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Ensino superior online: o uso de Pbworks como espaço potencializador para construção do conhecimento

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Ensino superior online: o uso de Pbworks como

espaço potencializador para construção do

conhecimento

Porto Alegre-RS Maio/2010

Márcia Caetano Costa – UFRGS/ FaSe mcaetanocosta@yahoo.com.br

Patrícia Grasel – PPGEDU/UFRGS – patricia.grasel@gmail.com

Relatos de Experiência Inovadora Métodos e Tecnologias Educação Universitária Modelos de Planejamento

Resumo: Esse artigo é resultado de uma experiência investigativa sobre o uso

do Pbworks como espaço potencializador para construção do conhecimento das alunas/professoras do curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, (PEAD/FACED/UFRGS) situada no município de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul (RS/ Brasil). Esse artigo refere-se ao desenho didático metodológico de um curso de educação a distância que faz uso intensivo das possibilidades do ciberespaço como espaço/ambiente virtual de aprendizagem. Objetiva-se com esse artigo apresentar e discutir sobre novas e formas de estruturar e organizar um curso para aprendizagens online. Para isso é apresentado o contexto de educação a distada web 2.0 e o foco do artigo que é o espaço do Pbworks como ambiente virtual de aprendizagem. Essa experiência revelou que além os recursos do ciberespaço dentro da perspectiva da web 2.0 agregam valores (re)significados

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nas aprendizagens dos alunos, valores que podem ser traduzidos em práticas pedagógicas que vão além da proposta do curso, abrangendo inclusive a ação profissional desse aluno.

Palavras-chaves: educação online; desenho didático metodológico;

aprendizagem.

Educação a distância e as possibilidades da web 2.0

A expansão da internet com o advento das possibilidades da web 2.0 tem maximizado inúmeras propostas de desenhos didáticos metodológicos para o ensino superior online. A educação a distância (EAD) não é uma modalidade nova de ensino no Brasil, no entanto, ela vive um momento de grande expansão. De acordo com dados do da secretaria de educação a distância do Ministério da Educação e Cultura- MEC, no ano de 2000 eram 1.682 alunos em EAD, e em 2009, 814.183 matrículas no ensino superior. Atualmente são 111 instituições de Ensino Superior de Educação a Distância, que organizam seus cursos nas diversas metodologias disponíveis (síncronas e/ou assíncronas) viabilizando o aprender a distância, ou aprender online, que de acordo com Silva (2010) é um aprender mais próximo da realidade que se deseja com EAD. Não há um modelo de ensino a distância, contudo, as novas tecnologias permitem o desenvolvimento de diferentes desenhos didáticos metodológicos. Aqui ao se referir em desenhos didáticos relaciona-se a questão da organização e estruturação do curso dentro de espaços/ambientes digitais. Tal questão nos leva a discutir mecanismos que auxiliem na qualificação da educação superior online, para contribuir na formação de sujeitos com a habilidade e competências de produzir, interpretar, analisar o saber/conhecimento. Para tanto iremos discutir nesse artigo sobre um desenho didático metodológico que tem como base o uso do espaço digital conhecido como Pbworks.

A aprendizagem na rede amplia as possibilidades de conexões e modos de organizações entre os grupos que interagem na rede, a aprendizagem não fica circunscrita em um local, ela se constrói em muitos

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ambientes virtuais ou locais, e em muitos tempos e espaços. Dependendo da proposta pedagógica do curso o que o aluno necessitará aprender sobre as ferramentas digitais ficarão limitadas ao tempo de curso e ao ambiente virtual utilizado, se tais ambientes forem ambientes virtuais de aprendizagens fechados (AVAs), logo ao término do curso o aluno não necessitará mais acessar as ferramentas digitais e provavelmente as aprendizagens não serão (re)significadas. Ou seja, o uso de ambientes como Moodle, TelEduc, Navi, Rooda... São importantes na agilização do curso, pois os mesmos proporcionam facilidade na criação e organização do desenho didático do curso, no tento, impõe uma lógica moldada nos cursos presenciais, onde muitas vezes os ambientes virtuais de aprendizagens não passam de repositórios de arquivos. O uso de ambientes virtuais de aprendizagens fechados nessa lógica dificulta o uso significativo das possibilidades do ciberespaço, consequentemente restringe as potencialidades de aprendizagens online.

