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CEPPE CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL

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Academic year: 2021

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CEPPE

CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL

ANGELA MARIA RAMPANELLI

OS RECURSOS NATURAIS COMO CONDICIONANTES DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CULTURAL: UM ESTUDO APLICADO À BACIA SEDIMENTAR

DE TAUBATÉ, NOS MUNICÍPIOS DE TAUBATÉ E TREMEMBÉ, VALE DO PARAÍBA, ESTADO DE SÃO PAULO

Guarulhos 2010

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ANGELA MARIA RAMPANELLI

OS RECURSOS NATURAIS COMO CONDICIONANTES DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CULTURAL: UM ESTUDO APLICADO À BACIA SEDIMENTAR

DE TAUBATÉ, NOS MUNICÍPIOS DE TAUBATÉ E TREMEMBÉ, VALE DO PARAÍBA, ESTADO DE SÃO PAULO

Guarulhos 2010

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Guarulhos como pré-requisito para obtenção do título de Mestre no curso de Pós-Graduação em Análise Geoambiental

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CEPPE

CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM ANÁLISE GEOAMBIENTAL

COMISSÃO EXAMINADORA:

1. Prof. Dr. Antônio Roberto Saad (UnG/ UNESP)____________________________ 2. Prof. Dr. Mário L. C. Etchebehere (UnG/UNESP)___________________________ 3. Profa. Dra. Vilma A. Campanha (IPT)____________________________________

Guarulhos 2010

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Dedicatória

Dedico esse trabalho aos meus pais, irmãos e sobrinhos. Especialmente ao Vitor.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a todas as pessoas que contribuíram direta e indiretamente para a realização dessa dissertação. Para todos que me incentivaram, que compreenderam minha ausência e que se fizeram presentes, enfim para todos que torceram por mim.

À Universidade Guarulhos a ao CEPPE – Centro de Pós-Graduação e Pesquisa pela oportunidade do desenvolvimento dessa pesquisa.

Aos professores do MAG – Mestrado em Análise Geoambiental pelos ensinamentos e suas contribuições, Prof. Dr. Antonio Manoel dos Santos Oliveira, Prof. Dr. José Cândido Stevaux, especialmente aos Professores Dr. Kenitiro Suguio, pelas viagens de campo à Bacia Sedimentar de Taubaté, por suas histórias inesquecíveis e ao prof. Prof. Dr. Paulo Eduardo de Oliveira pela igual dedicação e pela correção no abstract. Não posso deixar de agradecer ao Prof. Dr. Mario Lincoln de Carlos Etchebehere por todas as correções, por suas críticas que contribuíram para minha vida acadêmica, pela competência e amizade, obrigada por ter aceito fazer parte de minha banca examinatória.

A toda equipe do Laboratório de Geociências da Universidade Guarulhos, principalmente ao Biólogo e técnico Fábio Casado, por me socorrer quando uma imagem teimava em não se ajustar.

Ao bibliotecário Ricardo Takashi Kawata, pela ajuda na pesquisa bibliográfica e pela correção das referências.

À Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas do Estado de São Paulo, pelo apoio financeiro através do Programa de Bolsa Mestrado.

A Solange Dias e Lourdes Lacerda, da Comissão Regional da Bolsa Mestrado.

Ao Engenheiro Agrônomo Eugênio de Araujo Neto da AGRA Consultoria Ambiental, por ter nos recebido em Taubaté e por suas contribuições fundamentais para a dissertação.

Ao Dr. Herculano Alvarenga, criador do Museu de História Natural de Taubaté e pela prontidão em responder minhas indagações.

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Aos amigos que adquiri ao cursar as disciplinas do MAG. À Nathali por sua contribuição.

Ao Djacy Almeida, por me indicar o Mestrado em Análise Geoambiental da UnG e principalmente por acreditar que eu seria capaz, obrigada por todo incentivo.

Aos familiares pelo carinho e amor, mesmo quando eu não estava junto. A minha avó Maria Angela, meus pais Adélio e Iolanda, meus irmãos Marcos Rogério e Elaine, à Salua e aos meus amados sobrinhos Marcel, Vinicius, Lara e Júlia. A mãe e irmã que ganhei nesses últimos seis anos Neide e Cristina.

Aos amigos Luiz Ramalho e Stella Regina, pelas correções iniciais, pela companhia em viagens, pelos jantares e momentos de descontração.

Ás minhas eternas amigas Adryana Carla, Juliana e Luciane (em ordem alfabética) cujo tempo e distância não apagaram o carinho, amor e confiança.

A Cecília Saad, pela confiança em me receber em sua casa e sempre me tratar muito bem, obrigada pelas guloseimas, sucos e não sei se agradeci, mas o chá de maça estava delicioso.

Aos professores da Escola Paulista – Espa, em especial à Ana Luiza, Carlos Eduardo pelo interesse, e em me ouvir falar sempre do mesmo assunto “Mestrado” e a Mariângela pela ajuda com o inglês, obrigada.

Aos professores da Escola Estadual “Américo Brasiliense”, em especial à Adriana França, Cássia, Emília, pela amizade sem cobranças. Ao Izildo por sempre querer me ajudar.

À equipe da Escola Paulista e do Américo Brasiliense, por compreender que meu tempo estava comprometido e não me obrigarem a comparecer em certos eventos. Obrigada às respectivas diretoras: Regina e Alice.

Agradeço ao prof. Dr. Antonio Roberto Saad, meu orientador, por tudo o que me ensinou, pelo apoio e pela eficiência na orientação desse trabalho. Mas não é só, devo agradecer pela amizade, por todos os conselhos dados – saiba que sempre que possível serão seguidos. Pela paciência, por todas as conversas que enriqueceram meu aprendizado, pelo tempo desprendido nos finais de semana de trabalho, pelas visitas de campo, pelo amor à Serra da Mantiqueira e principalmente pela Bacia Sedimentar de Taubaté, que hoje compartilho com você. Por ter me dado a oportunidade de aprender a olhar para o espaço natural e ver mais do que olhos comuns vêem. Obrigada Saad, por ter estado presente em todos os momentos do desenvolvimento dessa dissertação. Mactub.

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Finalmente agradeço ao Vitor, meu companheiro, amigo e amor, a você por ter ficado do meu lado, por compreender a importância desse projeto em minha vida e ter suportado meus nervosismos, ter ficado muitos fins de semana sem cinema, praia e caminhadas. Por sempre me incentivar e me apoiar sempre que eu precisei. Obrigada meu amor, principalmente por me amar.

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"Que os nossos esforços desafiem as impossibilidades. Lembrai-vos que as grandes proezas da historia foram conquistas daquilo que parecia impossível”.

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RESUMO

A humanidade sempre se beneficiou dos recursos naturais existentes no Planeta para sua subsistência, bem-estar, riqueza e poder, prática essa que se acentuou a partir da Revolução Industrial (1760). A distribuição dos recursos naturais na natureza é função da evolução geológica a que os continentes e mares foram submetidos desde sua formação, até os dias atuais, bem como a atuação do Homem sobre esta natureza. Os fatores que sempre governaram e ainda hoje comandam a geografia desses recursos são a tectônica de placa, representada por atividades endógenas, tais como magmatismo e tectonismo, e as exógenas, das quais o clima, o relevo, a hidrografia e a biota fazem parte. A área de estudo situa-se na região Sudeste do Brasil, conhecida como Vale do Paraíba e localizada no Estado de São Paulo. Do ponto de vista geomorfológico, insere-se no Planalto Atlântico. A região fornece aos munícipes e à Megalópole São Paulo – Rio de Janeiro recursos naturais de grande importância para o crescimento econômico, favorecido a partir da década de 50 pela construção da rodovia Presidente Dutra (BR – 116), que interliga esses estados. Cadastrar os recursos naturais existentes, compreender sua distribuição e importância socioeconômica para os municípios de Taubaté e Tremembé são parte desse trabalho. Essa paisagem, hoje bastante alterada por atividades antrópicas, propicia a exploração de diversos recursos naturais dos quais destacam-se: areias, argilas industriais, água subterrânea, e solo orgânico, áreas favoráveis para plantação de arroz, criação de gado, psicultura, que juntos constituem o setor primário da economia local; no setor secundário, destacam-se as diversos tipos de indústrias beneficiadas pelo primeiro setor, bem como a geração de empregos indiretos; para o setor terciário, tem-se a prestação de serviços, comércio, e atividades de turismo e lazer. Os papéis que os meios físicos e bióticos desempenham na formação dos recursos naturais (atual e pretérito), hoje explorados no Vale do Paraíba, constituem a base inerente para esta análise geoambiental. Dessa forma, é apresentado uma proposta de análise integrada entre os recursos naturais e a socioeconomia da área estudada.

