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LISTA DE FONTES A SEREM UTILIZADAS NA PESQUISA:

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO TÉCNICO.

LISTA DE FONTES A SEREM UTILIZADAS NA PESQUISA:

O poder público em conjunto com a iniciativa privada projetou e implementou políticas públicas para a área de colonização na região oeste do Paraná. A utilização das Mensagens enviadas pelos governadores do Paraná à Assembléia Legislativa prioriza a análise da atuação do poder público no que se refere ao território e à população oestinos. O estado intervinha, discursava e gerenciava ações, (como a criação de órgãos, por exemplo), fazendo-se presente no sentido de transformar os novos espaços em áreas produtivas, porém controladas. Estas ações abrangiam desde a venda ou doação de terras até a presença de órgãos públicos na assistência técnica, na educação e no controle sanitário, este último, nosso ponto de interesse principal.

As mensagens dos governadores Moysés Lupion, Bento Munhoz da Rocha Netto e Antonio Anibbelli, foram selecionadas, pois, no final dos anos 40 até os anos 60, a migração de colonos para o oeste do Paraná atingiu seu ápice, assinala-se também neste período, uma maior atenção por parte dos políticos e do poder público com as questões relativas à colonização das terras públicas e privadas do território paranaense.

O poder público, tanto em nível do discurso quanto das ações, empenhou-se em definir uma população ideal e integrar o território mais a oeste do Paraná ao restante do estado. Tais políticas partiam das orientações do governo Varguista, que buscava uma maior centralização e fortalecimento através de ações administrativas, a exemplo do programa “Marcha para o Oeste”. Em locais como o oeste do Paraná, onde a população e a economia estiveram ligadas a interesses estrangeiros, era necessário evidenciar e mesmo impor, quando necessário, o sentimento nacionalista.

No oeste, devido à apropriação das terras pela iniciativa privada, a colonização ocorreu por meio da chamada “colonização empresarial”, ou seja, muitas vezes o estado favorecia empresas na cessão das terras devolutas mediante um pagamento simbólico, e estas aplicavam seu capital na estruturação dos espaços urbano e rural, neste sentido, ocorre a convergência entre os interesses políticos do estado e econômico dos grupos empresariais.1

O que buscaremos evidenciar, são interesses que se articulam e se complementam. É possível também, através da análise das mensagens, apontar a postura do governo paranaense, quanto às preocupações políticas. Elas mostram o papel que o estado se atribuía no processo de colonização, bem como os critérios e os limites estabelecidos para a sua atuação.

1

SERRA, Elpídio. Processos de ocupação e a luta pela terra agrícola no Paraná. Rio Claro, 1991. 2 V. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho.

(2)

- Mensagem apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do

Paraná, Sr. Moysés Lupion. 1948.

- ___. apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Moysés Lupion. 1949.

- ___. apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Moysés Lupion. 1950.

- ___.apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Bento Munhoz da Rocha Netto. 1951.

- ___.apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Bento Munhoz da Rocha Netto. 1952.

- ___.apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Bento Munhoz da Rocha Netto. 1953.

- ___.apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Antonio Annibelli. 1954.

- ___.apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Moysés Lupion. 1956.

- ___.apresentada à Assembléia Legislativa do Estado pelo governador do Paraná, Sr. Moysés Lupion. 1960.

O período que nos propomos a analisar, corresponde a uma fase de ocupação de novos territórios e em conseqüência disso de aumento populacional no Paraná, onde surgem novos centros urbanos. O governo, desta maneira, se vê a frente do desafio de gerir espaços marcados por mudanças significativas.

A Revista do Departamento de Saúde do Paraná, publicação iniciada no ano de 1951, sob coordenação do médico Benoni Laurindo Ribas, constitui-se em nosso ver, em um instrumento de difusão do conhecimento médico. As matérias dividem-se em artigos sobre saúde e doença, legislação sanitária, saneamento rural e urbano e informes relativos a congressos de higiene entre outras notícias de interesse público.

