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OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR

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Academic year: 2021

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COORDENAÇÃO: LUÍS SOUSA

OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR

COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

(2)

F

icha

T

écnica

Título

Os granitos de Vila Pouca de Aguiar como factor de desenvolvimento regional. Uma abordagem multidisciplinar.

Coordenação

Luís Sousa

Edição

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2012

Design

Raquel Pimenta - Minfo Gráfica

Impressão e acabamento Minfo Gráfica Tiragem 500 ISBN 978-972-704-375-0 Depósito Legal 360601/13

(3)

í

ndice

OS rECurSOS gEOLógICOS Em VILa POuCa DE aguIar

2

PágINa

23

a gEOLOgIa Da rEgIãO DE VILa POuCa DE aguIar

1

PágINa

11

OS graNITOS DE VILa POuCa DE aguIar

3

PágINa

29

a ImPOrTâNCIa Da INDúSTrIa DO graNITO Na rEgIãO

4

PágINa

43

rECurSOS gEOLógICOS E OrDENamENTO DO TErrITórIO

5

PágINa

53

PrOSPECçãO DE graNITO OrNamENTaL

6

PágINa

71

LICENCIamENTO DE PEDrEIraS

7

PágINa

85

ExTraCçãO mECâNICa DE graNITO

8

PágINa

115

ExTraCçãO DE graNITO COm ExPLOSIVOS

9

PágINa

123

máquINaS E EquIPamENTO uTILIzaDOS Em PEDrEIraS

10

PágINa

133

TraNSfOrmaçãO DE graNITO

11

PágINa

143

arquITECTura Em graNITO - BrEVE rELaNCE Da Sua hISTórIa

12

PágINa

153

SEguraNça, hIgIENE E SaúDE Em PEDrEIraS

13

PágINa

177

ImPaCTES amBIENTaIS rESuLTaNTES Da aCTIVIDaDE ExTraCTIVa

14

PágINa

187

PEDrEIraS SujEITaS a aVaLIaçãO DE ImPaCTE amBIENTaL

15

PágINa

199

rESíDuOS Da INDúSTrIa DO graNITO

16

PágINa

209

aTErrOS DE rESíDuOS INErTES

17

PágINa

219

rECuPEraçãO amBIENTaL E PaISagíSTICa DE PEDrEIraS

18

PágINa

237

PaTrImóNIO gEOLógICO Na rEgIãO DE VILa POuCa DE aguIar

19

PágINa

251

INOVaçãO E INVESTIgaçãO

20

PágINa

269

a rOTa Da PEDra Em VILa POuCa DE aguIar

21

PágINa

285

aIgra - aSSOCIaçãO DOS INDuSTrIaIS DE graNITO

22

PágINa

293

(4)

Luís M. O. Sousa

Prospecção de

granito ornamental

(5)

UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

(6)

73

PROSPECçãO DE GRANITO ORNAMENTAL

A identificação e delimitação das zonas favoráveis para a extracção de granito ornamental requerem a avaliação dos factores susceptíveis de influenciarem o valor do material que se pretende obter. A indústria das rochas ornamentais necessita de blocos de grande volume de material tão homogéneo quanto possível, considerando as naturais variações das rochas. Os granitos são produtos de construção com excelentes qualidades, pois cumprem a maioria dos requisitos mínimos para estes materiais, tais como a resistência mecânica e a estabilidade, a segurança em caso de incêndio, a higiene, saúde e protecção do meio ambiente, a segurança de utilização, a protecção contra o ruído e economia energética e isolamento térmico. Mas são as qualidades estéticas o principal factor que determina a utilização do granito, ou de outra qualquer rocha ornamental, numa determinada obra.

Neste capítulo apresentam-se os principais factores que afectam a extracção, transformação, comercialização e utilização dos granitos.

A extracção rendível de granito ornamental é influenciada por um conjunto vasto de factores, uns relacionados com as propriedades da rocha, outros relacionados com as características do jazigo, e ainda os factores de explorabilidade. A importância de cada um dos factores varia consoante o local, o tipo de rocha em causa e até ao longo do tempo de acordo com o mercado, mas todos eles devem ser equacionados sempre que se pretenda avaliar o potencial de uma zona/rocha (Muñoz de la Nava et al., 1989; Gomez, 1989; Ramos, 1990; Shehata et al., 1990; Couto, 1992; Silva, 1992; Shadmon, 1993; Jefferson, 1993; Giraud, 1994; Moura et al., 1995; Lisboa et al., 1997; Selonen et al., 2000; Carvalho et al., 2008).