Palavras-chave: Recursos naturais. Condicionantes geoambientais.

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ABSTRACT

Humankind has always benefited from the great array of natural resources on Earth for its survival, well-being, wealth and power, a practice that became more enhanced after the Industrial Revolution of the mid 18th century. The distribution of natural resources in nature is a result of the geological evolution to which Earth´s continents and oceans have been submitted since their formation as well as a result of human impact on natural landscapes. The factors that ruled and still command the geography of these resources are plate tectonics, represented by endogenous activities such as tectonism and magmatism and by exogenous factors such as climate, hydrography and biota. The study area, located in southeastern in Brazil, is known as the Paraíba do Sul River Valley, in the State of São Paulo. From a geomorphological point of view this region is said to be located in the Atlantic Plateau compartment. This region provides to its inhabitants and to the São Paulo – Rio de Janeiro megalopolis natural resources of great importance for its economic growth, which was favored since the early 1950s by the construction of the Presidente Dutra Interstate Highway (BR-116) connecting these two states. Cataloguing the existing natural resources, understanding their distribution and socioeconomic importance for the municipalities of Taubaté and Tremembé are a part of the present study. The landscape of the studied area, presently quite altered by human activities, allows the exploration of various natural resources among which sands, industrial clays, groundwater, organic soil, favorable areas for rice crops, for livestock, for fish farming, all members of the primary sector of the local economy. As far as the secondary sector is concerned, various types of industrial activities stand out, such as indirect employment generation as well as for the tertiary sector, such as commerce, tourism activities and recreation. The functions that physical and biotic parameters play in the formation of natural resources (present and past) which are presently exploited today in Vale do Paraíba do Sul River Valley represent the basis for this geoenvironmental analysis. Therefore this study proposes an integrated analysis between natural resources and social economy of the studied area.

Keywords: Natural resources. Geoenvironmental parameters. Social economy.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Bens minerais comuns em residências... 17 Figura 2 - Empregos comuns dos bens minerais na sociedade moderna... 18 Figura 3 - Região Administrativa de São José dos Campos... 19 Figura 4 - PIB no Vale do Paraíba, com destaque para o Vale, os municípios de

São José dos Campos, Taubaté e Tremembé... 20 Figura 5 - Mapa da Produtividade das Regiões Administrativas do estado de São

Paulo, 2001... 21 Figura 6 - Atividades Industriais desenvolvidas na Região Administrativa de São

José dos Campos... 22 Figura 7 - Taxa geométrica de crescimento anual da população – 2000/2010, no

estado de São Paulo e nos municípios de Taubaté e Tremembé... 23 Figura 8 - Localização de Taubaté e Tremembé ... 24 Figura 9 - Bacia de Curitiba*; 2- Formação Alexandra e Gráben de

Guaraqueçaba*; 3- Formação Pariquera-Açú; 4- Gráben de Sete Barras*; 5- Bacia de São Paulo; 6- Bacia de Taubaté-Bonfim; 7- Bacia de Resende; 8- Bacia de Volta Redonda; 9- Gráben de Guanabara*; 10- Bacia de Macacu; 11- Bacia de São José de Itaboraí; 12- Gráben de Barra de São João*; 13- Bacia de Santa Isabel-Igaratá; 14-

Depósitos de Tanque, Pinhalzinho, Atibaia-Bom Jesus dos Perdões-Piracaia-Nazaré Paulista; 15- Bacia de Aiuruoca; 16- Depósitos

Terciários Correlatos (BH)*... 31 Figura 10 - Perfil morfoestrutural do Rifte do Paraíba do Sul (Gráben de Taubaté). 32 Figura 11 - Compartimentação da Bacia de Taubaté. Sub-bacias: A – Parateí; B

– Jacareí; C – Eugênio de Melo; D – Tremembé; E – Lorena. Altos

estruturais:1- Falha de São José; 2- Alto de Putins; 3- Alto de

Caçapava; 4- Alto de Aparecida... 33 Figura 12 - Quadro litoestratigráfico e evolução tectono-sedimentar do segmento

central do RCSB - Letras: p - leques aluviais proximais; m-d - leques aluviais medianos a distais associados à planície aluvial de rios entrelaçados; t -depósitos de tálus; c - depósitos coluviais; ca -

depósitos colúvioaluviais; a – depósitos aluviais... 34 Figura 13 - Vista aérea dos municípios de Taubaté e Tremembé em conurbação... 35 Figura 14 - A megalópole em formação... 36 Figura 15 - Bacia Sedimentar de Taubaté Localização da seção geológica XY, de

direção NNO – SSE, ilustrada na Figura 19... 38 Figura 16 - Coluna Estratigráfica simplificada da Bacia de Taubaté na área de

estudo... 39 Figura 17 - Perfil litológico da planície fluvial do rio Paraíba do Sul, contemplando

as areias economicamente exploradas, nos municípios de Taubaté e

Tremembé... 41 Figura 18 - Seção Transversal da Bacia Sedimentar de Taubaté... 42 Figura 19 - Perfil esquemático de direção NNO – SSE, na área de estudo,

contemplando as diferentes formas de relevo presentes, segundo

IPT... 46 Figura 20 - Mapa da distribuição da cobertura vegetal remanescente do município

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Figura 21- Mapa da distribuição da cobertura vegetal remanescente do município de Taubaté... 49 Figura 22 - Mapa do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do

Estado de São Paulo - 2000... 57 Figura 23 - Participação da agropecuária no estado de São Paulo, na região de

Taubaté e no município de Taubaté... 58 Figura 24 - Mapa de cobertura do solo do município de Taubaté... 60 Figura 25 - Pecuária 2006: Bovino – efetivo dos rebanhos (22.694 cabeças). Com

destaque para o município de Taubaté... 61 Figura 26 - Pecuária 2006: Bovino – efetivo dos rebanhos (3.840 cabeças) no

município de Tremembé... 63 Figura 27 - Destaque na área de estudo (Taubaté e Tremembé) para a

rizicultura... 66 Figura 28 - Área de plantio e número de produtores de arroz na região do Vale do

Paraíba Paulista, com destaque para os municípios de Taubaté e

Tremembé... 66 Figura 29 - Zoneamento ambiental da atividade de extração de areia do município

de Tremembé... 72 Figura 30 - Zoneamento ambiental da atividade de extração de areia do município

de Taubaté... 73 Figura 31 - Qualidade da recuperação vegetal nas minerações de areia do

Município de Taubaté... 74 Figura 32 - Qualidade da recuperação vegetal nas minerações de areia do

Município de Tremembé... 74 Figura 33 - Aquífero Granular... 80 Figura 34 - Aquífero Taubaté... 81 Figura 35 - Perfil estratigráfico de poço tubular profundo, perfurado na Bacia

Sedimentar de Taubaté, município homônimo, para fins de exploração de água subterrânea... 82 Figura 36 - Participação industrial (2006) - estado de São Paulo, região de

Taubaté e município de Taubaté... 86 Figura 37 - Participação da Indústria no Total do Valor Adicionado, nos municípios

de São José dos Campos, Taubaté e Tremembé e o estado de São

Paulo... 86 Figura 38 - Vista área de Pesque Pague no município de Tremembé... 92 Figura 39 - Evolução do emprego formal e informal por setor de atividade, em %,

no município de Taubaté... 98 Figura 40 - Organograma sequencial de análise dos recursos naturais, no

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 - Vista aérea dos municípios de Taubaté e Tremembé, onde é

extremamente difícil identificar os limites municipais... 35 Foto 2 - Diamictitos proximais da Formação Resende, situados na borda norte

da Bacia na região de Tremembé... 43 Foto 3 - Mineração Aligra, Município de Taubaté (Fm. Tremembé)... 43 Foto 4 - Fm. Pindamonhangaba. Primeiras planícies de inundação do

sistema fluvial, Município de Taubaté... 44 Foto 5 - Várzea do rio Paraíba do Sul, trecho localizado no município de

