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LISTA DE FIGURAS... 2 I - META 7: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO ARRASTO SOBRE COMUNIDADES BENTÔNICAS... 3 I-1. ATIVIDADES... 3

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Pesca Responsável na Baía de Tijucas Encarte 6 Pág. 6-1 _________________________________________________________________________________

Convênio MMA/FNMA n º 025/2003 Meta 7

ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS ... 2

I - META 7: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO ARRASTO SOBRE COMUNIDADES BENTÔNICAS ... 3

I-1. ATIVIDADES ... 3

I-1.1 - CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA COMUNIDADE BENTÔNICA ... 3

I-1.2 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS ARRASTOS SOBRE A COMUNIDADE BENTÔNICA... 3

I-2. ATIVIDADES ORIGINALMENTE PREVISTAS E RESPECTIVO CRONOGRAMA ... 3

I-3. METODOLOGIA EMPREGADA ... 5

I-4. RECURSOS ENVOLVIDOS ... 6

II - RESULTADOS ALCANÇADOS E PRODUTOS ... 7

III – CONCLUSÕES ... 9

IV – RECOMENDAÇÕES ... 10

V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 12

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. (A) Covo testado para captura de camarão na Baía de Tijucas; (B) Matapi...11

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I - META 7: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO ARRASTO

SOBRE COMUNIDADES BENTÔNICAS

A presente meta objetivou determinar a estrutura e composição espaço-temporal da comunidade bentônica, avaliar seu estado em relação às características ambientais e os impactos do arrasto sobre a estrutura e composição da comunidade bentônica.

Supervisão técnica: Tito César M. de Almeida (CTTMar/UNIVALI)

I-1. ATIVIDADES:

I-1.1 - CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA COMUNIDADE BENTÔNICA

I-1.2 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS ARRASTOS SOBRE A COMUNIDADE BENTÔNICA

I-2. ATIVIDADES ORIGINALMENTE PREVISTAS E RESPECTIVO CRONOGRAMA

Para a caracterização da comunidade bentônica seriam realizadas campanhas bimestrais durante 12 meses para coleta de amostras de sedimento para análise da estrutura e composição da comunidade bentônica e das características ambientais. Estas campanhas seriam realizadas uma a cada estação do ano, em locais a serem estabelecidas após a realização de uma campanha piloto.

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As amostragens seriam efetuadas com auxílio de uma embarcação utilizada na pesca de arrasto e com a utilização de um busca-fundo do tipo van-veen para coleta de sedimento. Em cada estação seriam coletadas pelo menos 5 amostras para análise da fauna e uma amostra adicional para análise das características granulométrica do sedimento e concentração de matéria orgânica.

Após as coletas, o sedimento coletado para analisar a fauna seria lavado em peneira com 0,5 mm de abertura de malha para separação da macrofauna. O material retido nas peneiras seria fixado com solução de formol a 4%. A amostra adicional coletada em cada estação para caracterização do sedimento seria mantida congelada até o momento da análise no laboratório. A separação da fauna do sedimento retido na peneira de 0,5 mm seria efetuada em laboratório com auxílio de material óptico adequado (lupa e microscópio). Posteriormente os animais seriam identificados ao menor nível taxonômico e contados.

A comunidade macrobentônica seria analisada segundo dois aspectos ecológicos, a estrutura da comunidade e a composição faunística. A estrutura da comunidade se traduz na abundância, na diversidade e dominância, e para isso seriam empregados índices ecológicos. A composição taxonômica permitiria a identificação de associações faunísticas na Baía de Tijucas, o que seria efetuado por meio da aplicação de medidas de semelhanças entre as estações amostradas. A estrutura e composição da comunidade seriam comparadas por meio de testes estatísticos tal como análise de variância e técnicas multivariadas de análise dos dados.

Para avaliação do impacto dos arrastos sobre a comunidade bentônica, serão realizados experimentos amostrais que consistirão da

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realização de amostragens antes e depois dos arrastos nos mesmos locais. Serão aplicados testes estatísticos para determinar variações na composição da fauna bentônica em função da passagem da rede de arrasto.

Cronograma original: Bimestres

Atividade Unidade de Medida Quantidade 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Caracterização espacial e temporal da comunidade bentônica Caracterização ecológica 1 X X X X X X

Avaliação do impacto dos arrastos sobre a comunidade bentônica

Avaliação dos

Impactos 1 X X X X X X

I-3. METODOLOGIA EMPREGADA

A partir de uma campanha piloto, efetuada nos dias 9 e 10 de dezembro de 2004, foi realizado um ajuste no cronograma inicial de coletas e de experimentos de campo, considerando a avaliação in loco das características ecológicas e geográficas da área de estudo.

As amostragens foram realizadas no inverno e verão do ano de 2005. A amostragem para caracterização da macrofauna bentônica e sedimentar consistiu em coletas sedimentológicas e bentofaunais distribuídas por toda a baía. No total foram realizadas coletas em 15 pontos amostrais no inverno e 15 no verão. Para análise sedimentológica foi coletada uma amostra de fundo de cada ponto e para análise da fauna bentônica cinco amostras por ponto amostral (ver distribuição dos pontos amostrais no relatório técnico). Para verificação do impacto do arrasto sobre a macrofauna bentônica, foram realizados dois arrastos em pontos

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distintos da Baía de Tijucas por estação do ano (verão e inverno) utilizando a metodologia Beyond BACI (Before vs. After / Control vs. Impact). O princípio da metodologia é verificar os parâmetros da estrutura da comunidade (abundância, diversidade e riqueza de espécies) antes e depois do arrasto e comparar com os parâmetros da estrutura da comunidade de locais controles (sem o impacto do arrasto e com características ecológicas iguais).

Para o experimento de impacto foi realizado o seguinte desenho amostral: demarcação de corredores, com bóias e auxilio de GPS, com aproximadamente 100 metros de comprimento, para a realização dos arrastos dentro desta área. Após foram realizadas coletas dentro dos corredores através de mergulho autônomo, antes e depois da realização do arrasto, sendo também coletadas amostras em áreas adjacentes, as quais funcionaram como controle.

Os dados foram analisados no sentido de caracterizar a estrutura e composição da comunidade e as possíveis alterações decorrentes do emprego de redes de arrasto. Para tal foram aplicadas às análises de variância, sobre as características da estrutura da comunidade (abundância e diversidade) e das similaridades, aplicada sobre a composição faunística.

I-4. RECURSOS ENVOLVIDOS

As atividades de campo e as análises laboratoriais preliminares foram realizados por estagiários vinculados ao Laboratório de Ecologia de Comunidades do CTTMar/UNIVALI sob a supervisão do professor Dr Tito Marques. As demais campanhas de coletas e experimentos de campo, bem

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como as respectivas análises, contaram com serviço técnico especializado contratado com recursos do Projeto.

Os trabalhos envolveram a utilização do veículo do Projeto (Fiat Dobló MEH-7532), embarcações de pescadores e a lancha Romélia da Universidade. A marcação dos locais das amostragens arrastos foi realizada com auxílio do receptor GPS do Projeto, enquanto que os instrumentos de coleta foram disponibilizados pelo Laboratório mencionado acima.

