• Nenhum resultado encontrado

REINVENTANDO A IMPORTANCIA DE LER NA MATEMÁTICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "REINVENTANDO A IMPORTANCIA DE LER NA MATEMÁTICA"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

REINVENTANDO A IMPORTANCIA DE LER NA MATEMÁTICA Autor(es): PICCOLI, Glaucia Celina Tarouco

Apresentador: GLAUCIA CELINA TAROUCO PICCOLI Orientador: Denise silveira

Revisor 1: Alessandro Cury Soares Revisor 2: Verno Krüger

Instituição: UFPel

REINVENTANDO A IMPORTANCIA DE LER NA MATEMÁTICA PICCOLI, Gláucia Celina Tarouco

Escola Municipal de Ensino Fundamental Dona Maria Joaquina

1. INTRODUÇÃO

Muitos de nossos alunos e alguns professores acreditam que o processo de leitura é erroneamente considerado como o ato de percorrer com os olhos um texto escrito, ou melhor, como algo que se resume a um processo de decodificação de letras e palavras, ignorando dessa forma um aspecto fundamental que é a percepção/compreensão do texto e a reconstrução do significado que esse pretende passar. Ler significa bem mais; é ir alem da decodificação implicando numa referenciação e intelecção do texto e domínio de um código lingüístico particular para poder ressignificá-lo.

Devemos considerar que o ato de leitura vai muito além, enfatizando que essa é uma atividade cognitiva por excelência, por apresentar um caráter multifacetado, isto é, por ser um processo que envolve percepção, processamento, memória, inferência, dedução. A leitura não é apenas uma atividade em si, educativa

(2)

ou informativa, mas um exercício fundamental para o pleno desenvolvimento das capacidades cognitivas individuais (SISTO, DOBRÁNSZKY,MONTEIRO, 2001). Dessa forma, a leitura e a compreensão do texto, assim como a expressão lingüística em geral, tem sido objeto de preocupações no sistema educacional brasileiro durante o processo de alfabetização e nas séries iniciais de escolarização. Mas, a maioria dos professores, de qualquer nível, quase sempre concorda que os alunos não lêem, não gostam de ler e têm dificuldades para compreender o que lêem, porém relutam em assumir a sua parcela de responsabilidade na formação do aluno leitor. Assim, a escola, que deveria ser o local de ‘aprendizado da leitura’, por excelência, acaba atuando ao contrário, o que leva os estudantes a considerarem a leitura uma atividade chata e inútil.

Contraditoriamente pesquisas como a apresentada pela CEPAL –Comisión Econômica para América Latina y el Caribe e pela UNESCO (2005), apontam que os professores enfatizam o hábito da leitura, mas poucas atividades são feitas nesse sentido.

Quando recebemos textos do tipo “Pérolas do ENEM”, por exemplo ficamos aterrorizados com as frases que são escritas por nossos estudantes; e, mais uma vez salientamos que as chamadas dificuldades de leitura e redação, podem estar ligadas a deficiências em capacidades cognitivas básicas, como a habilidade de compreender varáveis, fazer proposições, identificar lacunas de informação, distinguir entre observações e inferências, raciocinar hipoteticamente e exercitar a meta cognição.

No texto de Freire (1987) “A importância do ato de ler”, já indicava que a compreensão do texto implica na sua leitura crítica, que ocorre a partir da percepção das relações entre o texto e o contexto. Mais do que servir ao cumprimento das tarefas escolares, o desenvolvimento das habilidades de leitura e redação proporciona ao individuo um aperfeiçoamento de sua “leitura de mundo”, de sua interpretação da realidade.

2. METODOLOGIA

Passo a relatar agora como eu desenvolvi esse trabalho em sala de aula.

Primeiramente é apresentado o conteúdo para que os alunos/alunas tenham uma noção do que vão estudar. Depois os alunos/alunas se reúnem em pequenos grupos de no máximo quatro alunos/alunas, escolhem os livros e levam para o grupo.