Taubaté, mostrando a construção de barras em pontal (base)

recobertas por planícies de inundação... 44 Foto 6 - Planícies Aluviais e Colinas Sedimentares encontradas no município

de Tremembé ao logo da Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro

(SP-123) de Quiririm a Campos de Jordão... 45 Foto 7 - Criação de tilápia ao longo de antiga cava de exploração de areia na

Mineradora Tubarão, município de Taubaté... 61 Foto 8 - Pecuária leiteira na várzea do rio Paraíba do Sul - Município de

Tremembé... 64 Foto 9 - Pesqueiro Vila Rica (Est. Pindamonhangaba a Campos do Jordão,

km 13), Tremembé – SP... 65 Foto 10 - Rizicultura ao longo do rio Paraíba do Sul... 67 Foto 11 - Rizicultura na Várzea do rio Paraíba do Sul... 68 Foto 12 - Cultivo de arroz na várzea do rio Paraíba do Sul - Município de

Tremembé... 68 Foto 13 - Portos de areia ao longo do rio Paraíba do Sul... 70 Foto 14 - Extração de areia na várzea do rio Paraíba do Sul, Mineração

Tubarão, municípios de Taubaté e Tremembé... 70 Foto 15 - Formação Tremembé, Mineração Aligra – Município de Taubaté.

Emprego: argilas especiais para clarificação de óleos, fundições,

fertilizantes... 79 Foto 16 - A primeira foto do Paraphysornis - início da restauração da ossada

original (1977)... 90 Foto 17 - Museu de História Natural de Taubaté... 91 Foto 18 - Restaurantes de comida típica italiana ao longo da rodovia Floriano

Peixoto... 93 Foto 19 - Hotel Fazenda Mazzaropi – Taubaté... 94 Foto 20 - Hotel Fazenda Mazzaropi – Taubaté... 94

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Espécies que compões a diversidade vegetal nos municípios de Taubaté e Tremembé, apresentados em ordem alfabética por

Família... 50

Tabela 2 - UPAs de Taubaté – área em há... 59

Tabela 3 - Área cultivada de pastagens de Taubaté (em ha)... 59

Tabela 4 - Exploração de animais no município de Taubaté... 60

Tabela 5 - UPAs de Tremembé – área em há... 62

Tabela 6 - Área cultivada de pastagens de Tremembé (em ha)... 62

Tabela 7 - Exploração de animais no município de Tremembé... 63

Tabela 8 - Arroz, por Município, Estado de São Paulo, 2007/08... 65

Tabela 9 - Relação de usos industriais de argilas bentoníticas... 76

Tabela 10 - Relação de Indústrias e suas atividades no município de Tremembé... 87

Tabela 11 - Relação de Indústrias e suas atividades no município de Taubaté... 87

Tabela 12 - Relação de Indústrias e suas atividades em fase de implantação no município de Taubaté... 89

Tabela 13 - Relação de empreendimentos hoteleiros dos municípios de Taubaté e Tremembé... 95

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Recursos Minerais presentes na Bacia Sedimentar de Taubaté... 37 Quadro 2 - Litologias e suas respectivas espessuras encontradas ao longo do rio

Paraíba do Sul, nos municípios de Taubaté e Tremembé... 40 Quadro 3 - Principais características estratigráficas das unidades que compõem

a Bacia de Taubaté, área de estudo... 42 Quadro 4 - Valor Adicionado Total, por Setores de Atividade Econômica, Produto

Interno Bruto total e per capita a preços correntes – Estado de São

Paulo, Municípios de Taubaté e Tremembé 2007 (1)... 56 Quadro 5 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal dos municípios de

Taubaté e Tremembé... 56 Quadro 6 - Indicadores socioeconômicos dos municípios de Taubaté e

Tremembé e o estado de São Paulo... 57 Quadro 7 - Empreendimentos Minerários no município de Tremembé... 72 Quadro 8 - Empreendimentos Minerários no município de Taubaté... 73 Quadro 9 - Relação entre recursos naturais, por setores de econômicos, e

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SUMÁRIO DEDICATÓRIA ... iv AGRADECIMENTOS... v EPÍGRAFE... viii RESUMO... ix ABSTRACT... x LISTA DE FIGURAS... xi

LISTA DE FOTOS... xii

LISTA DE TABELAS... xiii

LISTA DE QUADROS... xiv

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO... 17

1.1 Objetivos... 23

1.2 Localização da área de estudo... 23

CAPÍTULO 2 – TRABALHOS REALIZADOS... 25

CAPÍTULO 3 – RECURSOS NATURAIS E SETORES DA ECONOMIA... 27

3.1 Recursos naturais... 27

3.1.1 Recursos naturais renováveis e não-renováveis... 28

3.2 Setores de atividades econômicas... 28

3.2.1 Setor primário... 28 3.2.1.1 Agricultura... 28 3.2.1.2 Pecuária... 29 3.2.1.3 Extrativismo... 29 3.2.2 Setor secundário... 29 3.2.3 Setor Terciário... 30

CAPÍTULO 4 – BACIA SEDIMENTAR DE TAUBATÉ... 31

CAPÍTULO 5 – CONTEXTO GEOAMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DE TAUBATÉ E TREMEMBÉ... 38

5.1 Meio físico... 38

5.2 Cobertura Vegetal ... 46

5.3 Socioeconomia... 55

5.3.1 Setores de atividades econômicas ... 58

5.3.1.1 Setor Primário... 58

5.3.1.1.1 Agropecuária... 58

a) Agropecuária emTaubaté... 58

b) Agropecuária em Tremembé ... 62

c) Rizicultura nos municípios envolvidos ... 65

5.3.1.1.2 Extrativismo... 69

a) Minerações de areia ... 69

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c) Recursos hídricos... 80 d) Solo orgânico ... 84 5.3.1.2 Setor Secundário... 84 5.3.1.2.1 Indústria... 84 5.3.1.3 Setor Terciário... 89 5.3.1.3.1 Turismo e Lazer... 89

a) O museu de História Natural de Taubaté... 89

b) Pesque-pague... 92

c) Turismo Rural ... 93

CAPÍTULO 6 – ANALISE INTEGRADA 96 CAPITULO 7 – CONCLUSÃO ... 99

(18)

1 INTRODUÇÃO

Desde os tempos pré-históricos, o Homem tem utilizado os recursos naturais para sua sobrevivência e para o seu bem-estar. Uma prova da utilização desses recursos são os documentos pré-históricos, tais como os hieróglifos e pinturas rupestres, encontrados em registros da presença de civilizações antigas espalhadas pelo mundo. A utilização dos recursos naturais torna-se mais evidente a partir da Primeira Revolução Industrial, por volta de 1760, quando as necessidades da busca da matéria-prima para transformação e comercialização tornaram-se mais intensas, devido às demandas industriais, originando o livre-comércio, bem como o desenvolvimento e criação de novas atividades econômicas, as quais, nos dias de hoje têm caráter nítido de globalização.

As figuras 1 e 2 exibem, de maneira didática, a utilização atual das matérias-primas nos vários segmentos de nossa sociedade.

Figura 1 – Bens minerais comuns em residências. Fonte: IPT (2003)

ELEMENTO SUBSTÂNCIA

1 Tijolo Argila vermelha

2 Argamassa Calcário (cimento), areia e brita

3 Fundações Calcário (cimento), areia, brita e ferro (armação) 4 Contrapiso Calcário (cimento), areia e brita

5 Telhado Argila (telha), betume, calcário, areia (acabamento), zinco e amianto 6 Calha Zinco ou petróleo (PVC)

7 Caixa d´água Amianto e cimento

8 Fiação Cobre, alumínio e petróleo (capas e conduites de PVC)

9 Pintura Petróleo (resinas), caulim, calcário, diatomito e óxido de titânio (pigmento) 10 Lâmpada Tungstênio (filamento), alumínio (soquete), quartzo e feldspato (vidro) 11 Aparelhos eletrônicos Quartzo, silício metálico e germânio (transistores)

12 Vaso Argila vermelha

13 Cama Ferro ou cobre (armação) e petróleo (espuma de PVC) 14 Chuveiro Liga de cobre e zinco (caixa), argila, talco e agalmatolito (isolante) 15 Encanamento Ferro, zinco, cobre e petróleo

16 Louça sanitária Argila branca, caulim, filito e feldspato 17 Eletrodomésticos Alumínio, cobre, fibras de vidro e petróleo

18 Botijão de Gás Ferro e manganês (aço), gás natural ou de petróleo (GLP) 19 Azulejos Argila branca, caulim, feldspato

20 Automóvel Ferro, alumínio, cromo e petróleo (combustível, plásticos) 21 Revestimento Argila, caulim, fedspato e óxidos metálicos (pigmentos) 22 Janelas/Esquadrias Ferro, alumínio e liga de cobre e estanho (bronze)

Além dessas substâncias, o homem utiliza diversos bens minerais no seu dia-a-dia, por exemplo: Alimentação – Sal, fosfato, potássio, calcário e nitrato; Embalagens – Alumínio, ferro, estanho, caulim e talco; Saúde e higiene – Água, caulim, talco, calcita e gipso; Transportes – Ferro, manganês, petróleo, níquel e titânio; Energia – Petróleo, carvão e urânio.