O combustível para o veículo e para as embarcações dos pescadores, bem como as despesas com alimentação nas saídas de campo foram custeadas com recursos do Projeto.

II - RESULTADOS ALCANÇADOS E PRODUTOS

De acordo com a análise do relatório técnico elaborado pelo Laboratório de Ecologia de Comunidades, existem três assembléias distintas de organismos bentônicos na Baía de Tijucas. Estas são determinadas pela fauna observada, pelas características sedimentares e pela hidrodinâmica local. As assembléias se distinguem espacialmente pelas regiões da Enseada de Zimbros, desembocadura do Rio Tijucas e região central da Baía de Tijucas juntamente com a Enseada de Ganchos.

A assembléia de organismos bentônicos na Enseada de Zimbros se distinguiu pela fauna observada e por apresentar como característica sedimentar uma predominância de sedimentos areno-lamosos.

Na desembocadura do Rio Tijucas, a assembléia é caracterizada pela fauna observada, influenciada diretamente pela interação da hidrodinâmica estuarina do rio com o oceano, que afeta a deposição sedimentar no local

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e conseqüentemente a disponibilidade de nicho para a macrofauna bentônica.

Na região central da Baía de Tijucas e Enseada de Ganchos, a assembléia bentônica foi caracterizada pela fauna observada e por apresentar predominantemente sedimentos silto-argilosos e de maior influência marinha.

A macrofauna bentônica na Baía de Tijucas é composta principalmente por poliquetas infaunais, r-estrategistas (oportunistas), de pequeno porte e com ciclo de vida curto. O que pode estar indicando que o ambiente em questão está sob constantes perturbações físicas, seja por fatores antrópicos ou naturais.

Dentre os organismos dominantes da macrofauna bentônica na Baía de Tijucas, estão presentes Notomastus lobatus e Mediomastus californiensis, da família dos poliquetas que apresentam estreita relação com índices elevados de matéria orgânica, devido à predominância de sedimentos finos na granulometria da baía. O poliqueta da espécie N. lobatus pode estar indicando uma possível contribuição de matéria orgânica de origem antrópica, principalmente no ponto amostral da estação de verão localizado na parte oeste da Praia de Zimbros.

A metodologia Beyond BACI aplicada na avaliação do impacto do arrasto de fundo sobre a macrofauna bêntica não apresentou resultados satisfatórios, uma vez que foi muito difícil estabelecer uma situação controle, o que pode estar relacionado ao grau de comprometimento da Baía de Tijucas. Mesmo assim foi possível verificar que o arrasto exerce efeitos sobre algumas características de estrutura de comunidade, tal como a diversidade (variedade de táxons em uma comunidade que

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considera a abundância relativa de cada uma) e riqueza (número de espécies).

Apesar de não haver registros pretéritos sobre a composição e estrutura da macrofauna bentônica da Baía de Tijucas, provavelmente suas características se modificaram gradativamente em decorrência de décadas de exploração do camarão com arrasto de fundo, descaracterizando a estrutura original do fundo e disponibilizando novos nichos na comunidade bentônica. Essas modificações graduais possivelmente acarretaram em drásticas mudanças para toda a estrutura e funcionamento da comunidade macrobêntica, uma vez que a estabilidade e a dinâmica das comunidades foram modificadas, e a oferta de novos nichos aumentada, gerando um favorecimento ao estabelecimento de espécies mais oportunistas.

III – CONCLUSÕES

O relatório técnico elaborado identifica que o arrasto impacta algumas características estruturais da comunidade bentônica, e que a macrofauna bentônica encontrada na baía é composta principalmente por poliquetas infaunais r-estrategistas (oportunistas), de pequeno porte, de ciclo de vida curto e que possuem alta capacidade de recuperação às perturbações físicas. Isso indica que o impacto causado pelo arrasto de fundo é rapidamente recuperado. Porém, uma hipótese citada no relatório técnico que foi embasada bibliograficamente (Anexo 6.1), é que a macrofauna bentônica da área pode ter sido substituída gradativamente em decorrência de décadas da prática de arrasto de fundo na baía.

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IV – RECOMENDAÇÕES

Abaixo seguem recomendações para o Plano de Ação do Projeto Pesca Responsável na Baía de Tijucas direcionadas pelo Código de Conduta para uma Pesca Responsável da FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations (1995), na qual o Brasil é signatário, e que tem como um dos objetivos estabelecer princípios para que a pesca e as atividades ligadas a ela sejam conduzidas de forma responsável, levando em conta os aspectos biológicos, tecnológicos, econômicos, sociais, ambientais e comerciais.

Primeiramente sugere-se a realização de um estudo a fim constatar a possível sucessão da macrofauna bentônica decorrente de décadas de realização da atividade de arrasto de fundo na área. Este estudo pode ser realizado através do monitoramento ininterrupto de áreas fechadas para o arrasto, possibilitando a verificação de alterações na composição da macrofauna bêntica. Sabendo que já são existentes áreas fechadas na baía, recomenda-se um estudo de viabilidade de que estas sejam as áreas a serem monitoradas. Se da necessidade de fechamento de outras áreas, tentar faze-la de forma participativa com a comunidade dependente da pesca artesanal.

Concomitantemente com o monitoramento de áreas fechadas, realizar testes com artefatos de pesca menos impactantes e mais seletivos destinados à captura de camarão. Neste caso os covos surgem como uma opção, pois este artefato apresenta vantagens ecológicas e econômicas sobre o arrasto de fundo. É um aparelho seletivo, as capturas apresentam alta qualidade, tem um efeito negativo mínimo sobre o fundo, é pequeno e

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transportável, tem baixo custo de operação, reduzindo muito o consumo de combustível, e pode ser utilizado por vários tipos de embarcações sem maiores modificações no arranjo de convés (IWAI, 1991; ALCÁZAR et al., 1992; GAMBA, 1994; VIJAYAN et al., 2000; FAO, 2001, 2005).

Um experimento com covos já foi realizado na Baía de Tijucas, porém o petrecho testado não apresentou viabilidade de uso comercial em decorrência do modelo utilizado (INGLETTO, 2005). Entretanto, recomenda-se realizar testes com outros modelos de covos buscando uma eficiência de captura igual ou superior ao arrasto de fundo (Figura 1A).

Uma opção de covos pode ser o matapi, utilizado para captura de camarão de água doce em Gurupá, no Pará. Artefato confexionado de fibras vegetais, em formato cilíndrico, com funis internos, que permitem a entrada, mas não a saída dos camarões (Revista MUNDODEZ, 2006). Este artefato apresenta bons rendimentos na captura de camarão para a comunidade de pescadores local (Figura 1B).

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V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCÁZAR, J. L., GONZÁLES, P., FERNÁNDEZ, C. L., GÁRCIA, L., RUCABADO, J., LLORIS, D., CASTELLÓN, A. 1992. Prospecciones pesqueras em águas profundas. (Setor VIIc – ICES). Recursos Pesqueros de Astúrias, n.6: 1-128.

