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CONVERSANDO SOBRE A DOR DA PERDA

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Academic year: 2021

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CONVERSANDO SOBRE

A DOR DA PERDA

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Lélia de Cássia Faleiros

(CRP: 24801)

Psicóloga clínica, dra. em educação pela universidade de são Paulo Fe-usP (2007). Tanatóloga, com curso de atualização para o trabalho com enlutado no leM-usP (laboratório de estudos do luto) e de aprimoramento em teoria, pesquisa e intervenção em luto no instituto quatro estações (sP). coordenadora no centro de Psicologia Maiêutica projetos, assessorias e treinamentos a equipes de cemitérios, funerárias e crematórios. desenvolve, no cemitério cerejeiras, serviços de apoio aos enlutados por meio de palestras e atendimentos às famílias.

Ana Lúcia Naletto

(CRP: 38971)

Psicóloga clínica com especialização em Psicologia educacional no crP-sP e em Psicologia da infância no GePPPi-sP. Tanatóloga com curso de atualização para o trabalho com enlutado no instituto quatro estações e de aprimoramento em teoria, pesquisa e intervenção em luto no instituto quatro estações (sP). coordenadora no centro de Psicologia Maiêutica projetos, assessorias e treinamentos a equipes de cemitérios, funerárias e crematórios. desenvolve, no cemitério cerejeiras, serviços de apoio aos enlutados por meio de palestras e atendimentos às famílias.

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ORIENTAÇÕES QUE PODEM

AJUDAR UMA PESSOA EM LUTO

O QUE ACONTECE QUANDO PERDEMOS ALGUÉM QUE AMAMOS?

a experiência de conviver com a morte de alguém querido provoca uma das dores mais intensas que um ser humano pode suportar: “a dor da perda”. infelizmente, somos muito mal preparados e pouco educados para lidar com essas perdas que, independente da nossa vontade, fazem parte da existência de qualquer ser humano. assim, quando ocorre a morte de uma pessoa amada, aqueles que ficam realizam um grande esforço para lidar com o sofrimento, para dar sentido ao acontecimento e para encarar a realidade tal qual ela se apresenta. a vivência de uma perda, que afeta a vida de uma pessoa para sempre, é chamada de luTo.

NO QUE CONSISTE O PROCESSO DE LUTO?

o trabalho de luto se faz necessário, é uma condição indispensável para que a pessoa retome sua vida, agora sem a pessoa que amava, e possa refazê-la em interação com as pessoas que a cercam.

aqueles que vivem esse processo de luto precisam elaborar de alguma forma essas novas condições, precisam reconstruir um novo jeito de viver sem a pessoa que perderam. esse processo, sem dúvida, não é uma tarefa fácil nem rápida, especialmente se o vínculo era muito intenso ou se a morte foi muito traumática.

O QUE FAZER?

uma das condições indispensáveis para que o luto seja elaborado e possa permitir uma boa reorganização na nova vida é que a pessoa possa expressar seus sentimentos, inquietações e angústias diante da perda. o momento do velório é oportuno para iniciar esse processo, pois permite que as pessoas façam suas despedidas, que se encontrem e partilhem da mesma dor. dor que poderá tomar formas diferentes para cada um. e não existe uma forma certa de expressá-la; o importante mesmo é vivê-la.

ao contrário do que muitos imaginam, chorar é um excelente veículo para manifestar a dor da perda, assim como conversar sobre o acontecimento.

cultivar fotos e memórias de quem faleceu e prestar homenagens também são formas importantes para que o luto possa ser elaborado.

O QUE ACONTECE QUANDO ESTAMOS EM PROCESSO DE LUTO?

durante o início do processo de luto, é comum que os sentimentos fiquem confusos e o enlutado sinta extrema tristeza, raiva, solidão, variações de humor e até de alívio. Muitas pessoas entram em depressão, sentem-se incapazes de sobreviver sem o ente perdido, carregam culpas acreditando que poderiam ter mudado o destino se tivessem agido de forma diferente.

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além disso, o comportamento do enlutado pode mudar durante um tempo, apresentando sono alterado, falta ou aumento de apetite, desatenção, lapsos de memória, lentidão na fala e no pensamento, entre outros sintomas. a saúde de uma pessoa enlutada pode ficar mais debilitada, tornando-a vulnerável a doenças ou a surgimento de sintomas somáticos (dores de cabeça, náuseas, vômitos, respiração curta, dores musculares, queda de cabelo, palpitações e tremores). estas queixas devem ser avaliadas por um especialista para melhor orientação e, se necessária, medicação adequada.

COMO AJUDAR ALGUÉM QUE ESTÁ VIVENDO UMA PERDA?

Todo apoio e cuidado dos familiares e amigos são bem-vindos, já que a sensação de perda gera instabilidade, desamparo e confusão. se você quer ajudar um enlutado, atente para algumas orientações:

• é necessário, em primeiro lugar, que você o deixe expressar sua dor, permitindo que ele demonstre a saudade da forma que puder;

➢• não o impeça de chorar e não lhe exija ser mais forte;

➢• seja paciente com as diferentes e inesperadas reações do enlutado;

➢• esteja por perto e coloque-se à disposição para ajudar naquilo que for preciso;

➢• nesse momento, tarefas simples do dia a dia podem parecer difíceis de serem realizadas sem auxílio;

➢• nunca diga “foi melhor assim”, pois nem sempre o será para a pessoa que ficou; ➢• não finja que nada aconteceu nem fique tentando distrair a pessoa;

➢• deixe-a expressar por meio de sua espiritualidade e de suas crenças, mesmo que você não partilhe delas.

enfim, se você quer realmente ajudar, escute o enlutado sem interferir em seus sentimentos. Às vezes, um abraço e o silêncio são mais eficazes do que milhões de palavras.

lembre-se de que a morte, embora seja um processo natural da vida, é um grande enigma para o homem, e a dor da perda sempre será o seu maior sofrimento.