As características texturais e a cor são os principais factores que determinam a procura de um determinado granito. As qualidades estéticas de um granito dependem da sua composição, das dimensões dos seus minerais e do respectivo arranjo, e a respectiva valorização varia ao longo do tempo em função da moda. Nas últimas duas décadas a procura de granitos com cores “fortes”, como os tons vermelhos e rosados, tem diminuído em detrimento dos granitos esbranquiçados, cinzentos e cinzentos azulados, desde que revelem boa homogeneidade textural. Actualmente há uma grande procura dos granitos chamados “amarelos”, granitos com elevada meteorização, o que se materializa na elevada taxa de crescimento do número de unidades extractivas nesta tipologia de granitos.

Heterogeneidades naturais tais como encraves biotíticos e de rochas mais básicas (mulas), schlierens biotíticos (gravatas), filões de aplitos, pegmatitos ou aplitopegmatitos (fitas) e concentrações de megacristais em granitos porfiróides, são considerados defeitos da rocha e penalizam grandemente a sua aceitação no mercado e, por conseguinte, o seu valor comercial. Apesar de tudo, os granitos com heterogeneidades são utilizados numa percentagem cada vez maior, com a vantagem de serem comercializados a preços inferiores aos granitos chamados

INTrODuçãO

(7)

74

OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Factores que condicionam a exploração de rochas ornamentais (adaptado de Sousa (2000), Couto (1992) e Muñoz de la Nava et al. (1989)).

“normais”, permitindo fugir à lógica comercial e à moda, com vantagens evidentes para o consumidor, devido ao seu menor preço. Estas heterogeneidades estão sempre presentes em todas as rochas mas apenas são penalizantes quando são muito frequentes e obrigam a rejeitar blocos ou peças já transformadas. Mesmo nos granitos considerados homogéneos estes “defeitos” estão presentes, como é o caso do granito de Pedras Salgadas.

(8)

75

PROSPECçãO DE GRANITO ORNAMENTAL

Exemplos de heterogeneidades que diminuem o valor comercial do granito.

PEDREIRA OBSERVAÇÃO

F „ Filão de granito mais claro; 4-5 cm de espessura; N33qW, 40qSW.

„ Filão de granito mais claro; 15-20 mm de espessura; N40qW, 62qSE; com óxidos e turmalina. „ Filão de granito mais claro; 10 cm de espessura; N5qE, 60qSW; com pequenos cristais de sulfuretos.

A „ Filão de quartzo; 5 cm de espessura; N13qE, 76qE „ Filão de quartzo; 15 cm de espessura; N26qE, 73qE.

N „ Filão pegmatítico; 5-10 cm de espessura; N74qE, 75qS; com nódulos de sulfuretos.

„ Filão pegmatítico, 5-10 cm de espessura; N82qW, subvertical; com grande concentração de feldspatos e nódulos de sulfuretos.

„ Filão de granito mais claro; 6-8 cm de espessura; NS, 35qNW.

„ Filão pegmatítico; 4-5 cm de espessura; material muito grosseiro; núcleos ricos em turmalina; sulfuretos com 1-2 cm de diâmetro.

M „ Filão de granito mais claro; 60-80 cm de espessura; N27qE, 62qNW; no seio do filão há pequenos veios ricos em biotite.

„ Filão de granito mais claro, N34qE, 56qNW; turmalina e sulfuretos raros.

„ Zonas ricas em biotite; espessura variável: 15-2,5 mm; N23qE, 73qNW; algumas são visíveis apenas durante 50cm, acabando por desaparecer.

I „ Filão granito mais claro; 1-2 cm de largura; N84qE, 70qN. „ Filão granito mais claro; 3-4 cm de largura; N22qE, 52qNW.

G „ Filão aplítico; 6 cm de espessura; N43qE, 57qSE; visível numa extensão de 30m. „ Zona rica em biotite; 60-90 cm de largura; N15qE, 45qW.

„ Concentrações de megacristais.

„Schlieren biotítico; 30 cm de largura e 1,5 m de extensão.