FAO. 1995. Code of conduct for responsible fisheries. Rome, Italy.

FAO. 2001. Fishing with traps and pots. Training Series 26.

FAO. 2005. Guía del administrador pesquero. Medidas de ordenacin y su aplicación. Documento técnico de pesca 424 p.

GAMBA, M., R. 1994. Guia Prático de Tecnologia de Pesca. 1° edição. CEPSUL – Itajaí.

INGLETTO, T. D. 2005. Prospecção Pesqueira com Armadilhas na Baía de Tijucas – SC. Itajaí. Trabalho de Conclusão de Curso em Oceanografia. Universidade do Vale do Itajaí.

IWAI, M. 1991. Pesca Alternativa de camarão na região sul – sudeste de Brasil. II Simpósio sobre Oceanografia – IOUSP.

REVISTA MUNDODEZ. 2006. Manejo sustentável de camarão transforma comunidade em Gurupá (PA). Disponível em <http://

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www.mundodez.com.br/Conteudo/Especial.asp?ID_Materia=1564> Acesso em 30 outubro de 2006.

VIJAYAN, V., EDWIN, L., RAVINDRAN, K. 2000. Conservation and Management of Marine Fishery Resources of Kerala State, India. Naga, The ICLARM Quartely (Vol. 23, n°3). July-September.

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ANEXOS

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PESCA RESPONSÁVEL NA BAÍA DE TIJUCAS

META 7

ABRIL 2006

MACROFAUNA

BÊNTICA

RELATÓRIO FINAL

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II

PESCA RESPONSÁVEL NA BAÍA DE TIJUCAS RELATORIO FINAL – META 7

MACROFAUNA BÊNTICA

ABRIL 2006

Este relatório refere-se aos resultados obtidos referentes a Meta 7 do Projeto Pesca Responsável na Baia de Tijucas.

Responsáveis Técnicos

Dr. Tito César Marques de Almeida <tito@univali.br> Oc. Thiago Emilio Rohr <rohr@univali.br> Oc. Cleiton Luiz Foster Jardeweski <cleitonlfj@yahoo.com.br>

UNIVALI – CTTMAR

Laboratório de Ecologia de Comunidades Bloco 20, sala 144

Rua Uruguai, 458

Centro - Itajaí - SC - Brasil CEP 88302-202

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III SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ... IV LISTA DE TABELAS ... IV APRESENTAÇÃO ... 5 INTRODUÇÃO ... 5 MATERIAIS E MÉTODOS ... 9 ÁREA DE ESTUDO... 9 AMOSTRAGENS... 10

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA ... 10

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A MACROFAUNA BÊNTICA. ... 12

ANÁLISE DAS AMOSTRAS... 15

ANÁLISE DE DADOS ... 15

RESULTADOS... 16

SEDIMENTOLOGIA ... 16

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA... 18

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A MACROFAUNA BÊNTICA. ... 33

DISCUSSÃO ... 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 41

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IV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Desenho Amostral da distribuição das estações de coleta na Baia de Tijucas. ... 11 Figura 2 Disposição das bóias, destacadas pelos círculos vermelhos, em forma de corredor para demarcação da área de arrasto. ... 13 Figura 3: Mergulhadores posicionados junto às bóias de marcação dos corredores para a coleta da macrofauna... 14 Figura 4 Coleta da macrofauna através de mergulho autônomo, o mergulhador transfere o sedimento coletado com o cilindro de PVC para o saco de tela... 14 Figura 5: Mergulhador com duas amostras em sacos de tela de 0.5 mm... 15 Figura 6: Gráfico com as percentagens sedimentares estimadas de cada estação amostral no período de verão. ... 16 Figura 7: Gráfico com as percentagens sedimentares de cada estação amostral no período de inverno. ... 17 Figura 8: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das

estações amostrais no período de Verão. ... 17 Figura 9: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das

estações amostrais no período de Inverno. ... 18 Figura: 10 Abundâncias Relativas dos principais taxa coletados. ... 19 Figura 11: Gráfico das abundâncias percentuais dos principais grupos taxonômicos, entre as estações amostradas na Baia de Tijucas. ... 20 Figura 12: Mapa de densidade total no verão... 21 Figura 13: Mapa de densidade total no inverno... 22 Figura 14: Gráfico das densidades totais, no verão e no inverno, entre as estações de coleta. 23 Figura 15: Número de espécies no verão. ... 24 Figura 16: Número de espécies no inverno. ... 25 Figura 17: Gráfico do número de espécies, no verão e no inverno, entre as estações de coleta. ... 26 Figura 18: Diversidade no verão. ... 27 Figura 19: Diversidade no inverno. ... 28 Figura 20: Gráfico da Diversidade (Shannon-Weaver), no verão e no inverno, entre as estações amostrais. ... 29 Figura 21: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as estações plotadas. ... 30 Figura 22: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as espécies plotadas... 30 Figura 23: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as espécies plotadas... 31 Figura 24: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as estações plotadas. ... 31 Figura 25: Gráficos dos índices de estrutura da comunidade dos experimentos de verão: os gráficos a esquerda pertencem ao primeiro arrasto, os da direita ao segundo... 35 Figura 26: Gráficos dos índices de estrutura da comunidade dos experimentos de inverno: os gráficos a esquerda pertencem ao primeiro arrasto, os da direita ao segundo... 36

LISTA DE TABELAS

Tabela I: Coordenadas geográficas das estações amostrais. ... 11 Tabela II: Valores das Abundancias totais e relativas dos principais grupos bentônicos... 19 Tabela III: Associações (Assembléias) identificadas dentro da Baia de Tijucas. ... 32 Tabela IV: Valores de F e p das análises de variância entre os experimentos de verão e

inverno. ... 33 Tabela V: Valores de KW e p das análises de variância não-paramétrica de Kruskal-Wallis. ... 34

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APRESENTAÇÃO

Este relatório refere-se às atividades realizadas e apresenta os resultados obtidos, concernentes à Meta 7 do Projeto Pesca Responsável na Baia de Tijucas, sobre o item referente a Caracterização e Composição da Macrofauna Bêntica e a Avaliação do Impacto da Pesca de Arrasto sobre a Macrofauna Bêntica, apresentando os resultados finais das campanhas realizadas.

INTRODUÇÃO

Os macroinvertebrados bentônicos estão presentes em todos os ambientes marinhos, encontrados desde as fossas abissais até entre as árvores de manguezais, sua presença é notada até mesmo em ambientes poluídos ou extremamente alterados (Brusca & Brusca 1990, Lalli & Parsons 1999), denotando a importância deste grupo como indicadores da diversidade e importância ecológica (Boyd et al., 2003; Carvalho et al., 2001; Maia et al., 2001; Newell et al., 2004).

Os organismos bentônicos constituem um importante componente do ecossistema marinho, fazendo parte da cadeia alimentar e provendo alimento para uma grande variedade de espécies, muitas destas com relevante interesse econômico. As comunidades bentônicas participam de diversos processos ecológicos, como a aeração do sedimento, decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e produção de biomassa (Pereira & Soares-Gomes, 2002).

