Troféu Transparência 2015
Comunicação Visual
Reunião Técnica | Tributos |ANEFAC
Abril, 2018
Lei Complementar 160/17 e
Convênio ICMS 190/17
Convalidação e reinstituição de
incentivos fiscais no contexto da
Guerra Fiscal de ICMS
Sobre a ANEFAC
▪ Entidade com quase 50 anos de história integrando executivos
▪ Rede com mais 1600 associados
▪ Mais de 4 mil executivos em eventos em 2016
▪ Reúne executivos de finanças, administração e contabilidade
Missão
▪ Promover ações que viabilizem de forma ética o desenvolvimento de
gestores de negócios na construção de relacionamentos no mercado.
Abrangência
▪ São Paulo/Campinas/Rio de Janeiro/Curitiba/Salvador/Belo
Eventos
▪ Congresso ANEFAC
• Evento nacional que
recebe cerca de 500
executivos de finanças,
administração e
contabilidade.
▪ Reuniões Técnicas
• Discussão de vários
assuntos importantes
para o desenvolvimento
de estratégias dentro
das organizações.
▪ Cafés da Manhã, seminários e palestras
técnicas
• Temas técnicos com abordagem específica.
▪ Jantar Palestra
• Com público e
Premiações
▪ Troféu Transparência
• Premiação das
demonstrações
financeiras mais
transparentes do
Brasil.
▪ Prêmio ANEFAC
Profissional do Ano
• Três profissionais são
escolhidos: finanças,
administração e
Agenda
Breve histórico sobre a Guerra Fiscal de ICMS
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
▪ Propósito
▪ Principais objetivos
▪ Abrangência
▪ Condições...para os Estados e DF... (Art. 3º, I e II)
▪ Pontos críticos...
▪ Alguns temas em debate pelos Estados
Convênio ICMS nº 190 de 15 de dezembro de 2017
LC 160/17 e Convênio ICMS 190/17
▪ Considerações finais
Papo de café
• Antes de 1975 já havia problemas de benefícios concedidos
unilateralmente pelos Estados.
•
A Lei Complementar nº 24/75 tentou resolver este problema,
todavia não mostrou-se eficiente. Referida norma trouxe a previsão
de sanções pelo seu descumprimento (art. 8º).
• Nas últimas décadas houve aumento significativo das concessões
de benefícios fiscais sem anuência do Confaz, sendo um dos
motivos principais a diminuição da arrecadação federal através de
impostos e aumento da arrecadação através de contribuições
(principalmente PIS/Cofins) sem repasse aos Estados e Municípios.
• Atualmente, todas as UF’s têm algum benefício fiscal concedido de
forma unilateral.
• A CF/88, através do Artigo 155, § 2º, inciso XII, alínea “G”, disciplinou
que a forma de concessão dos benefícios deveria por meio de Lei
Complementar. Embora a LC 24/75 tenha sido anterior a CF/88, os
tribunais entenderam que a mesma atendia o comando
constitucional e não haveria necessidade de edição de nova Lei.
• Após inúmeras ações no âmbito do judiciário, sempre decidindo pela
inconstitucionalidade dos benefícios concedidos de forma unilateral,
em Setembro de 2012 o STF exigiu uma ação mais concreta dos
Estados para acabar com a Guerra Fiscal, caso contrária iria editar a
Súmula Vinculante Nr. 69 com o seguinte verbete:
“Qualquer isenção, incentivo, redução de alíquota ou de base
de cálculo, crédito presumido, dispensa de pagamento ou
outro benefício fiscal relativo ao ICMS, concedido sem prévia
aprovação em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, é
inconstitucional.”
Breve histórico sobre a Guerra Fiscal de ICMS
• Em março de 2014, depois da ameaça de edição da Súmula pela STF,
o Confaz celebrou o Convênio ICMS nº 70, que basicamente era
uma proposta de um modelo de convalidação do passado e
transição até o término da validade dos atuais incentivos fiscais
concedidos de forma unilateral.
