Isolamento e seleção de fungos endofíticos da
oliveira para luta biológica contra
Colletotrichum acutatum e Verticillium dahliae
Centro de Investigação de Montanha (CIMO) / Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança pbaptista@ipb.pt Paula Baptista Workshop "Investigação em Olivicultura e Azeite -Resultados e Aplicações” 27 e 28 de junho 2013 Universidade de Évora
Introdução
A oliveira (Olea europaea L.) é uma cultura de grande importância nos países da bacia do Mediterrâneo, incluindo Portugal
% area de olival Alentejo Beira Interior Trás-os-Montes
Talhinhas et al. (2010) Plant Pathology 60: 483–495
C. acutatum (97%) C. gloeosporioides (3%) Colletotrichum spp. Verticillium Verticillium dahliae
Significantes perdas na produção
Gafa da oliveira Gafa da oliveira Verticilose Verticilose
Introdução
Nas últimas décadas, ao nível europeu …..Organização
Internacional
de Luta
Biológica
UE (Directiva
2009/128/EC)
Fomento de modos de produção sustentável, com destaque para o usoda luta biológica
Introdução
Nutrição e Proteção
Fungo endófito Planta hospedeira
Aos fungos endofíticos foi-lhes recentemente reconhecido potencial: - no aumento da resistência das plantas a agentes patogénicos
- como agentes de luta biológica
- Tolerância/resistência contra stresses abióticos e bióticos - Aumento de crescimento e
Avaliar a diversidade de fungos endofíticos em 3 cultivares:
Projeto PTDC/AGR-PRO/4354/2012: Objetivos
Selecionar os isolados endófitos com maior potencialidade na luta biológica contra C. acutatum e V. dahliae
Cv. Galega Cv. Picual Cv. Cobrançosa
Gafa
Verticilose
Suscetível Tolerante Mod. tolerante
Suscetível Tolerante
Metodologia
Colheita do material vegetal Isolamento de FE Identificação dos isolados pela sequenciação da região ITS do
rDNA
Estabelecimento de co-culturas com C. acutatum e V. dahliae
Folhas Raízes Ramos
Caracterização macro e microscópica das co-culturas
~ 600 bp
Cv. Galega Cv. Cobrançosa
Resultados
Comunidade de fungos endofíticos
cv. Cobrançosa cv. Galega
5250 Segmentos (19% colonizados com EF)
976 isolados
27 Géneros
38 sp.
525 Segmentos
(23% colonizados com EF)
130 isolados
8 Géneros
Resultados
cv. Cobrançosa cv. Galega 8 9 35 26 18 932 1.5% 1% 53.3% 2 20 108 2 6 8 Freq. colonização Nº espécies Nº isoladosComunidade de fungos endofíticos
Folhas Ramos Raízes 1.1% 8.6% 57.1%
Resultados
cv. Cobrançosa cv. Galega Abundance (N) 0 5 10 P. columnaris F. oxysporum T. gamsii B. verrucosa H. lixii L. corticola M. phaseolina P. restrictum B. ochroleuca Diaporth sp. Fungal endophyte sp 2. C. luteo-olivacea P. leycettanus P. canescens A. alternata Fungal endophyte sp 1. Ulocladium consortiale T. basicola Uncultured root-associated D. ambigua P. chrysanthemicola C. pauciseptatum P. radicina P. roseopurpureum Unclutured ascomycota Uncultured fungus C. trifolii C. vilior E. nigrum M. arundinis P. sporulosum Pdospora sp. Phomopsis sp. R. oryzae A. arborescens F. rabenhorstii P. commune V. cypri 20 40 60 100 200 300 400 Root Branch LeafComunidade de fungos endofíticos
Raízes Ramos Folhas
Abundância Abundância
Germinação Esporulação 2 dias 4 dias Crescimento 6 dias M. phaseolina F. oxysporum H. lixii P. roseopurpureum P. purpurogenum P. lilacinus A A A A A B B B B B Cv. Cobrançosa Cv. Galega
Os dois fatores explicam 79.21% da variância total. A – P. commune; B – T. gamsii.
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no crescimento, esporulação e germinação de C. acutatum
Resultados
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no
Resultados
Germinação Esporulação 2 dias 4 dias Crescimento 6 dias M. phaseolina F. oxysporum H. lixii P. roseopurpureum P. purpurogenum P. lilacinus A A A A A B B B B B Cv. Cobrançosa Cv. GalegaOs dois fatores explicam 79.21% da variância total. A – P. commune; B – T. gamsii.
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no crescimento, esporulação e germinação de C. acutatum
Germinação Esporulação 2 dias 4 dias Crescimento 6 dias M. phaseolina F. oxysporum H. lixii P. roseopurpureum P. purpurogenum P. lilacinus A A A A A B B B B B Cv. Cobrançosa Cv. Galega
Os dois fatores explicam 79.21% da variância total. A – P. commune; B – T. gamsii.