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Figura 2 - Empregos comuns dos bens minerais na sociedade moderna. Fonte: IPT (2003)

O Vale do Paraíba, situado na Região Administrativa e Metropolitana nº 3 do Estado de São Paulo (Figura 3), apresenta uma economia importante para o território paulista, por nela situar-se inúmeras cidades em desenvolvimento como Taubaté, Jacareí e São José dos Campos, por abrigarem pólos industriais, universidades públicas e privadas, bem como a Rodovia Presidente Dutra (BR 116), que interliga Rio de Janeiro a São Paulo.

(20)
(21)

O Vale do Paraíba Paulista, localizado na porção leste do estado de São Paulo, possui 39 municípios, cujos maiores PIBs - Produtos Internos Brutos, encontram-se em São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Caçapava e Guaratinguetá. O município de Tremembé possui a 14ª posição do PIB no Vale do Paraíba Paulista.

Em relação à participação no PIB do Estado, no ano 2007, o Vale do Paraíba Paulista representou 4,2%, sendo que os municípios de São José dos Campos (2%), Taubaté (0,75%) e Tremembé (0,03%) (Figura 4).

Figura 4 – PIB no Vale do Paraíba, com destaque para o Vale, os municípios de São José dos Campos, Taubaté e Tremembé. Fonte: SEADE (2010)

Parte desse desenvolvimento é devido aos recursos naturais alí existentes e graças a uma entidade geológica denominada Bacia Sedimentar de Taubaté, que contém rochas favoráveis à produção de matérias-primas para os segmentos de indústria, construção civil e energia (SAAD, 1990; CAMPANHA, 1994); águas subterrâneas para abastecimento público e lazer, e uma paisagem composta por Serras, Colinas, Vales, Vales Fluviais e Planícies Fluviais que lhe emprestam uma beleza cênica para o turismo e lazer, na medida em que situa-se a 90 km da cidade turística de Campos de Jordão, ao norte, e igual distância do litoral norte paulista, ao sul.

Desde os tempos coloniais, a região do Vale do Paraíba mostrou-se uma área com várias atividades econômicas, das quais destacam-se o plantio de café e de arroz, e a criação de gado leiteiro. Como exemplo de seus atributos naturais, pode-se citar o relevo com baixa declividade, que facilita a ocupação territorial, bem como o desenvolvimento econômico.

(22)

Em tempos modernos, com a construção da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) e da Rodovia Ayrton Senna (SP - 70), essa região do território paulista passou por uma grande metamorfose, que a tornou um importante centro econômico, conhecido globalmente como um dos tecnopólos brasileiros, em virtude da instalação de diversas indústrias em São José dos Campos, Jacareí, Taubaté, Caçapava e Pindamonhangaba. Como exemplo da importância e da diversidade industrial atribuída a esses municípios, é possível verificar que, em relação à Geração Regional e Setorial da Riqueza no estado de São Paulo, apenas duas Regiões Administrativas estão entre as maiores em produtividade¹, uma delas trata-se da Região de São José dos Campos (figuras 5 e 6), que apresenta de 150.000 a 1.000.000 R$/PO.

Figura 5 – Mapa da Produtividade das Regiões Administrativas do estado de São Paulo, 2001. Fonte: SEADE (2010)

(23)

Figura 6 – Atividades Industriais desenvolvidas na Região Administrativa de São José dos Campos. Fonte: SEADE (2010)

O cadastramento e a quantificação dos recursos naturais em um município são de fundamental importância para se determinar o tipo de atividade socioeconômica desenvolvida nesse espaço. Geralmente, os atributos naturais são solicitados pelas diferentes atividades antrópicas, sendo que os recursos minerais (metálicos e não-metálicos), os energéticos e os hídricos ganham destaque, pois atendem a um crescente número de novas indústrias e, consequentemente, de um aumento populacional. A Figura 7 representa a taxa geométrica de crescimento anual da população – 2000/2010 no estado de São Paulo (1,32% a.a.) e nos municípios de Taubaté (1,39% a.a.) e Tremembé (2,20% a.a). Como consequência, é fundamental identificar os recursos naturais, existentes, para que não sejam esterilizados pelo aumento da mancha populacional.

Além dos aspectos socioeconômicos e ambientais discutidos, este projeto pode ser aplicado na melhoria do conteúdo pedagógico da disciplina Geografia, lecionada desde o Ensino Fundamental II até o Superior, por estar norteada pelas relações: sociedade – natureza, espaço e território, espaço urbano-industrial e a apropriação da natureza.

(24)

Figura 7 – Taxa geométrica de crescimento anual da população – 2000/2010, no estado de São Paulo e nos municípios de Taubaté e Tremembé. Fonte: SEADE (2010)

Dessa forma, espera-se que o conhecimento a ser adquirido no desenvolvimento desta pesquisa possa servir de parâmetro para futuros estudos a respeito das questões socioambientais e socioeconômicas, suas transformações no decorrer do tempo e na organização do atual espaço geográfico.

1.1 Objetivo

O objetivo principal dessa pesquisa é o de elaborar uma análise geoambiental da Bacia Sedimentar de Taubaté, com ênfase aos municípios de Taubaté e Tremembé, e caracterizar os recursos naturais encontrados em seus meios ambientais, físicos e bióticos, tanto atuais como pretéritos. Após a reconstrução de sua paisagem natural, isto é a pré-antrópica, pretende-se identificar e hierarquizar a influência que esses recursos exercem na socioeconomia atual desses municípios.

1.2 Localização da área de estudo

Os municípios de Taubaté e Tremembé pertencem à Mesorregião Vale do Paraíba Paulista e à Microrregião Administrativa do estado de São Paulo Nº 3, de São José dos Campos. Localizam-se entre as Serras da Mantiqueira e a Serra do Mar, num eixo de circulação entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

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O município de Taubaté possui coordenadas geográficas de 23º 02' S e 45º 55' W (Figura 8) e limita-se a Norte com os municípios de Tremembé e Campos do Jordão, ao Sul com São Luís do Paraitinga e Ubatuba, a Leste com Pindamonhangaba e Aparecida e Oeste com Caçapava. Tremembé por sua vez, possui coordenadas geográficas de 22º 95' S e 45º 54' W (Figura 8) e limita-se com os municípios de Monteiro Lobato, Taubaté e Pindamonhangaba.

Figura 8 – Localização de Taubaté e Tremembé

O principal acesso para esses municípios se dá pelas rodovias Presidente Dutra (BR – 116) ou Ayrton Senna (SP – 070).

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2 TRABALHOS REALIZADOS

Para alcançar os objetivos pretendidos, foram realizadas as seguintes atividades:

 Pesquisa Bibliográfica

Foram pesquisados artigos científicos e técnicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, relatórios técnicos e sítios da Internet das seguintes instituições e empresas: Universidade Guarulhos – UnG; Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista – IGCE, Campus Rio Claro; Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo – IPT; Instituto Geográfico e Cartográfico de São Paulo – IGC; Universidade de Taubaté – UNITAU; Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo – IGc/USP; Departamento Nacional de Pesquisa Mineral – DNPM; Ministério de Minas e Energia – MME; Ministério do Meio Ambiente – MMA; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – SMA; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB; Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP; Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE; Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo – LUPA; Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE; Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – IF; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Governo Federal – IPEA; Museu de História Natural de Taubaté – MHNT; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; Agra Consultoria Ambiental S/A (Taubaté); Sociedade Extrativa Santa Fé Ltda (Tremembé); Aligra Indústria de Comércio e Argila Ltda. (Taubaté); Sindicatos das Indústrias de Extração de Areia do Estado de São Paulo (Sindareia); Argos Extração e Beneficiamento de Minerais Ltda. (Taubaté), além de várias outras mineradoras de areia, que atuam nas várzeas do rio Paraíba do Sul.