• Ainda existem muitas ADI’s sobre o tema, seja questionando a
constitucionalidade da concessão ou glosa de crédito.
• Neste cenário surge a Lei Complementar Nr. 160 de 2017 e na
sequência o Convênio ICMS 190/17 que disciplinou a sua
operacionalização.
Dispõe sobre Convênio a ser criado pelos Estados e
Distrito Federal para deliberar sobre a remissão dos
créditos tributários, constituídos ou não, decorrentes
das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou
financeiros-fiscais instituídos em desacordo com o
disposto na CF/88 e a reinstituição dos respectivos
benefícios fiscais.
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
Propósito
• Remissão dos créditos tributários.
• Reinstituição, manutenção e prorrogação dos benefícios fiscais
de 1 até 15 anos(Art. 3º § 2º, incisos I a V).
• Adesão (cola regional)” - (Art. 3º, 8º) aos benefícios fiscais
concedidos por outro Estado da mesma região, nos termos dos
Arts. 3º, 8º (proposta de veto não acolhida).
• Extensão do benefício fiscal para outros contribuintes sob as
mesmas condições e prazos conforme prevê o Art. 3º, § 7º
(proposta de veto não acolhida).
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
•
Remissão – benefícios fiscais (revogados ou não) instituídos por
legislação estadual publicada até a data de início de produção de
efeitos da LC nº 160/2017 (08.08.2017).
•
Reinstituição, manutenção e prorrogação – benefícios fiscais que se
encontrem em vigor na data de publicação da lei.
•
Extensão e adesão – benefícios fiscais reinstituídos, mantidos ou
prorrogados.
•
Diminuição, Restrição ou Revogação – durante a vigência.
•
Efeitos Retroativos - remissão até a data de concessão do ato original
(anulação de créditos tributários constituídos e em discussão
administrativa ou judicial).
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
Abrangência
•
Instituir, no prazo de 180 dias da edição da LC 160/2017, Convênio
para deliberar sobre remissão e reinstituição de incentivos fiscais
concedidos de forma unilateral. Adoção de quórum sem unanimidade
(2/3 de todos os Estados ou 1/3 dos Estados integrantes cada uma das
5 regiões).
•
Publicar, em seus respectivos diários oficiais, relação com a
identificação de todos os atos normativos relativos aos benefícios
fiscais.
•
Registro e o depósito, no CONFAZ, de documentação comprobatória
correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais, e manter
atualizadas tais informações, a serem publicadas no Portal Nacional
da Transparência Tributária.
O não atendimento dessas condições pode ocasionar não
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
• Enquadramento do tipo de benefício fiscal para fins de reinstituição:
o Prazos:
a) 15 anos – destinados ao fomento das atividades agropecuária e industrial, inclusive agroindustrial, e ao investimento em infraestrutura rodoviária, aquaviária, ferroviária,
portuária, aeroportuária e de transporte urbano.
b) 8 anos – destinados à manutenção ou ao incremento das atividades portuária e
aeroportuária vinculadas ao comércio internacional, incluída a operação subsequente
à da importação, praticada pelo contribuinte importador.
c) 5 anos – destinados à manutenção ou ao incremento das atividades comerciais, desde que o beneficiário seja o real remetente da mercadoria.
d) 3 anos – destinados às operações e prestações interestaduais com produtos
agropecuários e extrativos vegetais in natura.
e) 1 ano – demais benefícios.
Fomento à atividade portuária x incremento da atividade portuária:
Tendência de prevalecer todos com 15 anos - maior prazo
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
Pontos críticos...
• Adesão regional (“cola”): Se o Estado que concedeu o benefício original reduzir o
benefício o outro que “colou” também deve reduzir?
• Extensão: Qual o alcance da expressão “mesmas condições” para fins de extensão dos
benefícios fiscais?
o Situação 1: Um benefício concedido para o setor têxtil poderá ser estendido para setor automotivo?
o Situação 2: Um benefício concedido para uma categoria de frutas poderá ser estendido para outras frutas?
o Situação 3: O benefício concedido para um contribuinte poderá ser dado para outro independente do segmento ou tipo de produtos?