(3)

O processo de estudo segue os seguintes itens: - Leitura da unidade em estudo;

- Caso não estejam satisfeitos com os livros, estes poderão ser trocados com a biblioteca ou com outro grupo;

- Discussão em grupo, à medida que a leitura se processa; - Analise dos exercícios dos livros sobre o tópico estudado;

- Cada grupo elabora quatro exercícios para trocar entre eles, resolvem e retornam ao grupo de origem para ser feita a correção e o comentário das respostas; - Os alunos/alunas em seus grupos farão seminários orientados pelo professor, ao termino do estudo da unidade, tentando contextualizar, trazendo curiosidades ou historia relacionada ao assunto em estudo para enriquecer a apresentação a partir dos livros paradidáticos;

- Resumo feito pelo professor, ressaltando as idéias mais importantes, ligando o que foi lido e apresentado na unidade estudada e também pode ser feita critica ao texto e sugestões de como o autor do livro didático poderia apresentar o conteúdo. Varias vezes nos deparamos com erros em livros encontrados pelos alunos. Quando isso me acontece pedimos para que eles façam a correção ou sugestão. É verdade que no inicio do trabalho os alunos/alunas apresentam certa dificuldade em interpretar o texto e voltar a ele tantas vezes quantas forem necessárias para resolverem os exercícios. Isso acontece devido à falta de costume de ler um texto Matemático.

Mas à medida que o tempo vai passando, e eles vão se familiarizando com a linguagem, a atividade vai se tornando muito agradável.

É possível afirmar também que esse trabalho mostra a relevância da interpretação de texto, tão importantes em outras disciplinas e ajuda na compreensão de problemas matemáticos, enriquecendo qualquer metodologia de ensino.

3. DISCUSSÃO

Dessa forma, na tentativa de estimular o hábito da leitura e recuperar o valor e a importância dos livros, com atenção especial para o livro didático de Matemática, venho a algum tempo, desenvolvendo uma forma de trabalho diferenciada com meus alunos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental, ou seja, a leitura e a interpretação de textos didáticos e paradidáticos de Matemática.

(4)

Hoje é consenso de alguns estudiosos que os livros de Matemática tem sido abertos pelos alunos apenas para fazer exercícios e assim, esses alunos têm concluído o ensino fundamental, sem condições de estabelecer a interpretação dos textos escritos em linguagem Matemática e, conseqüentemente, sem ter habilidades que são consideradas fundamentais no processo de aprendizagem que são: a independência e a maturidade para estudarem sozinhos, sabendo buscar o conhecimento, conforme proposta da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional - LDB/96

Então com essa preocupação criei uma forma de desenvolver essa habilidade em meus alunos através da “Biblioteca Móvel”; sei que existem outros caminhos, mas esse foi o mais viável para a minha realidade escolar. Essa biblioteca consiste em uma fruteira plástica de cor branca, com três cestos empilhados verticalmente, rodinhas para locomoção e, assim, essa fruteira “recheada” de livros didáticos e paradidático circula entre as turmas.

4. CONCLUSÕES

Encaminhando para possíveis conclusões do texto, que apresenta uma proposta de atividade, considero que trabalhando desse modo o professor estará fazendo com que seus alunos desenvolvam habilidades como: valorizar o trabalho em grupo, incentivar o habito da leitura, desenvolvendo autonomia no aluno/aluna e, assim propiciar maior participação em sala de aula, desenvolvendo a leitura critica ao questionar o que lê, e também o capacitando para redigir texto em linguagem Matemática, por essa, dentre outras possibilidades é que continuo a acreditar no potencial do projeto.

Acredito ser de fundamental importância dar significado consistente ao dia-a-dia do aluno em sala de aula, fazendo da leitura um meio de reinventar a Matemática com encantamento e prazer em aprender.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CEPAL/UNESCO. Publicación de lãs Naciones Unidas. Serie Seminários y conferencias: Invertir mejor para invertir más. Impreso em Naciones Unidas, Santiago de Chile, enero del 2005. Disponipel em: http://www.eclac.cl Acesso em dezembro de 2006.

(5)

CHEVALLARD, Yves, et al. Estudar matemáticas.Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 17ed.São Paulo: Cortez, 1987. ________ . Pedagogia da autonomia. 6 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

PARRA, Cecília, et al. Didática da matemática:reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre: artes Médicas, 1996.

SISTO, Fermino, DOBRÁNSZKY, Enid, MONTEIRO, Alexandrina. Cotidiano escolar: questões de leitura, matemática e aprendizagem. Petrópolis: Vozes: USF, 2001.

Referências

Documentos relacionados

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

Deste modo, o adequado zoneamento e sua observância são fundamentais para a conciliação da preservação ou conservação de espécies, hábitats e paisagens dentre outras e

6 Consideraremos que a narrativa de Lewis Carroll oscila ficcionalmente entre o maravilhoso e o fantástico, chegando mesmo a sugerir-se com aspectos do estranho,

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Seja o operador linear tal que. Considere o operador identidade tal que. Pela definição de multiplicação por escalar em transformações lineares,. Pela definição de adição