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XV Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade

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Academic year: 2021

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Evidenciação Ambiental: Comparação entre a Capacidade Informacional dos Relatórios Contábeis de Companhias Brasileiras que Negociam ADR e as que Não Negociam

FERNANDA MARTINS LEITE Fundação Carmelitana Mário Palmério VANESSA RAMOS DA SILVA Universidade Federal de Uberlândia CASSIUS KLAY SILVA SANTOS Universidade Federal de Uberlândia Resumo

A contabilidade ambiental é destacada como meio de divulgação das ações ambientais feitas pelas organizações, diante do consumo de recursos naturais e descartes no meio ambiente realizados durante o processo produtivo e da exigência popular para atos socialmente responsáveis. Com isso essa área contábil vem ganhando espaço e relevância dentro das organizações, auxiliando em fatores como competitividade, crescimento e continuidade. Diversas companhias, sobretudo as brasileiras de capital aberto e que têm ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), perceberam a relevância da divulgação de sua responsabilidade ambiental para desfrutarem de confiança e fidedignidade dos usuários da informação. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral identificar a diferença na forma de divulgação de fatos relativos ao meio ambiente nos relatórios contábeis de 21 companhias brasileiras que negociam ADR na NYSE em comparação com 21 companhias que não têm recibos de ações emitidos na NYSE entre 2010 e 2016. Com uma abordagem quantitativa, foram utilizados teste de média (Teste t de Student e o Teste de Wilcoxon) para avaliar as informações e atingir o objetivo definido. Os resultados obtidos mostram que algumas empresas não divulgam dados ambientais junto com as demonstrações financeiras obrigatórias, mas em relatórios separados como o relatório de sustentabilidade. Indicaram ainda que houve melhora na divulgação ambiental do ano de 2016 em relação ao ano de 2010, porém não foram estatisticamente relevantes ao nível de 5% e em relação a variável tamanho, quanto maior a empresa, maior foi seu nível de evidenciação, e quanto maior o tempo de registro na NYSE, menor foi seu nível de evidenciação.

Palavras chave: Evidenciação ambiental, Capacidade informacional, Contabilidade ambiental.

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1. Introdução

O processo de revolução industrial é observado como um agravante ao meio ambiente sobre o meio ambiente, por meio das atividades industriais, seja através do consumo de tais recursos nas operações ou por descartes de poluentes e resíduos de maneira incorreta (Zucatto, Welle & Silva, 2013). Devido a essas condições surgiram impactos como o efeito estufa, poluições e degradações no meio ambiente que originaram a necessidade de um posicionamento ambientalmente correto da sociedade em geral, e diante desse fato é indispensável legitimar medidas de consumo prudente, resguardando recursos para o futuro (Freitas, 2017).

Para Santos e Souza (2014), mesmo com a evolução tecnológica, algumas empresas ainda necessitam de recursos naturais para manterem suas atividades, e isso afeta diretamente a população devido às agressões ao meio ambiente, assim, cresce progressivamente o número de instituições que desempenham e promovem mecanismos que possam reduzir os impactos ambientais resultantes do seu processo produtivo. Observa-se tal comportamento ao surgirem conferências ambientais internacionais com o intuito de criar melhores táticas, objetivos e metas para a preservação do meio ambiente; tais como a conferência de Estocolmo em 1972, a Eco-92 em 1992, a Rio+10 em 2002, e a Rio+20 em 2012 (Pena, 2017).

Segundo Kraemer (2002), os consumidores se tornam mais resistentes frente à negligência no tratamento dos recursos naturais, e o mercado está atraído por produtos considerados “limpos”. Conforme Ribeiro e Gasparino (2006), as organizações estão vivenciando uma imposição popular para serem socialmente responsáveis, a contabilidade é apontada como um mecanismo qualificado para a divulgação de ações ambientais feitas pela empresa. Desse modo, surge a necessidade de uma contabilidade ambiental que não retrate exclusivamente a posição financeira da empresa, mas também informações ambientais e sociais relativas à mesma.

No Brasil, a divulgação de informações ambientais já faz parte da rotina de algumas empresas, não só como forma de conscientização, mas também como vantagem competitiva. Existem orientações para a divulgação ambiental, como o Parecer de Orientação n.15/87 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); a Norma e Procedimento de Auditoria n.11 do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON); e a Resolução n.1.003/04 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica n.15, a qual determina a definição, a finalidade e as ferramentas para elaboração do Balanço Social, que apresenta tanto informações sociais, quanto ambientais (Rover, Tomazzia, Murcia & BORBA, 2012).

Em conformidade com Miranda e Malaquias (2013), com a convergência do Brasil para as normas internacionais de contabilidade (IFRS) espera-se que as empresas brasileiras publiquem suas demonstrações contábeis de maneira mais clara, destacando informações ambientais. Segundo Ribeiro e Gasparino (2006), diversas companhias, sobretudo as brasileiras de capital aberto e que têm ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), perceberam a relevância da divulgação de sua responsabilidade ambiental para desfrutarem de confiança e fidedignidade dos usuários da informação, além de uma considerável vantagem competitiva.

Considerando que American Depositary Receipt (ADR) é um recurso utilizado por investidores norte-americanos, para aquisição de ações em organizações externas ao Estados Unidos, surge o seguinte problema de pesquisa: qual a diferença na forma de divulgação de fatos relativos ao meio ambiente nos relatórios contábeis pelas companhias brasileiras que negociam ADR na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em relação às companhias brasileiras que não negociam ADR na NYSE?