Referente as possibilidade do ciberespaço esse artigo apresenta uma breve discussão sobre a questão da web 2.0 dentro da perspectiva da educação online.

Com o advento das possibilidades da web 2.0 ambientes virtuais que antes exigiam um software específico e muitas vezes conhecimentos de programação, hoje podem ser estruturados por qualquer sujeito que tenha acesso a rede mundial de computadores. O conceito de web 2.0 traz uma nova posição para os usuários, esse conceito apresenta em sua proposta diferentes possibilidades de interação online, colocando os sujeitos em uma posição de produtores de informação através de ambientes virtuais.

O que antes era publicado virtualmente apenas com a finalidade de consulta ou pesquisa, hoje é compartilhado como um convite à interação, à colaboração e à construção. A ideia da web 2.0 rompe paradigmas, deslocando o usuário de uma posição de simples consumidor para agente participativo, responsável e proativo na construção coletiva de conhecimento. Ambientes como Pbworks, Blogs, Orkut, Twitter, Ning, Facebook e outras redes sociais na web são verdadeiros convites à liberdade de expressão, à autonomia e à interação. Essas ferramentas têm em suas características muito mais do que

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entretenimento, pois possibilitam a exposição de ideias, conceitos e pensamentos, resultantes das intervenções de diversos usuários online.

A web 2.0 consolida a dinâmica da cibercultura, que na compreensão de André Lemos (2003) é regida por três leis: A lei da reconfiguração, a lei da conexão generalizada e a lei da liberação dos polos de emissão. Dentre elas, é possível destacar a possibilidade crescente de que cada indivíduo seja autor da complexa rede em constante transformação, exatamente pela ação destes diferentes sujeitos, seja na participação em redes sociais, na construção colaborativa ou no estabelecimento de processos comunicacionais síncronos.

As possibilidades das diferentes ferramentas disponíveis na rede são empolgantes, envolventes e contagiantes. Seu uso não está limitado a grupos pequenos de usuários de algumas determinadas regiões, ao contrário, seu uso é aberto para a constituição de inúmeros grupos em escala mundial. Tal abrangência de interação é própria desta tecnologia, que, ao instituir uma situação de conexão generalizada possibilita aos diferentes sujeitos, independentemente da localização física que ocupem, fazer parte da constituição da rede agregando-se em função de seus objetivos, interesses e urgências. Esta lógica de agrupamento vai ao encontro do conceito de apropriação social das tecnologias proposto por Benakouche. (2005) A autora aponta que o “processo de aprendizado/domínio dos diferentes grupos sociais com relação aos usos dos objetos técnicos a que tem acesso. [...] faz-se de forma diferenciada entre sociedades e grupos de uma mesma sociedade”.

Nesta lógica, a web 2.0 cria alternativas as dinâmicas mercadológica da globalização onde “pelas mãos do mercado global, coisas, relações, dinheiros, gostos largamente se difundem por sobre continentes, raças, línguas, religiões, como se as particularidades tecidas ao longo dos séculos houvessem sido todas esgarçadas”. (SANTOS, 2004). Entretanto, o próprio autor aponta para o fato de que estas mesmas tecnologias " “oferecem a possibilidade de superação do imperativo da tecnologia hegemônica e paralelamente admitem a proliferação de novos arranjos, com a retomada da criatividade” (SANTOS, 2004)

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Com essa potencialidade de utilização os usuários são capturados como agentes que assim vão transformando o perfil e o conceito da web 2.0. Na perspectiva de O'Reilly (2006) a web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva, conceito que não é contemporâneo da cibercultura, mas que foi potencializado com as possibilidades computacionais da rede. Para Lévy (2003), trata-se da inteligência distribuída por toda a parte incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva de competências. [...] a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuo das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas.

