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DESINDUSTRIALIZAÇÃO PRECOCE NO BRASIL: BREVE ANÁLISE SOBRE A QUEDA DA PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA NACIONAL, DE FHC À LULA

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DESINDUSTRIALIZAÇÃO PRECOCE NO BRASIL: BREVE ANÁLISE SOBRE A QUEDA DA PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA NACIONAL, DE FHC À LULA

Vinicius Rezende Carretoni Vaz1 Chryslen Mayra Barbosa Gonçalves2

Resumo

Após a crise internacional do petróleo, os EUA e os países desenvolvidos se viram obrigados a transformar os moldes hegemônicos do capitalismo, com isso o modelo da financeirização passou a imperar nas relações econômicas internacionais. No caso do Brasil o modelo de crescimento através da dívida externa se mostrou falho, trazendo assim uma alta taxa de inflação e um endividamento externo crescente, fruto da alta taxa de juros internacionais. Assim no início dos anos 90 o Brasil abandona as bases econômicas tradicionais e se rende ao projeto econômico do Consenso de Washington. Dentre os reflexos das políticas propostas está o processo de desindustrialização do país. No entanto, mesmo após a entrada de Luiz Inácio Lula da Silva e o questionamento parcial destas políticas, a desindustrialização continuou, inclusive de forma mais radical. Diversas teorias se propõem a explicar esse acontecimento, dentre elas alguns autores justificam como fruto da doença holandesa, onde uma política de populismo cambial aliada a uma forte presença de produção de commodities colabora para o não desenvolvimento da indústria. Outra explicação seria que a financeirização crescente diminuiria a poupança no país, o que traria uma dificuldade em importar tecnologia sem o aumento na taxa de crédito. A presente pesquisa se propõe a analisar as teorias e possibilidades que justificam o fenômeno da queda da participação da indústria no PIB nacional, ocorrido principalmente no governo Lula.

Palavras chave: Desindustrialização, Financeirização, Neoliberalismo Introdução

Hoje no campo científico é praticamente consensual a concepção de que a consolidação da indústria, a nível nacional, ocorreu em grande parte pela participação ativa do Estado. A Era Vargas e o modelo nacional-desenvolvimentista acreditava que a indústria tinha o importante papel de diminuir a dependência externa, fortalecer a economia e a soberania nacional, conjuntamente, ampliaria a demanda interna, por insumos básicos. Entre 1930 até 1980, o Brasil passou por um processo de alto grau de industrialização e de desenvolvimento, isto ocorreu graças a uma coalizão política na qual empresários industriais e a burocracia pública se apoiaram no modelo de substituição de importações e no estado intervencionista. (BRESSER, 2009).

É necessário ressaltar que a indústria cumpre um papel essencial para o fortalecimento da economia por sua enorme capacidade de elevação da produtividade, de dinamismo setorial e de demanda por inovação tecnológica. Não obstante, recentemente é percebido um fenômeno preocupante na economia brasileira, este fenômeno é o da queda frequente na participação da

1 Mestrando vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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indústria sob a economia nacional, este preocupante acontecimento vem se tornando um debate profundo dentro do campo econômico e político. (SQUEFF, 2012).

No decorrer dos anos 80, pode-se afirmar que ocorre a aceleração do processo de desmonte do Estado em diversas regiões do mundo, principalmente na Europa e nos países desenvolvidos que passavam pela crise do petróleo. A saída proposta para esta crise era instituir o laissez faire e transformar as nações em meros terminais financeiros. Sendo assim, este período marca o desmonte do bem-estar social europeu, e a hegemonia da burguesia financeira internacional em diversas regiões do mundo. Esta transnacionalização do capital, aliada ao enfraquecimento dos estados nacionais conseguiu atravessar divisões geográficas e abrir os mercados nacionais trazendo diversos prejuízos e perdas de divisas para os países latino-americanos em desenvolvimento. No caso brasileiro, o modelo de substituição de importações se apresentava como inviável, ao mesmo tempo em que a dívida brasileira cresce e o neoliberalismo institui sua hegemonia a nível internacional e pressiona os estados latino-americanos como Chile, Argentina e Bolívia. (SOARES 2000, HARVEY 2011, WOLF 2009). Notadamente o Brasil foi um dentre tantos países que tiveram a sua “década perdida” e sua burguesia interna enfraquecida perante o grande capital financeiro internacional.

