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OPHIUROIDEA (ECHINODERMATA) DA PLATAFORMA CONTINENTAL DA PARAÍBA, BRASIL.

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(1)

DEPARTAMENTO DE SISTEMÁTICA E ECOLOGIA

Anne Isabelley Gondim de Farias.

OPHIUROIDEA (ECHINODERMATA) DA

PLATAFORMA CONTINENTAL DA PARAÍBA, BRASIL.

João Pessoa – Paraíba 2009

(2)

Anne Isabelley Gondim de Farias

OPHIUROIDEA (ECHINODERMATA) DA PLATAFORMA

CONTINENTAL DA PARAÍBA, BRASIL.

João Pessoa – Paraíba 2009

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas.

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OPHIUROIDEA (ECHINODERMATA) DA PLATAFORMA

CONTINENTAL DA PARAÍBA, BRASIL.

BANCA EXAMINADORA:

Dra Carmen Alonso Samiguel

Orientadora (Universidade Federal da Paraíba – UFPB)

Dra Cynthia Lara de Castro Manso

Membro (Universidade Federal de Sergipe – UFS)

Dra Thelma Lúcia Pereira Dias

Membro (Universidade Estadual da Paraíba – UEPB)

Dra Michela Borges

Membro (Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP)

Dr. Adelmar Gomes Bandeira

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Ficha Catalográfica

Gondim, Anne Isabelley

Ophiuroidea (Echinodermata) da Plataforma Continental da Paraíba, Brasil. – Anne Isabelley Gondim de Farias – João Pessoa, Paraíba, UFPB, 2009.

viii + 70 páginas.

Orientadora: Dra. Carmen Alonso Samiguel.

Monografia – Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba, 2009.

Referências Bibliográficas: p. 64 – 70.

(5)

i

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta

ao seu tamanho original.”

(6)

Dedico este trabalho a minha Mãe, a tia Edna e a todos os amigos que de alguma forma contribuíram na realização deste.

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À minha querida mãe, pelo amor, apoio, confiança, dedicação e por ser meu porto seguro durante todos estes anos. Quero te dizer simplesmente que te amo muito!!

À Tia Edna por ter me acolhido com tanto carinho, pelo apoio nos momentos de crise e por ter contribuído na realização deste sonho.

Aos meus familiares, em especial vó Isaura, Tio Tales, Tio Péricles, Tia Georgeana, Ana Benvinda e Anny Schirley por terem contribuído na concretização desta etapa tão importante da minha vida.

À minha orientadora e amiga Dra Carmen Alonso Samiguel por todo o auxílio, confiança, ensinamentos, por me apresentar os ofiúros, pelo exemplo de mulher e pesquisadora, por ser o alicerce da minha formação acadêmica e sobre tudo, pela AMIZADE. Sou eternamente grata por tudo que a senhora fez por mim. Tê-la como minha orientadora é um grande privilégio!!

À Dra. Cynthia Lara de Castro Manso por todos os ensinamentos, pela confiança, atenção e pelo carinho com que fui recebida em sua casa. Espero que esta sua aprendiz possa te dar muito orgulho!! A senhora é parte importante da minha formação! À querida amiga Dra. Thelma Lúcia Pereira Dias (SuperShow) pelos valiosos ensinamentos, mergulhos, fins de semana em C.G., pelas conversas e sobre tudo, por sua amizade. Você é simplesmente um Show, te admiro muito!!

À Dra. Michela Borges por suas contribuições, pela atenção e sempre tão gentil disponibilidade em ajudar. Obrigada por todas as referências!

Aos colegas de turma pelos bons momentos vividos na universidade. Em especial as amigas Ana Elizabeth Dias da Silva e Rebecca Torelli pela amizade e apoio durante este período, sobre tudo, em um momento muito especial do início da minha formação.

Aos colegas de laboratório Lívia Moura, Varínia Medeiros, Brunna Polari, Samara Medeiros, Felipe Campos, João Guilherme, Eriberto de Assis, Luiz Carlos Damaceno (Popi) e Joafrâncio (com sua inestimável ajuda no Corel Draw!) pelo apoio, amizade e paciência com meus momentos de stress.

Ao Amigo André Souza Santos pela amizade, farras e por ter me ensinado a confeccionar pranchas.

À minha fisiologista preferida Patrícia Lacouth pelo grande privilégio de trabalharmos juntas e pelos inesquecíveis momentos que compartilhamos.

(8)

Aos meus professores que durante estes quatro anos foram extremamente importantes na minha formação. Em especial aos professores Dr. Adelmar Gomes, Bandeira, Dr. Robson Tamar e Dra Ierecê de Lucena Rosa por acreditarem em mim e me estimularem a continuar traçando meu caminho na vida acadêmica.

À Dra Rosa Maria da Veiga Leonel por acreditar em mim e por todas as palavras de estímulo.

Ao Dr. Martin Lindsey Christoffersen por todas as referências bibliográficas. A todos os amigos encontrei na universidade, em especial Aline, Maição, Washington, Anderson e Igor.

À Universidade Federal da Paraíba e a todos os seus funcionários.

E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram na realização desta importante etapa da minha vida!

Muito Obrigada!!

(9)

Índice de Figuras...vi

Resumo...viii

1. Introdução...1

1.1. O Projeto Algas...2

1.2. Estado da Arte dos Estudos sobre a classe Ophiuroidea no Brasil...3

1.3. Morfologia externa e Biologia da classe Ophiuroidea...5

1.4. Glossário...8 2. Área de Estudo...10 3. Material e Método...11 4. Resultados 4.1.Taxonômicos...13 4.2. Distribuição...58 5. Discussão...60 6. Referências...64 v

(10)

Figura 1. Esquema da morfologia externa da classe Ophiuroidea (modificada de

Hendler 1996)...07

Figura 2. Imagem de satélite do litoral da Paraíba (Fonte Google Earth)...10

Figura 3. Mapa com a distribuição das estações do Projeto Algas...12

Figura 4. Ophiomyxa flaccida; vista aboral e ventral do disco e dos braços...16

Figura 5. Ophiolepis impressa; vista aboral e ventral do disco e dos braços...18

Figura 6. Amphiodia planispina; vista aboral e ventral do disco e dos braços...20

Figura 7. Amphiodia riisei; vista aboral e ventral do disco e dos braços...22

Figura 8. Amphipholis januarii; vista aboral e ventral do disco e dos braços...24

Figura 9. Amphipholis squamata; vista aboral e ventral do disco e dos braços...26

Figura 10. Amphiura stimpsonii; vista aboral e ventral do disco e dos braços...28

Figura 11. Ophiocnida scabriuscula; vista aboral e ventral do disco e dos braços...30

Figura 12. Ophiophragmus brachyatis; vista aboral e ventral do disco e dos braços....32

Figura 13. Ophiostigma isocanthum; vista aboral e ventral do disco e dos braços...34

Figura 14. Ophiothrix angulata; vista aboral e ventral do disco e dos braços...36

Figura 15. Ophiactis quinqueradia; vista aboral e ventral do disco e dos braços...38

Figura 16. Ophiactis savignyi; vista aboral e ventral do disco e dos braços...40

Figura 17. Ophionereis reticulata; vista aboral e ventral do disco e dos braços...42

Figura 18. Ophionereis squamulosa; vista aboral e ventral do disco e dos braços...44

Figura 19. Ophionereis dolabriformis; vista aboral e ventral do disco e dos braços...46

(11)

Figura 22. Ophiocoma wendtii; vista aboral e ventral do disco e dos braços...52

Figura 23. Ophiopsila hartmeyeri; vista aboral e ventral do disco e dos braços...54

Figura 24. Ophioderma appressum; vista aboral e ventral do disco e dos braços...56

Figura 25. Ophioderma cinereum; vista aboral e ventral do disco e dos braços...58

Figura 26. Relação entre o número de espécies de ofiúros por intervalo de profundidade...59

Figura 27. Relação entre o número de espécimes por famílias nos distintos intervalos de profundidade...60

(12)

Este estudo trata do primeiro levantamento da fauna de ofiuróides da Plataforma Continental da Paraíba. E teve como objetivo fornecer uma lista taxonômica e caracterizar as espécies de ofiuróides coletadas pelo Projeto Algas ao longo deste litoral. Desenvolvido na década de 80 pelo Departamento de Recursos Pesqueiros da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) o Projeto Algas realizou amostragens ao longo de todo o litoral paraibano entre as profundidades de 10 a 35 metros. Os animais foram capturados através de dragagens de arrasto, em 93 estações situadas ao longo de 23 transectos posicionados perpendicularmente a linha de costa. Foram identificadas 8 famílias, 14 gêneros e 22 espécies, dentre as quais oito representam novas ocorrências, são elas: Ophionereis dolabriformis (para o Brasil), Ophiopsila hartmeyeri (para o Nordeste), Ophiolepis impressa, Amphiura stimpsonii, Amphiodia riseii, Ophiactis quinqueradia, Ophiocoma wendtii e Ophionereis olivacea (para a Paraíba). Quatro espécies tiveram sua distribuição batimétrica ampliada (O. impressa, Ophiocnida scabriuscula, O. dolabriformis e Ophiocoma echinata). A fauna registrada foi composta por espécies com ampla distribuição geográfica e batimétrica e bem conhecidas ao longo do litoral brasileiro. Apesar de se tratarem de espécies comuns, alguns problemas taxonômicos foram observados e discutidos. O estudo deste material pretérito é de extrema importância, tendo em vista que, a pesquisa em sistemática que trata do material das coleções científicas representa a espinha dorsal do conhecimento sobre a biodiversidade.

Palavras-chave: Ophiuroidea, Taxonomia, Plataforma continental, Paraíba.

(13)

1 1. Introdução

Ophiuroidea é a classe mais adaptada, ágil e diversa dentro do filo Echinodermata (Hyman 1955). Seus representantes vivem associados aos mais diversos tipos de substratos e são encontrados em todos os mares, oceanos e faixas batimétricas (Borges & Amaral 2005).

São animais muito antigos que datam do período Ordoviciano (Pawson 2007), e que apesar do ínfimo registro fóssil, sabe-se que sua forma corporal manteve-se marcadamente constante ao longo de sua história evolutiva (Tommasi 1999). Seu corpo é formado basicamente por um disco central bem delimitado e em geral cinco braços. Ambos são constituídos por placas, espinhos e ornamentos calcários que são utilizados na taxonomia da classe. No entanto, muitos destes caracteres sofrem mudanças ligadas ao desenvolvimento ontogenético e as variações intra-específicas. O que resulta na vasta lista de sinonímias apresentada por algumas espécies e na dificuldade de identificação dos indivíduos juvenis.

Apesar destes organismos serem considerados estruturadores de comunidades marinhas (Barnard & Ziesenhenne 1961) e bioindicadores de poluição (Harmelin et al. 1981; Manso & Absalão 1988) o conhecimento sobre sua fauna no Brasil, particularmente nas costas Norte e Nordeste, é ainda bastante limitado.

Entre os Estados Nordestinos a Paraíba representa uma das áreas onde os dados sobre este grupo é particularmente pequeno, o que se conhece está limitado a citações pontuais sobre a ocorrência de espécies em trabalhos das décadas de 70 e 80, e ao recente trabalho de Gondim et al. (2008).

No presente estudo, a fauna de ofiuróides registrada para o litoral da Paraíba foi formada por espécies com ampla distribuição geográfica e batimétrica, as quais em geral, são bastante comuns ao longo do litoral brasileiro. O número de espécies conhecidas para o Estado foi ampliado de 14 para 22, o que corresponde a 21% e 55% das espécies registradas para o Brasil e para o Nordeste, respectivamente. Entre as 13 famílias conhecidas para a costa brasileira apenas Gorgonocephalidae, Ophiacanthidae, Amphilepididae, Ophioctonidade e Asteroschematidae não foram registradas para a área de estudo.

Apesar da presente fauna ser composta por espécies comuns para o Brasil, o estudo do material proveniente da região da plataforma continental do Estado propiciou um avanço importante na informação sobre a diversidade do grupo na costa brasileira.

(14)

2 Uma vez que, o conhecimento dos macroinvertebrados bentônicos da plataforma continental e talude é praticamente inexistente para a maior parte do litoral brasileiro (Lana et al. 1996; Migotto & Marques 2006).

Desta forma, este trabalho tem como objetivo fornecer uma lista taxonômica e comentar as espécies de ofiuróides coletadas pelo Projeto Algas na plataforma continental da Paraíba.

1.1. O Projeto Algas

Na década de 80 a divisão de recursos pesqueiros da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) realizou o Projeto Algas, o qual foi desenvolvido ao longo das plataformas continentais dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. Este projeto teve como objetivo mapear os bancos de algas calcárias dos referidos Estados e para tal utilizou dragagens de arrasto. Isto resultou na captura acidental de muitos invertebrados bentônicos, dentre estes vários representantes de equinodermos.

Apesar do Projeto Algas não ter tido como finalidade a coleta de macroinvertebrados, ele representa até a presente data a mais abrangente amostragem destes grupos animais, em especial os ofiuróides, desenvolvida na plataforma continental da Paraíba.

(15)

3

1.2. Estado da Arte dos Estudos sobre a classe Ophiuroidea no Brasil

Atualmente são registradas para o litoral brasileiro cerca de 105 espécies de ofiúros, número que é resultado de aproximadamente 34 trabalhos, sobretudo taxonômicos, realizados ao longo dos últimos 39 anos. No entanto, o conhecimento desta fauna está concentrado para determinadas regiões do país e em geral para águas rasas.

De acordo com Borges et al. (2002) o primeiro registro de ofiuróides para o Brasil foi realizado por Verrill (1868) que fez referência desses para a região de Abrolhos. Posteriormente Lyman (1875 apud Borges & Amaral 2007) relatou e descreveu as espécies da Expedição Hassler coletadas na região da Bahia e Rio de Janeiro em profundidades de até 100m e Lyman (1882) descreveu as espécies coletadas pelo H.M.S. “Challenger” incluindo aquelas capturadas na costa brasileira. No entanto, o primeiro catálogo das espécies de ofiuróides do Brasil só foi publicado no ano de 1970 pelo Dr. Luiz Roberto Tommasi, o qual catalogou e descreveu as 65 espécies de Ophiuroidea até então registradas para o Brasil e regiões vizinhas.

A partir destes primeiros registros vários estudos enfocando aspectos taxonômicos, ecológicos e de distribuição geográfica foram desenvolvidos, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste. Entre estes trabalhos podemos destacar: Absalão (1990) que estudou a assembléia de ofiúros da Lagoa dos Patos (RS); Albuquerque & Guille (1991) forneceram uma lista anotada dos ofiuróides do Banco de Abrolhos, Cadeia Submarina Vitória-Trindade e Plataforma Continental Adjacente; Albuquerque et al. (2001) que descreveram duas espécies novas da família Amphiuridae; Borges & Amaral (2005; 2007) elaboraram um manual de identificação das espécies de ofiuróides das regiões Sul/Sudeste e registraram quatro novas ocorrências para o Brasil, Borges et al. (2002; 2006) realizaram um estudo taxonômico das espécies de ofiúros da plataforma continental da região sudeste e descreveram uma nova espécie de Ophiomisidium; Brito (1960) forneceu uma lista das espécies de ofiuróides do Rio de Janeiro; Manso (1988a, b, c; 1993) registrou duas novas ocorrências para o Brasil, descreveu uma nova espécie de Ophiactis e forneceu duas lista dos ofiúros da Plataformas Continentais dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sul da Bahia e Bancos Royal Charlotte, Hostpur e Davis; Monteiro (1990) registrou a ocorrência de Amphipholizona delicata; Monteiro et al. (1992) estudaram a morfologia comparativa e a distribuição batimétrica das espécies Ophioderma januarii e Ophioplocus januarii, Tommasi (1958; 1965a, b; 1967a; 1999)

(16)

4 descreveu um novo gênero para a América do Sul, estabeleceu a sinonímia entre Amphiodia repens e A. pulchella, forneceu uma chave e uma lista taxonômica das espécies de ofiuróides recentes do Brasil, respectivamente e Tommasi & Abreu (1974) descreveram seis novas espécies das famílias Ophiolepididae (2sp.), Amphiuridae (1sp.), Ophiacanthidae (1sp.), Ophiomyxidae (1sp.) e Amphilepidiae (1sp.).

Dentre os estudos ecológicos também desenvolvidos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, destacam-se: Boffi (1972) que estudou os ofiuróides associados a fitais, Borges et al. (2009) estudaram o ciclo gametogênico de Ophioderma januarii, Capítolli & Monteiro (2000) que examinaram a distribuição e a abundância dos ofiúros na plataforma interna do extremo sul do Brasil; Manso & Absalão (1988) estudaram os ofiuróides de uma região sob influência da descarga da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (RJ) e Yokoyama & Amaral (2008) analisaram a dieta alimentar de Ophionereis reticulata.

Para a região Nordeste existem apenas quatro trabalhos publicados enfocando exclusivamente os ofiuróides, são eles: Manso & Farias (1999) que estudaram a ocorrência de ofiuróides no conteúdo gastrointestinal de “baiacu”; Neves et al. (2007) e Santa-Isabel et al. (1996) que relataram a associação de ofiuróides com o octocoral Carijoa riisei e com o poliqueta Malmgreniella variegata, respectivamente e Tanure & Cerqueira (2007) que estudaram o crescimento de Ophioderma cinereum em duas praias rochosas de Salvador.

Neste contexto o litoral paraibano representa ainda uma lacuna para o conhecimento desta fauna, pois no referido Estado não há até a presente data publicações específicas sobre os ofiuróides. Porém, estes aparecem como integrantes da fauna local no trabalho de Young (1986), Gondim et al. (2008) e em algumas dissertações e teses.

Estes dados refletem a necessidade de maiores estudos sobre a classe Ophiuroidea, tendo em vista que o conhecimento das faunas regionais é imprescindível para a análise de padrões de distribuição, dispersão e especiação (Grohmann 2006).

(17)

5

1.3. Morfologia externa e Biologia da classe Ophiuroidea

A classe Ophiuroidea é sem dúvida a mais ágil, adaptada, numerosa (com aproximadamente 2000 espécies, 250 gêneros e 25 famílias) e freqüentemente a mais abundante entre os membros do filo Echinodermata. Hyman (1955) atribui parte do sucesso da classe à sua mobilidade, ao pequeno tamanho e a habilidade em utilizar fendas, espaços sob rochas e outros refúgios naturais, tais como esponjas e algas, para proteção.

Os ofiúros apresentam um disco bem definido com formato variando de circular a pentagonal, o qual é formado por peças calcárias, estômago, gônadas e tegumento. Dorsalmente este pode ser coberto por tegumento ou por escamas, as quais por sua vez podem ser nuas ou apresentarem grânulos ou espinhos recobrindo-as. O disco é formado ainda por cinco pares de escudos radiais localizados dorsalmente junto à base dos braços, os quais podem estar nus ou cobertos por grânulos, espinhos ou tegumento. Em algumas espécies pode-se ainda observar na região central da face aboral do disco, um conjunto de seis escamas, uma centrodorsal e cinco outras adjacentes a ela, denominadas escamas primárias radiais (fig. 1A).

A face ventral do disco pode apresentar-se coberta por um revestimento igual ou diferenciado ao da face dorsal. No centro da superfície oral está localizada a boca, e ao redor desta há cinco mandíbulas, as quais são constituídas por um conjunto de várias peças calcárias. O conjunto mandibular é formado por duas hemimandíbulas, pelos dentes (série vertical de papilas localizadas na margem interna da mandíbula), pelos escudos oral e adoral (situados sobre a parte distal da mandíbula) e pelas papilas orais (localizadas nas laterais de cada hemimandíbula) e infradentais (situados sobre os dentes) (fig. 1E). O madreporito é constituído por um escudo oral modificado. Observa-se ainda nesta região as bolsas genito-respiratórias que Observa-se abrem para o exterior através das fendas bursais, estas por sua vez estão localizadas na região interradial próximos as bases dos braços (fig. 1B).

Tipicamente os ofiúros apresentam cinco braços longos e afilados, que podem ser simples ou ramificados. Estes são constituídos por quatro placas externas (uma braquial dorsal, uma ventral e duas laterais) e por ossículos internos (vértebras), as quais são resultantes da fusão das ambulacrais opostas. As placas braquiais dorsais e ventrais variam em forma e tamanho dependendo da espécie, e as laterais podem apresentar até 15 espinhos braquiais que também variam em forma, tamanho e número

(18)

6 de acordo com a espécie (fig. 1C). Cada segmento do braço possui uma vértebra, um par de pequenos pés ambulacrais que se comunicam como exterior através dos poros tentaculares, os quais são protegidos pelas escamas tentaculares (fig. 1D).

Ofiuróides são animais quase exclusivamente marinhos (com algumas espécies vivendo em águas estuarinas), que podem ser encontrados nos mais diversos tipos de substratos, distribuindo-se da zona entremarés até grandes profundidades, incluindo fontes hidrotermais (Stöhr & Segonzac 2006) e desde as regiões polares até as tropicais (Hyman 1955; Hendler 1996). Embora a diversidade de espécies de ofiuróides decresça rapidamente com a profundidade, eles representam a fauna numericamente dominante de muitas áreas profundas do mar (Summers & Nybakken 2000).

A importância da classe nas comunidades bênticas é refletida em sua abundância e ampla distribuição (Hendler 1996). Segundo Hendler et al. (1995), os ofiúros contribuem com até 50% da macrofauna total em fundos de cascalho na região da Flórida (EUA) e participam da dieta alimentar de caranguejos, camarões, estrelas-do-mar e outros ofiuróides, mas os peixes são seus principais predadores. São considerados estruturadores de comunidades marinhas (Barnard & Ziesenhenne 1961) e bioindicadores de poluição, por serem abundantes e residentes permanentes, refletindo assim as condições ambientais locais (Harmelin et al. 1981; Manso & Absalão 1988).

O comportamento alimentar dos ofiúros é bastante flexível e notadamente diverso, podendo ser detritívoros, suspensívoros ou onívoros. Seus indivíduos são capazes de detectar comida através dos pés ambulacrais, os quais são extremamente sensíveis e aptos a perceber diminutas concentrações químicas de substâncias como aminoácidos e vitaminas dissolvidos na água do mar (Hendler 1996).

Os Ophiuroidea são animais majoritariamente de vida livre, existindo ainda algumas espécies comensais. São dióicos ou hermafroditas (protândricos ou com gônadas masculinas e femininas ao mesmo tempo) e a maioria tem larvas pelágicas ofioplúteos. Existe uma correlação entre hermafroditismo e o modo de desenvolvimento, todas as espécies hermafroditas e poucas dióicas, retêm seus embriões dentro da bursa durante o desenvolvimento, só saindo desta quando alcançam o estado juvenil (Hyman 1955; Hendler 1996). Poucas espécies de ofiúros são capazes de se reproduzir assexuadamente através da divisão do disco (processo denominado fissão). Depois de se dividir em duas metades eles regeneram suas estruturas, crescem e podem dividir-se novamente (Hendler 1996).

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7 Figura 1. Esquema geral da morfologia externa da classe Ophiuroidea. (A) Vista dorsal do disco; (B) Vista ventral do disco; (C) Vista dorsal do braço; (D) Vista ventral do braço; (E) Detalhe da mandíbula. (adaptado de Hendler 1996).

A

B

C

D

(20)

8 GLOSSÁRIO

Aboral: o mesmo que dorsal.

Dentes: peças calcárias inseridas na placa dental, situados na borda interna da

mandíbula (fig. 1E).

Disco: região central do corpo de onde partem os braços, podendo ser circular ou

pentagonal. Nele se localizam os principais órgãos e a boca do animal (fig. A e B).

Distal: ponto mais distante do centro do disco ou da boca.

Escamas: formações calcárias epidérmicas que revestem o disco. São finas estruturas

achatadas, que podem estar dispostas organizada ou desorganizadamente (fig. 1A).

Escamas primárias: primeiras escamas a se formarem no animal. Constituídas por uma

centrodorsal e cinco radiais (fig. 1A).

Escamas tentaculares: peças calcárias que protegem o pé ambulacral. Possuem

variadas formas e estão situadas no borde proximal dos poros tentaculares (fig. 1D).

Escudo adoral: par de placas alargadas, um de cada lado do escudo oral (figs. B e E). Escudo oral: placa relativamente larga, situada na margem distal da mandíbula

(recobrindo-a parcialmente). Uma delas é modificada em madreporito (figs. B e E).

Escudo radial: cinco pares de placas situadas na superfície aboral, sobre os raios do

disco e próximas a borda. São geralmente grandes e conspícuas, porém algumas vezes podem está cobertos por grânulos, espinhos, escamas ou pele (fig. 1A).

Espinhos braquiais: espinhos inseridos nas placas braquiais laterais. Variam em

tamanho, número e forma (figs. 1C e D).

Fenda bursal: abertura externa das bursas, localizadas na região na interradial ventral

do disco. Tipicamente uma cada lado da base dos braços (fig. 1B).

Flabeliforme: em forma de leque.

Grânulos: pequenas protuberâncias arredondadas, hemiesféricas ou irregulares,

posicionadas sobre a superfície das placas ou escamas, mas não fundidas a elas.

Imbricada: está parcialmente coberta pela estrutura anterior e cobre parcialmente à

subseqüente.

(21)

9

Madreporito: escudo oral modificado, no qual o sistema hidrovascular se conecta com o

exterior.

Mandíbula: estrutura móvel e triangular, formada pelo conjunto de cinco peças (duas

meias mandíbulas, um maxilar ou placa dental, um escudo oral e um adoral) situadas na cavidade bucal. Portando ainda as papilas orais, infradentais, dentais e dentes (fig. 1E).

Oral: região da boca ou na mesma superfície na qual ela se encontra.

Papila genital: pequenas escamas situadas nas bordas das fendas bursais (fig. 1B). Papila infradental: são papilas situadas no ângulo proximal da mandíbula, sob os

dentes (fig. 1E).

Papila oral: pequena placa situada na margem lateral de cada meia mandíbula e/ou do

escudo adoral (fig. 1E).

Placas acessórias: par de pequenas placas situadas na margem distal dos escudos

radiais.

Placa braquial dorsal: placa que cobre dorsalmente cada segmento do braço. Tamanho

e forma variável, podendo ser também subdividida (fig. 1C).

Placa braquial dorsal acessória: pequena placa situada entre a placa dorsal e lateral do

braço (fig. 1C).

Placa braquial lateral: placa lateral situada em cada segmento do braço. Suportam os

espinhos braquiais (fig. 1C).

Placa braquial ventral: placa que cobre ventralmente cada segmento dos braços.

Apresentam tamanho e forma variável (fig. 1D).

Poros tentaculares: par de poros por onde saem os pés ambulacrais, situados entre as

placas lateral e ventral dos braços. Geralmente protegidos por escamas tentaculares.

Proximal: ponto mais próximo da região central do disco ou da boca.

Vértebra: ossículo interno de cada segmento braquial, formado pela fusão dos ossículos

(22)

10 2. Área de Estudo

O Estado da Paraíba (6°30’59,26”S a 07°35’35,28”S x 34°55’26,13”W a 34°47’40,48” W) possui uma extensão litorânea de 138 km, que se inicia na foz do rio Guajú, divisa com o Estado do Rio Grande do Norte, e termina na foz do rio Goiana, na divisa com o Estado de Pernambuco (fig. 2) (Feliciano & Melo 2003).

A plataforma continental do Estado é estreita, rasa (Feitosa et al. 2005) e relativamente plana, possuindo uma largura média de 30km, que se alarga no sentido Norte – Sul. Apresenta um relevo bastante irregular, com muitos canais rasos e estreitos. Assim como ocorre em todo o litoral nordestino a quebra da plataforma é abrupta (Kempf et al. 1967) e no trecho entre João Pessoa – Recife esta quebra localiza-se na isóbata de 60m (Coutinho 1996).

Ao largo da plataforma paraibana predomina o fundo de algas calcárias, as quais ocupam a maior parte desta a partir da isóbata de 20m, sendo as coralinas ramificadas e Halimeda predominantes (Coutinho 1996). Os fundos de areia e lama estão geralmente reduzidos à faixa costeira de profundidades inferiores a 20m, e em geral se representam apenas como manchas isoladas de pequena extensão (Kempf et al. 1967).

Figura 2. Imagem de satélite do litoral da Paraíba. A faixa de azul mais claro representa a área da plataforma continental. (Fonte: Google Earth).

(23)

11 3. Material e Método

Os espécimes estudados são provenientes de coletas realizadas em 1981 durante o Projeto Algas, na plataforma continental do Estado da Paraíba, entre as coordenadas 6°58’S; 34°46’W a 7°34’ S; 34°45’W, nas isóbatas de 10 a 35 metros. Os animais foram capturados através de dragagens de arrasto, em 93 estações situadas ao longo de 23 transectos posicionados perpendicularmente a linha de costa (fig. 3).

Para a classificação, os espécimes eram inicialmente colocados em pequenos recipientes plásticos forrados com papel toalha e deixados para secar em temperatura ambiente. Após devidamente secos os animais eram analisados em esteromicroscópio. Utilizou-se para a descrição de cada espécie, o espécime maior e melhor conservado. O diâmetro do disco de cada exemplar foi medido com um paquímetro digital EDC 6”. Os animais foram fotografados com uma câmera Canon A640 10MP acoplada ao esteriomicroscópio Nikon SMZ800. Para a confecção do glossário foram utilizados os trabalhos de Tommasi (1970), Bernasconi & D’Agostino (1971) e Hendler (1996).

A identificação taxonômica foi baseada nos trabalhos de Clark (1952), John & Clarck (1954), Thomas (1973), Tommasi (1970), Manso (1988a) e Hendler et al. (1995). Todo o material encontra-se conservado em álcool 70° e depositado na Coleção de Equinodermos (UFPB/ECH.) da Coleção de Invertebrados Paulo Young do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (CIPY/DSE – UFPB).

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12 Figura 3. Mapa com a distribuição das estações de coleta do Projeto Algas ao longo do litoral da Paraíba.

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13 4. Resultados

4.1. Taxonômicos

De um total de 647 lotes analisados, foram identificadas 22 espécies pertencentes a 1 ordem, 8 famílias e 14 gêneros que se encontram organizadas sistematicamente (de acordo com Smith et al. 1995) e descritas a seguir. Os novos registros estão assinalados com asterisco da seguinte forma: * novo para a Paraíba; ** novo para o Nordeste; *** novo para o Brasil.

Classe OPHIUROIDEA Gray, 1840

Ordem Ophiurida Müller & Troschel, 1840 Família Ophiomyxidae Ljungman, 1867

Ophiomyxa flaccida (Say, 1825) Família Ophiuridae Lyman, 1865

Ophiolepis impressa (Lütken, 1859)* Família Amphiuridae Ljungman, 1867

Amphiodia planispina (von Martens, 1867) Amphiodia riisei (Lütken, 1859)*

Amphipholis januarii Ljungman, 1867 Amphipholis squamata (Delle Chiaje, 1828) Amphiura stimpsonii (Lütken, 1859)* Ophiophragmus brachyatis (Clark, 1915) Ophiocnida scabriuscula (Lütken, 1859) Ophiostigma isocanthum (Say, 1825) Família Ophiothrichidae Ljungman, 1866

Ophiothrix angulata (Say, 1825) Família Ophiactidae Matsumoto, 1915

Ophiactis savignyi (Müller & Troschel, 1842) Ophiactis quinqueradia (Lütken, 1865)* Família Ophionereididae Ljungman, 1867

Ophionereis reticulata (Say, 1825) Ophionereis squamulosa (Koehler, 1914) Ophionereis olivacea (Clark, 1901)

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14 Família Ophiocomidae Ljungman, 1867

Ophiocoma echinata (Lamarck, 1816)

Ophiocoma wendtii (Müller & Troschel, 1842)* Ophiopsila hartmeyeri (Koehler, 1914)** Família Ophiodermatidae Ljungman, 1867

Ophioderma appressa (Say, 1825)

Ophioderma cinerea Müller & Troschel, 1842

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15 Família OPHIOMYXIDAE Ljungman, 1867

Gênero Ophiomyxa Müller & Troschel, 1840

Ophiomyxa flaccida (Say, 1825)

(Figura 4 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 393, 400, 442, 448, 449, 450, 455, 498.

Disco: Pentagonal com 5,67 a 12,16mm de diâmetro, totalmente coberto por um tegumento rugoso. Escudos radiais alargados na margem interna. Nas regiões interradiais marginais há uma fileira de 8 a 10 escamas grandes e sobrepostas. Fendas bursais curtas e estreitas. Escudos orais de triangular (com margem distal arredondada) a circular. Escudos adorais estreitos e alargados lateralmente. Cada meia mandíbula possui três papilas orais alargadas e com extremidade livre totalmente denteada, as duas proximais são maiores e mais alargadas a que a papila distal.

Braços: Placa braquial dorsal alongada, estreita e fragmentada em duas placas. Placa braquial ventral pequena, pentagonal, com uma pequena reentrância na margem distal. Quatro ou cinco espinhos braquiais, pequenos, comprimidos e com dentículos na extremidade.

Distribuição geográfica: Bermudas, Flórida, Antilhas e Brasil (Bahia) (Tommasi 1970), Dry Tortugas, Haiti, Jamaica, Cuba, Barbados, Antigua, Colômbia (Albuquerque & Guille 1991), Ilhas Bahamas, Ilhas Virgens, Porto Rico, Tinidad, Tobago, Curaçao, Ilhas da Província Sulamericana: desde Belize até o Brasil, incluindo o Caribe Mexicano (Hendler et al. 1995). Gondim et al. (2008) registraram a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 367,5m de profundidade (Tommasi 1970; Gondim et al., 2008). No presente estudo ocorreu entre 11 a 33m.

Comentários: Espécie de hábitos noturnos. Indivíduos jovens vivem no fital e os adultos são comumente encontrados em fundos de cascalho, conchas mortas, coral, areia grossa, algas calcárias e bancos de fanerógamas marinhas (Tommasi 1970; Hendler et al. 1995). De acordo com Hendler (op cit.) esta espécie se alimenta abocanhando grandes pedaços de algas e esponjas, os detritos são coletados através de movimentos

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16 laterais dos braços. Neste estudo foram observados três espécimes com o estômago repleto de espículas de esponjas.

Figura 4. Ophiomyxa flaccida (UFPB/ECH. 449). (a) vista aboral do disco (material em mau estado de conservação); (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 2mm)

Família OPHIURIDAE Lyman, 1865 Gênero Ophiolepis Müller & Troschel, 1840

Ophiolepis impressa (Lütken, 1859)

(Figura 5 a – e)

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17 Disco: Circular a pentagonal, com 2,92 a 9,10mm de diâmetro. Coberto por escamas grandes e imbricadas, estas estão circundadas por outras pequenas escamas de tamanho e forma irregulares. Escamas primárias bem evidentes, sendo a centrodorsal arredondada. Na região interradial há três fileiras de escamas grandes. Escudos radiais subtriangulares, separados distalmente por três escamas grandes dispostas em triângulo, e proximalmente por uma escama grande. Região ventral interradial coberta por escamas imbricadas, um pouco menores e mais estreitas que as dorsais. Fendas bursais longas e estreitas. Escudos orais alongados, com o ângulo proximal agudo e a margem distal convexa. Escudos adorais grandes, alargados lateralmente, tocando-se na linha média interna da mandíbula. Cinco papilas orais em cada lado da mandíbula, das quais as três proximais são afiladas e subiguais, a penúltima é a maior e mais larga, a última é estreita, afilada e parcialmente coberta pela antecessora.

Braços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, subtrapezoidal. Placa braquial acessória reduzida e restrita aos primeiros segmentos braquiais. Placa braquial ventral nos primeiros segmentos é tão larga quanto longa, nos últimos é um pouco mais larga do que longa, tendendo a pentagonal com margens laterais côncavas e margem distal arredondada. Três ou quatro espinhos braquiais curtos e cônicos, os dois dorsais são os menores. Duas escamas tentaculares grandes, a externa é um pouco maior que a interna. Distribuição geográfica: Flórida, Antilhas, costa norte da América do Sul e Brasil (Tommasi 1970), México, Caribe Mexicano, Bahamas, Dry Tortugas, Texas, Cuba, Jamaica, Porto Rico, St. Thomas, Guadalupe, Barbados, Curaçao, Belize, Panamá, Colômbia e Venezuela (Hendler et al. 1995; Abreu-Pérez et al. 2005), Grenada, Montserrat, Tobago e Trinidad (Pomory 2004). Este é o primeiro registro desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 24m de profundidade (Hendler et al. 1995; Borrero-Pérez et al. 2008). Neste estudo ocorreu entre 10 a 33m.

Comentários: De acordo com Hendler et al. (1995) os indivíduos desta espécie são habitualmente sedentárias, mas apresentam alguma atividade noturna. Vivem em fundos de coral e conchas mortas (Tommasi 1970) e predominam sobre areia, embaixo de corais, rochas e em alguns casos sobre algas. São moderadamente palatáveis para alguns peixes, entretanto seu braço fortemente calcificado fornece proteção contra os predadores (Hendler et al. 1995).

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18 Figura 5. Ophiolepis impressa (UFPB/ECH. 491). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Família AMPHIURIDAE Ljungman, 1867 Gênero Amphiodia Verrill, 1899

Amphiodia planispina (von Martens, 1867)

(Figura 6 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 685, 992, 1033, 1090.

Disco: Circular medindo de 4,46 a 5,80mm de diâmetro. Coberto por numerosas escamas pequenas e imbricadas. Escudos radiais um pouco mais longos do que largos, com margem externa convexa e interna reta, unidos em toda sua extensão exceto na

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19 região proximal, onde há uma ou duas pequenas escamas alongadas e triangulares. Região ventral interradial coberta por escamas um pouco menores que as dorsais. Fendas bursais estreitas. Escudos orais losangulares (em forma de cabeça de seta). Madreporito bem desenvolvido, largado, possuindo um ou dois poros na sua margem distal. Escudos adorais estreitos e alargados lateralmente. Duas papilas orais em cada lado da mandíbula, a distal é a maior e mais alargada. Um par de papilas infradentais pequenas.

Braços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, retangular. Placa braquial ventral pentagonal, mais larga do que longa, com uma leve reentrância na margem distal. Três espinhos braquiais alargados, achatados e rombudos. Duas pequenas escamas tentaculares dispostas em um ângulo reto.

Distribuição geográfica: Das Antilhas à La Plata (Tommasi 1970), Flórida, Dry Tortugas, Cuba, Porto Rico, Granada, Barbados, Panamá, Brasil e Argentina (Hendler et al. 1995). Albuquerque & Guille (1991) registraram a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: De 0 – 300m de profundidade (Borges & Amaral 2005). No presente estudo ocorreu ente 11 a 27m.

Comentários: Espécie conhecida para fundos de areia, lodo, cascalho de conchas e algas (Tommasi 1970). É encontrada enterrada no sedimento junto com outras espécies de ofiuróides (Ophiophragmus pulcher e Amphioplus albidus – Flórida; Hemipholis elongata – Brasil). Seus indivíduos sofrem autotomia do disco e dos braços muito facilmente, mesmo quando coletados com o máximo cuidado (Hendler et al. 1995).

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20 Figura 6. Amphiodia planispina (UFPB/ECH. 992). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Amphiodia riisei (Lütken, 1859)

(Figura 7 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 991.

Disco: Circular medindo 4,16mm de diâmetro. Coberto por numerosas escamas imbricadas e de tamanhos irregulares, escamas primárias bem evidentes. A centrodorsal é levemente pentagonal e as radiais estão dispostas em círculo ao redor desta. Escudo radial um pouco mais longo do que largo, contíguo, exceto na extremidade proximal, onde há uma pequena escama alongada e triangular. Na região média dos interradios há

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21 uma fileira de escamas maiores do que as demais do disco. Região ventral interradial coberta por escamas pequenas e imbricadas. Fendas bursais longas e largadas. Escudos orais losangulares. Escudos adorais alargados lateralmente, tocando-se internamente. Duas papilas orais em cada meia mandíbula, a distal é a maior e mais alarga. Um par de papilas infradentais robustas e retangulares.

Braços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, retangular com o bordo distal arredondado. Placa braquial ventral tão larga quanto longa. Duas escamas tentaculares subiguais dispostas em um ângulo reto. Três espinhos braquiais curtos, comprimidos e rombudos, sendo o dorsal o maior e o ventral o menor.

Distribuição geográfica: Antilhas e Brasil (Rio de Janeiro) (Tommasi 1970). Este é o primeiro registro desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: De 1 – 311m de profundidade (Tommasi 1970). No presente estudo ocorreu apenas aos 16m.

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22 Figura 7. Amphiodia riisei (UFPB/ECH. 991). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Gênero Amphipholis Thomas, 1966

Amphipholis januarii (Ljungman, 1866)

(Figura 8 a – e)

Material Examinado: UFPB/ECH. 228, 471, 496, 545, 576, 662, 684, 993.

Disco: De circular a pentagonal, medindo de 1,90 a 2,70mm de diâmetro. Coberto por escamas pequenas e imbricadas. Escudos radiais longos, estreitos, contíguos, separados proximalmente por uma escama. Região ventral interradial coberta por escamas um pouco menores, mas semelhantes a fase dorsal. Escudos orais losangulares (em forma de cabeça de seta). Escudos adorais alargados lateralmente, quase unidos internamente.

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23 Duas papilas orais em cada lado da mandíbula, a distal é alongada e alargada. Um par de papilas infradentais bem desenvolvidas, retangulares e robustas.

Baços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, com a margem proximal arredondada e a distal quase reta. Placa braquial ventral pentagonal. Placas braquiais laterais unidas dorsal e ventralmente. Três ou quatro espinhos braquiais, alongados e rombudos, dos quais o segundo ou o terceiro apresentam na extremidade dois dentículos hialinos. Duas escamas tentaculares dispostas em um ângulo reto, a interna é um pouco maior do que a interna.

Distribuição geográfica: Flórida e Antilhas (Tommasi 1970); Carolina do Sul, Texas, Cuba, Porto Rico, Ilhas Virgens, Tobago, Barbados e Brasil (Hendler et al. 1995; Abreu-Pérez et al. 2005). Gondim et al. (2008) registraram esta a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: De 1 – 55m de profundidade (Hendler et al. 1995). Neste estudo foi registrada entre 10 a 26m.

Comentários: Espécie conhecida para fundos de areia, conchas, lodo (Tommasi 1970), entre algas, debaixo de rochas, fundos lamacentos e tende a ser abundante em bancos de fanerógamas marinhas (Hendler et al. 1995). De acordo com Boffi (1972) indivíduos jovens são extremamente abundantes em algas.

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24 Figura 8. Amphipholis januarii (UFPB/ECH. 280). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Amphipholis squamata (Delle Chiaje, 1828)

(Figura 9 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 326, 343.

Disco: Circular com 1,08 a 2,47mm de diâmetro. Coberto por escamas grandes, irregulares e pouco imbricadas. Escudos radiais um pouco mais longos do que largos, (com a margem externa arredondada e interna reta), contíguos, separados proximalmente por uma pequena escama. Região ventral interradial coberta por escamas granuliformes. Fendas bursais longas e alargadas, margeada por numerosas

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25 escamas espiniformes. Escudos orais flabeliformes, com margem distal alargada e convexa. Escudos adorais unidos proximalmente. Duas papilas orais em cada lado da mandíbula, distal alongada, retangular e juntamente com sua oposta fecha a fenda oral. Um par de papilas infradentais.

Braços: Curtos. Placa braquial dorsal mais larga do que longa, com margem proximal arredondada e distal reta. Placa braquial ventral pentagonal. Três espinhos braquiais cônicos, eretos, serrilhados na extremidade. Duas escamas tentaculares pequenas, estreitas e alongadas.

Distribuição geográfica: Espécie cosmopolita (Tommasi, 1970; Bernasconi & D’Agostino 1977; Hendler et al. 1995). Gondim et al. (2008) registraram a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 1330m de profundidade (Hendler et al., 1995; Borges et al. 2002). No presente estudo foi registrada entre 21 a 26m.

Comentários: Espécie vivípara, hermafrodita, bioluminescente e fluorescente (Hendler 1996), comumente encontrada associada a algas e outros substratos biológicos (esponjas, cnidários, briozoários e moluscos). Também pode ser encontrada vivendo em fundos arenosos, rochosos, bancos de fanerógamas marinhas, manguezal, estuários e em águas hipersalinas (Hendler et al. 1995). De acordo com Hendler et al. (1995) há a necessidade de maiores pesquisas para se determinar as relações genéticas entre as diferentes populações de A. squamata e verificar a validade desta como uma espécie biológica simples, tendo em vista a grande lista de sinonímias que esta espécie possui.

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26 Figura 9. Amphipholis squamata (UFPB/ECH. 326). (a) vista aboral do disco (material em mau estado de conservação); (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Gênero Amphiura Forbes, 1843

Amphiura stimpsonii (Lütken, 1859)

(Figura 10 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 366, 774, 990.

Disco: Subpentagonal medindo de 2,63 a 3,03mm de diâmetro. Coberto por escamas imbricadas e de tamanhos irregulares. Escudos radiais estreitos, três vezes mais longos do que largos, quase completamente separados em sua extensão, por duas ou três escamas grandes e alongadas. Região ventral interradial coberta por escamas imbricadas

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27 e um pouco menores do que as dorsais. Fendas bursais estreitas. Escudos orais mais longo do que largo, tendendo a losangular. Madreporito subcircular. Escudos adorais alargados lateralmente. Duas papilas orais em cada lado da mandíbula, a distal é espatulada e a proximal é espiniforme, e está posicionada mais internamente na mandíbula.

Braços: Placa braquial dorsal um pouco mais larga do que longa, com ângulo proximal agudo e margem distal arredondada, tendendo a flabeliforme. Placa braquial ventral retangular e estreita. Quatro a cinco espinhos braquiais subiguais em tamanho e forma, com uma coroa de dentículos na extremidade. Uma escama tentacular bastante reduzida. Distribuição geográfica: Flórida, Antilhas ao Cabo Frio (RJ) (Tommasi 1970), St. Thomas, Curaçao (Thomas 1962), Dry Tortugas, Barbados, Cuba, Caribe Mexicano e Brasil (Hendler et al. 1995; Abreu-Pérez et al. 2005). Este é o primeiro registro desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: De 1 – 126m de profundidade (Hendler et al. 1995). Neste estudo foi registrada entre 10 a 18m.

Comentários: Espécie hermafrodita e vivípara. Vive em fundos de areia, lodo, sobre algas calcárias (Tommasi 1970) e cascalho de corais e conchas (Abreu-Pérez et al. 2005).

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28 Figura 10. Amphiura stimpsonii (UFPB/ECH. 774). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Gênero Ophiocnida Lyman, 1865

Ophiocnida scabriuscula (Lütken,1859)

(Figura 11 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 994.

Disco: Circular com leves reentrâncias na região interradial, medindo 4,45mm de diâmetro. Coberto dorsalmente e ventralmente por numerosos pequenos espinhos,

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29 presentes inclusive entre os escudos radiais. Escamas do disco numerosas, imbricadas de tamanhos irregulares, as maiores circundam os escudos radiais. Escudos radiais mais longos do que largos, divergentes (como unhas de cabra) e com duas pequenas placas acessórias. Fendas bursais longas. Escudo oral losangular, com margem distal afilada. Escudo adoral grande, subtriangular e alargado lateralmente. Em cada meia mandíbula há duas papilas orais, pequenas, arredondadas e ligeiramente alongadas. Um par de papilas infradentais bem desenvolvidas.

Braços: Placa braquial dorsal retangular, estreita, com a margem distal arredondada. Placa braquial ventral pentagonal. Duas pequenas escamas tentaculares, dispostas em um ângulo reto. Três espinhos braquiais levemente achatados, o dorsal é um pouco maior e mais largado que os outros dois.

Distribuição geográfica: Flórida, Antilhas e Bahia (BR) (Tommasi 1970), Bermudas, Dry Tortugas, Cuba, Golfo do México, Caribe Mexicano, Jamaica, Porto Rico, Ilhas Virgens, Tobago, Venezuela e Brasil (Hendler et al. 1995; Abreu-Pérez et al. 2005). Gondim et al. (2008) registraram a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba. Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 3m de profundidade (Tommasi 1970). Neste estudo foi registrada entre 18 a 30m.

Comentários: De acordo com Clark (1933 apud Tommasi 1970) esta é uma espécie litorânea com pequena distribuição batimétrica. Conhecida para fundos duros (cascalho e areia) (Tommasi 1970) e sobre fanerógamas marinhas (Hendler et al. 1995).

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30 Figura 11. Ophiocnida scabriuscula (UFPB/ECH. 994). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Gênero Ophiophragmus Lyman, 1865

Ophiophragmus brachyatis (Clark, 1915)

(Figura 12 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 1121.

Disco: Circular com 4,45mm de diâmetro. Coberto por escamas de formatos irregulares e imbricadas. Na região marginal interradial há de 12 a 13 pequenos espinhos, alongados e rombudos que decrescem em tamanho na direção dos escudos radiais. Escudos radiais um pouco mais longo do que largo, unidos, exceto na extremidade

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31 proximal, onde há uma pequena escama triangular separando-os. Região ventral interradial coberta por escamas semelhantes às dorsais. Escudos orais losangulares (em forma de cabeça de seta). Escudos adorais alargados lateralmente, tocando-se na linha média interradial. Duas papilas orais em cada meia mandíbula, a distal é maior e mais alargada. Duas papilas infradentais retangulares e robustas.

Braços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, retangular com bordas arredondadas. Placa braquial ventral pentagonal, com pequena reentrância na margem distal. Duas pequenas escamas tentaculares dispostas em um ângulo reto, a interna é um pouco mais alongada do que a externa. Três espinhos braquiais pequenos, comprimidos e rombudos, sendo o ventral o maior.

Distribuição geográfica: Flórida, Golfo do México e Brasil (Manso 1988a; Thomas 1962). Gondim et al. (2008) registraram a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: De 22 – 87m de profundidade (Manso 1988a; Thomas 1962). No presente estudo foi registrada a 30m.

Comentários: Espécie conhecida em fundos arenosos com predominância de Bryozoa (Manso 1988a). Tendo em vista que esta espécie é bastante reportada em profundidades de 37m, Thomas (1962) sugere que esta possivelmente pode ser encontrada em águas mais rasas.

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32 Figura 12. Ophiophragmus brachyatis (UFPB/ECH. 1121). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Gênero Ophiostigma Lütken, 1856

Ophiostigma isocanthum (Say, 1825)

(Figura 13 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 321, 322, 410, 415, 533, 567, 995, 1086, 1087, 1163, 1164.

Disco: De circular a pentagonal, medindo 1,58 a 3,31mm de diâmetro. Coberto por pequenos espinhos rombudos. Alguns grânulos grandes e rombudos distribuídos na região interradial, geralmente próximos aos escudos radiais. Escudos radiais pequenos. Região ventral interradial coberta por espinhos curtos e rombudos semelhante aos

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33 dorsais. Fendas bursais estreitas e longas. Escudos orais flabeliformes, com margem proximal aguda e distal alargada. Escudos adorais unidos proximalmente e quase se tocando na linha média braquial. Duas papilas orais em cada lado da mandíbula, distal longa, alargada e juntamente com sua oposta fecha a fenda oral. Um par de papilas infradentais bem desenvolvidas.

Braços: Longos. Placa braquial dorsal com margem proximal arredondada e distal reta. Placa braquial ventral pentagonal e alongada. Placas braquiais laterais unidas dorsal e ventralmente. Três espinhos braquiais rombudos. Duas escamas tentaculares alongadas. Distribuição geográfica: Bermudas, Flórida, Antilhas ao Brasil (Tommasi 1970), Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Ilhas Bahamas, Dry Tortugas, Golfo do México, Belize, Cuba, Jamaica, Porto Rico, Tortola, St. Thomas, St. Croix, Anguilla, St. Barthélemy, St. Christopher, Tobago, Curaçao, Aruba, Panamá, Venezuela e Brasil (Hendler 1995), Texas, Barbados, Trinidade (Pomory 2004), Aruba, Ilhas Virgens, Colômbia, (Abreu-Pérez et al. 2005;). Albuquerque & Guille (1991) registraram esta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: De 0 – 244m de profundidade (Hendler et al. 1995; Pomory 2004). Neste estudo foi registrada entre 14 a 34m.

Comentários: Segundo Clark (1933 apud Tommasi 1970) esta espécie raramente excede 7mm de diâmetro de disco. Vive em fundos rochosos, sedimento fino, entre cascalhos de conchas, corais, algas calcárias, embaixo de esponjas (Tommasi 1970; Hendler 1995; Manso et al. 2008) e em raízes de angiospermas marinhas (Thomas 1962). Espécie críptica e que pode se esconder enterrando-se no sedimento. Em espécimes recém coletados observam-se finos grânulos de sedimento aderidos ao muco no disco e nos braços. Indivíduos com 1mm de diâmetro de disco já apresentam gônadas maduras (Hendler 1995).

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34 Figura 13. Ophiostigma isocanthum (UFPB/ECH. 1163). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Família OPHIOTHRICHIDAE Ljungman, 1866 Gênero Ophiothrix Müller & Troschel, 1840

Ophiothrix angulata (Say, 1825)

(Figura 14 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 259, 307, 345, 360, 364, 367, 368, 373, 401, 402, 403, 404, 405, 416,

421, 424, 470, 474, 506, 514, 515, 516, 535, 536, 537, 538, 539, 540, 541, 546, 548, 552, 555, 556, 558, 565, 566, 575, 578, 581, 590, 593, 600, 624, 632, 667, 730, 731, 732, 733, 734, 735, 736, 737, 738, 778, 779, 780, 781, 782, 783, 784, 785, 786, 787, 788, 789, 790, 791, 792, 793, 794, 795, 796, 797, 798, 799, 800, 801, 805, 806, 807, 942, 943, 944, 945, 946, 947, 948, 949, 950, 951, 952, 953, 954, 955, 956, 957,

(47)

35

958, 959, 960, 961, 962, 963, 964, 965, 966, 967, 968, 969, 970, 971, 972, 973, 974, 975, 976, 977, 978, 979, 980, 981, 982, 983, 984, 985, 986, 987 988, 989, 1034, 1035, 1036, 1037, 1038, 1039, 1040, 1041, 1042, 1043, 1104, 1275, 13097, 1412.

