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PERCEPÇÃO DOS VAREJISTAS SUPERMERCADISTAS QUANTO À NECESSIDADE DA UTILIZAÇÃO DE SACOLAS BIODEGRADÁVEIS: UM ESTUDO DE CASO

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PERCEPÇÃO DOS VAREJISTAS

SUPERMERCADISTAS QUANTO À

NECESSIDADE DA UTILIZAÇÃO DE

SACOLAS BIODEGRADÁVEIS: UM

ESTUDO DE CASO

Ariel Vieira de Góes Júnior (uniminas)

arielgoes@hotmail.com

Ariane Soares Fidelis (uniminas)

asfidelis@hotmail.com

Leonardo Caixeta de Castro Maia (ufu)

leonardocaixeta@triang.com.br

ODILON JOSE DE OLIVEIRA NETO (ufu)

professorodilon@yahoo.com.br

Nesta primeira década do século XXI, o aumento da discussão sobre preservação do meio ambiente tem acarretado mudanças no dia-a-dia dos consumidores, na condução de políticas públicas pelos governos, na pesquisa por materiais biodegradáveiss e, ações de sustentabilidade por parte dos empresários. Assim, este artigo tem como objetivo avaliar a percepção dos varejistas supermercadistas quanto à necessidade da utilização de sacolas biodegradáveis no município de Uberlândia-MG. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre logística com fluxo direto e também reverso, especificamente, sobre o pós-consumo. Adicionalmente realizou-se pesquisa de campo, delineado por um questionário pré-estruturado por pesquisa de caráter qualitativo, para revelar a percepção do empresariado quanto ao assunto e o que levaria a optar em substituir as sacolas plásticas convencionais. Ao final, como contribuição, o artigo expõe que apesar da preocupação quanto aos fatores ambientais, os empresários não vêem a sacola biodegradável como fator de diferenciação competitiva, e sim, como parâmetro de custo.

Palavras-chaves: Logística Reversa; Varejo Supermercadista; Sacolas Biodegradáveis

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2 1.Introdução

Nesta primeira década do século XXI, o aumento da discussão sobre preservação do meio ambiente tem acarretado mudanças no dia-a-dia dos consumidores, na condução de políticas públicas pelos governos, na pesquisa por materiais biodegradáveis e, ações de sustentabilidade por parte dos empresários. Assim, este artigo tem como objetivo avaliar a percepção dos varejistas supermercadistas quanto à necessidade da utilização sacolas biodegradáveis no município de Uberlândia, MG.

O objeto de estudo é a sacola plástica utilizada no meio supermercadista, e que possui como finalidade primária a proteção e acomodação para o transporte do varejo para a residência de consumidores, bem como de divulgação da empresa. Contudo, esta embalagem é utilizada, em larga escala, pelos consumidores para um segundo momento, isto é, para arranjo de lixo residencial, sendo este volume, posteriormente, encaminhado para os aterros e lixões.

Neste sentido, para legitimar os objetivos deste trabalho realizou-se a pesquisa de campo, delineado por um questionário pré-estruturado por pesquisa de caráter qualitativo, para revelar a percepção do empresariado quanto ao assunto e o que levaria a optar em substituir as sacolas plásticas convencionais.

Evidencia-se neste momento, que o “ciclo de vida” dos produtos na cadeia de distribuição está cada vez mais “ampliado”, pois este não termina na utilização ou consumo, mas está sendo reerguido por processos e materiais que permitem a reutilização alternativa, também chamado de revalorização. Neste panorama, consoante com Ballou (1993), Bowersox, Closs (2001), Leite (2003), o gerenciamento destes processos, denominados de logística reversa, tornaram-se fatores de diferenciação para o meio empresarial.

Assim, este artigo está dividido nos seguintes tópicos: apresentação do objeto de estudo, a revisão bibliográfica, metodologia de pesquisa, o trabalho de campo e respectivos dados e informações coletadas e, ao final, as considerações finais.