Nestes textos é possível perceber que seus expoentes (médicos ligados ao Departamento de Saúde do estado) acreditavam que a medicina e o sanitarismo eram passiveis de resolver as mazelas do estado, diagnosticando os males e indicando os caminhos, não apenas em sua área de atuação, mas em todo o conjunto administrativo e social do Brasil.

Os problemas de saúde tornaram-se preocupações de Estado, logo após a Proclamação da República, a partir daí os médicos adquiriram muito prestígio e começaram a participar nos projetos governamentais relativos a saúde pública.2 Neste sentido, entendemos que a classe médica ao ampliar a necessidade de sua intervenção na sociedade se uniu ao poder político para acabar com o atraso econômico e elevar o progresso, utopia sanitária iniciada pelo médico Oswaldo Cruz, em 19123, mas ainda presente na sociedade brasileira nos anos 50.

É possível ainda, estabelecer uma relação entre esta produção cientifica e o objetivo do governo do estado em imprimir a feição desejada ao Paraná, através de seu território rico em pontecialidades e de sua população sadia e civilizada.

2

ROMERO, Mariza. Medicalização da saúde e exclusão social: São Paulo, 1889-1930. Bauru: EDUSC, 2002. 3

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As políticas propostas pelo poder público estavam pautadas nas prédicas higiênicas e eugênicas, ainda muito em voga no Brasil. Na visão destes médicos e sanitaristas sua tarefa era possível de ser concretizada por meio de políticas públicas de saúde, inseridas no planejamento dos novos espaços urbanos e rurais no interior do Paraná, cujo fim último era chegar ao domínio e saúde do corpo social.

- Revista do Departamento de Saúde do Paraná. Estado do Paraná. Secretária de Saúde Pública. Curitiba, 15 de dezembro de 1951. Ano I.

- Revista do Departamento de Saúde do Paraná. Estado do Paraná. Secretária de Saúde Pública. Curitiba, 15 de dezembro de 1952. Ano II.

- Revista do Departamento de Saúde do Paraná. Estado do Paraná. Secretária de Saúde Pública. Curitiba, 15 de dezembro de 1953. Ano III.

- Revista do Departamento de Saúde do Paraná. Estado do Paraná. Secretária de Saúde Pública. Curitiba, 15 de dezembro de 1956. Ano IV.

- Revista do Departamento de Saúde do Paraná. Estado do Paraná. Secretária de Saúde Pública. Curitiba, 15 de dezembro de 1957. Ano V.

Conferências pronunciadas em 1956 pelo Ministro da Saúde Dr. Aramis Athayde. Serviço

de documentação do Ministério da Saúde.

Trata-se de um livro publicado, cujos capítulos são conferências realizadas pelo ministro Aramis Athayde em vários locais do território nacional. Segundo o apresentador da obra Humberto Bastos o autor nos “deixou essa magnífica obra escrita constituída de uma série de estudos que oferecem um sentido novo ao problema de saúde pública, de higiene social e da preservação biológica dos nossos patrícios”.

Neste sentido a importância de tal documento a nossa pesquisa, deve-se ao fato de que o ministro realiza em suas conferências uma interpretação da conjuntura brasileira e a relaciona à questão da saúde do brasileiro.

Percebe-se assim, nas falas do ministro, que os problemas de saúde pública passam a compor as preocupações dos planos gerais de modernização da economia nacional. Ele defende ainda a modificação do comportamento das populações, principalmente aquela das áreas rurais, o que nos leva a supor uma convergência ao que também se passava em nível estadual.

O 1º texto refere-se a um discurso do Ministro no VII Congresso Médico em Uberlândia, em 10 de julho de 1955. Nele, ele discute a posição daquela cidade nos processos da Marcha para o Oeste e aponta a necessidade da realização por parte do governo de técnicas médico-sanitárias nas regiões centro-oeste do Brasil.