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Nessa perspectiva, o objetivo geral desse trabalho é identificar as principais diferenças em relação ás questões ambientais que possam existir nos relatórios contábeis que são divulgados de empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa e também com ADR disponíveis na NYSE de outras companhias brasileiras que não têm recibos de ações emitidos nos EUA. Objetivo este, originado em sequência dos resultados apresentados pelos autores Miranda e Malaquias (2013) ao compararam nas empresas de capital aberto o nível de evidenciação ambiental fornecido nos relatórios contábeis publicados em 2005 com os publicados em 2010.

Com isso, por meio da análise das demonstrações contábeis das empresas espera-se obter diferenças entre o nível de evidenciação das informações ambientais entre elas e a comparação entre os anos analisados apontando quais grupos de empresas mais evidenciam suas informações ambientais e quais fatores influenciam nessa divulgação.

2. Referencial Teórico 2.1 Contabilidade ambiental

A década de 1970 foi um marco para o surgimento da contabilidade ambiental, marcada pela crise do petróleo e a regulamentação ambiental. A percepção de que o petróleo não é um recurso renovável gerou como consequência uma maior preocupação ambiental da população em geral sobre as empresas que exploram constantemente recursos naturais, originando uma imposição a assumirem um comportamento socialmente responsável (Gasparetto, 2017).

Em 1972 foi realizada a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente das Nações Unidas (CNUMAD), em Estocolmo, na Suécia, onde foram debatidos os problemas ecológicos e os impactos ambientais e industriais, devido ao fato de que o uso excessivo dos recursos naturais sem conscientização e responsabilidade ecológica resultará a longo prazo em degradações ambientais e transtornos para a sociedade.

A conferência trouxe como resultado uma série de medidas visando o controle da poluição e teve a participação de 113 países, dentre eles o Brasil. Na Alemanha em 1978 surge o primeiro selo ecológico e o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, o desenvolvimento capaz de atender as exigências da geração atual, sem prejudicar as gerações futuras (Pereira, 2007).

Para Tinoco e Kraemer (2011 apud Silva & Rios, 2014), a conscientização acerca da preocupação com o meio ambiente pelas empresas foi acentuada quando o chamado “Clube de Roma”, um grupo de cientistas de vários países, divulgou o relatório “Limites de Crescimento”, que enfatizava o fato de que as empresas precisavam dar mais atenção aos impactos ecológicos resultantes de suas operações. Esse relatório é composto por informações sobre projeções do crescimento populacional, poluição e escassez de recursos naturais, que criou oportunidades favoráveis para a imposição de acesso aos relatórios contábeis de desempenho econômico e ambiental das organizações.

Nos primórdios dos anos 1990, na Inglaterra, a Organização Internacional para a Padronização (ISO), instituiu o Grupo Estratégico Consultivo sobre o Meio Ambiente, com o propósito de implementar normas internacionais de proteção ao meio ambiente. Também na década de 1990 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, a fim de promover o desenvolvimento sustentável e elaborar métodos de retroceder e suspender os efeitos do desgaste ambiental em todos os países (Kraemer, 2002).

Em 1998, com a finalização do relatório financeiro e contábil sobre passivo e custos ambientais pelo Grupo de Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas

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em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatórios (ISAR – United Nations

Intergovernanmental Working Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting), a contabilidade ambiental passou a ter destaque como novo conteúdo da

ciência contábil (Kraemer, 2002).

A contabilidade tem como objetivo estudar e controlar o patrimônio da empresa e fornecer informações para a tomada de decisões, porém, com a crescente preocupação com questões socioambientais, passa a adquirir uma nova função que seria a de apresentar dados para a gestão e proteção do meio ambiente. Entende-se, portanto, que a contabilidade ambiental tem como princípio conscientizar o empresariado de que os recursos naturais não são infinitos, pelo contrário, algumas agressões causadas à natureza são irreversíveis, justificando o auxílio que pode ser proporcionado por um relatório contábil com finalidades ambientais (Assis, Braz & Santos, 2011).

Nota-se que no decorrer dos anos estão surgindo novas regulamentações para motivar as empresas na prática da responsabilidade social, pois muitas delas utilizam recursos naturais, exigindo um posicionamento ambientalmente correto para evitar que haja maiores danos à sociedade e meio ambiente. Sendo assim, a contabilidade ambiental torna-se o meio da divulgação de informações relacionadas ao meio ambiente das atividades realizadas pelas companhias.

2.2 Contabilidade ambiental no Brasil

De acordo com Ferreira, Rover, Ferreira e Borba (2016) e Ribeiro, Nascimento e Bellen (2009), no Brasil não são apresentadas leis próprias quanto à obrigatoriedade de divulgar nas informações financeiras dados socioambientais. Apesar da não obrigatoriedade, há pronunciamentos que procuram padronizar a divulgação dessas informações, como as resoluções emitidas pelo CFC.

Por meio do Parecer de Orientação Nº 15/97, a CVM recomenda que as empresas divulguem, no relatório da administração, informações referentes aos investimentos em prol do meio ambiente e a sua consideração em relação à sustentabilidade. O IBRACON divulgou, em 1996, as Normas e Procedimentos de Auditoria 11 – Balanço e Ecologia, que sustentam que a contabilidade deve colaborar com esforços a favor da preservação do meio ambiente e contra agressões à vida humana e à natureza. Isso mostra que, apesar de forma principiante, as entidades brasileiras estão se preocupando com a divulgação das informações ambientais nos relatórios contábeis (Ribeiro & Gasparino, 2006).