Resultados
Os FE com maior efeito inibitório no: - crescimento, - esporulação, - e germinação de C. acutatum foram isolados da Cobrançosa
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no
cv. Cobrançosa
Resultados
Ca - Colletotrichum acutatum Pr - Penicillium roseopurpureum Fo - Fusarium oxysporum Pl - Paecilomyces lilacinus Pc - Penicillium commune Hl - Hypocrea lixii Co-antagonismo Ca (-/-) Pl (-/-) Ca Fo (-/-) Ca Pr Sem alterações Macroscópicas Microscópicas(na zona de interação)
(-/0) Pc Ca (-/0) Ca Hl Antagonismo 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm
A terminologia usada para descrever as interações foi baseada em Tuininga (2005) The fungal community, Taylor and Francis
Resultados
cv. Galega Agonismo Ca Fo (-/+) Co-habitaçãoCa - Colletotrichum acutatum; Fo - Fusarium oxysporum; Pp - Penicillium purpurogenum; Ph.c - Phomopsis columnaris Tg - Trichoderma gamsii; M.ph - Macrophomina phaseolina;
Ca Ph.c (0/0) Ca Tg (0/0) Ca M.ph (+/-) Pp Ca (-/0) 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm 25µm Antagonismo Agonismo Sem alterações Macroscópicas Microscópicas
P. purpurogenum Esporulação Germinação 2 dias Crescimento Crescimento 4 dias 6 dias F. oxysporum T. gamsii P. lilacinus Factor 2 (20.29% ) H. lixii P. commune cv. Cobrançosa cv. Galega
A- P. roseopurpureum; B- F. oxysporum; C- M. phaseolina; D- Ph.columnaris.
A C A A A C B B B B B C C D D D D D Factor 1 (60.26%)
Resultados
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no crescimento, esporulação e germinação de V. dahliae
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no
crescimento, esporulação e germinação de V. dahliae
cv. Cobrançosa cv. Galega
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no crescimento, esporulação e germinação de V. dahliae
Resultados
P. purpurogenum Esporulação Germinação 2 dias Crescimento Crescimento 4 dias 6 dias F. oxysporum T. gamsii P. lilacinus Factor 2 (20.29% ) H. lixii P. commune cv. Galega A C A A A C B B B B B C C D D D D D Factor 1 (60.26%)A- P. roseopurpureum; B- F. oxysporum; C- M. phaseolina; D- Ph.columnaris. Os dois fatores explicam 80.55% da variância total.
cv. Cobrançosa cv. Galega
Efeito dos fungos endófitos das cvs. Cobrançosa e Galega no
crescimento, esporulação e germinação de V. dahliae
Resultados
P. purpurogenum Esporulação Germinação 2 dias Crescimento Crescimento 4 dias 6 dias F. oxysporum T. gamsii P. lilacinus Factor 2 (20.29% ) H. lixii P. commune cv. Galega A C A A A C B B B B B C C D D D D D Factor 1 (60.26%)A- P. roseopurpureum; B- F. oxysporum; C- M. phaseolina; D- Ph.columnaris. Os dois fatores explicam 80.55% da variância total.
Os FE com maior efeito inibitório: - no crescimento foram isolados da cv. Cobrançosa - na esporulação e germinação foram isolados da cv Galega
cv. Cobrançosa
Resultados
Macroscópicas
Microscópicas
(na zona de interação)
Vd - Verticillium dahliae; Pr - Penicillium roseopurpureum; Pl - Paecilomyces lilacinus; Fo - Fusarium oxysporum; Hl - Hypocrea lixii; Pc - Penicillium commune.
Antagonismo Agonismo Vd Pc (-/+) 25µm 25µm Vd Pr (-/0) 25µm 25µm Vd Fo (-/0) 25µm 25µm Vd Hl (-/+) 25µm 25µm Pl Vd (-/0) 25µm 25µm
Resultados
cv. Galega
Macroscópicas
Microscópicas
(na zona de interação)
Agonismo Comensalismo
Vd - Verticillium dahliae; Tg - Trichoderma gamsii; Fo - Fusarium oxysporum; Ph.c - Phomopsis columnaris; M. ph - Macrophomina phaseolina; Pp - Penicillium purpurogenum
25µm 25µm 25µm Vd Fo (-/+) 25µm Vd Ph.c (0/0) 25µm 25µm Vd M. ph (0/+) 25µm 25µm Pp Vd (0/+) Vd Tg (-/+) 25µm 25µm Co-habitação
Verticillium dahliae
Conclusões
A frequência de colonização por FE nas duas cultivares de oliveira foram
muito similares e, superior, nas raízes face aos restantes orgãos analisados
Cv. Galega T. gamsii F. oxysporum Cv. Cobrançosa H. lixii P. lilacinus P. roseopurpureum Colletotrichum acutatum Inibem sobretudo Inibem sobretudo
Conclusões
A resistência/suscetibilidade destas duas cultivares à gafa da oliveira e à
verticilose poderá, em parte, estar relacionada com a presença de fungos
endofíticos antagonistas destes fitopatogénios
Apesar destas 5 espécies constituírem potenciais agentes de luta biológica da gafa da oliveira e da verticilose, é necessário confirmar a sua ação
antagonista contra C. acutatum e V. dahliae em condições in vivo, através da realização de ensaios na planta!
PTDC/AGR-PRO/4354/2012 PTCD/AGR AAM/102600/2008
Agradecimentos
Fátima Martins IPB/ESA Amaya Vilches Universidade Heidelberg José Alberto PereiraIPB/ESA Albino Bento IPB/ESA Laboratório Agrobiotecnologia Paulo Bota IPB/ESA Teresa Lino-Neto BioFig/UMinho