2.O objeto de estudo

Conforme pesquisa realizada pela FGV–RJ para a Associação Brasileira de Embalagens – ABRE – (2008), esse segmento faturou aproximadamente 34,7 bilhões de reais, em 2008, o que corresponde a 1,4% do PIB brasileiro. O setor de embalagens, ainda de acordo com a entidade, é dividido em sete grandes segmentos, expostos a seguir com as respectivas participações: materiais de plástico (36,4%), papelão, papel cartão (29,6%), metal (17,0%), papel (7,0%), vidro (4,9%), madeira (2,3%) e finalmente têxteis (2,9%).

No caso específico das sacolas plásticas de supermercado, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (pebd), com uma previsão para decomposição é de até 100 anos em aterros sanitários (http://www.wikipedia.org).

Consoante com a empresa DES (2008) e instituto FUNVERDE (2008), afirma-se que, a cada mês, um bilhão de sacos plásticos são distribuídos pelos supermercados no Brasil, gerando uma média aproximada de 50 unidades por habitante por mês (IBGE, 2008). Deste total, ainda de acordo com as instituições, 80% deste total, são reutilizados como sacos plásticos para lixo doméstico. As conseqüências são desastrosas, pois se promove a redução da vida útil dos aterros sanitários e lixões em função do grande volume de plásticos, assim como a impermeabilização e a instabilidade destas áreas (DES, 2008).

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3 Como proposta para reverter este cenário expõe-se a sacola biodegradável que tem como principal fator de diferenciação um prazo de decomposição de 18 meses nos aterros sanitários, porém com um custo de 10% mais cara do que a embalagem com plástico “comum”, porém releva-se mais barata que o papel (RES DO BRASIL, 2008).

Neste panorama, como metodologia de pesquisa, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre logística com fluxo direto e também reverso, especificamente, sobre o pós-consumo, sobre a funcionalidade da embalagem, na perspectiva dos fatores de marketing, logística e meio ambiente, vista em maiores detalhes a seguir:

3.Revisão bibliográfica

A revisão bibliográfica foi realizada abordando-se os seguintes temas; logística com fluxo direto, reverso, o papel da embalagem para as organizações, as preocupações ambientais das empresas, e, finalmente, a logística pós-consumo.

3.1 A logística de fluxo direto

Segundo Ballou (1993) e Novaes (2001) um produto ou um serviço tem pouco valor se não estiver disponível aos clientes no tempo e no lugar em que estes desejam consumi-lo. Assim, quando uma empresa incorre em custos para movimentar os produtos em direção aos clientes e torna um estoque disponível de maneira oportuna, o valor só é gerado no momento da entrega ao cliente.

Assim, nas empresas, a função logística representa um elemento capaz de criar VALOR (grifo nosso) para o cliente. Evidentemente, por meio das atividades de transportes, fluxos de informação de tempo e nível de estoques, a função logística controla estes dois elementos tão fundamentais para criação do valor (NOVAES, 2001; BALLOU, 1993; BOWERSOX, CLOSS, 2001).

Neste contexto, a embalagem contribui efetivamente para aumento da eficiência e eficácia do sistema logístico. Desde o processo de recepção dos pedidos, na possibilidade da identificação e movimentação correta dos itens dentro das organizações, na expedição e também nas dimensões e densidade adequadas para as unidades do transporte.

Assim, a utilidade da embalagem, de acordo com Ballou (1993), Bowersox e Closs (2001), está inserida no contexto do planejamento do sistema logístico, do marketing e também do meio ambiente. A seguir expõe-se a embalagem como fator de avaliação por parte destas funções nas organizações.

3.2 Multifuncionalidade da embalagem

Ballou (1993) Bowersox e Closs (2001) defendem que a embalagem possui diferentes aplicações: tanto fatores logísticos, como ao mesmo tempo de marketing e, também, de meio ambiente. Ainda de acordo com os autores, ratificam também que embora conflitantes, estes devem trabalhar para o sucesso do sistema logístico. Quanto ao primeiro, logístico, expõem-se os seguintes critérios: a facilidade de manuseio, a proteção ao produto, a comunicação de informações relevantes para as empresas do canal de distribuição para as atividades de armazenagem e de movimentação.

Para o consumidor, a escolha pelo tipo, material e modelo de embalagem é realizada pela conveniência, pelas características de acomodação nas prateleiras e concomitantemente, para proteger o produto. (BALLOU, 1993; BOWERSOX, CLOSS, 2001).

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4 do canal de distribuição absorvem os custos, sendo de uma parte, os custos referentes ao projeto, planejamento, confecção e perdas de material da mesma, e numa outra extremidade, da obrigação da realização do descarte, ou reutilização.

Neste contexto, evidenciada pela preocupação ambiental presente nesta primeira década do século XXI, os materiais utilizados para a confecção da embalagem devem estar inseridos nas escolhas empresariais por parte de qualquer organização pertencente ao canal de distribuição, justificando assim, a implantação da logística reversa. Cada vez mais, esses recursos terão uma “sobrevida”, para uma reutilização por parte de um elo da cadeia de abastecimento, vista em maiores detalhes a seguir:

3.3 Logística reversa

Enquanto a logística empresarial preocupa-se com o fluxo direto, da matéria-prima para o produto final, do produtor ao consumidor ou usuário final, o escopo do processo logístico reverso inclui a retirada destes produtos, novos ou usados para um possível re-valorização. Portanto define-se a logística reversa por:

Etapas, formas e meios em que uma parcela dos produtos, com pouco uso após a venda, com ciclo de vida útil ampliado ou após extinta a sua vida útil, retorna ao ciclo produtivo ou de negócios, readquirindo valor em mercados secundários pelo reuso ou pela reciclagem de seus materiais constituintes (LEITE, 2003, p.24) Assim, como exemplo, a logística reversa proporciona as devoluções adequadas de produtos de clientes aos centros produtivos, o inventário excedente, e redistribuição de produtos, segundo regras de gerenciamento dos materiais, que maximizem o valor dos itens no final de sua vida útil original.

Concomitantemente, a logística reversa tem como objetivo atender aos princípios de sustentabilidade ambiental como o da “produção limpa”, em que a responsabilidade de quem produz, não termina no momento da produção, mas deve responsabilizar-se também pelo destino final dos produtos gerados, para reduzir o impacto ambiental que estes causam. (SILVA, SILVA, 1998)

De acordo com Leite (2003), uma operação de logística reversa é consideravelmente diferente das operações normais. Devem-se estabelecer pontos de coleta para receber os bens usados do usuário final, ou remover ativos da cadeia de suprimento para que se possa atingir um uso mais eficiente do inventário/material. São necessários sistemas de embalagem e armazenagem que garantam que a maior parte do valor do item usado não se perca por um manuseio incorreto bem como requer um meio de transporte que seja compatível com o sistema logístico regular.

A disposição dos materiais pode incluir a devolução de bens ao inventário ou armazém, a sua devolução ao fabricante original, a sua venda em um mercado secundário, a reciclagem, ou uma combinação que gere o maior valor para os bens em questão.

Ainda segundo Leite (2003), conclui-se que o planejamento logístico do sistema reverso utiliza os mesmos processos de um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de serviço, armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de informação. No entanto, a logística reversa deve ser vista como um novo processo, para atender a objetivos não apenas legislativos e de marketing, mas também para a lucratividade da organização. Neste sentido, evidencia-se a seguir as principais razões existentes para a implantação do fluxo reverso:

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5 3.4 Principais razões que levam as empresas a atuarem em logística reversa

De acordo com Lacerda (2002), Leite (2003), as principais razões que levam as empresas a atuarem em logística reversa são: (a) a legislação ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do tratamento necessário; (b) os benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo; (c) a crescente conscientização ambiental dos consumidores, as razões competitivas no que se referem à diferenciação por serviço, a limpeza do canal de distribuição; e (d) a proteção de margem de lucro, a recaptura de valor e recuperação de ativos.

Neste sentido, a implantação de canais de distribuição reversos, conforme definido por Leite (2003) são fundamentais para o sucesso da organização. O processo de logística de pós-consumo, relacionado ao descarte, reutilização, desmonte e reciclagem adequada de produtos é descrito em maiores detalhes a seguir:

3.5 Logística do pós-consumo

A logística de pós-consumo evidenciou-se com a diminuição do ciclo de vida dos produtos. Alguns fatores são preponderantes, tais como o crescimento do poder de consumo, e, concomitantemente, a introdução de novas tecnologias de fabricação, que reduzem o custo de produção, a implantação de sistemas logísticos que proporcionam níveis de serviço, garantindo a acessibilidade de um maior número de consumidores e também pelo marketing acirrado entre as organizações.

Assim, a logística reversa de pós-consumo traz o conceito de se administrar não somente a entrega do produto ao cliente, mas também o seu retorno, direcionando-o para ser descartado, reutilizado, desmontado e reciclado de forma adequado e com menor impacto ao meio ambiente.

Para corroborar os fundamentos expostos acima, adotou-se a pesquisa de campo delineada por um questionário pré-estruturado por um caráter qualitativo, com um objetivo para revelar a percepção do empresariado quanto à necessidade da utilização das sacolas biodegradáveis e o que levaria a optar por substituir as sacolas plásticas convencionais.

4. Metodologia

O trabalho, segundo Gil (1991), é apresentado pelo estudo de caso, pois não se aceita um roteiro rígido para a sua delimitação, mas é possível definir quatro fases que mostram o seu delineamento: a) delimitação da unidade-caso; b) coleta de dados; c) seleção, análise e interpretação dos dados; d) elaboração do relatório, que são apresentadas em maiores detalhes a seguir:

Delimitação da unidade-caso: Os sujeitos da pesquisa foram gerentes, supervisores, encarregados e colaboradores responsáveis pelos supermercados. Após a coleta dos dados, foi realizado tratamento qualitativo e quantitativo dos mesmos, na forma de uma análise comparativa entre a teoria revisada, a prática observada e propostas de melhorias.

Coleta de dados: O instrumento adotado para coleta de dados junto aos consumidores pesquisados é o questionário, que, segundo Gil (1991) é uma “técnica de investigação composta por um numero mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses expectativas, situações vivenciadas etc.”

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6 coleta de dados, por permitir atingir um número considerável de pessoas, implicar baixo custo e garantir o anonimato das respostas, caracterizando por questões dos tipos fechadas. Assim, atendendo recomendações proposta por Gil (1991), o questionário não ultrapassa o numero de dez questões, utilizando o método da comunicação, com aplicação de questionário do tipo estruturado e não disfarçado. O questionário estruturado é aquele em que as questões são listadas e não permitem alterações, uma vez iniciado o processo de coleta de dados. Entende-se não disfarçado o questionário que, ao ser aplicado, esclarece os objetivos ao entrevistado. O instrumento de coleta segue as orientações de um estudo de corte transversal, no qual, segundo Richardson (1999), “ [...] os dados são coletados de um ponto no tempo, com base em uma amostra selecionada para descrever uma população nesse determinado momento”.

Elaboração do relatório: Há, em sua introdução, informações acerca do propósito da pesquisa e a recomendação de que não seria necessária a identificação dos entrevistados. Compõe-se o instrumento de questões de caráter pessoal e de questões específicas sobre o tema estudado em foco e a obtenção dos dados dos entrevistados se deu mediante entrevistas pessoais, realizadas de forma coerente.

Antes de sua aplicação, todavia, o questionário passou por uma “prova” preliminar, denominada pré-aceitação, para ajustes que se fizeram necessários, decorrentes de observações e estudo das questões, compreensão das perguntas e outras falhas, de certa forma, comuns na elaboração de instrumento dessa natureza. Os trabalhos de pesquisa realizados, em virtude do estudo do tema abordado, envolveram a preparação para as atividades de campo, a coleta de dados e o processamento e análise dos resultados.

A atividade de campo foi composta pela construção do instrumento de coleta de dados, realização da pré-aceitação, reformulação do questionário, visto que a coleta de dados corresponde à aplicação do questionário, conferência, verificação e correção dos preenchimentos do instrumento de coleta de dados.

Por fim, para o processamento e análise dos dados, foi utilizada a digitação, no trabalho de contagem, cruzamento dos dados, análise e interpretação dos dados, relacionados às informações decorrentes da pesquisa com o problema e objetivo deste trabalho. A seguir, caracteriza-se o estudo realizado.

5. O ambiente de estudo

O estudo foi realizado em nove estabelecimentos comerciais caracterizados como varejistas supermercadistas, que são patrocinados por um atacado distribuidor. As lojas estão situadas na cidade de Uberlândia, MG, com uma população estimada em seiscentos mil habitantes (IBGE, 2007). Assim, considerando as estatísticas da empresa DES, são encaminhadas, anualmente para o aterro sanitário, aproximadamente 288 milhões de sacolas plásticas para o aterro sanitário.

Para a realização da pesquisa de campo, foi elaborado um questionário, abordando os seguintes temas: se a empresa preocupa-se com a preservação ambiental, se adota medidas de preservação, como o reaproveitamento de embalagens, e se desenvolvem palestras e treinamento para conscientização dos funcionários para o tema. Ao mesmo tempo, discuti-se se as organizações têm conhecimento sobre as sacolas biodegradáveis, o interesse em trabalhar com este material e se realizou alguma pesquisa para adotá-las. Como última indagação, quais eram as possíveis conseqüências, para a empresa, da opção pelas sacolas biodegradáveis. As respostas para os questionamentos são expostos a seguir:

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7 A empresa se preocupa com a preservação ambiental

56% 44%

0%

Sempre se preocupou Raramente se preocupa Não se preocupa

A empresa adota medidas para preservação do meio ambiente.

56% 33%

11%

( ) Sempre adotou ( ) Raramente ( ) Nunca adotou

Na empresa realiza-se o reaproveitamento de materiais e embalagens

33%

67%

0%

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Não

5.1 O estudo

Apresentam-se, a seguir, os resultados da pesquisa realizada com nove estabelecimentos comerciais na cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais, durante o mês de janeiro de 2009 e na seqüência são expostas as percepções dos empresários referentes ao tema abordado.

 A empresa se preocupa com a preservação ambiental?

A primeira pergunta do instrumento de pesquisa buscou identificar, através dos entrevistados, se por parte deles havia uma preocupação da empresa com a preservação ambiental. Dos 09 entrevistados, 56% deles sempre se preocuparam, enquanto em menor número, 44% deles raramente se preocupam com preservação ambiental.

Gráfico 1 Preocupação da empresa com a preservação ambiental

 A empresa adota medidas para preservação do meio ambiente?

Na segunda pergunta questionou-se aos entrevistados se a empresa adota medidas para preservação do meio ambiente, somente 56% responderam positivamente, enquanto com 11% nunca a empresa adotou medidas para preservação do meio ambiente.

Gráfico 2 Adoção de medidas de preservação do meio ambiente, pela empresa

 Na empresa realiza-se o reaproveitamento de materiais e embalagens? Ao

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8

A empresa tem conhecimento sobre as sacolas biodegradáveis.

67% 11%

22%

( ) Sim ( ) Muito pouco ( ) Não tem conhecimento

serem perguntados se a empresa realiza o reaproveitamento de materiais e embalagens, seis dos entrevistados responderam às vezes, enquanto três responderam positivamente, apontando os percentuais de 67% e 33%, respectivamente.

Gráfico 3 Reaproveitamento de materiais e embalagens na empresa

 A empresa desenvolve palestras e treinamento para conscientização dos funcionários quanto à preservação ambiental e o reaproveitamento de matérias embalagens?

A pesquisa identificou que 78% das empresas não desenvolvem palestras e treinamento para conscientização dos funcionários quanto à preservação ambiental e o reaproveitamento de matérias embalagens, enquanto 22% dos das empresas freqüentemente, conforme os números e índices apresentados.

Gráfico 4: Realização, pela empresa, de palestras e treinamento de funcionários quanto ao reaproveitamento de embalagens e à conscientização ambiental

 A empresa tem conhecimento sobre as sacolas biodegradáveis?

Esta questão buscou identificar qual das empresas tem conhecimento sobre as sacolas biodegradáveis. Dos entrevistados, 67% têm esse conhecimento; em seqüência, 11% dos entrevistados conhecem muito pouco sobre o assunto e 22% não conhecem.

Gráfico 5 Conhecimento, pela empresa, de sacolas biodegradáveis

A empresa desenvolve palestras e treinamento para conscientização dos funcionários quanto à preservação ambiental e o reaproveitamento

de matérias embalagens.

0%

22%

78%

(9)

9

A empresa realizou alguma pesquisa ou estudo sobre a possibilidade de adotar as sacolas biodegradáveis.

11%

11%

78%

( ) Sim, pesquisamos

( ) iniciamos a pesquisa, mas não concluímos ( ) Não

A empresa tem interesse em conhecer e trabalhar com as sacolas biodegradáveis.

45%

22% 33%

( ) Sim ( ) Muito pouco ( ) Não

 A empresa tem interesse em conhecer e trabalhar com as sacolas biodegradáveis?

Ao serem perguntadas se a empresa tem interesse em conhecer e trabalhar com as sacolas biodegradáveis, 45% dos entrevistados responderam que sim, enquanto 22% disseram muito pouco, e na seqüência 33% deles responderam que não.

Gráfico 6: Interesse, pela empresa, em conhecer e trabalhar com sacolas biodegradáveis

 A empresa realizou alguma pesquisa ou estudo sobre a possibilidade de adotar as sacolas biodegradáveis?

A pesquisa apontou que 78% das empresas não realizaram alguma pesquisa ou estudo sobre a possibilidade de adotar as sacolas biodegradáveis, e 11% pesquisaram e iniciaram a pesquisa, porém não concluíram.

Gráfico 7: Realização de pesquisa, pela empresa, sobre a possibilidade de adoção de sacolas biodegradáveis

(10)

10

Optando pelas sacolas biodegradáveis, a empresa acredita que:

33%

22% 45%

( ) Destacaria -se no mercado, em relação aos seus concorrentes.

( ) Haveria um aumento no faturamento, pois atrairiam clientes preocupados com a preservação ambiental.

( ) Não haveriam mudanças significativas.

O que faria a empresa adotar as sacolas biodegradáveis.

56% 11%

22%

11%

( ) Custo ( ) Fornecedor ao alcance

( ) Preservação do meio Ambiente ( ) Preferência do consumidor

A pesquisa identificou que, para os entrevistados, o fator prioritário de se adotarem as sacolas biodegradáveis, em primeiro lugar com 56% é o custo das sacolas, na seqüência com 22% preservação ambiental, com ambos 11% o fator fornecedor ao alcance e preferência do consumidor pelas sacolas biodegradáveis.

Gráfico 8: O que faria a empresa adotar as sacolas biodegradáveis

 Possíveis conseqüências, para a empresa, da opção pelas sacolas biodegradáveis.

Ao serem questionados sobre que conseqüências haveria da opção pelas sacolas biodegradáveis, 33% das empresas acredita que se destacariam no mercado, em relação aos seus concorrentes, 22% acreditam que haveria um aumento no faturamento, pois atrairiam clientes preocupados com a preservação ambiental e na sua maioria 45% acreditam que não haveria mudanças significativas:

Gráfico 9: Possíveis conseqüências, para a empresa, da opção pelas sacolas biodegradáveis 5.2 Interpretação dos dados

Os resultados encontrados permitem concluir que uma parcela considerável dos empresários se preocupa com a preservação do meio ambiente e adota medidas para contribuir com a preservação ambiental.

Na sua maioria, as empresas têm conhecimento das sacolas biodegradáveis e apresentam interesse em conhecer e trabalhar com elas, em substituição às sacolas plásticas convencionais. Vide gráfico 1.

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11 No entanto, o fator prioritário que limita a adoção desta nova tecnologia foi o custo das sacolas. Pode-se relacionar a preferência pelas sacolas biodegradáveis diretamente com o custo, já que a maioria dos empresários entrevistados acredita que, caso optassem por elas, não haveria mudanças significativas para a empresa, em relação a um aumento no faturamento. Evidenciam que esta medida não atrairia clientes preocupados com a preservação ambiental, nem tampouco a faria destacar-se no mercado, em relação aos seus concorrentes.

6. Considerações finais

O objetivo deste artigo foi de avaliar a percepção dos varejistas supermercadistas quanto à necessidade da utilização de sacolas "biodegradáveis” em Uberlândia-MG.

Assim, identificou-se que os empresários varejistas, quando questionados sobre a preocupação ambiental, mais da metade da amostra responderam que sempre avaliam a questão ambiental e que também adotam medidas para sua preservação. Porém durante a verificação do reaproveitamento dos materiais e embalagens, pode-se constatar que, apesar desta aparente compreensão do tema, somente um terço dos entrevistados efetua a reutilização e apenas um quarto desenvolve ações práticas de conscientização.

Neste sentido, pode-se verificar que a cultura de preservação não faz parte da rotina destas empresas, pois 78% dos entrevistados não desenvolvem programas de conscientização dos funcionários quanto à preservação ambiental.

Sobre as sacolas biodegradáveis a maioria tem conhecimento, e 45% dos varejistas tem interesse de utilizá-las, porém, novamente, identificou-se uma incoerência, pois como já mencionado anteriormente, 56% dos varejistas se dizem preocupados com a preservação ambiental.

Para 56% dos entrevistados o fator decisivo para substituição das sacolas convencionais é o custo, porém ao serem questionados se efetuaram pesquisa de viabilidade de utilização, 76% responderam que não fizeram nenhuma pesquisa ou estudo.

Neste contexto, estes varejistas precisam desenvolver programas para gerenciamento de resíduos, e no caso das sacolas plásticas, o supermercadista, por ser elo intermediário entre a produção e o consumidor, pode exercer mudanças de hábitos nos consumidores. Essa passividade não condiz com o momento atual.

Como medidas paliativas para redução do custo destas sacolas, o estabelecimento pode amortizar o custo com atitudes simples, tais como, redução das perdas, reaproveitamento das embalagens de papelão e venda de material reciclado bem como a implantação de programas de conscientização por parte dos clientes. A implantação de centros para coleta seletiva também é uma iniciativa já vivenciada por este segmento. (CHAVES, BATALHA, 2006; JONES et al, 2005)

Conforme apresentado, os materiais biodegradáveis, apesar de um custo um pouco maior, nesta primeira década do século XXI, minimizam, em parte, o problema ambiental causado pelos sacos plásticos tradicionais. Adicionalmente, novos estudos bem como o aumento de escala podem promover a redução no custo.

Assim, o artigo tem como contribuição na divulgação dos seguintes fatos: a sacola em versão aditivada ainda tem o preço menor que as feitas de papel, opção amplamente utilizada por empresas que adotam o sistema “ecologicamente correto” e que influenciam os consumidores retomarem o velho hábito de carregar sacolas de pano às compras. Evidencia-se também que

(12)

12 as políticas públicas que podem ser decisivas para a obrigatoriedade na implementação das sacolas biodegradáveis bem como a mudança nos hábitos comportamentais dos consumidores brasileiros. Enfim, o meio ambiente e as futuras gerações agradecem.

Referências Bibliográficas

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Referências

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