Em conformidade com Ribeiro et al. (2009), no Brasil existem dois projetos de regulamentação das informações socioambientais: a primeira criada em 1996 pelo IBRACON sugere que os ativos e passivos ambientais sejam contabilizados de forma segregada, e evidenciados juntamente com as informações financeiras obrigatórias, porém essa recomendação não é obrigatória e muitas empresas não seguem suas diretrizes. A segunda iniciativa de regulamentação foi feita pelo CFC, com a aprovação da Resolução nº 1.003/04 resultando na Norma Brasileira Técnica (NBC T) 15 – Informações de natureza social e ambiental, que determina a definição, a finalidade e as ferramentas para elaboração do Balanço Social. A Resolução estabelece procedimentos para a divulgação de informações socioambientais, através de comunicações sobre a interação da empresa e meio ambiente, podendo ser derivadas ou não do sistema contábil da empresa.

O relatório de sustentabilidade não possui padronização, pois trata-se de uma divulgação facultativa. Contudo, no setor elétrico brasileiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) desenvolveu um padrão de relatório socioambiental, que é estruturado em três variáveis: econômica, social e ambiental. A divulgação socioambiental do setor, publicado anualmente, objetiva atender as orientações da ANEEL que tem como base o

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modelo internacional de Relatório de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI), tende este como propósito à publicação dos impactos econômicos, ambientais e sociais das empresas e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável (Braga & Ricarte, 2015).

Assim, introduzir a contabilidade ambiental nos relatórios contábeis das empresas não é uma tarefa fácil, pois é preciso ter uma visão completa de todos seus sistemas (Calixto, Barbosa & Lima, 2007). Apesar de não existir uma padronização para a divulgação desses relatórios no Brasil, nota-se que empresas divulgam essas informações, pois a sociedade cobra um comportamento mais responsável por parte das empresas, e com isso pode-se ressaltar que a quantidade e qualidade das informações socioambientais divulgadas nos relatórios contábeis têm crescido (Pires & Silveira, 2008).

2.3 O impacto da contabilidade ambiental nas empresas

Segundo Alberton, Carvalho e Crispim (2004), a visão de lucro é insuficiente para alcançar os objetivos da empresa, e para ter continuidade a empresa precisa atender as necessidades de diversos usuários da informação e atender o bem-estar dos seus empregados e da sociedade, com destaque para o aspecto ambiental.

De acordo com Faroni, Silveira, Magalhães e Magalhães (2010), são encontrados alguns obstáculos na aplicação da contabilidade ambiental nas empresas. O principal deles é a segregação das informações financeiras das informações ambientais e a sua devida classificação contábil. Para Santos, Silva, Souza e Souza (2001), a implantação da contabilidade ambiental nas empresas é dificultada principalmente pela falta de clareza na definição de custos ambientais e dificuldade para o cálculo do passivo ambiental. Com isso, destaca-se a importância do desenvolvimento da contabilidade ambiental para divulgar de forma adequada o desempenho ambiental da entidade.

De acordo com Gonçalves e Heliodoro (2005), as empresas usam a contabilidade ambiental nos relatórios contábeis como forma de ajudar os gestores na tomada de decisões evidenciando dados de forma fidedigna e transparente, ou seja, a contabilidade ambiental assume um papel estratégico dentro da entidade na medida em que adota políticas proativas ao meio ambiente, sendo assim, considerada um importante instrumento de gestão.

A conscientização ambiental propicia vantagens para a empresa, como: melhoria da imagem e possível aumento das vendas, originado pelo desenvolvimento de produtos sustentáveis; maior aceitação dos acionistas; mais facilidade para entrada no mercado internacional, já que este está cada vez mais rígido com as questões ambientais; e maior facilidade em obtenção de empréstimos no exterior (Bernado & Camarotto, 2012).

Devido à utilização de recursos naturais em algumas empresas torna-se necessário que essas informações ambientais façam parte da contabilidade da entidade. Segundo Costa (2012), para a implementação de dados ambientais na contabilidade das empresas são necessárias algumas modificações em suas demonstrações, como, por exemplo, o plano de contas, que deve ser elaborado considerando as particularidades relativas ao meio ambiente.

A divulgação de dados socioambientais pelas empresas pode ser evidenciada nas demonstrações contábeis, como Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado e demais Relatórios Gerenciais. Zahaikevitch, Fascina, Pereira e Cruz (2011) afirmam que ativo ambiental são bens e direitos relativos a atividades provenientes de gerenciamento ambiental, podendo ser classificados tanto no ativo circulante como não circulante. Exemplos de ativos ambientais são: insumos para controlar o nível de resíduos, investimentos em máquinas e equipamentos que reduzem o impacto ambiental, gastos com pesquisas e desenvolvimento para preservação do meio ambiente, dentre outros. Já os passivos ambientais são obrigações

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6  que a empresa possui referente a problemas ambientais, e um exemplo são as multas por infrações ambientais.