• A reinstituição dos benefícios fiscais dependerá de novo ato concessivo ou o simples
registro no Portal será suficiente para mantê-lo em vigor?
• A ausência de visibilidade do Portal para os contribuintes enfraquece a segurança
jurídica? Como remediar?
• Os Estados poderão revogar, modificar ou reduzir o montante do benefício fiscal antes
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
• Qual a efetividade das sanções introduzidas pela LC 160/17?
Foi vetada a previsão inicial de alteração da Lei de Improbidade Administrativa para se responsabilizar o gestor responsável pela concessão de novos benefícios irregulares doravante.
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
Pontos críticos... (cont.)
LC 160/17 LC 24/75
Remete às sanções da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) Art. 23. (...) § 3° ... Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá: I - receber transferências
voluntárias; II - obter garantia, direta
ou indireta, de outro ente; III - contratar
operações de crédito, ressalvadas as
destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
Art. 8º - A inobservância dos dispositivos desta Lei acarretará, cumulativamente: I - a nulidade do ato e a
ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor da mercadoria; Il - a exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei ou ato que
conceda remissão do débito correspondente. Parágrafo único - As sanções previstas neste artigo poder-se-ão acrescer a presunção de irregularidade das contas correspondentes ao exercício, a juízo do Tribunal de
Contas da União, e a suspensão do pagamento das quotas referentes ao Fundo de Participação, ao Fundo
Especial e aos impostos referidos nos itens VIII e IX do art. 21 da Constituição federal.
• Tratamento dos incentivos como subvenção para investimento:
o Art. 9º O art. 30 da Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 4º e 5o: ‘Art. 30. (...) § 4º Os incentivos e os benefícios fiscais ou
financeiro-fiscais relativos ao imposto previsto no inciso II do caput do art. 155 da Constituição Federal, concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal, são considerados subvenções para investimento, vedada a exigência de outros requisitos
ou condições não previstos neste artigo. § 5º O disposto no § 4º deste artigo aplica-se inclusive aos processos administrativos e judiciais ainda não definitivamente julgados.’ (NR)
o Art. 10º O disposto nos §§ 4º e 5º do art. 30 da Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014,
aplica-se inclusive aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais de ICMS instituídos em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2o do art. 155 da Constituição Federal por legislação estadual publicada até a data de início
de produção de efeitos desta Lei Complementar, desde que atendidas as respectivas exigências de registro e depósito, nos termos do art. 3º desta Lei Complementar.
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
Vetos não acolhidos sugeridos pelo Ministério da
Fazenda
•
Extensão do benefício fiscal para outros contribuintes sob as mesmas
condições e prazos.
•
Adesão (“cola regional”) a benefícios fiscais concedidos por outro
Estado da mesma região.
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
Vetos não acolhidos sugeridos pelo Ministério da
Fazenda (cont.)
•
Um único convênio disciplinará a LC 160/17?
•
Abrangência do termo “Benefícios fiscais”(isenção, redução da base de
cálculo, manutenção de crédito, devolução do imposto, crédito outorgado ou
crédito presumido, dedução de imposto apurado, dispensa do pagamento,
dilação do prazo para pagamento, antecipação do prazo para apropriação do
crédito, financiamento do imposto, crédito para investimento, remissão,
anistia, moratória, transação, parcelamentos específicos, outros benefícios ou
incentivos). Alguns Estados entendem que diferimento deve ser considerado.
•
Internalização nos Estados – publicação do Ato Normativo e registro no portal.
Haverá
necessidade
de
Lei
Estadual
especifica
para
o
perdão
(remissão/anistia), nos termos do Art. 150, § 6º da CF/88?
•
Será mantida a concessão de novos benefícios por unanimidade nos termos
Lei Complementar nº 160 de 7 de agosto de 2017
• O Convênio foi instituído dentro do prazo de 180 dias previsto na LC 160/17. • Tentativa de trazer maior esclarecimento sobre Ato Normativo e Ato Concessivo:
“Cláusula primeira (...) (...)