Por conseguinte, a financeirização e transnacionalização do capital surgiu como uma necessidade, oferecendo uma forma de absorver o capital excedente que não poderia ser reinvestido na produção a taxas de lucros consideradas normais. Com o decorrer dos anos o sistema bancário criou diversas formas de crédito e investimento, e a não regulamentação destas formas de empréstimo e de ativos acarretaram na criação de diversos riscos. Por conta disso, o processo de dependência financeira não é mais somente entre nações, mas em uma relação entre instituições como o Estado, os monopólios e os bancos (SOARES 2000).

Com o desenrolar da história brasileira a preocupação do Estado em desenvolver esse dinâmico setor da economia foi se perdendo e sendo substituído pela ideia de não intervenção do Estado, diminuição da máquina estatal, abertura econômica nacional e abandono do projeto de desenvolvimento das forças produtivas.

Anos depois, na década de 2000, a indústria brasileira passa a sofrer uma enorme retração em sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e mesmo com a entrada de Luis Inácio Lula da Silva e seu discurso de intervenção parcial do Estado, a indústria nacional passa por uma crise sem horizontes para acabar.

O principal objetivo desta pesquisa é o de fazer um balanço do desempenho industrial brasileiro, para assim compreendermos qual a fragilidade que a indústria nacional se encontra frente ao avanço do neoliberalismo, da financeirização e por consequência, da divisão internacional do trabalho. A desindustrialização, sob suas diversas formas, pode representar diversas transformações

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na estrutura econômica de uma país, podendo ser ela reflexo do desenvolvimento econômico, ou reflexo de maior fragilidade e desmonte do aparato produtivo nacional. Sendo assim, é de grande importância debater a condição da indústria nacional, para assim entender as transformações na burguesia e na estrutura econômica brasileira.

A presente pesquisa está dividida em três seções, propondo-se a discutir os fatores políticos e econômicos que trazem ao enfraquecimento da indústria brasileira, sendo destacado alguns aspectos como: a política cambial, a conjuntura internacional, principalmente os reflexos da concorrência asiática, e a conjuntura política interna, buscando entender a crise que a indústria nacional passa.

Primeiramente será feito um breve balanço da indústria na gestão Fernando Henrique Cardoso (FHC), após isto entraremos no momento ao qual a indústria passa pelo seu pior momento, que é o governo Lula, evidenciando-se as teorias que expliquem esse fenômeno, dentre elas, a teoria da “maldição dos recursos naturais” também chamada de doença holandesa3

, a desindustrialização como reflexo do fortalecimento econômico da China, e a tese da desindustrialização como fenômeno natural (tese de origem ortodoxa). Por fim serão tecidas as considerações finais.

Governo Fernando Henrique: O Início da Desindustrialização Brasileira?

Após a crise do petróleo, o Brasil assim como outros países da América Latina, se encontraram completamente endividados com seus credores internacionais, esta dívida mergulhou o país na chamada “Década Perdida” brasileira, em 1980. Como forma de pagamento, os países latino-americanos foram obrigados a adotar políticas liberalizantes formuladas pelo Consenso de Washington4. Estas políticas se apoiavam nos pressupostos destacados por Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo (2009):

1) a estabilidade de preços criaria condições para o cálculo econômico de longo prazo, estimulando o investimento privado; 2) a abertura comercial (e a valorização cambial) imporia disciplina competitiva aos produtores domésticos, forçando-os a realizar ganhos substanciais de produtividade; 3) as privatizações e o investimento estrangeiro removeriam gargalos de oferta na indústria e na infra-estrutura, reduzindo custos e melhorando a eficiência; 4) a liberalização cambial, associada à previsibilidade quanto à evolução da taxa real de câmbio, atrairia “poupança externa” em escala suficiente para complementar o esforço de investimento doméstico e para financiar o déficit em conta corrente; 5) o desbordamento da renda e da riqueza, promovida pelo novo dinamismo incitado pelos

3 “A doença holandesa recebeu esse nome porque os holandeses descobriram gás natural nos anos 1960 e, em consequência, o florim se apreciou e seu governo percebeu que aquela 'benção' era, na verdade, uma maldição, porque a apreciação de sua moeda estava matando sua moderníssima indústria. Por isso ela é também denominada 'maldição dos recursos naturais'” (BRESSER 2014 p.218)

4 Consenso de Washington é um conjunto de medidas formuladas no fim da década de 1980 por economistas do FMI do Banco Mundial e do tesouro dos EUA fundamentadas por John Williamson que na década de 1990 tornou-se a política oficial do FMI e de seu receituário.