E „ Zona de enriquecimento de feldspatos, com ligeira diminuição de quartzo e com pouca biotite. „ Há muitos filões de granito fino visíveis nos blocos das escombreiras.

„ Filão de granito fino; 8 cm de largura máxima; N28qW, 50qE; a largura diminui quando se aproxima da superfície topográfica.

„ Filão de granito fino; 12 cm de largura máxima; N25qW, 58qE; a largura diminui em profundidade, acabando por desaparecer.

„ Ligeiro enriquecimento de biotite; 10-15 cm de largura.

„ Filão de granito fino; 5-6 cm de largura; N80qE, 83qS; ligeiramente rosado.

„ Zona de granito fino; 9-10 cm de espessura; N26qW, 65qE; concentrações dispersas de sulfuretos; tons avermelhados.

D „ Material de tendência pegmatítica; 10 cm de espessura; N44qW, 65qSE; ligeiramente avermelhado na parte central.

„ Bolsadas de material mais grosseiro; desenvolvimento segundo N30qW.

P „Schlieren de grão grosseiro; 5 cm de espessura máxima; N30q; visível durante 3 m.

„ Zona com cristais mais desenvolvidos; 1m de comprimento; N12qW.

O „ Aplito + schlieren; N20qE, 50qW; schlieren com 10 cm de espessura ladeado por aplito com 30 cm de espessura.

„ Faixa com pouca biotite e grão mais grosseiro, 3-4 cm de largura; N20qE, 50qW. M „ Material essencialmente biotítico; 15-20 cm largura; N60qE, subvert.

„ Nalguns locais há concentrações de megacristais.

„Schlieren; 30-60 cm de largura; N12qW, 37qSW; apresenta feldspatos orientados.

L „ Lineamento de biotite; espessura máxima de 15 mm; N4qW, 60qW; apenas visível nalguns locais.

„ Material pegmatítico; 15 cm de largura máxima; N4qE, 60qW. „ Filão pegmatítico; 3-5 cm de largura; NS.

H „ Zona de granito grão fino; 2x0,75 m; possui concentrações de biotite com 5-10 cm de diâmetro; tem sulfuretos pouco ou nada alterados.

K „ Ténue alinhamento de biotite; N4qW, 46qW; visível durante 2m. J „ Nódulo biotítico; 4,5x2,8 cm; forma oval

„ Concentração biotítica; 1,2x0,8 m; forma de pêra.

Todas as rochas apresentam variações no tamanho do grão, quer à escala do jazido quer mesmo à escala da pedreira. Com a finalidade de identificar possíveis variações de granulometria no granito de Pedras Salgadas procedeu-se, em cada pedreira, a medições do tamanho dos maiores cristais observados. Em cada pedreira foram escolhidas três zonas distintas, cada qual com área aproximada de 2m2; em cada zona mediu-se a maior e a menor dimensão de, pelos menos, cinco dos maiores

cristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclase. Os resultados mostram que variações 4

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OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Histogramas de frequência do comprimento (comp.) e da largura (larg.) dos maiores cristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclase (valores em centímetros) observados no granito de Pedras Salgadas (Sousa, 1995).

PEDREIRA OBSERVAÇÃO

F „ Filão de granito mais claro; 4-5 cm de espessura; N33qW, 40qSW.

„ Filão de granito mais claro; 15-20 mm de espessura; N40qW, 62qSE; com óxidos e turmalina. „ Filão de granito mais claro; 10 cm de espessura; N5qE, 60qSW; com pequenos cristais de sulfuretos.

A „ Filão de quartzo; 5 cm de espessura; N13qE, 76qE „ Filão de quartzo; 15 cm de espessura; N26qE, 73qE.

N „ Filão pegmatítico; 5-10 cm de espessura; N74qE, 75qS; com nódulos de sulfuretos.

„ Filão pegmatítico, 5-10 cm de espessura; N82qW, subvertical; com grande concentração de feldspatos e nódulos de sulfuretos.

„ Filão de granito mais claro; 6-8 cm de espessura; NS, 35qNW.

„ Filão pegmatítico; 4-5 cm de espessura; material muito grosseiro; núcleos ricos em turmalina; sulfuretos com 1-2 cm de diâmetro.

M „ Filão de granito mais claro; 60-80 cm de espessura; N27qE, 62qNW; no seio do filão há pequenos veios ricos em biotite.

