único)
• Com a maioridade civil e imputabilidade penal, adolescente
passa a se sujeitar as regras do Código Civil e Código Penal.
Porém pode haver exceções, onde ainda se aplica o ECA
nesta faixa de idade.
• Exemplo: desinternação compulsória aos 21 anos; dotando
deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos
adotantes .
A criança e adolescente como sujeitos de direitos
fundamentais (art. 3º e 5º)
• Passa-se a considerar criança e adolescente sujeitos de direitos e não como objetos;
• Direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral
• Não será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
• Titulo II do ECA trata a partir do artigo 7º ao 14 os direitos fundamentais
Dever de efetivação de direitos de crianças e adolescentes
(art. 4º caput)
• Constituição Federal art. 227
• Art. 4º ECA- dever da:
• FAMÍLIA
• COMUNIDADE
• DA SOCIEDADE EM GERAL
• PODER PÚBLICO
• Todos juntos devem, com absoluta prioridade, buscar
efetivar direitos da criança e adolescente
Dever de efetivação de direitos de crianças e adolescentes
(art. 4º caput)
• Constituição Federal art. 227
• Art. 4º ECA- dever da:
• FAMÍLIA
• COMUNIDADE
• DA SOCIEDADE EM GERAL
• PODER PÚBLICO
• Todos juntos devem, com absoluta prioridade, buscar
efetivar direitos da criança e adolescente
Garantia da prioridade absoluta e ponderação de direitos (art. 4º parágrafo único)
• Elenca situações em que se deve mostrar presente a absoluta prioridade das crianças e adolescentes, quais sejam: • a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
• b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
• c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
• d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Ausência de capacidade civil- pessoas em desenvolvimento- deverão assim ter oportunidades e faculdades para seu completo desenvolvimento
• Lei da Primeira Infância (2016) prioridade máxima para crianças de até 06 anos de idade.
Do direito a vida e a saúde (art. 7º) Direito a vida e suas dimensões • Direito absoluto a vida existe?
Direito a saúde, politicas públicas, condições dignas de existência (art. 7º).
• A prioridade absoluta na proteção da criança e do adolescente impõe destinação privilegiada dos recursos públicos.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Saúde da mulher, planejamento reprodutivo e atendimento
adequado e humanizado (art. 8º)
• Mudança da lei em 2016, inseriu 10 parágrafos no art. 8º;
• Acesso a programas e políticas públicas de saúde e planejamento reprodutivo
• Sobrevindo gravidez, o período do pré-natal será feito pelo profissionais da atenção primária
• Vinculação da gestante, no último trimestre,
estabelecimento que fará o parto, garantido direito de opção da mulher
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Saúde da mulher, planejamento reprodutivo e atendimento
adequado e humanizado (art. 8º)
• Orientação a gestante no pré-natal ( e pós-natal) sobre alimentação do bebê; vínculos com a criança;
• Assistência psicologia a mãe, inclusive àquelas que querem entregar seus filhos;
• Novidade trazida foi direito ao parto natural (normal) cuidadoso. Cesariana e outras intervenções cirúrgicas somente por motivos médicos;
• Prevê também a busca ativa da gestante que não iniciou ou abandonou o pré-natal, bem como a mulher puérpera que não compareceu a consulta pós-parto.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Saúde da mulher, planejamento reprodutivo e atendimento
adequado e humanizado (art. 8º)
• Mesmo direitos a gestante e as mães privadas de liberdade em relação a sua saúde e a do bebê.
• Preocupação do legislador com a unidade de privação de liberdade onde se encontra a mãe e a criança;
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Aleitamento materno (art. 9º)
• Documento internacional- Declaração de Innocenti- defensores da amamentação;
• Vantagens para criança e para mãe são inúmeras • Direito humano especial
• Previsão na CF, art. 5º, inciso I- direito da amamentação das mulheres presidiárias;
• Art. 9º ECA: Poder público, as instituições e os empregadores
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Obrigações dos hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde da gestante (art. 10)
• Neste artigo consta um rol de obrigações que devem ser cumpridas pelos hospitais e estabelecimentos à gestante:
• I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo PRAZO DE DEZOITO ANOS;
• II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Obrigações dos hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde da gestante (art. 10)
• III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
• IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
• V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
• VI - acompanhar a prática do processo de amamentação (...) Foi inserido este inciso em 2017.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Atendimento Sistema Único de Saúde (SUS): assistência médica e odontológica e vacinação obrigatória. (art. 11, caput, c.c. art. 14, caput e § 1º a 4º).
• Acesso integral às linhas de cuidados à saúde de crianças e adolescentes no SUS.
• Metodologia adequada para o atendimento de crianças e adolescentes com vistas a proteção integral prevista no ECA;
• Art. 14- SUS deve promover programas de assistência médica e odontológica
• Obrigatoriedade de vacinação
• Art. 14 § 3º: A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Crianças com deficiência e atendimento especializado,
fornecimento de medicamentos, próteses (art. 11 §§ 1º a 3º).
• Ausência de qualquer tipo de segregação ou discriminação • Poder Público deverá oferecer de forma gratuita
medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação