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Educação Infantil - Currículo

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Academic year: 2021

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Educação Infantil

-Currículo

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Organização de Conteúdos – Referenciais Curriculares Nacionais

para Educação Infantil: Conhecimento de Mundo

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:

Profa. Ms Júlia de Cássia Pereira do Nascimento

Revisão Textual: Profa. Ms. Rosemary Toffoli

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• Introdução

• RCNEI - Volume 3: Conhecimento de Mundo

Organize-se em seus estudos para alcançar uma aprendizagem mais significativa.

Utilize o Ambiente Virtual de Aprendizagem, o Blackboard, e navegue seguindo o roteiro:

Leia o Aviso da unidade, onde você encontrará informações a respeito do tema a ser abordado na unidade.

Em Documentos da Disciplina você terá acesso ao desenvolvimento da disciplina. Para começar, você encontrará uma reflexão sobre nosso tema na Contextualização. O Conteúdo Teórico, onde são fornecidas informações e teorias para desenvolver o tema proposto.

Após a leitura, complemente sua aprendizagem com a Apresentação Narrada pelo professor para que você possa reforçar o conhecimento. Você conta ainda com uma vídeo-aula, que traz até você a presença do professor com explicações sobre o tema proposto na unidade.

Agora se prepare para realizar a Atividade de Sistematização, que são questões objetivas com auto-correção pelo sistema. Você deve também realizar a Atividade de Aprofundamento, que nesta unidade é sua participação em uma discussão no fórum, sobre um tema pertinente aos conteúdos estudados. Confira também a indicação de Material Complementar, lendo os textos que trarão mais aprendizagem sobre o tema, assim como as Referências utilizadas nesta unidade.

A prática pedagógica do professor e a aprendizagem de seus alunos dependem de seu comprometimento e também do conhecimento das referências utilizadas para o ensino na faixa etária que compreende a Educação Infantil.

Chegamos à unidade de nossa disciplina em que estudaremos e analisaremos as orientações para o trabalho com as crianças na Educação Infantil, contidas nos Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil – RCNEI, em seu volume 3 que trata do tema Conhecimento de Mundo.

Organização de Conteúdos – Referenciais

Curriculares Nacionais para Educação Infantil:

Conhecimento de Mundo

• Natureza e Sociedade • Matemática

• Conclusão • Música

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Contextualização

Quanto mais rica for a experiência Humana, tanto maior será o material colocado à disposição da Imaginação

Ricardo Japlassu

A figura acima nos remete à questão das experiências vividas como fonte de imaginação, crescimento e conhecimento.

Podemos proporcionar estas experiências às crianças na Educação Infantil, na aquisição do conhecimento que construirão sobre o mundo?

Após as leituras e discussões desta unidade, volte a esta questão e veja se suas respostas permanecem.

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Introdução

Conforme vimos na unidade anterior, nas discussões e estudos a respeito do volume 1, que trata da Introdução dos RCNEI e do volume 2 que trabalha a Formação Pessoal e Social, com os eixos Identidade e Autonomia, o trabalho com as crianças da Educação Infantil pede uma organização diferenciada, levando-se em conta o currículo a ser desenvolvido e as metodologias utilizadas para este trabalho.

Vamos agora conhecer e estudar o volume 3 que sob o título Conhecimento de Mundo, trata do desenvolvimento e construção das diferentes linguagens utilizadas pelas crianças e as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento.

RCNEI - Volume 3: Conhecimento de Mundo

Ao destacar o tema Conhecimento de Mundo o RCNEI nos leva a refletir sobre as possibilidades da criança construir diferentes linguagens, mostrando também as interações que podemos estabelecer no trabalho de seis eixos, no estabelecimento de relações com os objetos de conhecimento. Estes eixos são: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade, e Matemática.

Vamos entender o que cada um destes eixos nos orienta, analisando cada um deles em relação à sua concepção, assim como quanto aos objetivos, conteúdos e orientações didáticas a serem desenvolvidos.

Movimento

Sabemos que o movimento faz parte da vida da criança, antes mesmo de seu nascimento, ainda no útero de sua mãe. É por meio do desenvolvimento de diferentes movimentos que a criança adquire o controle sobre o próprio corpo, percebendo que pode interagir com o mundo e por esse meio expressar sentimentos, emoções e pensamentos.

Movimentos como a dança, o jogo e brincadeiras fazem parte da vida das crianças, sendo que ao brincar, imitar, dançar, criar movimentos próprios, as crianças estão “falando” de algo que lhes é importante.

Por este motivo é muito importante que a instituição de Educação Infantil propicie um ambiente no qual as crianças sintam-se acolhidas e seguras, mas que ofereça desafios a serem transpostos por elas, ampliando o desenvolvimento e conhecimento de si mesmas e do mundo. Nesse sentido, o deve-se trabalhar contemplando diferentes funções e manifestações que desenvolvam a motricidade das crianças, “abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas

nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal”

(RCNEI, vol.3, pg.15).

O RCNEI aponta para a necessidade de organizar-se uma prática educativa que permita às crianças o desenvolvimento de algumas capacidades.

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Crianças de zero a três anos

Espera-se que as crianças desta faixa etária sejam capazes de: • familiarizar-se com a imagem do próprio corpo;

• explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de interação;

• deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr, pular etc., desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;

• explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamento etc., para o uso de objetos diversos. (RCNEI, vol.3, p.27).

Crianças de quatro a seis anos

Nesta faixa etária devem ser aprofundados a ampliados os objetivos estabelecidos para as crianças de zero a três anos, além de garantir que as crianças possam:

• ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando gestos diversos e o ritmo corporal nas suas brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação; • explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força, velocidade,

resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente os limites e as potencialidades de seu corpo;

• controlar gradualmente o próprio movimento, aperfeiçoando seus recursos de deslocamento e ajustando suas habilidades motoras para utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações;

• utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamento etc., para ampliar suas possibilidades de manuseio dos diferentes materiais e objetos;

• apropriar-se progressivamente da imagem global de seu corpo, conhecendo e identificando seus segmentos e elementos e desenvolvendo cada vez mais uma atitude de interesse e cuidado com o próprio corpo. (RCNEI, vol.3, p.27).

O respeito às diferenças existentes quanto às capacidades desenvolvidas pelas crianças nas diferentes faixas etárias, deve ser levado em conta na organização dos conteúdos a serem trabalhados. Deve-se priorizar “o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais

do movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças de forma que possam agir com cada vez mais intencionalidade”. (RCNEI, 1998, vol.3, pg.28).

Orienta-se, portanto que sejam criadas condições diferenciadas quanto a espaços e materiais, brincadeiras, jogos, danças, atividades esportivas e outras práticas sociais, para que o processo de aprendizagem da criança ocorra.

O RCNEI apresenta os conteúdos referentes ao Movimento organizados em dois segmentos: A Expressividade, ou seja, as possibilidades expressivas do movimento e Equilíbrio e Coordenação, como o seu caráter instrumental.

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Por expressividade entende-se a capacidade de expressar e comunicar ideias, sentimentos e sensações, assim como manifestações corporais relacionadas à cultura da criança. Podemos trabalhar no sentido de permitir à criança a apropriação dos significados expressivos de seus movimentos, com a dança por exemplo.

Quanto ao equilíbrio e coordenação, segundo o RCNEI, as instituições de Educação Infantil devem trabalhar no sentido de

“assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças”. (RCNEI, vol.3, p.34)

Isto porque em todas as ações desenvolvidas nas diferentes brincadeiras podemos perceber aspectos ligados à coordenação do movimento e ao equilíbrio, podendo desenvolver velocidade, flexibilidade, força, percepção espacial. Além disso, podemos trabalhar a socialização, competição, colaboração e respeito a regras.

Na Educação Infantil os conteúdos devem ser trabalhados inseridos na rotina. No que diz respeito ao Movimento as atividades desenvolvidas devem valorizar suas dimensões expressivas, instrumentais e culturais, diariamente seja de forma planejada ou espontânea.

Podem ser desenvolvidos projetos com jogos, circuitos motores ou de dança, por exemplo, que envolve diferentes ações nas quais as crianças podem colaborar e participar com pesquisas, desenvolvimento de passos para a dança, confecção de roupas, apresentação, convites, etc.

Música

A música é uma arte muito antiga, que se constitui em uma das primeiras formas de comunicação e interação da criança com o mundo exterior. A reação das crianças às músicas cantadas pelos adultos ou por outras crianças nos mostram que ela pode ser utilizada para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças.

O RCNEI nos mostra que a música é uma forma de expressão dos sentimentos, pensamentos, comunicação, herança cultural. Portanto, orienta que sua utilização na escola é indispensável para que se proporcione à criança a integração, a interação, a aprendizagem, a percepção e a reflexão. Além disso, o trabalho com a música permite estimular o gosto musical apresentando às crianças a diversidade cultural e musical presente em sua vida.

Por considerar-se a música como linguagem e forma de conhecimento, entende-se que a linguagem musical tem estrutura e características próprias, devendo ser considerada como:

• produção — centrada na experimentação e na imitação, tendo como produtos musicais a interpretação, a improvisação e a composição;

• apreciação — percepção tanto dos sons e silêncios quanto das estruturas e organizações musicais, buscando desenvolver, por meio do prazer da escuta, a capacidade de observação, análise e reconhecimento;

• reflexão — sobre questões referentes à organização, criação, produtos e produtores musicais. (RCN, vol.3,p.49)

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Os objetivos da música para crianças de 0 a 3 anos é ouvir, perceber e diferenciar os diversos sons através da brincadeira, imitação e reprodução musical.

Quanto às crianças de 4 a 6 anos pretende-se explorar e identificar elementos da música, perceber, expressar sensações, sentimentos e pensamentos utilizando composições e interpretações musicais.

O conteúdo de Música trabalhado na educação infantil deverá respeitar o nível de percepção e o desenvolvimento das crianças em cada fase.

O RCNEI orienta o trabalho dos seguintes conteúdos: o fazer musical e a apreciação musical. O Fazer musical é uma forma de comunicação e expressão que acontece por meio da improvisação, da composição e da interpretação. A Apreciação musical refere-se à audição e interação com músicas diversas

O RCNEI orienta que se tratando das crianças de zero a três anos, a prática musical deve ser trabalhada com atividades lúdicas. Pode-se explorar a expressão e a produção do silêncio e de sons a partir da própria voz, do corpo, de diferentes materiais, ou mesmo com a interpretação de músicas e canções com a participação em brincadeiras e jogos cantados e rítmicos.

Quando trabalhamos com as crianças de quatro e seis anos há a possibilidade de ampliar os trabalhos desenvolvidos com os menores, incluindo-se a reflexão sobre aspectos referentes aos elementos da linguagem musical. Nesta faixa etária podem-se trabalhar as alturas dos sons (graves ou agudos), sua duração (curtos ou longos), a intensidade (fracos ou fortes) e o timbre (característica que distingue cada som). Incluindo neste trabalho os jogos e brincadeiras nos quais se utilizam a dança, a improvisação musical e um repertório de canções, podendo ser desenvolvida também a memória musical.

Orienta-se a utilização da música no cotidiano escolar das crianças de zero a três anos, sem esquecer a importância do trabalho com o silêncio, pois por meio dele é que as crianças poderão perceber os diferentes sons.

O trabalho com a música deve ser desenvolvido com a escuta de diferentes músicas, podendo aliar canções e sons aos movimentos corporais, na união de duas linguagens importantes para a criança.

Ao se trabalhar com as crianças de quatro a seis anos podemos incluir a música de forma mais detalhada, com a utilização de diferentes músicas ou gêneros musicais, até mesmo estrangeiros e de diferentes culturas, ou com músicas regionais, quando as crianças também podem contribuir com seus conhecimentos e heranças trazidas de suas famílias.

O professor pode também trabalhar somente a música, sem as letras, pois se possibilita à criança perceber, sentir, ouvir deixando ser guiado pela música e imaginação, sem necessidade de atribuição de uma letra.

Atenção

É importante, também, que o professor traga para as crianças o conhecimento sobre as obras trabalhadas e sobre seus compositores, pois assim inicia-se o conhecimento sobre produção musical.

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No que se refere à avaliação sobre a aprendizagem das crianças, de zero a três anos o professor deve perceber a atenção de ouvir, responder, imitar e a capacidade de expressão pela voz e corpo. Das crianças de zero a quatro anos observa-se a utilização da linguagem expressiva e a consciência do valor da comunicação por meio da voz, do corpo e dos instrumentos musicais.

O RCNEI traz ainda sugestões de obras musicais e discografia, para serem utilizadas no trabalho com as crianças na Educação Infantil, no que se refere ao subeixo Música.

Artes Visuais

As Artes Visuais se apresentam na vida das crianças de forma simples. Elas rabiscam, desenham em diferentes locais como chão e muros e com diversos materiais que encontram disponíveis por acaso. Por este motivo este é um tipo de linguagem muito importante que possibilita a expressão e a comunicação entre as pessoas, o que justifica plenamente sua presença no trabalho com a Educação Infantil.

O professor deverá organizar seu trabalho articulando os seguintes aspectos: fazer artístico, apreciação e reflexão.

• fazer artístico — centrado na exploração, expressão e comunicação de produção de trabalhos de arte por meio de práticas artísticas, propiciando o desenvolvimento de um percurso de criação pessoal;

• apreciação — percepção do sentido que o objeto propõe, articulando-o tanto aos elementos da linguagem visual quanto aos materiais e suportes utilizados, visando desenvolver, por meio da observação e da fruição24, a capacidade de construção de sentido, reconhecimento, análise e identificação de obras de arte e de seus produtores; • reflexão — considerado tanto no fazer artístico como na apreciação, é um pensar

sobre todos os conteúdos do objeto artístico que se manifesta em sala, compartilhando perguntas e afirmações que a criança realiza instigada pelo professor e no contato com suas próprias produções e as dos artistas. (RCN, vol.3, pg. 89)

A criança tem sua própria percepção, interpretação e visão de mundo, as quais devem ser respeitadas, levando-se em conta as individualidades pessoais.

Enquanto desenham ou criam objetos também brincam de “faz-de-conta” e verbalizam narrativas que exprimem suas capacidades imaginativas. Ela cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos.

A arte influencia a criança através de sua cultura, sendo que podemos perceber a espontaneidade e autonomia da criança em seu fazer artístico. As crianças contextualizam sua arte mostrando o local, a época histórica em que vivem, o que esperam, sonham ou ideias que apresentam. Por meio da arte pode-se desenvolver a imaginação, expressão e sensibilidade.

A ligação da criança com as artes visuais é importante, uma vez que possibilita o trabalho integrado do pensamento, da sensibilidade, da imaginação, da percepção, da intuição e da cognição no desenvolvimento das capacidades criativas das crianças.

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Os objetivos do trabalho com Artes Visuais, propostos no RCNEI são assim destacados: Crianças de zero a três anos:

• ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística;

• utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação. (RCNEI, vol.3 pg.95)

Crianças de quatro a seis anos:

• interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras artísticas (regionais, nacionais ou internacionais) com as quais entrem em contato, ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura;

• produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da construção, desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação. (RCNEI, vol.3, p.95)

O conteúdo de Artes visuais está assim dividido: Fazer artístico, relacionado às criações e produções artísticas das crianças, e a Apreciação em artes visuais, que trabalha a apreciação e leitura das imagens produzidas pela criança ou por outras pessoas.

Para desenvolver e aprimorar o fazer artístico, é preciso que a criança possa ter contato com diferentes materiais, assim como usá-los e explorá-los. O desenho é uma atividade que proporciona liberdade à criança para se expressar e para utilizar diferentes materiais, como sucatas, lápis, giz, tintas, sempre experimentando e construindo sua arte.

Quanto à apreciação em artes visuais espera-se que a criança seja capaz de observar uma gravura, por exemplo, analisando suas observações, questionamento a produção do artista, os instrumentos utilizados. Esta apreciação permite que o professor perceba o que a criança conhece, qual seu nível de percepção e sensibilidade ao observar a arte.

O professor deve respeitar o ritmo e interesse de cada criança, observando sempre o prazer e concentração demonstrados na realização da atividade. Com isto é possível adequar as atividades de acordo com os interesses da criança.

Deve-se também ter atenção quanto à organização da sala, a quantidade e a qualidade dos materiais disponíveis e sua distribuição no espaço ocupado, pois isto facilita o trabalho com artes visuais, especialmente o fazer artístico.

Linguagem Oral e Escrita

A importância deste eixo destaca-se por ser a linguagem oral e escrita uma das formas de inserção e de participação na sociedade. As diferentes práticas sociais pedem o conhecimento da leitura e escrita, motivo pelo qual devemos desde a Educação Infantil trabalhar estas noções com as crianças.

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O RCNEI destaca que:

O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. (RCNEI, vol.3, p.117)

Os objetivos estabelecidos para este eixo são: Crianças de zero a três

• participar de variadas situações de comunicação oral, para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências; • interessar-se pela leitura de histórias;

• familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos etc. (RCNEI, vol.3,p.131)

Crianças de quatro a seis anos

• ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários gêneros orais e escritos e participando de diversas situações de intercâmbio social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder perguntas;

• familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros, revistas e outros portadores de texto e da vivência de diversas situações nas quais seu uso se faça necessário; • escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor;

• interessar-se por escrever palavras e textos ainda que não de forma convencional; • reconhecer seu nome escrito sabendo identificá-lo nas diversas situações do cotidiano; • escolher os livros para ler e apreciar. (RCNEI, vol.3, p.131)

Os conteúdos a serem trabalhados com as crianças devem privilegiar a oralidade, a leitura e a escrita. Este trabalho deve ocorrer de forma integrada para que os três momentos se complementem. Desta forma o RCN orienta a organização dos conteúdos em três blocos: “falar e escutar”, “práticas de leitura” e “práticas de escrita”, sempre atendendo às necessidades e habilidades de cada faixa etária.

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No “Falar e escutar” o professor deve demonstrar à criança sua disponibilidade em escutá-la, dando atenção e demonstrando compreensão à mesma. Uma forma de desenvolver este quesito é possibilitar às crianças ouvir histórias e recontá-las, representando oralmente ou no papel.

No que se relaciona às Práticas de leitura, é possível apresentar aos alunos situações para que participem de leituras feitas pelo professor, de diferentes tipos de texto, de forma que a criança possa perceber e relacionar o escrito com o falado.

Uma atividade muito comum neste trabalho é a apresentação dos cartões com os nomes de cada criança, pedindo que a criança leia seu próprio nome entre todos, de diferentes formas e maneiras.

Por fim, tratando-se das Práticas de escrita, é importante que o professor entenda que o texto deve ser trabalhado constantemente em sala de aula, em diferentes situações e atividades. Pode-se enviar uma mensagem, escrever a data, realizar ditados, inclusive entre pares. Esta atividade além de permitir o desenvolvimento da escrita, cria um clima de cooperação e integração entre as crianças.

Natureza e Sociedade

As orientações para o trabalho do eixo Natureza e Sociedade, mostram que é preciso entender que as crianças vivem diariamente os fenômenos naturais e sociais, seja em casa, na escola ou nos diferentes ambientes que ela frequenta. Tais fenômenos provocam a curiosidade da criança, levando-as a se tornar mais investigativas sobre as causas ou consequências destes fenômenos, ficando curiosas e investigativas, fazendo perguntas e buscando respostas aos seus questionamentos e curiosidades.

As crianças interessam-se mais frequentemente pelos fenômenos relacionados aos pequenos animais, bichos de jardim, tubarões, castelos, filmes e tempestades.

O objetivo descrito no RCNEI para o trabalho com Natureza e Sociedade, no que diz respeito às crianças de zero a três anos, é “explorar o ambiente, para que possa se relacionar com pessoas,

estabelecer contato com pequenos animais, com plantas e com objetos diversos, manifestando curiosidade e interesse” (RCNEI, vol.3, p.175).

Quanto aos objetivos para o trabalho com as crianças de quatro a seis anos, o RCNEI estabelece:

• interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando informações e confrontando ideias;

• estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de outros grupos;

• estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a qualidade da vida humana. (RCNEI, vol.3, p.175)

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Os conteúdos trabalhados com as crianças de zero a três anos devem estar ligados e integrados à vida diária das mesmas. Não há aqui uma seleção fechada de conteúdos, mas sim algumas ideias importantes ligadas aos objetivos propostos, e que devem estar ligados aos contextos e rotinas da educação infantil.

Para atender aos objetivos propostos para a faixa etária de quatro a seis anos, os conteúdos a serem trabalhados organizam-se em cinco blocos: “Organização dos grupos e seu modo de ser, viver e trabalhar”; “Os lugares e suas paisagens”; “Objetos e processos de transformação”; “Os seres vivos” e “Fenômeno s da natureza”.

Esta organização não pretende fragmentar os conteúdos, mas facilitar a prática do professor frente às especificidades dos conhecimentos e conteúdos a serem trabalhados.

As principais possibilidades de aprendizagem apresentam-se quando o professor propicia a observação e a exploração do meio. É importante também que o professor faça perguntas que estimulem a curiosidade, ao invés de apresentar explicações prontas, levando em conta aquilo que as crianças já conhecem. As crianças apresentam maior aprendizado quando se envolvem fazendo coleta de dados com outras pessoas, por exemplo, ou ainda quando é possibilitado a elas uma experiência direta com o meio.

Matemática

As crianças têm diferentes experiências com a matemática, uma vez que diferentemente do que muitas pessoas pensam, ela está presente no dia a dia de todos, assim como da criança, desde o conferi figurinhas. A criança constrói as noções matemáticas a partir de suas experiências e interações com o meio, nas relações com as pessoas e em seus interesses pessoais. A criança divide balas, separa brinquedos, mostra sua idade com os dedinhos, enfim, demonstra nas suas ações a elaboração de conhecimentos matemáticos.

Trabalhar a matemática na educação infantil permitirá que a criança elabore informações e estratégias que favorecerão a aquisição de novos conhecimentos.

Os objetivos do trabalho com Matemática na Educação Infantil seguem as necessidades e competências de cada faixa etária.

Para as crianças de zero a três anos, o objetivo é criar oportunidades para as crianças desenvolverem a capacidade de “estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações espaciais etc.” (p.215).

Com relação às crianças de quatro a seis anos, o objetivo é expandir o que já foi trabalhado na faixa etária anterior, para que as crianças sejam capazes de:

• reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano;

• comunicar ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas a quantidades, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática;

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• ter confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos prévios. (RCNEI,vol.3,pg.215) Os conteúdos matemáticos devem ser selecionados e organizados considerando-se os conhecimentos prévios das crianças e as possibilidades de ampliação destes conhecimentos por parte das mesmas.

Segundo o RCNEI, esta seleção deve levar em conta que:

• aprender matemática é um processo contínuo de abstração no qual as crianças atribuem significados e estabelecem relações com base nas observações, experiências e ações que fazem, desde cedo, sobre elementos do seu ambiente físico e sociocultural;

• a construção de competências matemáticas pela criança ocorre simultaneamente ao desenvolvimento de inúmeras outras de naturezas diferentes e igualmente importantes, tais como comunicar-se oralmente, desenhar, ler, escrever, movimentar-se, cantar etc. (VOL.3, p.217).

Os conteúdos a serem trabalhados com as crianças de zero a três anos devem abranger a contagem oral, noções de quantidade, de tempo e de espaço. Isto pode ser desenvolvido por meio de jogos, brincadeiras ou músicas.

É importante também o manuseio de diferentes objetos e brinquedos, para que as crianças possam descobrir características, mas especialmente suas propriedades e possibilidades de associação, tais como empilhar, rolar, encaixar, etc.

No que diz respeito às crianças de quatro a seis anos, os conteúdos a serem trabalhados se dividem em três blocos:

• “Números e sistema de numeração”, Este bloco de conteúdos envolve contagem, notação e escrita numéricas e as operações matemáticas.

• “Grandezas e medidas” Este bloco pretende trabalhar a aprofundar os conhecimentos que as crianças já têm sobre medidas, trazidas de suas práticas do dia a dia, pois já entendem que cada coisa tem seu tamanho, peso ou temperatura, o que lhes permite fazer comparações e relações.

• “Espaço e forma”. O conteúdo deste bloco pretende trabalhar com as crianças o pensamento geométrico compreendendo as relações e representações espaciais

Alguns professores se utilizam de jogos e brincadeiras no trabalho da Matemática e isso é muito interessante para as crianças. O que não podemos nos esquecer é de que o jogo é um recurso pedagógico que vai enriquecer a prática do professor e levar à aprendizagem das crianças. Jogos sem objetivos pedagógicos não atendem às orientações dos RCNEI para o trabalho com as crianças na Educação Infantil.

A partir de suas observações o professor poderá propor atividades para que as crianças avancem nos seus conhecimentos.

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Conclusão

Você conheceu nesta unidade as orientações contidas no volume 3 dos Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil – RCNEI. Este volume, intitulado Conhecimento de Mundo, nos mostra as diferentes linguagens que as crianças constroem e as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento. O conhecimento de mundo nos Referenciais é abordado por meio das seguintes áreas de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.

O Referencial orienta um trabalho de forma intencional e integrada de conteúdos, para que o professor possa desenvolver as capacidades e possibilidades que cada criança apresenta no processo de aprendizagem, ampliando seus conhecimentos e atendendo à formação integral de seus alunos.

Neste sentido o educador tem papel importante no trabalho com as crianças, pois não se trata somente de apresentar conteúdos para os pequenos, mas especialmente levar as crianças a desenvolver suas capacidades de observação, experimentação, curiosidade, saberes e atitude crítica.

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Material Complementar

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI é importante documento que nos orienta na educação das crianças de zero a seis anos.

Para complementar as informações contidas nesta unidade, é importante que você leia o RCNEI em sua versão original, procurando subsídios para sua prática pedagógica. Além disso, seguem sugestões de leitura que vão complementar seu aprendizado.

1. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. V. 3. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf.

2. CARTAXO, Simone Regina Manosso. Pressupostos da Educação Infantil. Cap. 3 – p.123-141. Curitiba: Ibpex, 2011 (série Fundamentos da educação). Disponível em https://cruzeirodosul.bv3.digitalpages.com.br/reader#3.

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Referências

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. V. 3. Disponível em http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf . Acesso abr.2013

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