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mercados e pela ação focalizada das políticas sociais, é a forma mais eficiente de reduzir a desigualdade e eliminar a pobreza.” (BELLUZZO 2009).

A pressão internacional dos países desenvolvidos era, portanto, uma pressão para que o país abrisse sua economia e se rendesse a teses ortodoxas. Contudo, não podemos pura e simplesmente responsabilizar a conjuntura internacional pelo enfraquecimento da burguesia nacional, mesmo com a política externa preponderantemente financeirizada, diversos outros países optaram por um rumo diferente em seu projeto político, dentre estes exemplos, temos os países asiáticos. Analisando as práticas econômicas da China, Taiwan e outros países asiáticos, observamos que eles controlavam os fluxos de capital, e tinham práticas protecionistas e forte intervenção do Estado, mesmo assim hoje apresentam grande desempenho econômico (SINGER 1999). O próprio crescimento destes países de forma rápida e eficiente, tornando suas economias tão competitivas colaborou no futuro para derrota brasileira no mercado internacional, aprofundando ainda mais a crise em nosso país (CORSI 2013).

Analisando porém, os motivos internos para a adoção do projeto neoliberal de desenvolvimento no Brasil, podemos destacar alguns erros cometidos pelas elites brasileiras, principalmente no que tange a contenção da inflação e estabilização da moeda através do Plano Cruzado, facilitando a crítica ao nacional desenvolvimentismo e submetendo o país à hegemonia externa. O fracasso do Plano Cruzado deu espaço a ingovernabilidade do país e acarretou na formação de uma nova coalizão política hegemônica a partir de 1991, nesta coalizão a indústria nacional passa a se tornar subalterna aos setores financeiros, isto significaria a vitória do Consenso de Washington sob o nacional desenvolvimentismo em crise no Brasil (BRESSER & DINIZ 2009).

Na interpretação de Bresser e Diniz (2009):

Dada a gravidade da crise da dívida externa, o fracasso do Plano Cruzado, o enfraquecimento das lideranças nacionais e o grande fortalecimento dos Estados Unidos após o colapso da União Soviética, os representantes mais conservadores do empresariado brasileiro, principalmente no setor financeiro, mas também no setor industrial, não demoraram em assumir e se tornar propugnadores das políticas neoliberais. A década de 1990 serão os anos das reformas orientadas para o mercado. Do ponto de vista ideológico, observou-se a articulação de um consenso entre os empresários de todos os setores em torno da postura neoliberal de questionamento do modelo econômico consagrado nas décadas anteriores. Persistiu, porém, desacordo quanto à forma e ao ritmo de introdução de itens da nova agenda como a privatização e a liberalização comercial. (BRESSER e DINIZ 2009 p.86).

O problema da alta taxa de inflação da época só seria resolvido com o Plano Real posto em prática a partir de 19935.O sucesso deste plano garantiu a eleição de Fernando Henrique Cardoso (Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco).

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FHC foi então eleito em grande parte graças ao sucesso do Plano Real em estabilizar a inflação brasileira, através de uma estratégia com bases ortodoxas, a partir desta época o liberalismo consolida-se como hegemonia política.

Com sua entrada, foram abolidos os controles de movimentação de capital de dentro e fora do país, avançaram as privatizações, a financeirização econômica, a abertura comercial, e isto traria diversos reflexos em importantes segmentos industriais, como vendas e fusões de empresas nacionais, tanto públicas quanto privadas, como também o aumento no processo de desnacionalização, ou reconversão das atividades para montagem de componentes importados. Este fenômeno sinaliza concretamente a perda de poder da burguesia industrial nacional frente ao capital internacional que entrava no país apropriando-se das forças produtivas construídas na era nacional desenvolvimentista e atacando como nunca os direitos dos trabalhadores. (FILGUEIRAS 2006).