„ Filão de granito mais claro, N34qE, 56qNW; turmalina e sulfuretos raros.

„ Zonas ricas em biotite; espessura variável: 15-2,5 mm; N23qE, 73qNW; algumas são visíveis apenas durante 50cm, acabando por desaparecer.

I „ Filão granito mais claro; 1-2 cm de largura; N84qE, 70qN. „ Filão granito mais claro; 3-4 cm de largura; N22qE, 52qNW.

G „ Filão aplítico; 6 cm de espessura; N43qE, 57qSE; visível numa extensão de 30m. „ Zona rica em biotite; 60-90 cm de largura; N15qE, 45qW.

„ Concentrações de megacristais.

„Schlieren biotítico; 30 cm de largura e 1,5 m de extensão.

E „ Zona de enriquecimento de feldspatos, com ligeira diminuição de quartzo e com pouca biotite. „ Há muitos filões de granito fino visíveis nos blocos das escombreiras.

„ Filão de granito fino; 8 cm de largura máxima; N28qW, 50qE; a largura diminui quando se aproxima da superfície topográfica.

„ Filão de granito fino; 12 cm de largura máxima; N25qW, 58qE; a largura diminui em profundidade, acabando por desaparecer.

„ Ligeiro enriquecimento de biotite; 10-15 cm de largura.

„ Filão de granito fino; 5-6 cm de largura; N80qE, 83qS; ligeiramente rosado.

„ Zona de granito fino; 9-10 cm de espessura; N26qW, 65qE; concentrações dispersas de sulfuretos; tons avermelhados.

D „ Material de tendência pegmatítica; 10 cm de espessura; N44qW, 65qSE; ligeiramente avermelhado na parte central.

„ Bolsadas de material mais grosseiro; desenvolvimento segundo N30qW.

P „Schlieren de grão grosseiro; 5 cm de espessura máxima; N30q; visível durante 3 m.

„ Zona com cristais mais desenvolvidos; 1m de comprimento; N12qW.

O „ Aplito + schlieren; N20qE, 50qW; schlieren com 10 cm de espessura ladeado por aplito com 30 cm de espessura.

„ Faixa com pouca biotite e grão mais grosseiro, 3-4 cm de largura; N20qE, 50qW. M „ Material essencialmente biotítico; 15-20 cm largura; N60qE, subvert.

„ Nalguns locais há concentrações de megacristais.

„Schlieren; 30-60 cm de largura; N12qW, 37qSW; apresenta feldspatos orientados.

L „ Lineamento de biotite; espessura máxima de 15 mm; N4qW, 60qW; apenas visível nalguns locais.

„ Material pegmatítico; 15 cm de largura máxima; N4qE, 60qW. „ Filão pegmatítico; 3-5 cm de largura; NS.

H „ Zona de granito grão fino; 2x0,75 m; possui concentrações de biotite com 5-10 cm de diâmetro; tem sulfuretos pouco ou nada alterados.

K „ Ténue alinhamento de biotite; N4qW, 46qW; visível durante 2m. J „ Nódulo biotítico; 4,5x2,8 cm; forma oval

„ Concentração biotítica; 1,2x0,8 m; forma de pêra.

Todas as rochas apresentam variações no tamanho do grão, quer à escala do jazido quer mesmo à escala da pedreira. Com a finalidade de identificar possíveis variações de granulometria no granito de Pedras Salgadas procedeu-se, em cada pedreira, a medições do tamanho dos maiores cristais observados. Em cada pedreira foram escolhidas três zonas distintas, cada qual com área aproximada de 2m2; em cada zona mediu-se a maior e a menor dimensão de, pelos menos, cinco dos maiores

cristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclase. Os resultados mostram que variações 4

(cont.) Principais heterogeneidades observadas nas pedreiras do granito de Pedras Salgadas (Sousa, 1995; localização das pedreiras: Cap. 3).

PEDREIRA OBSERVAÇÃO

F „ Filão de granito mais claro; 4-5 cm de espessura; N33qW, 40qSW.

„ Filão de granito mais claro; 15-20 mm de espessura; N40qW, 62qSE; com óxidos e turmalina. „ Filão de granito mais claro; 10 cm de espessura; N5qE, 60qSW; com pequenos cristais de sulfuretos.

