Pressão Arterial em
Animais de Companhia
MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Um procedimento básico na medicina geral, aceite como prático e fundamental há muitos anos
OAD - OSCILOMETRIA
DE ALTA DEFINIÇÃO
ACVIM consensus statement
z Porquê medir a pressão arterial?
z Como medir a pressão arterial?
z O que é a hipertensão arterial sistémica?
Causas e consequências
Porquê medir a pressão arterial?
1. Rotina (check up geriátrico
vacinas, apresentações com sinais inespecificos, etc)
2. Como parte do exame fisico 3. Sempre em animais com:
z Insuficiência renal z Doença cardíaca z Diabetes mellitus z Hiperadrenocorticismo z Hipertiroidismo 4. Rastreio pré-anestésico, monitorização anestésica e pós-anestésica. 5. Emergência e cuidados intensivos: Choque, Traumatismos Envenenamento, Crises addisonianas, Crises hipertensivas, Insuficiência cardíaca congestiva, etc. 6. Monitorização de tratamento SEMPRE em animais em tratamento de hipertensão
Como medir a pressão
arterial?
z Métodos directos –necessário cateterização da artéria (difícil)
z Métodos indirectos: Doppler: só mede P.A.Sist. Oscilométrico1ª G: pouco sensível em animais pequenos Oscilometria de alta definição:
PAS e PAD, sensível em todos os animais
OSCILOMETRIA DE ALTA DEFINIÇÃO (OAD) Características avançadas:
z Ajuste automático de acordo com a onda de pulso e
o débito cardíaco de cada indivíduo
z Máxima velocidade de insuflação
z Máxima velocidade linear de esvaziamento
z Velocidade de esvaziamento dependente do pulso
(mmHg/seg.)
z Ganho (optimização das amplitudes de entrada no
sentido duma detecção bem sucedida mesmo em pulsos fracos e rápidos, arritmias, etc.)
OSCILOMETRIA DE ALTA DEFINIÇÃO Benefícios prácticos:
1. Reconhecimento de
artefactos com remoção automática
2. Precisão e amplitude de PA
(5-300/450 mm/Hg)
3. Tempo rápido de medição
em gatos: 8-15 seg
4. Medição apesar de arritmia 5. Medição durante a anestesia
sem limitações
6. Medição a pressões muito
baixas (<60mm/Hg)
7. Gravação das medições
em tempo real e apresentação em ecrã 8. Medição a altas frequências cardíacas (400 bpm, > 400 bpm MDScience)
MEDINDO O EXTREMO
MEDINDO O EXTREMO
Como medir a pressão arterial?
1. SELECÇÃO DO SISTEMA (Doppler, Oscilom. ou OAD)
2. SELECÇÃO DO CUFF:
z 40 % circunferência do local
de aplicação do cuff (30-40 % em gatos)
3. OAD: Reconhecimento do volume do cuff (3 tamanhos)
4. SELECÇÃO DO LOCAL DE LEITURA
5. MÉTODO DE LEITURA (PROCEDIMENTO PADRÃO)
NO CENTRO VETERINÁRIO
SELECÇÃO DO LOCAL DE
LEITURA – POSIÇÃO PACIENTE
z MEMBROS OU CAUDA
(variação com conformação do paciente e preferência do técnico)
z DECÚBITO EXTERNAL, LATERAL
z ESTAÇÃO
METODOLOGIA - RECONHECIMENTO E
INTERPRETAÇÃO DA VARIAÇÃO FISIOLÓGICA
1. VARIAÇÃO FISIOLÓGICA
(10-20 mm/Hg, entre leituras)
2. EFEITO-DE-BATA-BRANCA (aumento acentuado
da PAS nas primeiras 1 a 2 medições)
3. VARIAÇÃO RELACIONADA COM O STRESS
(aumento acentuado da PAS na medições
coincidentes com estimulos ambientais: telefone, porta bater, cão a ladrar, dono que entra ou sai, etc)
METODOLOGIA
1. Método padronizado
2. Ambiente isolado, calmo,
preferencialmente com o dono presente 3. Ambientação: 5-10 min. 4. Animal em posição confortável 5. Preferencialmente deve
ser sempre o mesmo
técnico a fazer as leituras
6. Paciente calmo e imóvel
6. Primeira medição
descartada
7. Anotadas 5-7 leituras
(mínimo 3), consecutivas e consistentes (< 20%
variabilidade nos valores sistólicos)
8. Repetir e mudar
localização do cuff se necessário
TIPOS DE HIPERTENSÃO
1. INDUZIDA POR STRESS - Acentuadamente
sistólica
2. IDIOPÁTICA (PRIMÁRIA/ESSENCIAL) – De
existência duvidosa em cães ou gatos
3. SECUNDÁRIA – Importante em clínica de AC
DOEN
DOEN
Ç
Ç
AS ASSOCIADAS COM
AS ASSOCIADAS COM
HIPERTENSÃO SECUND
HIPERTENSÃO SECUND
Á
Á
RIA
RIA
zz DoenDoençça renal: a renal: 90% 90% (Cowgill 1991)(Cowgill 1991)** z
z Hipertiroidismo: Hipertiroidismo: 87% 87% (Kobayashi 1990)(Kobayashi 1990) z
z Diabetes mellitus: Diabetes mellitus: 46% 46% (Struble et al. 1998)(Struble et al. 1998)** z
z Hiperadrenocortic.: Hiperadrenocortic.: 86% 86% (Ortega et al 1998)(Ortega et al 1998) z
z DoenDoençça carda cardííaca:aca: alta incidência de hipertensão diastalta incidência de hipertensão diastóólica, lica, especialmente em fases precocces da doen
especialmente em fases precocces da doençça. Sem dados public.a. Sem dados public. z
z Dôr: Dôr: mesmo sem manifestamesmo sem manifestaçções evidentes ões evidentes àà observaobservaççãoão z
z ObesidadeObesidade
Mais frequentes
DOEN
DOEN
Ç
Ç
AS ASSOCIADAS COM
AS ASSOCIADAS COM
HIPERTENSÃO SECUND
HIPERTENSÃO SECUND
Á
Á
RIA
RIA
z z FEOCROMOCITOMAFEOCROMOCITOMA z z HIPERALDOSTERONISMOHIPERALDOSTERONISMO z z HIPERPARATIROIDISMOHIPERPARATIROIDISMO zz HIPOTIROIDISMO (apenas em M.Humana)HIPOTIROIDISMO (apenas em M.Humana)
Mais raras
CAUSAS DE HIPOTENSÃO
CAUSAS DE HIPOTENSÃO
z
z SedaSedaçção, Anestesiaão, Anestesia
z
z Choque: Trauma, Envenenamento, Choque: Trauma, Envenenamento, Hemorragia, etc.
Hemorragia, etc.
z
z DoenDoençça carda cardííaca em descompensaaca em descompensaççãoão
z
z CirCirúúrgias prolongadas em decrgias prolongadas em decúúbito dorsalbito dorsal
z
z Drogas: IECAs, Drogas: IECAs, ßß--bloqueantes, Antagonistas bloqueantes, Antagonistas do Ca, etc.
CONSEQUÊNCIAS DA
CONSEQUÊNCIAS DA
HIPOTENSÃO
HIPOTENSÃO
z
z MMáá perfusão de orgãos e tecidosperfusão de orgãos e tecidos
Ö
ÖInsuficiência Renal AgudaInsuficiência Renal Aguda Ö
ÖInsuficiente fornecimento de oxigInsuficiente fornecimento de oxigéénio ao cnio ao céérebro e rebro e ao cora
ao coraççãoão
Sintomas:
Sintomas:
z
z Extremidades frias: almofadas plantares, orelhas, Extremidades frias: almofadas plantares, orelhas,
nariz, cauda, etc.
nariz, cauda, etc.
z
z Letargia, convulsõesLetargia, convulsões
z
CLASSIFICAÇÃO
HIPOTENSÃO
SEVERIDADE ANIMAIS ACORDADOS ANIMAIS ANESTESIADOS LIGEIRA < 100/60 < 90/50 MODERADA <90/50 < 80/40 SEVERA <70/50 <60/30VALORES NORMAIS DE
PRESSÃO ARTERIAL
VALORES NORMAIS EM CÃES E
VALORES NORMAIS EM CÃES E
GATOS
GATOS
Cães valores espec
Cães valores especííficos da raficos da raçça a m
méédia 133/75dia 133/75 ˝
˝Grupo de baixa pressãoGrupo de baixa pressão˝˝: 120/65: 120/65 ˝
˝Grupo de alta pressãoGrupo de alta pressão˝˝: 140/85: 140/85
Gatos: 124/84
Gatos: 124/84
No entanto, a comparação com valores
históricos desse indivíduo são o barómetro de saúde mais sensível!
DIAGNÓSTICO DE
HIPERTENSÃO
BASEADO NO RISCO DE
LESÃO DE ORGÃOS ALVO
CLASSIFICA
CLASSIFICA
Ç
Ç
ÃO DE PA
ÃO DE PA
BASEADA EM RISCO DE LOA
BASEADA EM RISCO DE LOA
Categoria de Categoria de risco risco PA PA Sist
Sistóólicalica
PA
PA
Diast
Diastóólicalica
Risco futuro Risco futuro de LOA de LOA I I <150<150 <95<95 MinimoMinimo II II >150>150 >95>95 LigeiroLigeiro III
III >160>160 >100>100 ModeradoModerado
IV
LESÃO DE ORGÃOS ALVO
(LOA)
LOA
z Hipertrofia concêntrica ventrículo esquerdo z Disfunção diastólica
z Dilatação átrio esquerdo
z Sopros, ruídos de galope (70% gatos hipertensos) z Arritmias
LOA
z APRESENTAÇÃO: cegueira súbita ou de
progressão rápida, midríase bilateral completa.