A distribuição, ocorrência e abundância dos organismos da macrofauna bentônica dependem muito das características ambientais predominantes, principalmente quanto às características do substrato, disponibilidade de alimento e estabilidade do ambiente (Gray, 1974). A caracterização das comunidades bentônicas é uma importante etapa no processo de avaliação e monitoramento dos ambientes naturais. Os organismos que habitam sedimentos inconsolidados, sejam lamosos ou arenosos, desempenham papel fundamental na estrutura de seus habitats e também participam de diversos processos nas comunidades e no ecossistema (Thrush & Dayton, 2002).

A macrofauna bêntica é composta por diversos organismos pertencentes aos mais diferentes grupos zoológicos, atualmente o debate sobre a

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diversidade biológica vem assumindo características de um verdadeiro recurso global, graças aos avanços da biologia molecular e da engenharia genética. Apesar disso, ainda não existem reais estimativas da biodiversidade nem mesmo como grandeza taxonômica (Lana, 2003).

Os principais grupos de invertebrados que normalmente dominam os fundos inconsolidados são os moluscos, os crustáceos e os anelídeos poliquetos. Dentre os numericamente dominantes, os poliquetas são os que apresentam menos informações quanto à taxonomia e distribuição no Estado de Santa Catarina, embora as regiões Sudeste-Sul brasileiras apresentem um elevado grau de conhecimento taxonômico da fauna bêntica. O estado de Santa Catarina ainda se apresenta como uma lacuna para esta região, com muitos poucos trabalhos e estudos realizados, tanto nos aspectos taxonômicos como ecológicos. Os poucos trabalhos publicados referem-se apenas a região inter-mareal ou a plataforma continental externa (Lana, 1996; Amaral & Rossi-Wongtschowski, 2004).

Evolutivamente, a Baia de Tijucas, propiciou o desenvolvimento de diversas populações bentônicas de importância econômica, como por exemplo, os camarões da família dos penaídeos. Este grupo de crustáceos foi e é largamente utilizado como um dos principais recursos pesqueiros na região, sendo uma importante área de berçário para o camarão, explorada quase que exclusivamente pelos pescadores artesanais (Andrade 1998, Perez et al. 2001a, 2001b; Pezzuto 2001, Valentini et al. 2001). Esta atividade possui muitas características tradicionais e centenárias nesta região do estado, tendo um papel fundamental na vida e cultura da população local.

Porém na maioria das vezes o desenvolvimento destas atividades e o aumento da pressão de exploração dos recursos sobre os ecossistemas costeiros ocasionam alterações na dinâmica destes, afetando a qualidade do ambiente e a manutenção da pesca (Coen 1995, McConnaughey et al. 2000), e conseqüentemente, comprometendo a qualidade de vida da própria população que utiliza estes recursos.

O aumento da preocupação da sociedade quanto aos impactos das atividades exploratória sobre o meio ambiente reflete um novo panorama a ser avaliado. A crescente preocupação com a manutenção dos recursos pesqueiros e novas abordagens na proteção de recursos naturais e ecossistemas incitam novos debates e pesquisas a serem explorados.

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Os efeitos gerados pela pesca no ambiente podem ser muitos, tais como: alterações nas conformidades físicas naturais do ambiente, ressuspensão de sedimentos, mudanças na biogeoquímica, mudanças na comunidade bentônica e mudanças nos ecossistemas (Lokkeborg 2005, Thrush et al. 1998, Kenchington et al. 2001). Todos estes efeitos possuem uma vasta literatura científica que aborda os impactos específicos de cada efeito (Jones 1992, Gilkinson et al. 1998, Collie et al. 2000, Pranovi et al. 2000, Kaiser et al. 2001, Enticknap 2002, Paramor et al. 2001, Sheridan et al. 2001, Duplisea et al.2002, Schratzberger et al. 2002).

As alterações físicas dos artefatos pesqueiros incluem a raspagem, a formação de fendas, sulcos e a remoção de feições naturais, como por exemplo rochas, estruturas carbonáticas e destruição de vegetação aquática (Fonseca et al, 1984; Messieh et al, 1991; Black & Parry, 1994; Gordon et al, 1998; Kaiser et al, 1998, Lindeboom & de Groot, 1998; Schwinghamer et al, 1998; Auster & Langton, 1999; Kaiser et al, 1999 e Ardizzone et al. 2000; apud Johnson, 2002; Lokkeborg op cit e Jones, 1992). Como os artefatos são arrastados no assoalho marinho, algumas partes dos petrechos podem penetrar de 5 a 30 cm no sedimento, e até mais em algumas situações (Drew & Larson, 1994; apud Johnson, 2002).

A ressuspensão de sedimentos ocorre quando o petrecho de pesca é arrastado ao longo do assoalho marinho, os efeitos da ressuspensão podem incluir redução da luz disponível para organismos fotossintéticos, soterramento da biota bentônica, sufocamento de áreas de procriação, e efeitos negativos na alimentação e taxas metabólicas em organismos (Jones, 1992).

A fauna bentônica é afetada pelos petrechos de pesca através do dano causado ao bentos no caminho do artefato e ao distúrbio do assoalho a uma profundidade de até 30 cm. Muitos tipos de animais epibentônicos são quebrados e enterrados, enquanto a infauna é escavada e exposta ao assoalho marinho. Os impactos específicos da pesca dependem da historia de vida, ecologia e características físicas da biota presente (Bergman & Van Santbrick 2000, apud Johnson, 2002). Espécies vágeis que exibem alta fecundidade e rápido tempo de regeneração irão se recompor mais rapidamente que a fauna séssil e ciclo de vida mais longo (Johnson op cit).

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Lindeboom & de Groot (1998) advertiram que enquanto a intensidade de arrastos permanecer alta, a comunidade biológica afetada pelo arrasto talvez nunca recupere sua condição original.

Estes efeitos mudam e, em muitos casos, comprometem a qualidade do ambiente podendo acarretar, em uma certa escala de tempo, mudanças drásticas em todo o ecossistema marinho (Thrush & Dayton, 2002, Pranovi et al 1998). Poucos exemplos e estudos conclusivos podem ser encontrados que relacionem a pesca de arrasto a alterações observadas no ambiente, uma vez que o isolamento da causa é uma tarefa árdua (Thrush & Dayton op cit; Lindegarth et al 2000b). O experimento proposto pelo presente estudo é uma tentativa de avaliar os possíveis impactos deste tipo de atividade sobre a comunidade macrobêntica na baia em questão.

Esta proposta se apresenta como um novo desafio, visto que a extensão e a intensidade dos distúrbios antropogênicos aos ecossistemas oceânicos é uma significativa ameaça tanto para a estrutura como para a função da biodiversidade, e em muitos casos estes distúrbios virtualmente eliminaram sistemas naturais que serviriam como suporte para avaliar este impacto (Thrush & Dayton, 2002).