A „ Filão de quartzo; 5 cm de espessura; N13qE, 76qE „ Filão de quartzo; 15 cm de espessura; N26qE, 73qE.

N „ Filão pegmatítico; 5-10 cm de espessura; N74qE, 75qS; com nódulos de sulfuretos.

„ Filão pegmatítico, 5-10 cm de espessura; N82qW, subvertical; com grande concentração de feldspatos e nódulos de sulfuretos.

„ Filão de granito mais claro; 6-8 cm de espessura; NS, 35qNW.

„ Filão pegmatítico; 4-5 cm de espessura; material muito grosseiro; núcleos ricos em turmalina; sulfuretos com 1-2 cm de diâmetro.

M „ Filão de granito mais claro; 60-80 cm de espessura; N27qE, 62qNW; no seio do filão há pequenos veios ricos em biotite.

„ Filão de granito mais claro, N34qE, 56qNW; turmalina e sulfuretos raros.

„ Zonas ricas em biotite; espessura variável: 15-2,5 mm; N23qE, 73qNW; algumas são visíveis apenas durante 50cm, acabando por desaparecer.

I „ Filão granito mais claro; 1-2 cm de largura; N84qE, 70qN. „ Filão granito mais claro; 3-4 cm de largura; N22qE, 52qNW.

G „ Filão aplítico; 6 cm de espessura; N43qE, 57qSE; visível numa extensão de 30m. „ Zona rica em biotite; 60-90 cm de largura; N15qE, 45qW.

„ Concentrações de megacristais.

„Schlieren biotítico; 30 cm de largura e 1,5 m de extensão.

E „ Zona de enriquecimento de feldspatos, com ligeira diminuição de quartzo e com pouca biotite. „ Há muitos filões de granito fino visíveis nos blocos das escombreiras.

„ Filão de granito fino; 8 cm de largura máxima; N28qW, 50qE; a largura diminui quando se aproxima da superfície topográfica.

„ Filão de granito fino; 12 cm de largura máxima; N25qW, 58qE; a largura diminui em profundidade, acabando por desaparecer.

„ Ligeiro enriquecimento de biotite; 10-15 cm de largura.

„ Filão de granito fino; 5-6 cm de largura; N80qE, 83qS; ligeiramente rosado.

„ Zona de granito fino; 9-10 cm de espessura; N26qW, 65qE; concentrações dispersas de sulfuretos; tons avermelhados.

D „ Material de tendência pegmatítica; 10 cm de espessura; N44qW, 65qSE; ligeiramente avermelhado na parte central.

„ Bolsadas de material mais grosseiro; desenvolvimento segundo N30qW.

P „Schlieren de grão grosseiro; 5 cm de espessura máxima; N30q; visível durante 3 m.

„ Zona com cristais mais desenvolvidos; 1m de comprimento; N12qW.

O „ Aplito + schlieren; N20qE, 50qW; schlieren com 10 cm de espessura ladeado por aplito com 30 cm de espessura.

„ Faixa com pouca biotite e grão mais grosseiro, 3-4 cm de largura; N20qE, 50qW. M „ Material essencialmente biotítico; 15-20 cm largura; N60qE, subvert.

„ Nalguns locais há concentrações de megacristais.

„Schlieren; 30-60 cm de largura; N12qW, 37qSW; apresenta feldspatos orientados.

L „ Lineamento de biotite; espessura máxima de 15 mm; N4qW, 60qW; apenas visível nalguns locais.

„ Material pegmatítico; 15 cm de largura máxima; N4qE, 60qW. „ Filão pegmatítico; 3-5 cm de largura; NS.

H „ Zona de granito grão fino; 2x0,75 m; possui concentrações de biotite com 5-10 cm de diâmetro; tem sulfuretos pouco ou nada alterados.

K „ Ténue alinhamento de biotite; N4qW, 46qW; visível durante 2m. J „ Nódulo biotítico; 4,5x2,8 cm; forma oval

„ Concentração biotítica; 1,2x0,8 m; forma de pêra.