Costa (2012) argumenta que os custos e despesas referentes à preservação ambiental são decorrentes do processo produtivo e devem ser ressaltados na Demonstração de Resultado. São classificados como custos e despesas ambientais: mão de obra, insumos utilizados para preservação ambiental, depreciação de equipamentos utilizados no processo de preservação, entre outros. Ainda em conformidade com Costa (2012), receitas ambientais são entradas de caixa geradas pela entidade em decorrência de venda de subprodutos ou matéria-prima reciclada, ressalta-se que o objetivo da gestão ambiental não é a geração de receita e sim o desenvolvimento de políticas responsáveis acerca dos problemas ambientais.

De acordo com Trevisan (2002), as empresas estão usando cada vez mais sua responsabilidade social como estratégia corporativa, por meio da divulgação de suas responsabilidades socioambientais e seu retorno para a sociedade. Essas informações são divulgadas por meio do Balanço Social que tem como objetivo mostrar o grau de responsabilidade social adotado pela empresa e aproximar a organização da comunidade na qual está inserida, através desse relatório a empresa mostra suas políticas sociais relacionada aos seus empregados e os benefícios que ela gera para a comunidade.

Segundo Kassai e Carvalho (2011), o Balanço Social é composto pelo Balanço Ambiental, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração de Melhorias a Comunidade e Demonstração de Recursos Humanos, porém não existe um padrão específico para sua elaboração e tem caráter facultativo.

Consoante com Borges, Ensslin e Rosa (2010), as evidenciações de práticas socioambientais para as empresas promovem transparência aos seus usuários da informação agregando valor a organização. As informações ambientais divulgadas pela empresa atendem às necessidades de determinado número de usuários da informação da mesma, como os credores, os quais estão interessados nas informações ambientais para que possam calcular o risco de crédito da empresa e sua capacidade de pagamento. Ainda de acordo com os referidos autores, para tomar decisões os investidores precisam de informações sobre os gastos ambientais que a empresa possui e se ela tem alguma dívida ou multa ambiental.

Em geral a população está se preocupando mais com as questões ambientais e em como a companhia afeta no desenvolvimento econômico do país. Diante disso, a contabilidade ambiental ganha cada vez mais importância dentro das organizações e é um fator importante para a competividade, crescimento e continuidade.

3. Aspectos Metodológicos

A proposta desta pesquisa é analisar como são evidenciadas as informações socioambientais nas empresas brasileiras que comercializam ADR na NYSE e comparar com as empresas que não comercializam.

Quanto ao objetivo, a pesquisa se classifica como descritiva, no sentido que visa classificar e relatar as informações socioambientais presentes nos relatórios a serem analisados. De acordo com Gil (2008, p. 28), “as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Quanto à forma de abordagem a pesquisa se classifica como quantitativa. Segundo Fontelles, Simões, Farias e Fontelles (2009), a pesquisa quantitativa trabalha com dados numéricos e utiliza rigorosos recursos e ferramentas estatísticas para classificação e análise, além de possuir maior precisão e confiabilidade. Sendo assim, foram utilizados teste de média (Teste t de Student e o Teste de Wilcoxon) para avaliar as informações e atingir o objetivo definido.

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A coleta das informações a serem analisadas ocorreu por meio de base documental. A pesquisa documental tem como premissa a coleta de informações através da análise de documentos (Fontelles et al., 2009), e sua classificação se justifica pelo fato de que as informações necessárias para a construção do presente estudo são coletadas através dos relatórios divulgados pelas entidades a serem analisadas.

A amostra foi composta por 21 empresas brasileiras que negociam ADR na Bolsa de Valores de Nova York e mais 21 empresas brasileiras que não negociam ADR selecionadas de forma aleatória. O motivo para a escolha da amostra é de realizar uma comparação entre os dois grupos de empresas e identificar as diferenças na publicação de informações ambientais entre elas, e quais fatores influenciam nessa divulgação. Outro motivo para a escolha do período de abrangência é que a partir de 2007 com as Normas Internacionais de Contabilidade (IRFS) cada vez mais empresas passam a divulgar informações ambientais.

Com base em trabalhos anteriores como o de Miranda e Malaquias (2013) serão analisadas companhias exceto as instituições financeiras, pois elas dispõem de características que não podem ser comparadas com as demais instituições não financeiras. Também foi excluída da amostra a empresa Companhia Siderúrgica Nacional por não ter arquivado junto a CVM as demonstrações financeiras referentes ao ano de 2016 devido a revisão do tratamento contábil acertado à operação realizada pela empresa em 30 de novembro de 2015, resultante da combinação de negócios das atividades de mineração e logística correlata que impactou as demonstrações do exercício social de 2015 e consequentemente os saldos de abertura das demonstrações de 2016.

Para uma comparação adequada entre as companhias que tenham a negociação de ADR e aquelas que não a comercializam, foram selecionadas através da fórmula aleatória do Excel as 21 empresas para compor a base de comparação (Apêndice B). A escolha pelo método aleatório ocorreu com o intuito de não interferir na escolha de quais companhias utilizar.

A coleta de dados ocorreu por meio de uma base secundária, e os dados utilizados na elaboração do estudo foram retirados do site da BM&FBOVESPA e da CVM, tendo como propósito coletar as informações ambientais divulgadas pelas empresas. O período de abrangência da presente pesquisa foi referente a dois anos (2010 e 2016), justificados pelo fato de que Miranda e Malaquias (2013) analisaram os anos de 2005 e 2010.