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A CRIANÇA DIANTE

DA MORTE

a morte é uma situação naturalmente difícil para os adultos, pois envolve dor, separação e sofrimento. se fosse possível, evitaríamos que as crianças passassem por este momento, mas não podemos poupá-las. Talvez, durante esta leitura, você esteja pensando em alguma criança que acabou de perder alguém que amava. Muitas dúvidas surgem: “devo falar sobre a morte para a criança?”, “como ela entenderá a morte?”, “devo trazê-la ao velório?”, “será bom que me veja chorando?”.

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“devemos falar sobre a morte para a criança”?

embora pareça um tema pesado, doloroso, a morte também é assunto de criança. Falar sobre a morte é importante e saudável para ajudá-la a lidar com o sofrimento. as crianças sentem quando escondemos algo delas e sofrem muito com essa falta de informação. Por isso, em caso de morte de pessoa próxima, ela deve ser comunicada.

“como devemos falar sobre a morte de alguém?”

adiantamos que esta tarefa não será nada fácil, mas conversar é a forma mais adequada de conduzir tal situação.

ao falar, leve em conta os seguintes cuidados:

• escolha alguém próximo da criança, e que esteja em melhores condições emocionais para lhe dar a notícia;

• coloque-a nos braços, aproxime-se dela fisicamente neste momento;

• utilize a palavra “morte” e evite substituições como: “dormiu”, “viajou”, “partiu”, “foi embora”. estas palavras podem confundir a criança que ainda leva tudo ao pé da letra; • evite detalhar a causa da morte, especialmente em caso de violência;

• deixe a criança à vontade para perguntar o que quiser sobre o assunto. “a criança também sente a dor da perda?”

apesar de reagir a situações de perda de forma diferente do adulto, a criança também vive a saudade da pessoa que perdeu. Muitos adultos pensam que as crianças não sentem a perda, mas estão enganados quanto a isso. as crianças vivem o luto de diferentes maneiras, mas não deixam de experimentá-lo.

“como a criança reage à morte”?

a saudade: quanto menor for a criança, menos condições ela terá de entender

racionalmente a morte e por isso costuma demorar um pouco para reagir à perda de alguém querido. somente com o passar do tempo é que a ausência da pessoa vai sendo sentida de forma intensa pela criança.

a raiva: é comum a criança acreditar que a pessoa que morreu a abandonou e pode sentir muita raiva por isso, tornando-se mais agressiva por um tempo. algumas se sentem culpadas, imaginando que fizeram alguma coisa errada e, por causa disso é que a pessoa morreu. elas costumam arrumar soluções mágicas para evitar essa dor. não é raro ouvirmos a criança dizer que vai para o céu buscar quem faleceu.

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o Medo: geralmente, a criança passa a ter medo de perder outras pessoas que ama e fica mais apegada a elas; não quer se separar nem para ir à escola ou à casa de um amiguinho. esse comportamento não é permanente, diminuirá com o tempo, mas os familiares devem ter paciência e compreender o que está acontecendo.

as PerGunTas: é muito importante que a criança tenha espaço para falar das coisas que sente e pensa sobre o acontecido. neste sentido, a família pode ajudar muito, criando oportunidades para que o assunto possa ser conversado.

“criança deve ir ao velório”?

as crianças podem ir ao velório, mas devem ser consultadas a respeito disso. devemos lembrar de que elas não sabem ao certo o que acontece num velório e, por isso, é preciso que o adulto esclareça sobre o que poderá ocorrer nesse lugar. É importante dizer, com palavras simples, que o corpo da pessoa que morreu fica numa caixa especial, por um tempo, para que as pessoas possam vê-lo, mais uma vez, antes de ser enterrado. Também é importante avisá-la que haverá gente chorando, pois estão tristes com o fato. É bom lembrar-lhe de que a pessoa que morreu não sente mais dor, frio ou qualquer desconforto. após a explicação, pergunte se ela deseja ir ao velório, e só a leve em caso afirmativo; não a obrigue a ir em hipótese alguma, mas também não lhe negue o direito de participar do ritual.

“Posso chorar na frente das crianças”?

quando se trata de morte, não há motivo para esconder a tristeza, e não há mal algum em que a criança veja os familiares chorando e abalados pela perda de alguém querido. além disso, permitir-se viver a tristeza da morte e chorar servirá como exemplo para que a criança também expresse sua dor, e seu luto se torne menos pesado e solitário.

assim como falamos às crianças sobre a vida, falamos também sobre a morte. Falar de morte não é agradável, mas é necessário, pois ninguém está livre de viver situações de luto envolvendo crianças.

Fontes: ana lúcia naletto e lélia Faleiros oliveira são psicólogas do centro Maieutica, desenvolvem trabalhos na área de luto com adultos e crianças e mensalmente farão uma palestra de apoio aos enlutados no Memorial Parque das cerejeiras. informe-se sobre as datas pelo telefone: xxxxxxxxxx. www.centromaieutica.com.br

Referências

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