Muitas iniciativas de manejo pesqueiro, conservação de ecossistemas e redução do impacto dos arrastos (Hall 1999, Humborstad et al 2004; Revil & Jennings 2005), vem sendo elaboradas ao redor do globo. Concomitante a estas tendências e problemas, e o atual estado dos estoques pesqueiros no litoral nacional, urge novas iniciativas cientificas que visam integrar estas buscas por respostas, que auxiliem tomadores de decisão, políticos, gestores, e a própria sociedade a decidirem novos rumos e prioridades a manutenção de nossos ecossistemas e estoques pesqueiros.

Os objetivos do presente trabalho são: (a) descrever a composição e a estrutura da comunidade macrobentônica da Baia de Tijucas, nas situações de verão e inverno; e (b) avaliar os possíveis impactos causados pela pesca de arrasto sobre a macrofauna bentônica.

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MATERIAIS E MÉTODOS

ÁREA DE ESTUDO

A Baia de Tijucas possui características singulares, situa-se no litoral sul brasileiro, e é um complexo formado por uma planície costeira com baixios lamosos e formações de cheniers, contida entre os maciços graníticos das penínsulas de Porto Belo e Ganchos (Caruso Jr & Araújo, 1997).

Localiza-se no litoral central de Santa Catarina, aproximadamente nas coordenadas 27°15’ S e 48° 33’ W, possui localizaçã o estratégica, entre as penínsulas da região de Porto Belo, ao norte, e a de Ganchos, ao sul, a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, a leste, a Ilha de Florianópolis, a sudeste, e a bacia hidrográfica do Rio Tijucas a oeste.

A baia recebe aporte fluvial do rio Tijucas, que possui uma descarga fluvial média de 58 m3.s-1 (Schettini & Carvalho, 1998), este rio nasce na serra da Boa Vista e deságua no Oceano Atlântico, formando uma bacia hidrográfica que abrange uma área com cerca de 2.420 km2, passando por treze municípios. Schettini & Carvalho (op cit) caracterizaram a hidrodinâmica do estuário do rio Tijucas e caracterizaram o regime de maré, a velocidade e a direção de corrente, a salinidade e a turbidez.

A barra do estuário do rio Tijucas esta localizada em uma planície costeira no interior da Baía de Tijucas, estando abrigada do ataque de ondas pela península de Porto Belo ao norte, e pela Ilha de Santa Catarina e a península de Ganchos ao Sul. Isto permite o acúmulo de sedimentos finos exportados pelo estuário gerando extensos planos lamosos de maré, sendo a única planície de maré do estado de Santa Catarina.

De acordo com a Resolução 003, de 23 de junho de 1997, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos foi criado o Comitê de Gerenciamento do rio Tijucas. A bacia hidrográfica possui muitos problemas ambientais tais como, carência nas áreas de saneamento e resíduos sólidos, má utilização de agrotóxicos e insumos agrícolas, desmatamento desordenado da vegetação nativa e da mata ciliar, e a exploração mineral desordenada das argilas das margens e areia do leito do rio.

A geomorfologia da baia é fortemente influenciada pela hidrodinâmica local, tais como correntes marinhas, entrada de frentes, ondas, marés, e pelo gradiente salino do estuário do Rio Tijucas (Schettini & Klein, 1997). A pesca

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na baia é uma atividade centenária e é determinante nas características sócio-ambientais da região, sendo o camarão o principal recurso explorado.

Segundo a avaliação do BDT (Banco de Dados Tropicais), para a conservação da biodiversidade da zona costeira e marinha brasileira, a Foz do Rio Tijucas esta entre as 57 áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade de estuários, manguezais e lagoas costeiras do Brasil1.

AMOSTRAGENS

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA

Para a caracterização da macrofauna bêntica foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma no verão (15 de março) e outra no inverno (2 de agosto) de 2005. Em cada uma foram amostradas 15 estações distribuídas ao longo de toda a baía de Tijucas (Tabela I) (Figura 1). Foi utilizada uma embarcação com 8,8 metros de comprimento. Em cada estação foram coletadas 5 amostras com o auxilio de um busca-fundo do tipo Van Veen com 0,025 m2 de área amostral, o sedimento coletado foi acondicionado em sacos de tela de 0.5 mm de abertura de malha para retenção da macrofauna, em seguida colocados no gelo para o anestesiamento dos organismos e, posteriormente, fixados em solução salina de formol 4%. Em cada coleta, verão e inverno, foram coletadas 75 amostras, totalizando 150 amostras para a caracterização da macrofauna bentônica.

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Figura 1: Desenho Amostral da distribuição das estações de coleta na Baia de Tijucas.

Tabela I: Coordenadas geográficas das estações amostrais.

Estação Latitude Longitude

1 27° 12' 88" 48° 32' 40" 2 27° 14' 87" 48° 32' 04" 3 27° 14' 84" 48° 33' 73" 4 27° 14' 98" 48° 35' 30" 5 27° 13' 86" 48° 35' 00" 6 27° 13' 14" 48° 33' 42" 7 27° 11' 97" 48° 32' 53" 8 27° 11' 07" 48° 31' 89" 9 27° 17' 17" 48° 32' 85" 10 27° 17' 28" 48° 33' 76" 11 27° 18' 20" 48° 33' 35" 12 27° 18' 45" 48° 34' 41" 13 27° 17' 22" 48° 35' 15" 14 27° 12' 50" 48° 31' 34" 15 27° 11' 95" 48° 30' 55"

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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A MACROFAUNA BÊNTICA.

A detecção de impactos de origem antrópica sobre populações e comunidades naturais envolve inúmeros problemas e detalhes de ordem metodológica. Dentre os principais, destacam-se as variabilidades naturais relacionadas ao tempo e ao espaço das populações e a sua interação com o meio. Ignorar a variabilidade natural das populações em estudos de impacto ambiental implica, quase sempre em fazer inferências erradas quanto à existência ou não dos referidos impactos. Nesta linha de raciocínio, estas variações naturais podem mascarar a detecção dos impactos.

O princípio experimental proposto consiste de uma análise do impacto ambiental gerado, utilizando observações dos parâmetros da estrutura da comunidade macrobentônica (abundância, diversidade e riqueza de espécies), antes e depois do impacto (arrasto dos petrechos de pesca) e a comparação destes tratamentos com locais controles (sem impacto e com características ecológicas iguais).

Este procedimento, proposto por Underwood (1991, 1992, 1993 e 1994) é referenciado como Beyond BACI (Before vs. After / Control vs. Impact)2 e possui comprovada eficiência na avaliação de impactos sobre populações e comunidades biológicas. Contudo o estabelecimento adequado de um controle é fundamental, não sendo possível em muitas situações.

Foram realizados experimentos de arrasto no verão (17 de março) e inverno (26 de julho) de 2005. Em cada situação sazonal foram realizados dois experimentos de arrastos em duas áreas distintas da baía.

Para a realização do experimento de arrasto, primeiramente foram estabelecidos corredores na baia, através de (6) bóias que demarcavam a área a ser utilizada no experimento (Figura 2). Três bóias foram dispostas linearmente formando um dos lados do corredor, e outras três bóias dispostas paralelamente finalizando o corredor. As distâncias entre as bóias foram determinadas com auxilio de GPS, formando um corredor de aproximadamente 100 metros de comprimento e 10 metros de largura.