 Trabalhos de Campo

Foram realizadas visitas à área de estudo no sentido de cadastrar e fotografar as diversas atividades econômicas aí existentes, a paisagem modificada por ações antrópicas, além de contactar empresas e órgãos oficiais instalados nos municípios envolvidos.

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 Integração e comparação dos dados

De posse dos dados a respeito dos recursos naturais e da socioeconomia dos municípios envolvidos, procedeu-se à integração e comparação dos dados na busca de identificar o condicionamento e a função que os recursos naturais, hoje explotados, atuam como fatores de desenvolvimento e sustentabilidade na área de estudo.

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3 RECURSOS NATURAIS E SETORES DA ECONOMIA 3.1 Recursos Naturais

“As principais classes de recursos naturais são as terras agrícolas florestais e os seus múltiplos produtos e serviços; as zonas naturais preservadas com um fim estético, científico ou de lazer, as pescas em água doce ou salgada, os recursos naturais energéticos não energéticos, as fontes de energia solar, eólica e geotérmica, os recursos de água e a capacidade de assimilação de desperdícios pelo conjunto das partes do meio ambiente”.

Howe (1979) apud Faucheux e Noel (1995)

De acordo com o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (2008), “recurso natural” deve ser entendido como qualquer elemento, matéria e energia, que não tenha sofrido processo de transformação antrópica, e que seja usado diretamente para assegurar necessidades fisiológicas, socioeconômicas ou culturais. Como exemplos, citam-se: a água, a vegetação, o solo, os recursos minerais, entre outros.

Dentro de uma visão econômica moderna, há necessidade de um espectro mais amplo de propriedades para caracterizar os recursos, na medida em que esses estão relacionados a problemas de tomada de decisão ou a mecanismos econômicos diferenciados (GODARD, 2002). Dentro dessa visão, distinguem-se os seguintes aspectos:

 O caráter reprodutivo ou não-reprodutível do recurso por meio da ação antrópica. Exemplo: o homem pode replantar uma floresta ou repovoar um rio com peixes;

 O caráter renovável ou não-renovável, mediante processos naturais do recurso: vegetação, sistema de pesca, recursos genéticos são renováveis; minerais metálicos, não-metálicos e hidrocarbonetos são não-renováveis;  O caráter esgotável ou não-esgotável do recurso, que compreende a seguinte

questão: o homem pode explorar o recurso até o seu esgotamento? Na escala humana, a energia solar é inesgotável, porém os recursos do mar são esgotáveis, mesmo sendo renováveis;

 O caráter reciclável ou não-reciclável dos materiais condicionado a massa de dejetos finais gerada pela atividade econômica.

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3.1.1 Recursos naturais renováveis e não-renováveis

Segundo o IBAMA (2008), os recursos naturais podem ser classificados como

renováveis, isto é, podem se auto-renovar ou ser renovados a um ritmo constante,

porque se reciclam rapidamente, ou porque está vivo e pode propagar-se ou ser propagado. Exemplo: solo, vegetação, ar; os demais, não-renováveis, são aqueles cujo consumo envolve necessariamente seu esgotamento, pois não há mecanismos físicos, químicos ou biológicos de geração, regeneração ou de propagação, tal como são os combustíveis fósseis.

3.2 Setores de atividade econômica

A economia de um país pode ser dividida em três setores principais: primário, secundário e terciário, em função dos produtos produzidos, pela forma de sua produção e pelos recursos naturais explotados (MOREIRA, 2002). Para esse autor, as atividades econômicas foram divididas nesses três setores, em virtude de sua diversidade à medida que o conhecimento humano e a tecnologia foram se aperfeiçoando. Tais atividades econômicas são praticadas pelo homem e abrangem a produção, a circulação e o consumo de bens. Esses setores econômicos podem ser utilizados para a avaliação do grau de desenvolvimento de um país ou de uma região.

3.2.1 Setor Primário

O setor primário relaciona-se à produção por meio da exploração de recursos da natureza. Como exemplo citam-se a agricultura, a pecuária e o extrativismo (mineral, vegetal e animal). É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação.

Dentro desse setor, serão conceituadas algumas dessas atividades.

3.2.1.1 Agricultura

De acordo com McNeely e Scherr (2009), a agricultura é a arte de preparar o solo, semear e plantar sementes, cuidar de plantas e colheitas. Essa atividade econômica consiste em modificar os ecossistemas naturais para produzir o maior número possível

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de produtos agrícolas para o consumo das pessoas. A agricultura pode ser perene ou temporária. De acordo com o Levantamento Censitário de Unidades de Produção Agropecuárias – LUPA (2010), áreas com cultura perene compreendem as terras ocupadas com lavouras perenes (também conhecidas como permanentes), isto é, aquelas que crescem durante vários anos até se tornarem produtivas, permanecendo, a partir de então, produtivas por vários anos. Como exemplo, cita-se a cultura do café. As áreas com cultura temporária compreendem as terras ocupadas com lavouras temporárias (também conhecidas como anuais), ou seja, aquelas que completam normalmente todo o seu ciclo de vida durante uma única estação, perecendo após a colheita. Tem-se, como exemplo, o milho.

3.2.1.2 Pecuária

A pecuária corresponde à criação de animais, utilizados direta ou indiretamente para atender às necessidades humanas. Essa atividade inclui, como exemplos: bovinocultura, apicultura, asininos e muares, avestruz e ema, avicultura, caprinocultura, jacarés, piscicultura e suinocultura, entre outros.

3.2.1.3 Extrativismo

O extrativismo corresponde à atividade econômica em que os homens extraem recursos do ambiente natural. Essa extração pode ser animal (caça e pesca), vegetal (madeira) e mineral (por exemplo, areia, calcário, turfa). Com relação a esses últimos, os recursos minerais são bens da União, propriedade distinta do domínio do solo que os contém e categorizados como recursos naturais não-renováveis (IPT, 2003). O termo é aplicado a todos os minerais ou substâncias minerais com valor para o homem, no presente ou no futuro (GOMES, 1990).

3.2.2 Setor Secundário

Esse setor engloba as atividades industriais e da construção civil. Sua principal característica é a da transformação das matérias-primas em produtos industrializados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, rodovias, dentre outros). Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa

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base econômica concentrada no setor secundário. A exportação dos produtos gerados também agrega riquezas para as nações exportadoras.

Com relação ao setor da construção civil, trata-se de um setor vital para a Sociedade. A partir de recursos minerais e da indústria de transformação, são construídas habitações, estradas, barragens, aeroportos, viadutos e túneis, dentre outros. Esse setor é beneficiado pela necessidade de existirem áreas urbanas, as ligações entre si (intermunicipais e interestaduais), bem como a priorização do bem-estar social.

3.2.3 Setor Terciário

Esse setor envolve as atividades de comércio e serviços (educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo e lazer, serviços bancários e administrativos, transportes, entre outros). O setor de serviços vem desempenhando importante e crescente papel no emprego e nas transações econômicas gerais, tanto como atividade principal, quanto como fornecedora de insumos aos setores industrial e agrícola, destacando-se o seu peso nas transações comerciais internacionais e na captação de investimentos externos diretos (CHESNAIS, 1996; MELO et al. 1998; CANUTO; ALEXANDRE, 2003).

Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico, bem como nos considerados emergentes.

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4 BACIA SEDIMENTAR DE TAUBATÉ

Na região Sudeste do Brasil, mais precisamente em uma faixa de 200 – 250 km do litoral em direção ao interior continental, verifica-se um conjunto de bacias sedimentares alinhadas na direção N 70 E (Figura 9). Desse conjunto, destacam-se as bacias de Curitiba, São Paulo e Taubaté, por abrigarem grandes centros urbanos. Essas bacias são do tipo rifte, abrigam sedimentação do tipo continental e pertencem ao Sistema de Rifts da Serra do Mar – SRSM, definido por Almeida (1976), posteriormente, denominado por Riccomini (1989) como Rift Continental do Sudeste do Brasil – RCSB (RICCOMINI, 1989; CAMPANHA, 1994; RICCOMINI; SANT’ANA; FERRARI, 2004).