A pesquisa servirá como complementação do estudo anterior (Miranda & Malaquias, 2013), ressaltando que não necessariamente serão observadas as mesmas companhias, visto que o momento da coleta de dados pode formar uma diferente lista de companhias. Outro fator importante para justificar o período de abrangência é que com a adequação às IFRS no Brasil a partir de 2007, as empresas estão divulgando cada vez mais informações socioambientais em seus relatórios.

Inicialmente foi realizada uma análise de conteúdo com a utilização de um checklist (Apêndice C) composto por itens já analisados por outros autores, como Miranda e Malaquias (2013). Diante disso, foram analisados dados apresentados nos relatórios das empresas componentes da amostra para verificar se continham ou não elementos que correspondiam a divulgação de informações ambientais. O método utilizado na avaliação foi o mesmo utilizado por Miranda e Malaquias (2013), que trata os dados como variáveis dicotômicas, e adota valor 0 quando não é evidenciado e valor 1, se é evidenciado.

Após realizada a aplicação do checklist, foram aplicados os testes estatísticos t de Student quando a amostra apresentava distribuição normal, e o teste de Wilcoxon, que são considerados métodos adequados para comparação de médias estatísticas entre dois grupos (Gasparetto, 2017). As informações foram avaliadas tanto em relação aos dois anos analisados, como a identificação do grau de divulgação entre os grupos de amostra de empresas para cada ano. Adicionalmente ainda foram observadas as diferenças relacionadas a

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8  cada empresa em observação, visando identificar se houve aumento ou redução no nível de evidenciação dos fatos ambientais nos relatórios contábeis.

O presente estudo tem como limitação a quantidade de empresas analisadas, sendo restritas a 21 empresas brasileiras que negociam ADR na NYSE e mais 21 selecionadas aleatoriamente que não negociam na NYSE, totalizando 42 companhias. Além disso, não foram considerados como base de coleta de dados a observação dos relatórios de sustentabilidade extraoficiais divulgados pela companhia, uma vez que o foco era identificar o nível de divulgação por meio dos relatórios anuais contábil das referidas companhias.

4. Análise de Dados

As informações discutidas nesta seção foram obtidas por meio das técnicas metodológicas apresentadas em seção específica. Na Tabela 1 são apresentadas as diferenças individuais do nível de divulgação de informações ambientais pelas companhias que negociam ADR na NYSE.

Tabela 1 – Índices de divulgação das empresas com ADR

Companhias 2010 2016

Ambev 0,57143 0,60714

Brasilagro 0,50000 0,46429

Braskem S/A 0,62963 0,64286

BRF-Brasil Foods S/A 0,25000 0,46429

Cemig 0,78571 0,82143

Cia Brasileira de Distribuição 0,46429 0,46429

Copel 0,75000 0,75000 Cosan 0,64286 0,64286 CPFL Energia S/A 0,57143 0,67857 Embraer 0,35714 0,53571 Fibria Celulose 0,71429 0,75000 Gafisa 0,28571 0,21429 Gerdau 0,53571 0,17857 Gol 0,39286 0,35714 Oi 0,25000 0,46429 Petrobrás 0,67857 0,78571 Sabesp 0,71429 0,85714 Telefônica Brasil 0,48148 0,50000 Tim 0,32143 0,67857 Ultrapar 0,35714 0,50000 Vale S/A 0,46429 0,71429

Fonte: elaborada pelos autores.

A Tabela 1 mostra o índice de evidenciação das empresas com ADR. Houve empresas que diminuíram seu nível de divulgação de informações ambientais – a Gerdal, por exemplo, foi a companhia que teve maior redução na divulgação desses dados (comparando 2010 com 2016), porém nota-se que a empresa divulga uma série de dados socioambientais em seu site

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mostrando sua preocupação com a sociedade e com o desenvolvimento sustentável, concordando com Freitas e Oleiro (2011), os quais destacam que a contabilidade ainda não é utilizada por algumas empresas como um instrumento relevante de divulgação de aspectos relativos a gestão ambiental.

Ainda de acordo com a Tabela 1, percebe-se que as companhias Oi e Tim foram as que mais obtiveram aumento de divulgação, que se justifica pelo fato de que a partir de 2011 a Oi passou a divulgar relatórios de sustentabilidade de acordo com a GRI e a Tim divulga desde 2008, porém só a partir de 2012 ela passa a publicar mais informações nesses relatórios.

Na Tabela 2 é apresentado o nível de divulgação de informações ambientais individuais pelas empresas que não negociam ADR na NYSE.

Tabela 2 – Índices de divulgação das empresas sem ADR

Companhias 2010 2016 Afluente EE S/A 0,64390 0,75000 Ceee-d 0,71430 0,67860 Celpe 0,60710 0,67830 Dimed 0,28570 0,32140 Econorte 0,03570 0,03570 Ecovias 0,25000 0,07140 Eletron 0,03570 0,03570 Energias do Brasil 0,60710 0,67830 Fertilizantes Heringer 0,42860 0,71430 Grendene 0,46430 0,60710 Helbor empreendimentos 0,32140 0,10710 Invepar 0,32140 0,42860 Jereissati 0,07140 0,07140 Pomifrutas 0,25000 0,10710 Raia Drogasil 0,07140 0,07140 Sanesalto 0,03570 0,03570 Santanense 0,07140 0,07140

Santos Brasil Participações 0,35710 0,46430

Springs Global Participações 0,28570 0,07140

Suzano Papel e Celulose 0,53570 0,53570

Triunfo 0,25000 0,46430

Fonte: elaborada pelos autores.