As saídas foram realizadas abordo de uma embarcação de pesca artesanal, de 8,8 metros de comprimento e motor BTD22 Yamaha, com

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velocidade para os arrastos de aproximadamente 2 nós. A embarcação possuía redes presas a tangones, com malha de 15 mm e 4 metros de largura entre suas portas, atingindo uma área total de arrasto de aproximadamente 400 m2.

As coletas foram realizadas através de mergulho autônomo, o sedimento foi coletado com cilindros de PVC com 15 cm de diâmetro e enterrado a 10 cm de profundidade no sedimento. O mergulhador enterrava o cilindro no sedimento para a coleta do material, retirava-o, e transferia a amostra para sacos de tela de 0.5 mm ainda no fundo (Figuras 3, 4 e 5), em seguida, no barco, as amostras foram fixadas em solução salina de formol 4%.

Antes da realização do arrasto os mergulhadores coletavam as amostras dentro do corredor. Terminada a coleta o barco de pesca iniciava o arrasto e passava com as redes dentro do corredor. Após a realização do arrasto, eram coletadas amostras novamente no corredor. Uma área adjacente, com características de profundidade e granulometria semelhantes, foi selecionada para funcionar como controle, e nesta foram realizadas amostragens uma única vez. Em cada situação (antes e depois do arrasto e no controle) foram coletadas pelo menos 5 amostras.

Figura 2 Disposição das bóias, destacadas pelos círculos vermelhos, em forma de corredor para demarcação da área de arrasto.

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Figura 3: Mergulhadores posicionados junto às bóias de marcação dos corredores para a coleta da macrofauna

Figura 4 Coleta da macrofauna através de mergulho autônomo, o mergulhador transfere o sedimento coletado com o cilindro de PVC para o saco de tela.

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Figura 5: Mergulhador com duas amostras em sacos de tela de 0.5 mm.

ANÁLISE DAS AMOSTRAS

Em laboratório as amostras foram lavadas e triadas, sendo então transferido para solução de álcool a 70%. Posteriormente a fauna foi contada e identificada ao menor nível taxonômico possível com auxílio de Amaral et al (1996), Bolívar (1990), Bolívar & Lana (1987), Day (1967), Fauchald (1977), Lana (1986) e Lana (1984) para os poliquetas e para os moluscos Rios (1994).

ANÁLISE DE DADOS

Para a análise dos dados faunísticos, foram utilizados os seguintes parâmetros relativos a estrutura da comunidade: abundâncias totais (ind/0,025m2), diversidade de Shannon-Weaver (Loge) e número de espécies

apenas para os poliquetos e moluscos.

Comparações univariadas foram efetuadas por meio de análise de variância (ANOVA), sendo a homogeneidade das variâncias verificada através do teste de Bartlett e a variável transformada para logaritmo ou raiz quadrada de forma a se obter homogeneidade das variâncias. Quando problemas na normalidade com determinadas variáveis foram detectados estas foram então comparadas por meio da prova não-paramétrica de Kruskal-Wallis nas comparações relativas ao experimento de arrasto (Zar, 1994).

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Sobre a composição das abundâncias específicas foi aplicada análise de correspondência de forma a se identificar associações de espécies e estações de amostragem (Legendre & Legendre, 1998).

RESULTADOS

SEDIMENTOLOGIA

A presença predominante de sedimentos finos (silte e argila) pode ser verificada em ambas as épocas (Figura 6 e 7). As estações que apresentaram porcentagens de areia e cascalho, foram àquelas posicionadas próximas a linha de costa (2, 8,11 e 15), influenciadas diretamente pela deriva sedimentar, ou a região influenciada pela deposição do rio Tijucas (3, 4 e 5).

0% 20% 40% 60% 80% 100% #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Cascalho Areia Silte Argila

Figura 6: Gráfico com as percentagens sedimentares estimadas de cada estação amostral no período de verão.

Através destes resultados podemos inferir que há uma tendência de deposição de sedimentos arenosos na linha da desembocadura do rio Tijucas, principalmente no inverno, esta deposição é influenciada principalmente pela vazão do rio Tijucas e pelas características oceanográficas da baia.

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17 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15 Pontos Amostrais

Cascalho Areia Silte Argila

Figura 7: Gráfico com as percentagens sedimentares de cada estação amostral no período de inverno.

As percentagens de matéria orgânica e carbonato de cálcio do sedimento, para o verão e o inverno (Figuras 8 e 9), demonstraram a estreita relação da granulometria com os valores de matéria orgânica e carbonato de cálcio, uma vez que as estações que apresentaram granulometria mais grosseira; 2, 3, 4, 5 no inverno e 15 em ambas as épocas do ano; tiveram as menores porcentagens de matéria orgânica no sedimento, e os valores elevados de carbonato de cálcio no inverno para a estação 15 (15,44%), que apresentou exclusivamente sedimentos grosseiros, compostos de areia, cascalho e restos de conchas.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Carbonato Mat. Orgânica

Figura 8: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das estações amostrais no período de Verão.

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18 0 5 10 15 20 25 #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15 Carbonato Mat. Orgânica

Figura 9: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das estações amostrais no período de Inverno.

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA

Foi coletado e identificado um total de 4.806 organismos distribuídos em 86 taxa, com 2661 indivíduos coletados no verão e 2145 indivíduos no inverno, separados em 9 Filos, 9 Classes, 5 Ordens (Infra), 40 famílias, 47 gêneros e 37 espécies (Anexo 1 – Lista Taxonômica).

Através da análise da composição faunística pode ser verificado que o taxon mais abundante foi o dos poliquetos, com 2.532 indivíduos, representando 52,68% do total, seguido dos crustáceos com 1.384 indivíduos e moluscos com 763, representando respectivamente 28,80% e 15,88% do total coletado (Tabela II e Figura 10).

Estes três grandes grupos representaram 97,36% de toda a fauna amostrada, os outros grupos também coletados, tais como anthozoários, nemertinos, echiurídeos, sipunculídeos, echinodermos e braquiostomos, apresentaram pouca representatividade numérica em todas as amostras (2,66%), embora alguns tal como Sipuncula, foi freqüente nas amostras coletadas.

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Tabela II: Valores das Abundancias totais e relativas dos principais grupos bentônicos.

Táxon Abundancia Total Abundancia Relativa

Polichaeta 2532 52,68 %

Crustacea 1384 28,80%

Mollusca 763 15,36 %

Miscelânea* 128 2,66%

* Anthozoarios, Nemertinos, Echiurideos, Sipunculideos, Echinodermos e Cephalocordados.

Analisando as abundâncias percentuais dos grandes grupos taxonômicos entre as estações coletadas nas duas épocas (verão e inverno) (Figura 11), podemos perceber a tendência de dominância do grupo dos poliquetos na maioria das estações de amostragem. As espécies: Notomastus lobatus, Aricidea sp1, Mediomastus californiensis, Kinbergonuphis orensanzi e Paraprionospio pinnata, foram as mais representativas, correspondendo a 74,13% de toda a poliquetofauna.