É nesse contexto acima apresentado que esse artigo apresentar o objeto desse artigo que é o uso do Pbworks como espaço digital das aprendizagens das alunas/professoras do curso PEAD. Destaca-se aqui o uso intensivo de espaços abertos na web na proposta do curso, o que se entende como uso de espaços potencializadores para construção do conhecimento significativo.

O que é o Pbworks e como funciona?

O Pbworks é um espaço digital para construção cooperativa de home pages, com facilidade de acesso e operação, além disso, esse espaço possibilita a interligação de atividades e informações, permitindo a produção de documentos hipermidiáticos de maneira coletiva, sem requerer que os usuários disponham de um servidor para publicação.

As publicações podem ser editadas por diferentes usuários com a possibilidade de atualização a todo instante. O Pbworks pode ser considerado um espaço em constante construção devido sua característica de construção coletiva.

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Entre as facilidades do Pbworks destaca-se: a) permite controle de edição, bloqueando a possibilidade de dois usuários editarem ao mesmo tempo, ou seja, o programa aceita uma edição por vez. b) possibilita o gerenciamento de versões da edição, oferecendo backup das últimas atualizações. c) aceita a importação de diferentes mídias. d) oferece controle de acesso. e) notifica os usuários sempre que alguma alteração for realizada. f) oferece a possibilidade de inserir comentários em todas as pages.

O Pbworks é um recurso que possibilita a escrita coletiva e colaborativa, dispõem em cada página, de um espaço onde tanto alunos quanto professores podem contribuir com comentários e dessa forma enriquecer o seu trabalho e de seus colegas. As vantagens em utilizar o Pbworks são muitas, começando pela facilidade de se trabalhar no horário de preferência, demonstrando a flexibilidade em relação aos horários os que tornam o processo mais agradável e produtivo. O Pbworks é um serviço para criação de páginas na web com conteúdo colaborativo, ou seja, para criação dos famosos Wikis. Uma característica marcante neste tipo de página da internet é a possibilidade de edição pelos usuários que navegam, bem como a facilidade de desenvolver estas edições.

As facilidades de criação dos Pbworks assim como no Wikipédia, o sistema mais famoso de páginas colaborativas, os usuários do Pbworks podem criar suas páginas com extrema facilidade.

Esse artigo considera o Pbworks como uma ferramenta de suporte para o ensino a distancia, uma modalidade em expansão pela internet, já que permite o trabalho em conjunto entre alunos, tutores e professores. Quem utiliza o Pbworks não necessita ter conhecimentos de programação, pois o usuário abre um formulário e redige os comentários como se o fizesse em um editor de textos comum. A interação dinâmica entre os usuários é marca registrada do serviço web e em minutos as páginas são criadas. Hoje mais de 300 mil Pbworks estão registradas no sistema, auxiliando em projetos colaborativos, atividades de gestão do conhecimento.

Dentro da proposta do curso PEAD o Pbwroks é uma ferramenta da web, utilizado como espaço virtual para organização de atividades do curso,

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onde as alunas encontram informações, orientações e tem a possibilidade de trocas interativas com os professores, tutores e as próprias colegas, além de visitantes no espaço virtual. O Pbworks é muito utilizado na realização de trabalhos em grupos, principalmente por proporcionar a construção colaborativa. Os Pbworks são muito utilizados para o desenvolvimento de projetos de aprendizagens e propostas de arquiteturas pedagógicas. Em ambos os casos as alunas são convidadas a criar home pages, editar, administrar, atualizar, seus espaços virtuais de forma online e colaborativamente.

O uso do Pbworks na proposta do PEAD

O curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apresenta uma abordagem interacionista (Piaget 1971), baseada no uso de arquiteturas pedagógicas abertas e articulada com o uso intensivo das possibilidades do ciberespaço.

O curso se destina à formação de professores vinculados em escolas públicas, que atuam como docente, mas ainda sem a formação superior. O curso atende aproximadamente 400 alunas distribuídas nos cinco municípios gaúchos que servem de polo para o curso: Sapiranga, São Leopoldo, Três Cachoeiras, Gravataí e Alvorada. A experiência docente dessas alunas varia de cinco a quinze anos, por isso, nesse estudo elas são mencionadas como alunas/professoras. Um número significativo das alunas são adultas, casadas e mães de família, que ao iniciarem o curso tinham pouco ou muito pouco conhecimento sobre o uso dos recursos tecnológicos.