Todas as rochas apresentam variações no tamanho do grão, quer à escala do jazido quer mesmo à escala da pedreira. Com a finalidade de identificar possíveis variações de granulometria no granito de Pedras Salgadas procedeu-se, em cada pedreira, a medições do tamanho dos maiores cristais observados. Em cada pedreira foram escolhidas três zonas distintas, cada qual com área aproximada de 2m2; em cada zona mediu-se a maior e a menor dimensão de, pelos menos, cinco dos maiores

cristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclase. Os resultados mostram que variações 4

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PROSPECçãO DE GRANITO ORNAMENTAL

Todas as rochas apresentam variações no tamanho do grão, quer à escala do jazido quer mesmo à escala da pedreira. Com a finalidade de identificar possíveis variações de granulometria no granito de Pedras Salgadas procedeu-se, em cada pedreira, a medições do tamanho dos maiores cristais observados. Em cada pedreira foram escolhidas três zonas distintas, cada qual com área aproximada de 2m2; em cada zona mediu-se a maior e a menor dimensão de, pelos menos, cinco

dos maiores cristais de quartzo, feldspato potássico e plagioclase. Os resultados mostram que variações significativas de pedreira para pedreira, e como tal deverão haver cuidados especiais na definição de lotes de matéria-prima com características idênticas para que em obra as variações sejam minimizadas.

Os condicionalismos atrás referidos não são os únicos que devemos considerar, havendo outros que estão mais ligados à qualidade do jazigo, como a acessibilidade e qualidade dos afloramentos em termos de morfologia e terrenos de cobertura. A viabilidade da exploração também deverá ser equacionada, devendo-se para isso atender a factores tais como as reservas, as infra-estruturas industriais e o impacte ambiental que a exploração causará (Moreira, 1995; Sousa, 2000; Selonen et al., 2000). As questões relacionadas com o ordenamento do território assumem cada vez mais um papel preponderante, e como tal devem ser consideradas antes de qualquer estudo de prospecção, pois de nada vale identificar uma zona com excelentes qualidades (rocha, fracturação, acessos, etc.) se a instalação de unidades extractivas for de todo impossível.

a ImPOrTâNCIa Da fraCTuraçãO

(11)

78

OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

A fracturação do maciço é outro dos factores que influencia de modo determinante a viabilidade de uma pedreira devido à necessidade imperiosa de obter grandes blocos para posterior transformação, e como tal é fundamental em qualquer trabalho de prospecção de granitos ornamentais (Ramos et al., 1984; Martins, 1987; Miranda, 1989; Andrade, 1994; Moura et al., 1995; Lisboa et al., 1997; Lopes et al., 1997; Sousa et al., 1998, Carvalho et al., 2008; Sousa, 2010). Durante as fases iniciais de prospecção procede-se à avaliação da fracturação regional, com o recurso à determinação de lineamentos em fotografia área, e à delimitação das zonas mais favoráveis. Este esquema de trabalho deverá sempre validado através de estudo de campo. Todos os locais seleccionados serão objecto de estudo detalhado do diaclasamento para avaliar o número de famílias presentes e respectivos espaçamentos.

Nas fases de estudo detalhado da fracturação procede-se ao levantamento sistemático da fracturação que afecta a zona onde se pretende instalar uma unidade extractiva. O estudo da fracturação engloba a identificação das famílias de fracturas presentes e a respectiva atitude (direcção e inclinação) e também o espaçamento médio de cada família.

(12)

79

PROSPECçãO DE GRANITO ORNAMENTAL

Lineamentos observados na fotografia área na zona de São Bento (serra da Falperra). Apresentam-se também os diagramas de rosetas das diaclases observadas em vários locais estudados em pormenor.

A orientação relativa das várias famílias de descontinuidades presentes num maciço controla a forma dos blocos que poderão ser extraídos, sendo preferíveis as situações em que estão presentes duas famílias de diaclases subverticais e aproximadamente perpendiculares entre si e uma família subhorizontal, pois neste caso os blocos terão uma forma cúbica ou paralelepipédica que permitem um maior rendimento do material explorado. A presença de descontinuidades com orientação aleatória (R, na figura) é bastante penalizante, na medida em que os blocos resultantes possuem formas que se afastam da ideal (paralelepipédica).

Relação entre a orientação relativa das 3 famílias de fracturas presentes num maciço (1, 2, 3) e os blocos resultantes; R é uma fractura aleatória (adaptado de I.S.R.M., 1978).