Os crustáceos foram os que dominaram nas estações 1, 2 e 14, representados principalmente pelos organismos da ordem dos tanaidáceos, que corresponderam a cerca de 54,6% de toda a carcinofauna coletada. Entre os moluscos, os bivalves do gênero Mactra foram os mais abundantes com 57,1% de toda a malacofauna, atingindo elevadas abundâncias nas estações 4, 5 e 13. 52,68% 28,80% 15,36% 2,66% Polichaeta Crustacea Mollusca Miscelânea*

Figura: 10 Abundâncias Relativas dos principais taxa coletados.

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O grupo taxonômico denominado como miscelânea representa os táxons dos Equinodermos, Cnidários, Nemertinos, Sipunculideos, Cephalocordados e Echiurideos, e foram designados desta maneira, devido a sua baixa representatividade numérica, com cerca de 2,66% do total de organismos coletados. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Poliquetos Moluscos Crustaceos Miscelanea

Figura 11: Gráfico das abundâncias percentuais dos principais grupos taxonômicos, entre as estações amostradas na Baia de Tijucas.

A densidade total da macrofauna apresentou diferenças significativas entre as duas épocas amostradas (F=5,164; p=0,02), entre as estações de coleta (F=16,124; p<0,001) e na interação destes fatores (F=5,263; p<0,001). Pode ser verificado que as estações 1, 14 e 15 apresentaram as mais altas densidades tanto no verão como no inverno (9,64 ± 0,58 a 5,71 ± 0,61 3,4), e as estações 6, 7, 9 e 11, mantiveram as mais baixas densidades para ambas as coletas (4,7 ± 1,14 a 2,10 ± 0,41) (Figuras 12 e 13).

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Média + Erro Padrão 4

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Figura 13: Mapa de densidade total no inverno.

As estações 4, 5, 8, 10 e 13 apresentaram diferenças significativas entre as coletas de verão e inverno, com os pontos 4 e 5 apresentando maiores densidades no verão (7,10 ± 0,58 e 7,97 ± 0,74) e os pontos 8, 10 e 13 no inverno (7,46 ± 0,62a 4,22 ± 0,82). Já as estações 2, 3 e 12 não apresentaram diferenças significativas entre verão e inverno (5,32 ± 0,77 a 4,13 ± 0,58) (Figura 14).

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23 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Estações R a iz Q u a d ra d a ( In d /0 ,0 2 5 m 2 ) Verão Inverno

Figura 14: Gráfico das densidades totais, no verão e no inverno, entre as estações de coleta.

A riqueza de espécies apresentou diferenças significativas entre as estações (F=3,855564; p<<0,001) e a interação desta com a época do ano (F=1,9459359; p=0,027888), este fator não apresentou diferenças significativas. Pode ser verificado maiores valores nas estações 3, 4, 5, 6, 10, 12 e 15, tanto no verão como no inverno (8,80 ± 0,37 a 5,40 ± 01,83)5. A estação 8 foi a que apresentou a menor riqueza em ambas as épocas (2,80 ± 0,97 no verão e 3,60 ± 0,93 no inverno) (Figuras 15 e 16).

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Figura 16: Número de espécies no inverno.

Nas estações 1, 2, 7, 11 e 13 foram encontradas variações entre as coletas de verão e inverno, com os pontos 1, 2, 7 e 11 apresentando maiores riquezas no verão (8,00 ± 0,55 a 5,60 ± 1,50), e o ponto 13 somente no inverno (6,60 ± 1,03). Nas estações 9 e 14 não foram verificadas variações na riqueza de espécies entre verão e inverno (5,80 ± 0,37 a 4,20 ± 0,73) (Figura 17).

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26 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 N ú m e ro d e E s p é c ie s Verão Inverno

Figura 17: Gráfico do número de espécies, no verão e no inverno, entre as estações de coleta.

A diversidade de espécies não permitiu uma comparação estatística devido a não homogeneidade das variâncias, no entanto pode ser verificado maiores valores nas estações 3, 4, 6, 7, 10, 12 e 13, tanto no verão como no inverno (0,89 ± 0,06 a 0,61 ± 0,10) (Figuras 18 e 19). Enquanto as estações 1, 2, 5, 9, 14 e 15 apresentaram mudanças entre verão e inverno, com os pontos 1, 2 e 14 apresentando um decréscimo da diversidade (0,94 ± 0,04 a 0,54 ± 0,05); e os pontos 5, 9 e 15 um aumento desta (0,56 ± 0,02 a 0,87 ± 0,04) do verão para o inverno. As estações 8 e 11 não apresentaram grandes variações nos índices de diversidade entre as épocas do ano (0,65 ± 0,16 a 0,46 ± 0,28). Destaca-se que estas comparações se basearam nos valores médios e respectivos erros padrões (Figura 20).

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29 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 D iv e rs id a d e ( S h a n n o n -W e a v e r) Verão Inverno

Figura 20: Gráfico da Diversidade (Shannon-Weaver), no verão e no inverno, entre as estações amostrais.

Através da análise de correspondência três eixos fatoriais puderam ser interpretados, os quais corresponderam a 51,94% de toda a variação entre as abundâncias específicas nas amostras analisadas (Tabela III).

O primeiro eixo, que explicou 24,55% da variação, demonstrou duas associações espaciais distintas, a primeira ficou caracterizada pelas espécies Prionospio steenstrupi e Exogone sp que mais contribuíram para a formação deste eixo, relacionadas às estações 1, 8, 14 e 15. A segunda associação caracterizou-se pelas espécies Magelona variolamellata, Owenia fusiformis, Cylichna discus, Scoloplos (Leodamas) sp, Cossura sp e Natica sp nas demais estações (Figura 21 e 22).

O segundo eixo (17,80%) evidenciou a sazonalidade, principalmente nos pontos 1, 8, 14 e 15, caracterizada pelas associações das espécies Prionospio steenstrupi, Exogone sp e Brachiostoma sp no período de inverno; enquanto Corbula caribea, Paraonis sp e Polinoidae sp caracterizaram o período de verão (Figura 21 e 22).

O terceiro eixo (9,58%) esteve relacionado aquelas estações que apresentaram coordenadas negativas no eixo 1, evidenciando uma outra associação de espécies, relacionada às estações amostradas próxima a desembocadura do rio Tijucas (estações 4, 5 e 13). Esta ficou representada pelas seguintes espécies: Prionospio dayi, Owenia fusiformis, Cylichna discus, Scoloplos (Leodamas) sp, Cossura sp e Mactra spp (Figura 23 e 24).