Disco: Circular com 0,63 a 4,79mm de diâmetro. Coberto por pequenos espinhos hialinos bífidos ou trífidos. Escudos radiais mais longos do que largos, separados por uma fileira de escamas. Eles também podem apresentar espinhos curtos hialinos e trífidos recobrindo-os. Região ventral interradial coberta por espinhos semelhantes aos dorsais. Fendas bursais curtas e largas. Escudos orais alargados lateralmente, subtriangular, com margem distal arredondada e proximal aguda. Escudos adorais unidos proximalmente. Sem papilas orais e com um feixe de papilas infradentais no ápice da mandíbula.

Braços: Placa braquial dorsal flabeliforme. Placa braquial ventral um pouco mais longa do que larga, hexagonal, com margem distal mais alargada e algumas ligeiramente côncavas. Nove espinhos braquiais alongados, vítreos e denticulados, o penúltimo é o menor e o último está modificado em gancho. Uma pequena escama tentacular.

Distribuição geográfica: Da Carolina do Norte ao Sul do Brasil (Borges et al. 2002), ao largo da foz do rio La Plata, Bermudas, Antilhas (Tommasi 1970), México, Aruba, Curaçao, Bonaire, Cuba, Jamaica, Panamá e Venezuela (Albuquerque & Guille 1991), Flórida, Dry Tortugas, Bahamas, Antilhas Holandesas, Golfo do México, Texas, Caribe Mexicano, Uruguai (Hendler et al. 1995; Abreu-Pérez et al. 2005). Rathbun (1879) citou a ocorrência desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 540 m de profundidade (Borges et al., 2002). Neste estudo a espécie foi amostrada entre 10 a 34m de profundidade.

Comentários: Vive entre algas, entre e sob pedras, no interior de esponjas (Tommasi 1967b), em bancos de ostras, manguezal, bancos de fanerógamas marinhas e sobre animais sésseis como Millepora sp., gorgônias, esponjas entre outros (Hendler et al. 1995). De acordo com Monteiro (1987 apud Borges et al. 2002) indivíduos com diâmetro do disco menor que 4,0mm não apresentam espinhos longos sobre a região mediana da superfície dorsal do disco. Nesta espécie encontra-se uma grande variação de coloração, indo desde totalmente violeta até disco violeta e braços azuis anil.

(48)

36 Figura 14. Ophiothrix angulata (UFPB/ECH. 965). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Família OPHIACTIDAE Matsumoto, 1915 Gênero Ophiactis Lütken, 1856

Ophiactis quinqueradia (Ljungman, 1872)

(Figura 15 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 261, 285, 286, 287, 288, 289, 300, 349, 423, 425, 476, 478, 534, 559,

617, 618, 619, 620, 621, 622, 659, 661, 683, 1021, 1022, 1023, 1024, 1091, 1092, 1093, 1094.

Disco: De circular a pentagonal, medindo de 2,48 a 7,62mm de diâmetro. Coberto por escamas imbricadas e de tamanhos irregulares, as do centro do disco são as menores, as

(49)

37 maiores estão na região interradial e principalmente nas margens laterais dos escudos radiais. Alguns pequenos espinhos dispostos espaçadamente na região aboral do disco. Escudos radiais longos e separados em quase toda sua extensão por três escamas alongadas. Região ventral interradial densamente coberta por pequenos espinhos sobre as escamas, as quais são pequenas e imbricadas. Fendas bursais longas e alargadas. Escudos orais longos, sublosangulares, alargados proximalmente e estreito e alongado distalmente. Escudos adorais grandes, alargados lateralmente. Duas ou três papilas orais pequenas e espatuladas, a distal é mais alargada e a proximal é levemente curvada para o interior da boca.

Braços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, retangular, com margem proximal arredondada. Placa braquial ventral subcircular. Cinco ou seis espinhos braquiais, serrilhados e com uma coroa de dentículos na extremidade. O primeiro espinho dorsal é pequeno, o segundo é o maior e após este os outros decrescem em tamanho em direção ao ventral. Uma escama tentacular espatulada.

Distribuição geográfica: Da Carolina do Sul aos Abrolhos (BA) (Tommasi 1970) Flórida, Ilhas Bahamas, Dry Tortugas, Texas, Cuba, Caribe Mexicano, Porto Rico, Ilhas Virgens, Barbados, Curaçao, Belize, Panamá e Brasil (Hendler et al. 1995; Abreu-Pérez et al. 2005). Este é o primeiro registro desta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 618m de profundidade (Tommasi 1970; Hendler et al. 1995). No presente estudo foi registrada entre 11 a 34m.

Comentários: Vive em fundos de coral, areia, conchas quebradas e lodo, sendo também muito comum entre esponjas (Tommasi, 1970). De acordo com Hendler et al. (1995) esta espécie é endocomensal de esponjas, em Cuba O. quinqueradia foi registrada em concentrações de 200 a 300 indivíduos em exemplares de Agelas sp. (Abreu-Pérez et al. 2005).

(50)

38 Figura 15. Ophiactis quinqueradia (UFPB/ECH. 659). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Ophiactis savignyi (Müller & Troschel, 1842)

(Figura 16 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 428.

Disco: Disco circular medindo 1,3mm de diâmetro. Coberto por numerosas escamas imbricadas, as maiores estão na região interradial do disco. Alguns pequenos espinhos dispostos sobre as escamas da margem disco. Região ventral interradial com alguns espinhos sobre as escamas. Fenda bursal alargada. Escudos radiais grandes, triangulares

(51)

39 e contíguos. Escudos orais ovalados. Escudos adorais alargados lateralmente. Uma papila oral em cada hemimandíbula. Uma papila infradental bem desenvolvida.

Braços: Placa braquial dorsal mais larga do que longa, algumas vezes divididas em duas. Placa braquial ventral octagonal. Seis espinhos braquiais, apresentando dentículos na margem e na extremidade. Uma escama tentacular semi-elíptica.

Distribuição geográfica: Cosmopolita (Tommasi 1970). No Brasil é registrada para as regiões norte, nordeste e sudeste (Borges et al. 2002). Albuquerque & Guille (1991) registraram esta espécie para o litoral da Paraíba.

Distribuição Batimétrica: Da zona entremarés até 518m de profundidade (Tommasi 1970; Borges et al., 2002). Neste estudo foi registrada a 10m.

Comentários: Espécie encontrada em todas as zonas de recifes, em bancos de fanerógamas marinhas, áreas de manguezal e em comunidades contaminadas (Hendler et al. 1995). De acordo com Madsen (1970) O. savignyi é bastante polimórfica, o que resultou na sua vasta sinonímia. Os jovens são freqüentemente encontrados em grandes densidades no interior de esponjas, talvez como comensais (Hyman 1955). Segundo Cuènot (1948 apud Tommasi 1970) este comportamento seria um pseudocomensalismo devido ao seu acentuado esterotropismo positivo. Os exemplares jovens (com até 4mm de diâmetro de disco) se reproduzem por cissiparidade, enquanto que os maiores reproduzem-se tanto sexuada como assexuadamente (Tommasi 1970; Manso et al. 2008). De acordo com Gondim et al. (2008) pode viver permanentemente no fital, onde é encontrada em vários estádios de desenvolvimento.

(52)

40 Figura 16. Ophiactis savignyi (UFPB/ECH. 428). (a) vista aboral do disco; (b) vista ventral do disco; (c) Superfície dorsal do braço; (d) Superfície ventral do braço; (e) Mandíbula. (Escala: 1mm)

Família OPHIONEREIDIDAE Ljungman, 1867 Gênero Ophionereis Lütken, 1859

Ophionereis reticulata (Say, 1825)

(Figura 17 a – e)

Material examinado: UFPB/ECH. 125, 130, 305, 308, 327, 329, 342, 344, 465, 475, 477, 480, 484, 512,

513, 518, 523, 526, 544, 550, 557, 559, 582, 638, 640, 641, 646, 647, 648, 654, 660, 669, 681, 740, 741, 742, 914, 915, 916, 917, 918, 919, 920, 921, 922, 923, 924, 925, 926, 927, 1047, 1048, 1049, 1076, 1077, 1078, 1079, 1080.

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