O curso PEAD apresenta características próprias, uma proposta pedagógica em movimento, ou seja, é a primeira versão do curso, por isso conforme os eixos (semestres) vão se passando o curso vai se constituindo. Além dessa característica de estar em constante construção o curso também apresenta uma proposta pedagógica aberta na web, fazendo uso de espaços virtuais como ambientes de aprendizagens, ou seja, é o uso intensivo das possibilidades do ciberespaço.

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A proposta pedagógica do curso PEAD se apresenta para maioria das alunas/professoras como um desafio de apropriação tecnológica, paralelamente com o desenvolvimento cognitivo dos aprendizes no ciberespaço. Frente à proposta metodológica do curso as alunas/professoras precisavam se tornar usuárias confortáveis nesse contexto digital. O pouco contato e a ausência do domínio da tecnologia apresentada pelas alunas/professoras no início do curso se manifestava pelo medo de ligar o computador, no entanto, hoje essas mesmas alunas são convidadas em seus municípios para ministrarem oficinas de informática educativa, mostrando sua apropriação referente aos recursos tecnológicos.

Entre as possibilidades de usos do Pbworks destacam-se três formas mais explorada ao longo do curso do PEAD, conforme figuras abaixo:

Figura 1 - Pbworks como espaço do curso

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Figura 3 - Pbworks como espaços para prática de estágios

Considerações finais

Neste artigo foram apresentadas algumas das possibilidades de uso do espaço do Pbworks como potencializador das aprendizagens online.

O foco do artigo se desenvolveu dentro da proposta de desenho didático metodológico do curso PEAD. O que se percebeu como resultado dessa proposta de utilização intensiva dos recursos da web foi que as alunas/professoras apresentaram relatos práticos de que compreendem o uso significativo desse espaço, diferenciando do simples uso por modismo ou por treino. Identificou-se que com o uso do Pbworks outras possibilidades de utilização pedagógica foram sendo descobertas e aplicadas pelas alunas/professoras em suas práticas docentes. O uso do Pbworks na proposta de educação online apresenta a possibilidade para novos desenhos didáticos metodológicos, são novas (re)significações dos espaços do ciberespaço, que vai além do professor e do ambiente do AVA fechado.

Considera o sucesso com o uso do Pbworks devido sua característica em ser facilmente utilizado, pois é gratuito e de fácil acesso para os usuários. O resultado fundamental que tal experiência mostrou foram as convergências que as alunas/professoras apresentaram entre teoria e prática, sendo ora alunas, ora professoras. Elas mostraram as possibilidades de ir além de utilizar o

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Pbworks para suas aprendizagens discentes, elas multiplicarem seus saberes utilizando o Pbworks também em suas ações docentes e isso certamente não estava entre os objetivos do desenho didático metodológico do curso PEAD.

Referências

BENAKOUCHE, Tamara. Fatores sociais e culturais na utilização diferenciada de redes eletrônicas no Brasil: notas para discussão. Disponível em: http://www.alternex.com.br/~esocius/t-tamara.html. Acesso em: 30 maio 2005.

CARVALHO, Marie J. S., NEVADO, Rosane e MENEZES, Crediné S. (2007) “Aprendizagem em Rede na Educação a Distância – estudos e recursos para formação de professores.” Lens – Porto Alegre/RS

Lemos, André; Cunha, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina, Porto Alegre, 2003.

LÉVY, Pierre, A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo :Edições Loyola, 2003.

O'REILLY, Tim. (2006) "Web 2.0 Compact Definition: Trying Again" - (http://radar.oreilly.com/2006/12/web-20-compact-definition-tryi.html acessado em Outubro de 2009)

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo, Record, 2004.

SILVA, Marco (org) Educação onlie: cenário, formação e questões didático metodológicos. Rio de Janeiro: Ed. Wak, 2010

Referências

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