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30 CA case scores A x is 2 Axis 1 Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Syllidae sp4 Gyptis sp1 Brachiostoma sp1 Armandia spp Exogone sp1 Corbula cf caribaea Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Mediomastus californiensis Notomastus lobatus -0.9 -1.8 -2.7 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Cylichna discus Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 CA case scores A x is 2 Axis 1 Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Syllidae sp4 Gyptis sp1 Brachiostoma sp1 Armandia spp Exogone sp1 Corbula cf caribaea Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Mediomastus californiensis Notomastus lobatus -0.9 -1.8 -2.7 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Cylichna discus Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 CA case scores A x is 2 Axis 1 Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Syllidae sp4 Gyptis sp1 Brachiostoma sp1 Armandia spp Exogone sp1 Corbula cf caribaea Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Mediomastus californiensis Notomastus lobatus -0.9 -1.8 -2.7 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Cylichna discus Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 CA case scores A x is 2 Axis 1 Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Syllidae sp4 Gyptis sp1 Brachiostoma sp1 Armandia spp Exogone sp1 Corbula cf caribaea Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Mediomastus californiensis Notomastus lobatus -0.9 -1.8 -2.7 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1 Scoloplos (Leodamas ) sp1 Cylichna discus Acteocina bullata Prionospio dayi Sthenelais sp1 Goniada maculata Owenia fusiformis Natica sp Cossura sp Abra lioica Neanthesbruaca Magelona papillicornis Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mactra spp Aricidea sp1

Figura 21: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as estações plotadas. CA variable scores A x is 2 Axis 1 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12 I13 I14 I15 -0.5 -1.0 -1.4 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 -0.5 -1.0 -1.4 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 CA variable scores A x is 2 Axis 1 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12 I13 I14 I15 -0.5 -1.0 -1.4 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 -0.5 -1.0 -1.4 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

Figura 22: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as espécies plotadas.

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31 CA case scores A x is 3 Axis 1 Scoloplos (Leodamas) sp1 Cylichna discus Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Acteocina bullata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Prionospio dayi Syllidae sp4 Sthenelais sp1 Gyptis sp1

Goniada maculata Brachiostoma sp1

Armandia spp Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica Exogone sp1

Neanthes bruaca Magelona papillicornis Corbula cf caribaea Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mediomastus californiensis Mactra spp Aricidea sp1 Notomastus lobatus -0.7 -1.4 -2.2 0.7 1.4 2.2 2.9 3.6 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 CA case scores A x is 3 Axis 1 Scoloplos (Leodamas) sp1 Cylichna discus Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Acteocina bullata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Prionospio dayi Syllidae sp4 Sthenelais sp1 Gyptis sp1

Goniada maculata Brachiostoma sp1

Armandia spp Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica Exogone sp1

Neanthes bruaca Magelona papillicornis Corbula cf caribaea Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mediomastus californiensis Mactra spp Aricidea sp1 Notomastus lobatus -0.7 -1.4 -2.2 0.7 1.4 2.2 2.9 3.6 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5 CA case scores A x is 3 Axis 1 Scoloplos (Leodamas) sp1 Cylichna discus Cirratulidae sp1 Polinoidae sp1 Laonice cirrata Acteocina bullata Paraonis sp1 Syllidae sp3 Prionospio dayi Syllidae sp4 Sthenelais sp1 Gyptis sp1

Goniada maculata Brachiostoma sp1

Armandia spp Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica Exogone sp1

Neanthes bruaca Magelona papillicornis Corbula cf caribaea Magelona variolamellata Tellina sp Magelona posterelongata Parandalia tricuspis Sigambra grubii Prionospio cf steenstrupi Ninoe brasiliensis Paraprionospio pinnata Kinbergonuphis orensanzi Mediomastus californiensis Mactra spp Aricidea sp1 Notomastus lobatus -0.7 -1.4 -2.2 0.7 1.4 2.2 2.9 3.6 -0.9 -1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

Figura 23: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as espécies plotadas CA variable scores A x is 3 Axis 1 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12 I13 I14 I15 -0.5 -1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 -1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 CA variable scores A x is 3 Axis 1 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12 I13 I14 I15 -0.5 -1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 -1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 CA variable scores A x is 3 Axis 1 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8 V9 V10 V11 V12 V13 V14 V15 I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12 I13 I14 I15 -0.5 -1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4 -1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

Figura 24: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as estações plotadas.

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32

Tabela III: Associações (Assembléias) identificadas dentro da Baia de Tijucas.

Associação 1 Associação 2 Estações 2, 3, 4, 5, 6 7, 9, 10, 11, 12, 13 Magelona papilicornis Sthenelais sp1 Telina spp Natica sp1 Magelona variolamelata Kinbergonuphis orensanzi Owenia fusiformis Paraprionospio pinnata Ninoe brasiliensis Parandalia tricuspis Goniada maculata Acteocina bullata Neanthes bruaca Magelona posterelongata Scoloplos (Leodamas) sp1 Cossura sp Cylichna discus Estações 1, 8, 14, 15 (Baia de Zimbros) no período de Inverno Prionospio steenstrupi Exogone sp1 Syllidae sp3 Armandia sp1 Brachiostoma sp1 Cirratulidae sp1 Mediomastus californiensis Sigambra grubii Associação 3 Associação 4 Estações 1, 8, 14, 15 (Baia de Zimbros) no período de Verão Laonice cirrata Gyptis sp1 Paraonis sp1 Notomastus lobatus Corbula caribaea Polynoidae sp1 Syllidae sp4 Estações 4, 5, 13

(Foz do Rio Tijucas)

Scoloplos (Leodamas) sp1 Mactra spp

Prionospio dayi Cylichna discus Cossura sp1

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33

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A MACROFAUNA BÊNTICA.

A análise de variância entre os tratamentos: Antes do Arrasto, Depois do Arrasto e Área Controle (CNT), demonstrou que não houve diferenças significativas (p>0,05) entre os índices relativos a estrutura de comunidade (Tabela IV), tanto no verão como (Figura 26) no inverno (Figura 27).

Tabela IV: Valores de F e p das análises de variância entre os experimentos de verão e inverno.

Época Experimento DT DT polichaeta Diversidade Riqueza

F P F P F p F p Verão Arrasto 1 1,66977 0,21128 2,30056 0,12381 0,83094 0,44886 1,12553 0,34246 Arrasto 2 0,43178 0,65376 0,70007 0,50534 0,21170 0,81054 0,16703 0,84704 Inverno Arrasto 1 0,56708 0,57356 0,47576 0,62634 0,42656 0,65692 0,63074 0,53959 Arrasto 2 0,35414 0,70488 0,14685 0,86409 0,37103 0,69337 0,44206 0,64712 A análise de variância não-paramétrica demonstrou haver diferenças significativas somente para os seguintes parâmetros:

- a densidade total no segundo arrasto de verão;

- as diversidades dos arrastos de inverno;

- a riqueza do primeiro arrasto de inverno.

A diferença na densidade total do segundo arrasto de verão, pode ser devido a alta heterogeneidade espacial, pois os valores do controle foram menores que os tratamentos antes e depois do arrasto. O aumento da diversidade nos arrastos de inverno no tratamento depois, pode estar relacionado a homogeneização da comunidade após aos arrastos, com uma possível equalização das abundâncias específicas. O aumento da riqueza no primeiro arrasto de inverno para o tratamento depois, pode ser devido a um possível deslocamento de outras espécies pela rede de arrasto para a área do experimento após a passagem destas (Tabela V).

Referências

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