Figura 9 – 1- Bacia de Curitiba; 2- Formação Alexandra e Gráben de Guaraqueçaba; 3- Formação Pariquera-Açú; 4- Gráben de Sete Barras; 5- Bacia de São Paulo; 6- Bacia de Taubaté-Bonfim; 7- Bacia de Resende; 8- Bacia de Volta Redonda; 9- Gráben de Guanabara; 10- Bacia de Macacu; 11- Bacia de São José de Itaboraí; 12- Gráben de Barra de São João; 13- Bacia de Santa Isabel-Igaratá; 14- Depósitos de Tanque, Pinhalzinho, Atibaia-Bom Jesus dos Perdões-Piracaia-Nazaré Paulista; 15- Bacia de Aiuruoca; 16- Depósitos Terciários Correlatos (BH). Fonte: Riccomini; Sant’Ana e Ferrari (2004).

A Figura 10 exibe o perfil morfoestrutural do Rifte do Paraíba do Sul, no qual é possível identificar o Gráben de Taubaté (ZALÁN; OLIVEIRA, 2005).

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Figura 10 – Perfil morfoestrutural do Rifte do Paraíba do Sul (Gráben de Taubaté). Fonte: Zalán e Oliveira (2005)

A área de estudo localiza-se na Bacia Sedimentar de Taubaté. Essa bacia, tem sido alvo de inúmeros estudos, que abordam os mais variados aspectos do meio físico. No entanto, não são muitos os trabalhos que fornecem uma visão integrada em termos de sua organização estrutural, de seu preenchimento sedimentar e da sua evolução no tempo e no espaço. Dentro desse contexto, destacam-se os estudos de Suguio (1969), Carneiro; Hasui e Giancursi (1976), Hasui et al. (1978), Hasui e Ponçano (1978), Riccomini (1989), IPT (1990, 1993), Campanha (1994), Ricomini, Sant’Anna e Ferrari (2004) e Zalán e Oliveira (2005).

A Bacia Sedimentar de Taubaté tem sua história evolutiva intimamente relacionada à evolução da margem continental sudeste da Plataforma Sul-Americana, a partir do Cretácio Inferior (ETCHEBEHERE et al., 2007). Infere-se, para sua origem, processos tectônicos de caráter distensional, que resultaram no abatimento escalonado de blocos durante o Paleógeno. Internamente, acha-se compartimentada em regiões

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deprimidas e elevadas. As primeiras correspondem às sub-bacias de Parateí, Jacarei, Eugênio de Melo, Tremembé e Lorena, separadas pela falha de São José dos Campos e pelos altos estruturais do Rio Putins, de Caçapava, de Aparecida, respectivamente (Figura 11). Presume-se, que tais altos sejam devidos a falhamentos de orientação geral NNW, transversais à bacia, a julgar por suas formas alongadas nessa direção.

Figura 11 – Compartimentação da Bacia de Taubaté. Sub-bacias: A – Parateí; B – Jacareí; C – Eugênio de Melo; D – Tremembé; E – Lorena. Altos estruturais:1- Falha de São José; 2- Alto de Putins; 3- Alto de Caçapava; 4- Alto de Aparecida. Fonte: Hasui e Ponçano (1978).

Mapeamentos geológicos e estratigráficos, conjugados com dados de poços provenientes de perfurações para água subterrânea e de outros de cunho estratigráficos, executados pela Petrobras e perfurados em linhas sísmicas obtidas por essa empresa (MARQUES, 1990; FERNANDES, 1993), permitiram conhecer as unidades que ocorrem em subsuperfície e verificar que a maior profundidade encontrada na Bacia é de 750 metros, na localidade de Pindamonhangaba (Dr. Rodolfo Dino, informação verbal).

Várias propostas de coluna estratigráfica para a Bacia de Taubaté têm sido elaboradas nas últimas décadas, das quais destacam-se: Hasui e Ponçano (1978); Riccomini (1989); Campanha (1994) e Riccomini; Sant’Ana e Ferrari (2004).

De acordo com Riccomini; Sant’Ana e Ferrari (2004), a Bacia Sedimentar de Taubaté repousa sobre o embasamento cristalino pré-cambriano e pode apresentar intrusões magmáticas de idade neocretácea, conforme aventado por esses autores. A coluna litoestratigráfica proposta por esses autores pode ser visualizada na Figura 12.

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Figura 12 – Quadro litoestratigráfico e evolução tectono-sedimentar do segmento central do RCSB - Letras: p - leques aluviais proximais; m-d - leques aluviais medianos a distais associados à planície aluvial de rios entrelaçados; t -depósitos de tálus; c - depósitos coluviais; ca - depósitos colúvioaluviais; a – depósitos aluviais. Fonte: Riccomini; Sant’Ana e Ferrari (2004).

Do ponto de vista socioeconômico, verificam-se os seguintes fatores que justificam a importância da Bacia Sedimentar de Taubaté. São eles:

1. A área geográfica da Bacia Sedimentar de Taubaté por possuir relevo suave, facilita a ocupação territorial, bem como a construção de rodovias que interligam os municípios nela inseridos;

2. Os municípios localizados na Bacia de Taubaté estão em intenso processo de conurbação² (Foto 1 e Figura 13);

² Conurbação é a união ou ligação da malha urbana de duas ou mais cidades. As cidades ao

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Foto 1 – Vista aérea dos municípios de Taubaté e Tremembé, onde é extremamente difícil identificar os limites municipais. Fonte: CAVEX (2010)

Figura 13 – Vista aérea dos municípios de Taubaté e Tremembé em processo de conurbação. Fonte: Google Earth (2010)

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3. Faz parte de uma Megalópole em formação, conforme ilustrado na Figura 15 (MAGNOLI; ARAÚJO, 1993);

4. Disponibilidade de diferentes recursos naturais, essenciais às atividades econômicas desenvolvidas no estado de São Paulo. O Quadro 1 exibe alguns dos principais tipos de recursos minerais encontrados na Bacia Sedimentar de Taubaté e seu uso, de acordo com Saad (1990) e Campanha (1994).

Figura 14 – A megalópole em formação. Fonte: Magnoli e Araújo (1993)

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Recursos Setor Uso Município

Água subterrânea termal

Hidrotermalismo Lazer

Abastecimento público Taubaté

Areia Construção civil Agregado

Taubaté Tremembé Jacareí Argila Indústria química Fundição Agricultura

Indústria de papel celulose Construção civil Clarificante de óleo Aglomerante Agente higroscópico Cerâmica vermelha Taubaté Tremembé Jacareí

Cascalho Indústria de ornamentação Aquário Jacareí Folhelhos

oleígenos Indústrias diversas Energético Tremembé Linhito Indústrias diversas Energético Caçapava

Turfa Agricultura Energético Eugênio de Melo

Quadro 1 – Recursos Minerais presentes na Bacia Sedimentar de Taubaté (SAAD, 1990; CAMPANHA, 1994)

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5 CONTEXTO GEOAMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DE TAUBATÉ E TREMEMBÉ 5.1 Meio Físico

Dentro do âmbito da Bacia Sedimentar de Taubaté, a área de estudo localiza-se na sub-bacia Tremembé, na qual situam-se os municípios de Taubaté e Tremembé (Figura 15). Para a realização dos estudos ora pretendidos foi adotada uma coluna estratigráfica simplificada, na qual se contemplam as principais unidades estratigráficas, que ocorrem na área, bem como os depósitos neoquaternários relacionados ao rio Paraíba do Sul (Figura 16).

Figura 15 – Bacia Sedimentar de Taubaté. Localização da seção geológica XY, de direção NNO – SSE, ilustrada na Figura 19. Fonte: Modificada de DAEE (2005)

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Figura 16 – Coluna Estratigráfica simplificada da Bacia de Taubaté na área de estudo. Fonte: Baseado em Campanha (1994); Riccomini; Sant’Ana e Ferrari (2004); Tufano (2009).