Na interpretação de Diniz e Boschi (2004) podemos separar as políticas liberalizantes do governo FHC em alguns períodos:

“O primeiro, até 1993, refere-se aos efeitos iniciais da abertura da economia, salientando-se um grande número de fusões em setores como produtos químicos, petroquímicos, metalurgia e siderurgia. O segundo, que se estende de 1994 a 1997, corresponde à implementação do Plano Real e à estabilização da economia, o que estimulou novas transações, sobretudo nos segmentos financeiro e eletroeletrônico, para além dos já mencionados. Finalmente, no último período (1998-2000), o avanço das privatizações teria propiciado um grande número de transações nos setores de telecomunicações e tecnologia da informação. “(DINIZ & BOSCHI, 2004, p.64).

Como forma de tentar atrair investimento externo, a estratégia de Fernando Henrique era baseada em aumento sucessivo dos juros, avanço de uma política de privatizações como nunca na história deste país, e corte de gastos por parte do Estado.

“Comparando-se a lista das quarenta maiores empresas classificadas pela origem do capital nos anos 1989 e 1999, observa-se que a parcela controlada pelo capital estrangeiro aumentou de 37,5% para 45%, enquanto a participação do Estado foi reduzida substancialmente[...] Dessas empresas, no final da década de 80, quatorze eram estatais, das quais restavam apenas oito em 1999. Entre as dez maiores empresas, se em 1989 havia seis estatais, ao final da década de 90 apenas três figuravam na lista.”(DINIZ & BOSCHI, 2004 p. 69).

Isto é o que Paul Singer (1999) chamou de aposta perdida, pois era esperado grande chuva de capital estrangeiro que traria a reestruturação e modernização da indústria e reequilíbrio na balança comercial, porém não foi oque ocorreu. (SINGER 1999).

Muito pelo contrário, a consolidação do receituário neoliberal como vetor da política nacional é contrastado com baixos índices de desempenho econômico, onde o PIB entre 1995 e 2002 teve

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seu crescimento médio de 2,3%. A gestão Fernando Henrique iniciou com uma dívida pública de 23% do PIB, e atinge em 1998 cerca de 35% do PIB (SALLUM, 1999). A desigualdade social chega em seu auge e o salário mínimo atinge o menor nível da história desde sua criação, a conjuntura é de enorme instabilidade. (MARANGONI 2014; CORSI, 2014).

Outro importante problema na época, fruto de nossa extrema desigualada era o déficit habitacional, onde de acordo com Furtado (2002):

“Com efeito, o déficit habitacional é o grande empecilho para superar-se o quadro de pobreza. Os 53 milhões de pobres e miseráveis brasileiros não têm como pagar um aluguel, muito menos como possuir uma moradia. Suprir esse déficit exige um investimento a longo prazo, uma massa de recursos que podemos estimar em 4% do produto nacional. O constante endividamento do país agrava o quadro da pobreza e complica a implantação de projetos que visem a solucioná-la. Hoje, por exemplo, se o governo conseguisse o equivalente a 4% do produto nacional, essa parcela seria logo absorvida pelo pagamento de juros. Daí a importância de aumentar a taxa de poupança. É espantoso que com uma renda média alta, de quase cinco mil dólares, o Brasil tenha uma taxa de poupança tão baixa.” (FURTADO 2002 p.18)

Os dados mostram portanto, que por mais que Fernando Henrique Cardoso tivesse assumido a presidência com a inflação sob controle, não foi bem-sucedido em retomar o crescimento econômico, de acordo com Bresser (2014) um dos motivos seria sua política de apreciação cambial, que favorecia o sistema financeiro e desincentivava as exportações. Nas palavras de Bresser, FHC não conseguiu retomar o crescimento pois se negou a tratar a apreciação cambial como problema, nestes casos:

“[...] se o governo não enfrentar o problema, a competitividade do país cairá, as oportunidades de investimento lucrativos diminuirão, as exportações reduzirão, as importações aumentarão, e o país além de crescer pouco ficará sujeito a uma crise de balanço de pagamentos. Foi o que aconteceu no governo FHC.”( BRESSER, 2014 p. 317).

Este pode ser considerado um dos motivos que repercutiram diretamente no desempenho industrial brasileiro. A indústria brasileira nesta época passava por um momento de completa instabilidade:

“[...] não é possível visualizar nenhuma tendência clara de estabilização no desempenho da indústria brasileira. Este pode ser melhor caracterizado pela instabilidade durante toda a década no período pós-reformas. A forte oscilação nos índices de desempenho revelada por alguns dos dados é indicativa de variações conjunturais a que a economia, em um contexto aberto, estaria submetida, possivelmente a partir da operação de mecanismos seletivos, na ausência das políticas industriais ou de um projeto de desenvolvimento. (DINIZ & BOSCHI 2004 pp. 75-76).