§ 2º Para os efeitos deste convênio, considera-se:
I - atos normativos: quaisquer atos instituidores dos benefícios fiscais publicados até 8 de agosto de 2017;
II - atos concessivos: quaisquer atos de concessão dos benefícios fiscais editados com base nos atos normativos de que trata o inciso I deste parágrafo;”
• Os prazos para publicação em diário oficial dos Atos Normativos (ex.: lei, decreto, portaria,
resolução) são:
o 29 de março de 2018 (encerrado) para os atos vigentes em 8 de agosto de 2017; o 30 de setembro de 2018 para os atos não vigentes em 8 de agosto de 2017.
• Os prazos para registro e depósito junto ao Confaz dos Atos Concessivos (ex.: lei, decreto,
portaria, resolução, termo de acordo, protocolo de intenção, regime especial, despacho, autorização específica) são:
o 29 de junho de 2018, para os atos vigentes na data do registro e do depósito (possibilidade de prorrogação para 28 de dezembro de 2018);
o 28 de dezembro de 2018, para os atos não vigentes na data do registro e do depósito.
Convênio ICMS 190 de 15 de dezembro de 2017
• Os atos normativos e os atos concessivos relativos aos benefícios fiscais que não tenham
sido objeto da publicação, do registro e do depósito, de que trata a cláusula segunda, devem ser revogados até 28 de dezembro de 2018 pela unidade federada concedente
• No conceito de benefícios fiscais o Convênio deixou de fora, acertadamente, o diferimento, mas alguns Estados também incluíram essa possibilidade quando fizeram o depósito e registro junto ao Confaz.
• Fica instituído o Portal Nacional da Transparência Tributária, reservado o acesso às
administrações tributárias dos Estados e do Distrito Federal.
• A remissão e a anistia previstas no caput desta cláusula ficam condicionadas à desistência de ações, defesas, recursos e inclusive da cobrança de honorários de sucumbência dos
advogados.
• As unidades federadas acordam em permitir, mutuamente, o acesso irrestrito, nos termos previstos em ajuste SINIEF, às informações constantes dos documentos fiscais eletrônicos emitidos e da escrituração fiscal digital dos contribuintes.
• A remissão ou a não constituição de créditos tributários afastam as sanções previstas no art. 8º da Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, retroativamente à data original de concessão dos benefícios fiscais de que trata a cláusula primeira, vedadas a restituição e
• Alguns impactos e ações que possivelmente serão avaliados por São Paulo:
o O Estado perderá bastante, um dos possíveis cenários para compensar a diminuição da arrecadação será aumentar a carga tributária para o consumidor final em relação aos
produtos com maior tributação em outros Estados, tais como: combustível, energia e comunicação.
o Necessidade de conceder incentivos fiscais para evitar fuga de empresas para outros Estados.
• Soluciona o passado e futuro com maior segurança jurídica?
• A nova lei resolve o problema da guerra fiscal ou irá potencializá-la?
• O que acontece com os contribuintes que estornaram os créditos, liquidaram débitos no passado ou que tenham parcelas vincendas de algum programa de parcelamento?
• A baixa efetividade das sanções previstas na LC nº 160/2017 será um incentivo para que os
gestores dos Estados continuem instituindo benefícios de forma unilateral?
• O aumento de benefícios fiscais regularizados incentivará eventual reforma tributária (imposto no destino ou IVA)?
• Qual a efetividade do Portal Nacional da Transparência Tributária já que os contribuintes
não terão acesso às informações?
LC 160/17 e Convênio ICMS 190/17
Considerações finais
OBRIGADO!
Edinilson Apolinario
Sócio | Austin Associados Vice-presidente | ANEFAC Head de Contabilidade +55 11 2847-4769 +55 11986909820 edinilson.apolinario@austinassociados.com.br edinilson.apolinario@anefac.com.br