Na área de estudo, o Grupo Taubaté encontra-se representado pelas formações Resende e Tremembé. A Formação Resende é constituída por conglomerados, diamictitos, arenitos grossos a médios e lamitos arenosos. Representa um sistema de leques aluviais, do tipo deltáico, que ocupa as posições laterais e basais na bacia. Com base em estudos palinológicos, atribui-se idade neoeocena a essa formação (GARCIA et al., 2007).

A Formação Tremembé, por sua vez é formada por argilitos verdes e maciços, calcários e dolomictos, ritmitos, folhelhos pirobitominosos e margas. Subordinadamente, ocorrem arenitos grossos a finos intercalados à sequência pelítica, de origem turbiditica. Sua origem é lacustre e nela encontram-se uma quantidade e diversidade de fósseis, dos quais destacam-se: espículas de esponja, insetos, aracnídios, crustáceos, ostracodes, conchostráceos, grastrópodes, peixes, crocodilos, quelônios, aves,

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icnofósseis, macrorrestos vegetais e palinomórfos (GARCIA; SAAD, 1996). A idade atribuída a essa unidade é oligocena (GARCIA et al., 2007).

Em discordância sobre o grupo de Taubaté, bem demarcada por um nível conglomerático, ocorre a Formação Pindamonhangaba, interpretada como sendo um sistema fluvial meandrante. Litológicamente, têm-se conglomerados, arenitos grossos a médios, com estratificações cruzadas acanaladas, e argilitos maciços a laminados rítmicos. Mancini (1995), subdividiu a Formação Pindamonhangaba em dois membros: Rio Pararangaba e Presidente Dutra. O primeiro representa as fácies de canal do sistema fluvial meandrante psamítico, enquanto que o segundo as fácies de planície de inundação. Com base no conteúdo paleontológico (restos vegetais), verificados no Membro Presidente Dutra na localidade de Jacareí, Tufano (2009), atribuiu-lhe idade neomiocena – eopliocena.

Finalmente, com relação aos sedimentos quaternários relacionados ao sistema Paraíba do Sul, o Quadro 2 e a Figura 17 sintetizam o perfil litológico representativo da planície fluvial na área de estudo, onde se destacam as areias de canal que representam as fácies psamíticas de interesse comercial.

Espessura (metros) Litologia

Taubaté Tremembé

Camada orgânica Superfície – 0,20 Superfície – 0,20

Solo argilo - arenoso 0,20 – 2,0 0,20 – 1,5

Areias grossas a finas 2,0 – 9,6 1,5 – 7,0

Folhelho (Fm. Tremembé) > 9,6 > 7,0

Quadro 2 – Litologias e suas respectivas espessuras encontradas ao longo do rio Paraíba do Sul, nos municípios de Taubaté e Tremembé. Fonte: Agra Consultoria Ambiental (2010)

O Quadro 3, por sua vez, sintetiza as principais características litológicas e os sistemas deposicionais das unidades presentes na área de estudo.

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Figura 17 – Perfil litológico da planície fluvial do rio Paraíba do Sul, contemplando as areias economicamente exploradas, nos municípios de Taubaté e Tremembé.

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UNIDADE ESTRATIGRÁFICA LITOLOGIA SISTEMA DEPOSICIONAL FOTO Depósitos relacionados ao sistema Paraíba do Sul (Quaternário)

Areias grossas a finas, com estratificações cruzadas acanaladas e plano-paralelas; solos

orgânicos e argilo arenosos.

Fluvial

Meandrante 5

Formação Pindamonhangaba

(Mioceno)

Conglomerados; arenitos médios a grossos, com estratificações cruzadas; argilitos

maciços a laminados, portadores de macrofósseis vegetais. Fluvial Meandrante 4 Formação Tremembé (Oligoceno)

Argilitos verdes, maciços; folhelhos castanho escuros, pirobetuminosos, papiráceos;

margas; arenitos finos e grossos (subordinados). Apresenta conteúdo

fossilífero diversificado.

Lacustre 3

Formação Resende (Eoceno/Oligoceno)

Diamictitos, conglomerados, arenitos; localmente ocorrem lamitos arenosos.

Leque

Aluvial 2

Quadro 3 – Principais características estratigráficas das unidades que compõem a Bacia de Taubaté na área de estudo (CAMPANHA, 1994).

A Figura 18, modificada de Suguio (2003), exibe em uma seção transversal da Bacia Sedimentar de Taubaté, na área de estudo, onde é possível observar as relações estratigráficas entre as unidades presentes.

Figura 18 – Seção Transversal da Bacia Sedimentar de Taubaté. A seção geológica encontra-se ilustrada na Figura 15. Fonte: Suguio (2003)

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As fotos 2 a 5 destacam, respectivamente, os leques aluviais da Formação Resende, os sedimentos lacustres da Formação Tremembé, os depósitos arenosos da Formação Pindamonhangaba e, finalmente, os depósitos fluviais do rio Paraíba do Sul.

Foto 2 – Diamictitos proximais da Formação Resende, situados na borda norte da Bacia na região de Tremembé. Fonte: Saad (1990)

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Foto 4 – Fm. Pindamonhangaba. Primeiras planícies de inundação do sistema fluvial, Município de Taubaté. Fonte: Saad (1990)

Foto 5 – Várzea do rio Paraíba do Sul, trecho localizado no município de Taubaté, mostrando a construção de barras em pontal (base) recobertas por planícies de inundação. Fonte: Saad (1990)

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Do ponto de vista geomorfológico, verificam-se os seguintes tipos de relevo: Planícies Aluviais, Tabuleiro e Colinas Pequenas com Espigões Locais (IPT, 1981).

As Planícies Aluviais encontram-se representadas pela planície de inundação do rio Paraíba do Sul e alguns de seus principais afluentes. Nesse sistema, acham-se presentes meandros abandonados e terraços modernos, esses últimos compostos por cascalhos e areias que se erguem de 3 a 8 metros acima da planície de inundação atual do rio (IPT, op. cit.) (Foto 6).

As Colinas Pequenas com Espigões Locais são também conhecidas como Colinas Sedimentares. Essas colinas terciárias são geralmente amplas, de encostas suavemente inclinadas e topos chatos (Foto 6). Elevam-se a 560 a 650 metros, essas últimas representando as partes mais altas da superfície. Geralmente, são compostas por conglomerados e diamictitos da Formação Resende.

Na Foto 6, é possível identificar em primeiro plano, as Planícies Aluviais às margens do rio Paraíba do Sul; em segundo plano, indicados por setas vermelhas, as Colinas Pequenas com Espigões Locais e, ao fundo, a Serra da Mantiqueira.

Foto 6 – Planícies Aluviais e Colinas Sedimentares (indicadas pelas setas) encontradas no município de Tremembé ao logo da Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) de Quiririm a Campos de Jordão.

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A Figura 19 sintetiza as principais formas de relevo encontradas na Bacia Sedimentar de Taubaté e nas áreas pré-cambrianas adjacentes, representadas pelas serras da Mantiqueira e do Mar.

Figura 19 – Perfil esquemático de direção NNO – SSE, na área de estudo, contemplando as diferentes formas de relevo presentes, segundo IPT (1981)

No que se refere aos tipos de solo da área de estudo, eles são enquadrados em duas grandes categorias, de acordo com Oliveira et al. (1999) e Oliveira (1999), a saber: GLEISSOLOS MELÂNICOS e LATOSSOLOS. Os primeiros são constituídos por Gleis Húmicos e Hidromórficos Cinzentos (ORGANOSSOLOS), Distróficos. Estão relacionados às várzeas do rio Paraíba do Sul. Os LATOSSOLOS-AMARELOS são distróficos e ocorrem associados a relevos suavemente ondulados (Colinas Pequenas) e planos. Esses últimos apresentam espessuras que variam de 80 a 100 cm.

5.2 Cobertura Vegetal

A bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul apresenta 23,1% de sua vegetação natural remanescente (FCR, 2009). A preservação de suas matas ciliares, localizadas nas margens de corpos d’água e, portanto, estratégicas para a manutenção do recurso hídrico na bacia, representam 20,2% da cobertura original (SMA-CPLA, 2010).

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Segundo dados provenientes dos trabalhos de Kronka et al. (2005) e FCR (2009), o município de Taubaté possui cobertura vegetal nativa de 5.501,8 ha ou 9,8% da área do município, dos quais 3,44% correspondem a áreas de mata e 6,39 % a áreas de capoeira. O município de Tremembé, por sua vez, possui atualmente 2.418,3 ha ou 15,6% da área municipal de cobertura vegetal preservada, dos quais 6,3 % correspondem a áreas de mata e 9,34 % a áreas de capoeira (figuras 20 e 21).