Observa-se na Tabela 2 que as companhias que não comercializam ADR tiveram uma menor oscilação no nível de evidenciação – muitas como a Econorte, a Jereissati, a Raia Drogasil, a Sanealto, a Santanense e a Suzano papel e celulose se mantiveram estáveis, não divulgando muitas informações ambientais. Além disso, as empresas Afluente EE S/A, CEEE-D, Ecovias, Helbor empreendimentos, Pomifrutas e Springs Global Participações tiveram uma pequena redução no nível de divulgação, principalmente devido a uma redução nos investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para melhoria do meio ambiente e falta de informações sobre custos, despesas ambientais e passivos

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10  ambientais. Já as empresas Celpe, Dimed, Energias do Brasil, Fertilizantes Heringer, Grendene, Invepar e Triunfo tiveram um aumento de divulgação dos dados ambientais.

A Tabela 3 apresenta a comparação das médias de divulgação referente ao ano de 2010 e ao ano de 2016 nas empresas com ADR.

Tabela 3 – Teste não paramétrico de Wilcoxon entre o nível e evidenciação de empresas com ADR

Ano Média Sig*

2010 0,5104

0,2409 2016 0,5749

Fonte: elaborada pelos autores.

Percebe-se que, em comparação geral dos valores médios, as empresas com ADR obtiveram uma melhora na divulgação do ano de 2016 em relação ao ano de 2010, mas ela não é estatisticamente relevante ao nível de 5%. Nesse caso, as médias das empresas foram muito próximas nos dois anos analisados, e consideravelmente altas. De acordo com Miranda e Malaquias (2013), por serem companhias com ações em mais de um mercado, tendem a ter uma melhor divulgação de dados ambientais.

Na Tabela 4 é apresentado o teste não paramétrico de Wilcoxon entre o nível de evidenciação das empresas sem ADR referente ao ano de 2010 e 2016.

Tabela 4 – Teste não paramétrico de Wilcoxon entre o nível de evidenciação de empresas sem ADR

Ano Média Sig*

2010 0,3163

0,7614 2016 0,3332

Fonte: elaborada pelos autores.

É possível observar na Tabela 4 que houve um aumento na divulgação de dados ambientais das empresas nos anos examinados, porém, as médias foram muito próximas nos dois anos analisados. Sendo assim, já se esperava que as diferenças não fossem estatisticamente significativas ao nível de 5%, ou seja, essa alteração não pode ser considerada relevante, pois é como se o nível informacional fosse o mesmo, independente do ano.

Através da análise das Tabelas 3 e 4 é possível observar que as empresas que comercializam ADR obtiveram uma média consideravelmente maior do que as empresas que não comercializam, e isso ocorre devido ao fato de que, como as empresas com ADR comercializam ações em mais de um mercado, elas devem atender as exigências específicas de cada um desses mercados, e com isso quanto mais informações divulgarem melhor para sua imagem.

A Tabela 5, a seguir, apresenta o nível de evidenciação das empresas pertencentes a setores regulamentados e não regulamentados em 2010.

Tabela 5 – Teste t Student entre os níveis de evidenciação segregados por setores regulamentados e não regulamentados em 2010

Amostra completa Regulamentado Obs Média Sig*

Evidenciação 2010 Sim 18 0,4772

0,0982

Não 24 0,3655

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Através do teste t Student a Tabela 5 apresenta que o índice médio de evidenciação das empresas de setores regulamentados (18 empresas) em relação ao ano de 2010 foi de 47%, enquanto as companhias de setores não regulamentado (24 empresas) obtiveram índice de 36%. Sendo essa relação não estatisticamente significante a um nível de 5%, os resultados foram significativos ao nível de 10%, sendo assim considerado satisfatório. Isso mostra que as companhias pertencentes a setores regulamentados divulgaram mais informações ambientais do que as companhias que não pertencem a setores regulamentados no ano de 2010, e isso se justifica porque alguns setores regulamentadores como a ANELL, por exemplo, impõem as companhias do setor a divulgarem relatório de sustentabilidade.

A Tabela 6 apresenta o teste de Wilcoxon para identificar os níveis de evidenciação das empresas segregadas por setores regulamentados e não regulamentados no ano de 2016.

Tabela 6 – Teste de Wilcoxon entre os níveis de evidenciação segregados por setores regulamentadores e não regulamentados em 2016

Amostra completa Regulamentado Obs Média Sig*

Evidenciação 2016 Sim 18 0,5516

0,0368

Não 24 0,3809

Fonte: elaborada pelos autores.

A Tabela 6 indica, por meio do teste de Wilcoxon, o índice médio de divulgação em 2016, que aponta 55% para companhias de setores regulamentados e 38% para setores não regulamentados, sendo essa relação estatisticamente significante ao nível de 5%. Isso mostra que em 2016 as companhias de setores regulamentados divulgam mais informações do que as de setores não regulamentados.

Conclui-se que os setores regulamentadores impõem às companhias a divulgação de informações ambientais – com destaque para o setor de energia elétrica, que em conformidade com Calixto (2007), as empresas desse setor têm se destacado na realização e divulgação de relatórios socioambientais no Brasil, devido a responsabilização com o desenvolvimento sustentável motivado pela ANEEL por meio de uma instrução normativa que motiva as empresas do setor a publicarem o balanço social desde 2002.