Hifema uni/bilateral, anisocoria, alterações da cor da iris
LOA
z Retinopatia hipertensiva
z Coroidopatia hipertensiva
LOA
Retenção de NA e H2O Expansão volume sanguíneo
Activação SRAA Activação neuro-hormonal Hipertensão glomerular Hiperfiltração glomerular Proteinúria arteriosclerose DOENÇA RENAL HIPERTENSÃO SISTÉMICA
LOA
ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA
(edema cerebral e lesões vasculares)
z Letargia, convulsões, alteração súbita do
estado mental, desorientação
z Disturbios do equilibrio, sinais vestibulares,
MANEIO DO PACIENTE
HIPERTENSO
AVALIAÇÃO E DECISÃO DE TRATAMENTO
1. Reconhecer causas de Hipertensão AS
2. Identificar e caracterizar as Lesões OA
3. Identificar condições concorrentes que
possam complicar a medicação anti-hipertensiva
TRATAMENTO DO PACIENTE
HIPERTENSO
z Objectivo: redução gradual e persistente da PA
z Redução da categoria de risco de LOA
z Restrição de NaCl (!?) – activação SRAA
TRATAMENTO DO PACIENTE
HIPERTENSO
z IECAs: 0,5 mg/Kg SID, BID
z AMLODIPINA: 0,1-0,25 mg/Kg SID (gatos até 0,5 mg/Kg) z ATENOLOL 0,25-2 mg/Kg BID - cão 6,25-12,5 mg/gato SID z ASSOCIAÇÃO z ESPIRONOLACTONA: 1-2 mg/Kg BID z DILTIAZEM: 1-2,5 mg/Kg TID z HIDRALAZINA: 0,5-2 mg/Kg BID 2,5 mg/gato SID/BID z FUROSEMIDA / TIAZIDAS
SRAA Activo FC <200 FC ≥200 FC <200 FC ≥200 1ª Escolha Rest. NaCl Amlodipina Enalapril Rest. NaCl Atenolol Rest. NaCl Amlodipina Enalapril Rest. NaCl Atenolol Enalapril Adicionar
2x Amlodip 2x Amlodip Amlodipina Atenolol Enalapril Atenolol 2x Amlodip
Diurético* Diurético* Diurético* Diurético*
rrigi a usa e: ICC, IRC, Drogas * Usar sempre IECA com diurético
ICC → Insuficiência Cardíaca Congestiva IRC → Insuficiência Renal Crónica
SRAA → Sistema Renina Angiotensina – Aldosterona Rest. → Restrição
Corrigir a causa
SRAA Inactivo Se:
Amlodipina
Maneio da HA Felina
A PRESSÃO ARTERIAL NA
A PRESSÃO ARTERIAL NA
DOEN
DOEN
Ç
Ç
A CARD
A CARD
Í
Í
ACA
ACA
zz Normal atNormal atéé àà activaactivaçção do SRAA ão do SRAA
(sistema renina
(sistema renina--angiotensinaangiotensina--aldosterona)aldosterona)
z
z ElevaElevaçção diastão diastóólica lica
z
z Com a progressão da doenCom a progressão da doençça a pressão a a pressão arterial baixa
arterial baixa
z
z Hipotensão Hipotensão –– choque cardchoque cardííaco aco -- mortemorte
A pressão arterial deverá ser medida antes de tratar com IECAs, ß-Bloqueantes, Antagonistas do Ca etc.
TRATAMENTO DE
EMERGÊNCIA
ANIMAIS CATEGORIA IV E SINAIS DE LOA
1. Hidralazina: 0,2 MG/Kg IV/IM, repetir q2h 2. Nitroprussiato de Sódio: 1-3 µg/Kg/min IC
MONITORIZAÇÃO CONTINUA DA PA 3. Esmolol: 50-75 µg/Kg/min IC
4. Amlodipina
Medição da Pressão Arterial
em Animais de Companhia
1. Medição de rotina da pressão arterial
sistémica em animais assintomáticos, especialmente geriátricos
(MEDICINA PREVENTIVA)
2. Medição em doenças com predisposição
para HAS e sinais de LOA
3. Anestesia e cuidados intensivos 4. Oscilometria de alta definição