Pelo critério adotado por Kronka et al. (2005), as áreas de mata são aquelas denominadas por Floresta Ombrófila Densa (domínio do Ecossistema Mata Atlântica), enquanto que capoeira corresponde a formação vegetal secundária que se estabelece após a retirada da mata primitiva.

Nos dois municípios estudados, as áreas de mata são representadas por fragmentos, em sua maioria com área inferior a 10 ha (KRONKA et al., 2005). A diversidade florística remanescente pode ser observada na Tabela 1 elaborada por Agra Consultoria Ambiental (2010).

Das espécies listadas, merecem destaque: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze;

Dicksonia Sellowiana (C. Presl) Kunth; e Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer, pois são

espécies ameaçadas de extinção e, portanto, relevantes para a preservação ambiental (BRASIL, 2008).

Do ponto de vista ecológico conservacionista, destaca-se a presença de espécies exóticas invasoras introduzidas por atividades antrópicas que são consideradas, segundo o Instituto Hórus (2010), contaminantes biológicos por sua capacidade de se expandir rapidamente, com efeitos deletérios na biodiversidade nativa. São elas: Morus nigra Thunb (frutífera e medicianal); Citrus aurantium L (frutífera e medicianal); Syzygium cumini (L.) Skeels (frutífera, medicianal e ornamental); Melia azedarach L.(ornamental); Psidium guajava L.(frutífera e ornamental).

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Figura 20 – Mapa da distribuição da cobertura vegetal remanescente do município de Tremembé. Fonte: IF/SP (2010)

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Figura 21 – Mapa da distribuição da cobertura vegetal remanescente do município de Tremembé. Fonte: IF/SP (2010)

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Tabela 1 – Espécies que compões a diversidade vegetal nos municípios de Taubaté e Tremembé, apresentados em ordem alfabética por Família, segundo APGII (2003).

Família Nome científico Nome vulgar SMA

Anacardiaceae Lithraea molleoides Engl. Aroeira-brava / Aroeira-do-cerrado / Aroeira-branca

Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-pimenteira / Aroeira-mansa / Aroeirinha / Aroeira-pimenta

Tapirira guianensis Aubl. Peito-de-pomba / Peito-de-pombo / Copiúva

Annonaceae Duguetia lanceolata A. St. -Hil. Pindaíva / Pindaíba

Rollinia sylvatica Warm. Cortiça-amarela / Araticum-do-mato

Rollinia mucosa Baill. Biribá / Araticum / Condessa

Xylopia brasiliensis Spreng. Pau-de-mastro / Pindaubuna

Apocynaceae Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. Peroba-poca / Peroba-rosa

Aspidosperma ramiflorum Müll. Arg. Guatambu / Guatambu-amarelo

Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. Peroba-rosa

Tabernaemontana hystrix Steud. Leiteiro / Jasmim-do-campo / Leiteiro-vermelho / Gancheira

Aquifoliaceae Ilex theezans Mart. Caúna

Araceae Philodendron selloum K. Koch

Araliaceae Didymopanax morototoni Decne & Panch. Mandioqueiro / Morototó / Mandiocão

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. &

Frodin

Sciadodendron excelsum Griseb. Carobão / Lagarto

Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze*** Araucária / Pinheiro-do-paraná / Pinheiro-do-paraná

Arecaceae Acrocomia aculeata Lodd. ex. Mart. Macaúba

Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret Brejaúva / Palmeira-brejaúva

Cocos nucifera L.

Euterpe edulis Mart. Palmito-juçara / Palmiteiro / Palmito-doce / Jussara

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá / Palmeira-jerivá / Coco-gerivá / Baba-de-boi / Jaruvá

Asteraceae Piptocarpha axillaris (Less.) Baker Vassourão-branco

Vernonia diffusa Less.

Vernonia polyanthes Less. Cambará-guaçu

Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica Mart. Ipê-da-flor-verde / Ipê-verde / Caroba-da-flor-verde / Caroba

Jacaranda macrantha Cham. Carobão / Caroba / Carova / Jacarandá-caroba

Jacaranda puberula Cham. Carobinha / Caroba-do-cerrado / Carova-do-brejo

Sparattosperma leucanthum Schum Ipê-branco / Ipê-branco-do-mato-grosso / Carimã / Caroba-branca

Spathodea campanulata P. Beauv. *

Tabebuia alba (Cham.) Sandwith Ipê-amarelo-da-serra / Ipê-ouro / Ipê-amarelo / Ipê-da-serra

Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex D.C.) Standl. Ipê-amarelo-da-mata / Ipê-do-campo / Ipê-amarelo-cascudo /

Ipê-amarelo-paulista

Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Toledo roxo / roxo-de-bola / Ipê-rosa

Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Ipê-amarelo / amarelo-do-cerrado / do-campo /

Ipê-amarelo-grande

(52)

Continuação...

Tabela 1 – Espécies que compões a diversidade vegetal nos municípios de Taubaté e Tremembé, apresentados em ordem alfabética por Família, segundo APGII (2003).

Família Nome científico Nome vulgar SMA Tabebuia serratifolia G. Nicholson Ipê-amarelo /

Ipê-amarelo-do-cerrado

Tabebuia umbellata (Sond.) Sandwith amarelo-do-brejo / Ipê-amarelo

Zeyheria tuberculosa Bureau Ipê-felpudo / Ipê-tabaco

Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. Café-de-bugre / Claraíba

Cordia sellowiana Cham. Chá-de-bugre / Louro-mole

Boraginaceae Cordia superba Cham. Babosa-branca / Baba-de-boi / Cordia / Grão-de-galo

Cordia trichotoma (Vell.) Steud. Louro-pardo

Patagonula americana L. Guaiuvira / Guajuvira

Burseraceae Protium heptaphyllum L. Marchand Almecega / Almecegueira

Cannabaceae Celtis fluminensis Carauta Carauta

Trema micrantha Blume Crindiúva / Pau-pólvora / Candiúba / Pindaúva-vermelha

Caricaceae Carica papaya L. Mamão

Celastraceae Maytenus robusta Reissek Cuinha / Cafezinho

Clethraceae Clethra scabra Pers. Guaperô

Clusiaceae Kielmeyera variabilis Mart.& Zucc. Pau-santo

Kielmeyera lathrophyton Saddi Pau-santo-da-serra

Symphonia globulifera L.f.

Combretaceae Terminalia argentea Mart. cerrado / Capitão-do-campo / Capitão

Dicksoniaceae Dicksonia Sellowiana (C. Presl) Kunth *** Samambaia-açu

Elaeocarpaceae Sloanea monosperma Benth. Sapopema

Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A. St.- Hil. Fruta-de-pomba

Esterculiaceae Estercuria sp

Euphorbiaceae Alchornea glandulosa Poit. ex Bail. Tanheiro / Tapiá / Tapieira

Alchornea sidifolia Müll. Arg. Tapiá-guaçu

Aparisthmium cordatum (A. Juss.) Baill. Pasu-taquara

Croton floribundus Spreng. Capixingui

Croton urucurana Baill. Sangra-d'água

Hieronyma alchorneoides Allem. Aracurana-da-serra / Lucurana

Mabea fistulifera Benth. Canudo-de-pito / Canudeiro / Mamoninha-do-mato

Maprounea guianensis Aubl. Bonifácio

Pera glabrata Poepp. ex Bail. Tamanqueira / Tabocuva

Sebastiania brasiliensis Spreng. Branquilho

Sebastiania membranifolia Müll. Arg.

Sapium glandulosum Druce Pau-de-leite / Leiteira

Sapium haematospermum Müll. Arg.

Fabaceae-Caesalpinioideae Caesalpinia peltophoroides Benth.

Caesalpinia sp

Copaifera langsdorffii Desf. Óleo-de-copaíba / Copaíba

Senna macranthera (DC. ex Collad) H.S. Irwin &

Barneby Fedegoso / Manduirana

Senna multijuga (Rich.) H. S. Irwin & Barneby Pau-cigarra / Aleluieiro / Aleluia

Peltophorum dubium Taub. Canafístula / Guarucaia

Referências

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