Na Tabela 7 é apresentada a análise de variância para comparação das médias de acordo com o nível de governança corporativa das empresas.

Tabela 7 – Análise de variância para comparação de médias

Dados completos NG N Média Sig*

Evid. 2010 Trad. 13 0,2899 0,2539 N1 9 0,5699 N2 ou NM 20 0,4232 Evid. 2016 Trad. 13 0,3268 0,1952 N1 9 0,5833 N2 ou NM 20 0,4785

Fonte: elaborada pelos autores.

Através do estudo da Tabela 7 percebe-se que, em 2010, as empresas pertencentes ao Nível 1 de governança possuíam a maior média (56%) em relação às demais, porém essa diferença não é significativa estatisticamente ao nível de 5%. Em 2016 as empresas do Nível 1 de governança também obtiveram maior média (58%), e semelhante a 2016 a diferença não foi significativa ao nível de 5%. Isso mostra que, apesar de possuir maior média, o Nível de Governança Corporativa não tem relação direta com o nível de evidenciação das empresas,

(12)

12  apesar da transparência oferecida aos acionistas pelas empresas com níveis de governança mais altos.

A Tabela 8 apresenta a correlação entre as variáveis tamanho e tempo de registro na NYSE com os níveis de evidenciação.

Tabela 8 – Correlação de Spearman entre as variáveis tamanho e tempo de registro na NYSE com os níveis de evidenciação Variáveis Evidenciação 2016 Evidenciação 2010 Evidenciação 2010 0,7050* 1 Ativo Total 2016 0,1624 0,0468 Ativo Total 2010 0,4312 0,3337 Tempo ADRs 0,2003 -0,1265

Fonte: elaborada pelos autores.

Por meio da Tabela 8 observa-se que houve uma correlação positiva direta e moderada de 70% entre os indices de evidenciação de 2016 e 2010, e isso significa que as empresas que mais divulgaram dados ambientais em 2010 continuaram a divulgar em 2016. No entanto, houve uma correlação negativa de -12,65% entre a variável tempo de registro na NYSE, significando assim que quanto maior o tempo em que a empresa se encontra registrada na NYSE, menor foi seu nível de evidenciação, porém não é uma avaliação estatisticamente confiável. Os dados analisados na Tabela 8 se mantiveram em conformidade com o estudo de Miranda e Malaquias (2013), que mostra que as empresas continuaram divulgando mais dados em comparação de um ano para outro e que quanto maior o tempo de registro na NYSE menor foi sua evidenciação ambiental, e ambos os dados também não apresentaram significância ao nível de 5%.

Os resultados obtidos mostram que algumas empresas não divulgam dados ambientais junto com as demonstrações financeiras obrigatórias, mas em relatórios separados como o relatório de sustentabilidade. Ou seja, o fato de não evidenciarem essas informações juntamente com as demonstrações contábeis não significa que elas não são socialmente responsáveis, concordando com Freitas e Oleiro (2011).

Verificou-se também que houve uma melhora na evidenciação de 2010 para 2016, porém a melhora não foi estatisticamente significante ao nível de 5%, que em concordância com Miranda e Malaquias (2013), ainda há o que ser melhorado no nível de evidenciação de dados ambientais pelas empresas.

5. Considerações Finais

O objetivo geral desse artigo foi comparar o nível de evidenciação ambiental nos relatórios contábeis de 21 companhias brasileiras que negociam ADR na NYSE e ações na BM&FBovespa com 21 companhias que não negociam na NYSE. Foram analisados os relatórios publicados no ano de 2010 e os relatórios divulgados em 2016, com a intenção de comparar o nível de evidenciação ambiental entre os dois grupos de empresas.

Para a realização da análise foi realizado o teste t de Student, o teste de Wilcoxon, e o cálculo dos coeficientes de correlação relativos a 2016 e 2010. Os índices de evidenciação analisados foram o ativo total, o tempo de comercialização de ADR, e o nível de governança corporativa. Constatou-se que as empresas de setores regulamentados divulgaram mais informações do que as de setores não regulamentado, apresentando dados estatisticamente significantes ao nível de 5%, levando à conclusão de que os setores regulamentadores

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possuem influência sobre as empresas regulamentadas, motivando-as a divulgarem mais informações ambientais. O setor de energia se destacou devido ao fato de a ANEEL influenciar as companhias do setor a publicarem o balanço social desde 2002.

Em relação à correlação entre os níveis de governança corporativa, apesar das empresas pertencentes ao Nível 1 de governança possuírem maior média em relação aos demais, elas não apresentaram dados estatisticamente significantes ao nível de 5%, mostrando que o nível de governança não afeta a quantidade de evidenciação das empresas. No tocante a variável tamanho, quanto maior a empresa maior foi seu nível de evidenciação, e quanto maior o tempo de registro da companhia na NYSE menor foi seu nível de evidenciação.

Sugere-se a realização de novas pesquisas para verificar o que levou o nível de evidenciação não ser estatisticamente significante já que em pesquisas anteriores, como a de Miranda e Malaquias (2013), houve um aumento na evidenciação ambiental. Outra proposta seria verificar o motivo pelo qual as empresas que estão a mais tempo listadas na NYSE divulgam menos informações e a relação com o nível de governança corporativa.