Cabe destacar que se nos restringirmos aos índices de produtividade da indústria, não é possível observar o fenômeno da desindustrialização nos anos de 1990, mesmo havendo um insignificante aumento na produtividade da indústria de transformação.

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“No que concerne à variação da produtividade do trabalho, [...] (a Tabela analisada pelo autor) evidencia o baixo dinamismo da economia brasileira como um todo, haja vista o crescimento de apenas 0,8% a.a., entre 1995 e 2008. Na indústria de transformação, o resultado foi ainda pior, com uma variação anual média negativa em 0,2% a.a., neste período. Como os serviços se mantiveram praticamente estagnados, a produtividade do trabalho da economia como um todo foi fruto do excelente desempenho da agropecuária (5% a.a.) e da indústria extrativa (3,5% a.a.).”(SQUEFF 2014 pp. 32-33)

Contudo, podem haver controvérsias se observarmos que a indústria mantém sua participação entre 1995 e 2012 graças ao crescimento da indústria extrativa mineral, ao aumento da produção interna de petróleo e o aumento da construção civil, puxada pelo crédito imobiliário (MARANGONI, 2014). Ressaltemos também que houve um relativo crescimento da participação no valor total adicionado à indústria nas áreas de material de transporte e químicos, áreas estas que predominam o capital estrangeiro, e não contribuem nas exportações (CARNEIRO, 2002).

A despeito da estagnação, ou pequena queda da indústria na participação do PIB, diversos setores, alguns deles de grande valor adicionado passam a sofrer uma série de regressões como o setor de material elétrico, equipamentos eletrônicos, calçados, vestuários e têxtil (DINIZ & BOCHI, 2004).

Outro fator relevante para caracterizarmos a desindustrialização é o nível da participação da indústria como fonte de emprego. Os anos de 1990, neste caso, apresentam uma acentuada queda no nível de empregabilidade, de acordo com Ramos e Reis:

Sem dúvida, o aspecto mais marcante do ajustamento observado no início da década de 90 está ligado ao nível do emprego no setor industrial. O esforço da indústria em resposta ao processo de abertura comercial envolveu a reestruturação organizacional e produtiva das empresas, passando pelo enxugamento dos quadros de pessoal. O resultado [...] foi uma sensível redução no nível de emprego no setor, uma queda de cerca de 25% do início de 1991 até o penúltimo trimestre de 1996, sendo que pouco menos da metade após o lançamento do Plano Real. (RAMOS & REIS 1997 p.4)

Considerando estas contribuições, podemos dizer que a gestão FHC não só trouxe o aumento no índice de desemprego, como também resultou em uma queda da contribuição do ramo industrial na empregabilidade brasileira, dentre os setores que mais sofreram estão o setor de fabricação de aparelhos de material elétrico, eletrônico, indústrias têxteis:

A decomposição do valor adicionado da indústria entre 1991 e 2003 mostra que houve uma maior concentração em um número menor de setores e, a partir do cruzamento deste indicador com a participação percentual do emprego, os autores afirmam que as indústrias têxteis, de fabricação de aparelhos e equipamentos de material elétrico e de fabricação de aparelhos e equipamentos de material eletrônico sofreram um processo de desindustrialização, pois apresentaram queda relativa sob ambas as perspectivas. (SQUEFF, 2014 p.17)

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A partir de todos estes fatores da política econômica dos anos de 1990, podemos considerar que o conceito de desindustrialização não dá conta de explicar totalmente a conjuntura da época, porém, podemos sim destacar a possibilidade de ter havido na época uma “depuração seletiva”, termo usado por Eli Diniz e Renato Boschi (2004). Outro conceito utilizado para explicar a conjuntura industrial dos anos noventa seria o de “desindustrialização restritiva” ou “desindustrialização relativa” (FEIJÓ, CARVALHO, ALMEIDA, 2005). Um dos motivos seria que:

[...] para a indústria como um todo o conteúdo de valor adicionado por unidade de produto, em média, caiu, passando de 47,1% em 1996 para 43,3% em 2003. Esse é um dado que indica que a indústria agrega menos valor, um sintoma de que houve de fato uma desindustrialização relativa entre os anos 1990 e a atualidade. (FEIJÓ, CARVALHO, ALMEIDA, 2005 p.5)