(13)

80

OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Com base nos espaçamentos das várias famílias de diaclases, normalmente determinados por observações efectuadas segundo uma linha de observação (scanline, na linguagem anglo-saxónica), têm sido utilizados vários índices de fracturação que facilitam a avaliação das potencialidades de uma determinada área para fornecer blocos. Podemos calcular o espaçamento médio de todas as fracturas utilizando a seguinte fórmula:

em que:

= espaçamento médio

= espaçamento entre diaclases = número de espaçamentos medidos

Podemos também determinar o espaçamento médio de cada família de fracturas com base na mesma fórmula, mas restringindo os dados a cada uma das famílias identificadas. Com os dados dos espaçamentos médios de cada família podemos obter uma primeira aproximação da compartimentação natural do maciço através do índice volumétrico, :

onde representa o espaçamento médio de cada família de fracturas e o número de famílias presentes.

Com base no valor de é possível ter uma ideia do tamanho do bloco extraível, tal como foi proposto pela I.S.R.M. (1978).

Relação entre e o tamanho do bloco (I.S.R.M., 1978; Toyos et al., 1994).

Tamanho indicativo do bloco em função do valor de (segundo García, 1996).

(14)

81

PROSPECçãO DE GRANITO ORNAMENTAL

Os esquemas de prospecção de rochas ornamentais propostos por vários autores (Castaing et

al., 1977; Muñoz de la Nava et al., 1989; Berton e Le Berre, 1990; Moura et al., 1995; Selonen et

al., 2000), de que se apresentam dois exemplos, baseiam-se no faseamento dos estudos com a finalidade de delimitar zonas mais favoráveis de acordo com as características dessas zonas. O objectivo deste faseamento é a diminuição do número de locais a estudar através do aumento do pormenor dos trabalhos, culminando na eleição das áreas que, tendo passado todos os “testes”, apresentam as melhores condições para a exploração de rocha ornamental.

mETODOLOgIa DE INVESTIgaçãO

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OS GRANITOS DE VILA POUCA DE AGUIAR COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Esquematicamente podemos referenciar o trabalho de prospecção como uma sequência de estudos com pormenor crescente em áreas de dimensão decrescente. Estes estudos iniciam-se pela recolha de toda a informação geológica sobre a área em estudo, incluindo informações sobre pedreiras em actividade, ou registos históricos dessa actividade, e por reconhecimentos gerais dos maciços com interesse potencial. Com base nesta informação preliminar, mas de extrema importância, pois será ela que nos guiará e caso seja incorrecta os resultados finais serão muito

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PROSPECçãO DE GRANITO ORNAMENTAL

diferentes, definem-se as áreas alvo de estudos posteriores.

Durante a implementação de uma campanha de prospecção há determinados critérios decisivos para a eliminação de uma determinada área, e isto em qualquer das fases de prospecção. Segundo Moura et al. (1995), os critérios decisivos são os seguintes:

- Fracturação intensa (espaçamento inferior a 1m; fracturação oblíqua; cisalhamentos). - Intensa alteração da rocha.

- Textura muito heterogénea (variações de grão e de porfiroidismo, abundância de encraves, schlierens, presença de filões e filonetes, etc.).

A execução de sondagens com recuperação do testemunho, sempre nas últimas fases das campanhas de prospecção, tem algumas vantagens (Guerreiro e Vieira, 1997): permite o estudo das características da rocha em profundidade, possibilita a recolha de testemunhos sobre os quais se podem realizar ensaios mecânicos e químicos e permite uma boa definição do jazigo em profundidade. Os dados sobre a fracturação permitem calcular o rendimento do jazigo para um determinado valor do bloco mínimo.

A informação recolhida nas sondagens permite, por exemplo, identificar vários padrões cromáticos, não observados à superfície, e o adensamento da fracturação a determinadas cotas (Lisboa et al., 1997), ao contrário do que se observa nalgumas explorações, onde a densidade de fracturação diminui em profundidade. A principal desvantagem deste método é o facto de ser relativamente dispendioso, sendo, por isso, pouco frequente a sua utilização, embora se verifique o retorno do investimento efectuado numa ordem de grandeza de 10 vezes o seu custo (Guerreiro e Vieira, 1997).

A fase final dos estudos poderá culminar na instalação de unidades extractivas nos melhores locais, embora esta decisão também seja muito influenciada pelas características intrínsecas da rocha, tamanho do grão, textura e cor, que em última instância determinam a oportunidade da sua exploração.

Referências

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