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(16)

16  APÊNDICE A – Amostra das empresas que comercializam ADR

Empresas Ativo Total em milhares de Reais 31/12/2016 1 Cia de Bebidas das Américas – Ambev 91.212.661 2 Braskem S/A 51.653.000 3 BRF-Brasil Foods S/A 42.944.936 4 Cia Brasileira de Distribuição 45.217.000 5 Cia Brasileira de Produtos Agrícolas – Brasilagro 820.751 6 Cia Energética de Minas Gerais – Cemig 42.035.853 7 Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp 36.745.034 8 Cia Paranaense de Energia – Copel 30.434.209 9 CPFL Energia S/A 42.170.992 10 Embraer S/A 38.016.671 11 Fibria Celulose S/A 34.440.328 12 Gafisa S/A 5.210.089 13 Gerdau S/A 54.635.141 14 Gol Linhas Aéreas Inteligentes S/A 8.404.355 15 Indústria e Comércio – Cosan S/A 27.299.829 16 Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A 804.945.000 17 Oi Participações S/A 82.171.198 18 Telefonica Brasil S/A 102.066.259 19 Tim Participações S/A 34.655.680 20 Ultrapar Participações S/A 24.159.670 21 Vale S/A 322.696.154

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APÊNDICE B – Amostra das empresas que não comercializam ADR

Empresas Ativo Total em milhares de Reais 31/12/2016 1 Afluente Geração de Energia Elétrica S/A 45.329 2 Cia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica – CEEE-D 3.460.564 3 Cia Energetica de Pernambuco – CELPE 5.525.143 4 Cia Tecidos Santanense 435.999 5 Concessionária Ecovias dos Imigrantes S/A 1.835.216 6 Distribuidora de Medicamentos – DIMED 820.973 7 Eletron S/A 30.097 8 Energias do Brasil S/A 19.243.826 9 Empr. Concess. de Rodovias do Norte S/A – ECONORTE 387.770 10 Fertilizantes Heringer S/A 2.855.544 11 Grendene S/A 3.253.820 12 Helbor Empreendimentos S/A 5.359.180 13 Invepar S/A 25.581.884 14 Jereissati Participações S/A 5.403.744 15 Participações e Investimentos S/A – TRIUNFO 4.974.355 16 Pomifrutas S/A 92.735 17 Raia Drogasil S/A 5.659.303 18 Sanesalto 54.535 19 Santos Brasil Participações S/A 1.893.843 20 Springs Global Participações S/A 2.629.673 21 Suzano Papel e Celulose S/A 29.399.313

(18)

18  APÊNDICE C – Checklist planejado para medir o Nível de Evidenciação

1 Houve investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para melhoria do meio ambiente?

2 Foram efetuados investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes degradados? 3 Foram efetuados investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade?

4 Houve investimentos e gastos com outros projetos ambientais?

5 É informada a quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a entidade? 6 É informado sobre o valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas

administrativa e/ou judicialmente?

7 É informado passivo e contingências ambientais? 8 Houve investimento de caráter social?

9 Os produtos/serviços da empresa estão adequados a normas de segurança? 10 Fez mensão a reclamações sobre produtos e/ou serviços?

11

Há informações quanto aos dados de Colaboradores (Não Administradores) como: Número de

funcionários; Remuneração dos funcionários; Benefícios aos funcionários; Satisfação dos funcionários; Informação sobre minorias na força de trabalho; Educação e treinamento dos funcionários; Segurança no local de trabalho; Dados sobre acidentes de trabalho; Relacionamento com sindicatos ou órgãos de classe? 12 Há Declaração das políticas, práticas, ações atuais?

13

Há o estabelecimento de metas e objetivos ambientais Compliance com a legislação ambiental Parcerias, conselhos, fóruns ambientais Prêmios e participações em índices ambientais Gestão e Auditoria

Ambiental?

14 Fez menção sobre Gestão Ambiental, Auditoria Ambiental e ISO 9000? 15

Foi informado sobre os impactos dos Produtos e Processos no Meio Ambiente como: Desperdícios e resíduos; processo de acondicionamento (embalagem); reciclagem; desenvolvimento de produtos ecológicos; uso eficiente e/ou reutilização da água; impacto no meio ambiente (vazamentos, derramamentos, terra utilizada etc.) e; reparos aos danos ambientais?

16 Foi informado sobre a Conservação e/ou utilização mais eficiente da energia nas operações? 17 Foi informado sobre a Utilização de materiais desperdiçados na produção de energia? 18 Foi informado sobre o Desenvolvimento ou exploração de novas fontes de energia? 19 Há informações sobre Investimentos Ambientais?

20 Há informações sobre Custos e Despesas Ambientais? 21 Há informações sobre Passivos Ambientais?

22 Foi informado sobre Práticas Contábeis de itens ambientais? 23 Foi informado sobre Seguro Ambiental?

24 Há informações sobre Ativos Ambientais Intangíveis? 25 Há informações sobre Educação Ambiental?

26 Há informações sobre Pesquisas relacionadas ao Meio Ambiente?

27 Há informações sobre Projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL); Créditos de carbono; Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE); Certificados de Emissões Reduzidas (CER)?

28 Faz menção relativa à sustentabilidade; Gerenciamento de florestas e/ou reflorestamento; Conservação da biodiversidade; Relacionamento ambiental com stakeholders?

Fonte: Miranda e Malaquias (2013).  

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