Governo Lula e a Crise da Indústria Nacional

Se a desindustrialização no governo FHC pode ser considerada uma desindustrialização restritiva, no caso pós-governo Lula a desindustrialização toma um rumo preocupante e quase generalizado, apesar do país ter retomado, ao menos a primeira vista, os trilhos do desenvolvimento. Sua entrada, em 2002, colidiu com diversas tensões conjunturais, tanto na esfera cambial e monetária, quanto na turbulência dos mercados financeiros, o que poderia afetar a capacidade de geração de empregos ao exigir medidas de austeridade. Não à toa que o PIB teve seu crescimento de somente 1,15% em 2003, entretanto, foi possível reverter minimamente o processo de desestabilização. Após isto, aumentaram os investimentos e a produção em 2004, o que acentua uma diferença estratégica em relação a gestão da administração anterior.

No governo Lula houve um grande investimento nas exportações e ampliação das relações comerciais com a América do Sul, China e Oriente Médio, havendo um fortalecimento das relações geopolíticas com essas regiões.

Os superavit comerciais tiveram um grande impacto sobre as contas externas e o país ficou menos vulnerável às flutuações dos preços e dos mercados financeiros internacionais, com isso a economia cresceu em 2004 o referente a 5,71%. Ocorreu também um superavit na balança comercial, que cessou no inicio da crise internacional, mas logo foi retomado (MERCADANTE, 2010).

Em meados de 2000, ocorreu um fenômeno inverso ao da década de 1990, aumentaram os empregos formais em regime CLT de 2003 à 2008. Foram criados 10,8 milhões de empregos formais no mercado de trabalho, quase o dobro do período de 1990 – 2002. Paralelamente

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observa-se a valorização do salário mínimo, que até o fim da gestão Lula teve um aumento de 53,67%. Para além disso, diversas políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, democratização do crédito e uma tímida reforma agrária, que contribuiu com a dinamização da economia rural e a diminuição da desigualdade social. Podemos observar no primeiro mandato do governo Lula uma clara redução da pobreza aumento no consumo com uma estabilidade macroeconômica parcial e crescimento do PIB (CASTRO, 2012).

Para Pochmann (2013), o governo Lula mostrou para os economistas defensores do neoliberalismo ortodoxo que o crescimento não se dá somente através da liberdade do mercado:

O primeiro pressuposto foi o abandono da perspectiva neoliberal de que bastaria alcançar a estabilidade monetária para que, com a abertura produtiva, comercial, tecnológica, bancaria e trabalhista, ocorressem automaticamente a expansão econômica e os avanços sociais. Como no regime militar, que possuía como meta central crescer o bolo da economia para só depois reparti-lo, os governos neoliberais da década de 1990 colocaram a estabilidade monetária como um fim em si mesmo. Privatizar sem critério, murchar o Estado nos seus pontos vitais, abrir ainda mais e de graça o setor produtivo ao capital forâneo e apropriar-se de mais renda dos pobres por meio do brutal aumento da carga tributaria fizeram parte do ataque anti-inflacionário que deveria automaticamente resultar no crescimento econômico. Em vez de avançar-se para o desenvolvimento, assistiu-se a regressão social, econômica e ambiental do Brasil, com a queda do 8º posto econômico mundial, em 1980, para o 13º em 2000, e a subida no ranking do desemprego global (POCHMANN, 2013 p.153)

Analisando atentamente, contudo, não podemos dizer que a gestão Lula rompeu com as bases da economia ortodoxa, as taxas de juros nacionais continuaram sendo uma das maiores do mundo. Entre 2003 e 2005, com a inflação sob controle, superavit primário e redução da dívida doméstica, de acordo com Holland (2006), beiravam os 12%, os pilares da economia ortodoxa continuavam sólidos. Apesar deles, a economia nacional continuou a crescer, além de ter uma “blindagem” parcial contra os choques externos, principalmente se comparado aos governos anteriores:

Mesmo com a alta taxa de juros, de 2003 para frente, observou-se uma conjuntura econômica internacional favorável para o desenvolvimento do país, em geral os indicadores de vulnerabilidade externa se mostraram positivos para o Brasil e para os demais países em desenvolvimento. Portanto o país estaria menos suscetível a sofrer os reflexos dos choques externos e das pressões internacionais, o que faria com que o Brasil sofresse menos com os custos do processo de ajuste externo. (FILGUEIRAS E GOLÇALVES 2007).

Mesmo com essa “blindagem” significativa, a crise mundial teve um pacto imediato na economia brasileira, que foi afetada pela retração do comércio internacional, pela saída de capitais e pela diminuição do crédito externo. A retração dos fluxos de capitais e a queda dos preços das

commodities, acarretaram uma desvalorização da moeda, que voltou a se valorizar nos anos

seguintes em virtude, dentre outros fatores, da manutenção de altas taxas de juros. A falta de liquidez começou a aprofundar a crise, pois 20% da oferta interna de crédito dependia de linhas

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externas de financiamento. As contas externas também se deterioraram. As transações correntes passariam a apresentar daí sucessivos déficits. O clima era de grande incerteza, o resultado foi a redução dos investimentos e do consumo, tanto é que o PIB encalhou em 0,6% em 2009 (CORSI, 2014).

O governo Lula reagiu a essa situação adotando uma série de medidas anticíclicas, quais sejam: (I) a redução do compulsório dos bancos, (II) utilização de reservas para financiar exportações (III) redução da taxa de juros, que, no entanto, começou a ser reduzida apenas em janeiro de 2009, mas, manteve-se acima das taxas internacional; (IV) majoração da gestão pública, que implicou em redução do superávit fiscal; (V) desoneração fiscal para setores específicos; (VI) ampliação do crédito para o consumo e o investimento, cabendo destacar a ampliação do crédito imobiliário e para financiamentos de longo prazo por meio do BNDES a juros mais baixos; (VII) aumento dos gastos com os programas sociais; (VIII) aumento do salário mínimo e (IX) incremento dos gastos com projetos de infraestrutura ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (CORSI 2014).

Este conjunto de medidas amenizou os efeitos da crise global e garantiu uma rápida recuperação da economia. O PIB cresceu 7,5% em 2010, puxado pela expansão do consumo e do investimento. Ou seja, a recuperação baseou-se na expansão do mercado interno. Entretanto, o governo Lula não abandonou a política macroeconômica de seu antecessor, embora a tenha flexibilizado. Este último aspecto ficou evidente na manutenção das taxas elevadas de juros, da meta de inflação e do câmbio flexível. (CORSI 2014).

A primeira vista, parece que o fato de haver crescimento do PIB nacional, melhoria na condição de vida das classes baixas e rápida recuperação econômica no momento da crise, e retomada de incentivos ao setor industrial trariam ao desenvolvimento das forças produtivas. Contudo, este é um dos momentos em que observamos maior retração no desempenho industrial. A partir dos anos 2000 o desempenho da indústria foi consideravelmente menos do que os outros

setores da economia.

De acordo com José Marangoni Camargo (2014) entre 2000 e 2012 a economia brasileira cresceu 3,41 ao ano, a agricultura manteve sua participação no PIB de 3,43% de crescimento ao ano, o setor de serviços cresceu 3,50% (a.a.) e a indústria teve o pior desempenho de crescimento, de 2,67%, no caso específico da indústria de transformação o desempenho foi ainda pior, de 2,23% (a.a.). A partir disto, Camargo (2014) alerta:

“Assim, a indústria de transformação brasileira, depois de ter alcançado uma participação máxima no PIB em 1985, de 27,2%, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (2013), encolheu mais de 30% em termos relativos entre 2004 e 2012 e retrocedemos ao nível de 1955, antes do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek. Segundo estimativas da entidade que representa os industriais de São Paulo, se esse quadro não se

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alterar, estima-se que em 2029 a indústria de transformação representaria apenas 9,3% do PIB, menos do que o setor responde hoje em países centrais como França e Inglaterra, onde o processo de desindustrialização tem ocorrido há mais tempo e alcançado um grau mais avançado.”(CAMARGO, 2014 p.244)

Podemos destacar três hipóteses para responder a questão dos motivos pelo qual o país vem se desindustrializando. A primeira tese a ser discutida é a da desindustrialização natural. Onde o processo de desindustrialização é uma manifestação do desenvolvimento econômico, neste caso, é natural que haja a perda da importância do setor industrial sob o setor de serviços. Sendo assim, o processo de desindustrialização é uma condição natural, uma manifestação de um novo estágio de desenvolvimento que tem como reflexo o aumento do bem-estar da sociedade. (NASSIF 2008).

Não podemos aplicar esta hipótese no Brasil pelo seguinte motivo: como já foi citado, o setor que vem tendo a maior queda é a indústria de transformação, no caso da desindustrialização natural, ela vem como reflexo do aumento da competitividade da indústria, assim sendo, a queda da participação industrial teria como maior vítima os setores industriais com menor intensidade tecnológica, e não o setor mais dinâmico da indústria. (SQUEFF 2004). No caso brasileiro, a desindustrialização ocorreu antes do país poder ser considerado um país plenamente industrializado, caracterizando então uma desindustrialização precoce (PALMA 2005) ou uma desindustrialização

prematura (BRESSER 2007).

A segunda hipótese que justifica a desindustrialização brasileira é o reflexo do crescimento industrial chinês, sendo então um resultado da economia externa. De fato a inserção das economias asiáticas, com produtos manufaturados de alta competitividade colaboram para que o Brasil viesse a perder a disputa pelo mercado externo. Apesar do “efeito China” aprofundar o processo de desindustrialização, Camargo (2014) ressalta:

[...] a participação do Brasil na produção industrial mundial, que era de 2,8% em 1980, caiu para 2% em 1990 e para apenas 1,7% do total em 2010. Ou seja, a perda de importância brasileira no cenário global é anterior à ascensão da China como grande potência industrial, seja porque outros países continuaram a se industrializar nesse período, como os asiáticos, e no caso específico do Brasil, o país vem apresentando um processo de desindustrialização, seja em termos mundiais, ou como perda de participação do PIB, que precede ao efeito China, isto é, já desde 1985. (CAMARGO 2014, p.246)

Não obstante, o processo de desindustrialização não pode ser somente um reflexo do mercado internacional, devemos recordar que o crescimento chinês também favoreceu o Brasil tendo em vista que a China é hoje o principal consumidor das commodities brasileiras. A segunda hipótese portanto, apresenta um dos fatores externos para a desindustrialização brasileira no governo Lula.

A última hipótese é a da desindustrialização como fenômeno oriundo da não neutralização da doença holandesa6 que trouxe reflexos internos e externos.

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A explicação para este fenômeno é que, o câmbio apreciado colaborou com a perda de competitividade da indústria nacional, além disto, incentivou o processo aumento de importações que já vinha em constante crescimento desde antes do governo Lula. Nesta explicação, a ameaça da desindustrialização se tornou ainda mais próxima por três fatores somados: (I) o crescimento da renda das classes baixas e a ampliação do mercado interno, (II) o aumento do preço internacional das commodities, (III) a baixa taxação sob importações e controle de entrada de capitais7 (BRESSER 2014).

Considerações Finais

Se o início dos anos de 1980 acreditava-se que o processo de abertura política daria possibilidade de devolver o tão esperado crescimento econômico para o país, hoje as experiências liberalizantes mostraram-se desastrosas e capazes de reverter todo e qualquer tipo de desenvolvimento das forças produtivas nacionais. A era FHC foi marcada pela desnacionalização, privatização, endividamento externo e desindustrialização restritiva.

Não obstante, a cartilha neoliberal que parecia ter sido abandonada no governo Lula, quando o governo optou por fortalecer o mercado interno, foi a mesma cartilha que assegurou o câmbio apreciado, os juros altos e o superavit primário como ferramentas para o combate da inflação. Os interesses do sistema financeiro internacional prevaleceram em relação ao da indústria brasileira, isto trouxe reflexos permanentes para a economia do país.

Hoje, os mesmos países que optaram por um caminho alternativo a este vem acumulando vantagens competitivas sobre os países latino-americanos. A indústria asiática vem dominando o mercado internacional e derrotando a fraca indústria nacional. Por outro lado, o Brasil optou por não abandonar o receituário ortodoxo, não neutralizar a doença holandesa, e se contentar com a exportação das commodities que estavam momentaneamente valorizadas.

A desindustrialização brasileira tornou-se preocupante, e caso não ocorra uma tentativa de transformação da conjuntura econômica nacional, o país tende a diminuir cada vez mais a intensidade tecnológica de seus produtos manufaturados, de forma que em algumas décadas a nossa indústria de transformação estará completamente comprometida.

Referências Bibliográficas

7 Quanto ao controle da entrada capitais em 2009, a imposição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% foi uma política modesta criada por Guido Mantega, mas que foi aperfeiçoada posteriormente. (BRESSER 2014).

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Referências

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