O texto seguinte é um discurso do Ministro na 11ª Reunião Regional da Classe Médica do Norte do Paraná em Londrina, no dia 31 de agosto de 1955. Neste texto o Ministro aponta a necessidade da classe médica em colaborar no melhoramento dos índices sanitários.

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Na Conferência do ministro Aramis Athayde, na Secretária de Saúde e Assistência do Estado de Minas Gerais, em 3 de agosto de 1955, por ocasião do encerramento da Semana do Sanitarista, ele trata do que denomina de fundamento em que se deve repousar a ação sanitária e novamente relaciona a saúde pública ao desenvolvimento econômico-social.

A Palestra realizada pelo Ministro, na Faculdade Nacional de Medicina, em 13 de outubro de 1955 tem como tema “Aspectos Sociais da Medicina”. Preocupa-se em verificar se a ciência médica pode ser considerada uma ciência social, e reitera que a prática da medicina deve ser social, sendo que entende como prática social da medicina a responsabilidade do Estado pela assistência médica à população.

Relatório sócio-econômico sobre o município de Toledo, denominado: “Toledo Um

Município da Fronteira Oeste do Paraná”, de autoria do antropólogo Kalervo oberg e do estatístico Tomas Jabine, no ano de 1956.

Este relatório é parte do compromisso da Divisão do Serviço de Desenvolvimento de Comunidades, através do Projeto de Desenvolvimento Regional da Zona Fronteiriça do Oeste Paranaense realizado pela USOM Brasil, uma agência americana que coordenava a assistência econômica para países do Terceiro Mundo.

A escolha do município de Toledo para a realização do estudo, segundo os autores deveu-se ao fato de que o mesmo representa o padrão de colonização que vinha se efetuando nestas áreas pioneiras.

O trabalho de campo em que se baseia o relatório, foi realizado de agosto a outubro de 1956. O grupo constava de três entrevistadores, sendo que dois deles foram “fornecidos” pelo Departamento de Fronteira, órgão do governo do estado do Paraná.

O primeiro capítulo do relatório trata da metodologia utilizada para se realizar o levantamento estatístico, segundo os autores, sua inovação parte do uso de uma técnica denominada amostragem de probabilidade, nunca antes usada em uma área “remota e não desenvolvida”.

No capítulo dois os autores historicizam a Companhia Colonizadora Rio Paraná S/A - Maripá e o Município de Toledo. Descrevem o plano de colonização e a atuação desta empresa nas mais diversas áreas, por exemplo: tipo de propriedade, de agricultura, de colonos, de indústrias, entre outros.

O terceiro capítulo descreve de maneira pormenorizada o processo de colonização e a população, cabendo aqui estatísticas vitais, origem dos colonos e a distribuição da população por idade e sexo.

O capítulo seguinte é dedicado às condições de vida, água, privadas, lixo alimentação moradias, índices de nutrição e higiene.

O capítulo cinco é dedicado a agricultura, nele os autores buscaram evidenciar o uso da terra e sua posse, as ferramentas e demais equipamentos agrários, trabalho nas fazendas, pecuária entre outros assuntos ligados ao tema.

Em seguida, no capítulo seis, é abordado o tema da educação, religião e diversões. E finalmente no último capítulo, a interação e consciência comunitária, delimitando as atitudes da população com referência ao município, os interesses da comunidade e as formas de interação comunitária, bem como a acessibilidade aos meios de comunicação.

No apêndice técnico é apresentado uma interpretação dos índices de nutrição e higiene, de acessibilidade e do índice de interesse e de consciência comunitária.

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A escolha deste documento como fonte para a pesquisa, justifica-se na medida em que ele traz informações minuciosas sobre as atividades da colonizadora, sobre a vida dos colonos e sobre o espaço natural, podemos extrair dele também juízos e conceitos dos autores.

Todas as fontes arroladas foram xerocadas de originais que se encontram nos arquivos da Biblioteca Pública do Paraná, a exceção apenas do relatório do antropólogo Kalervo Oberg que se encontra no Museu Willy Barth, em Toledo Pr.

O Plano de Ação da Companhia colonizadora Maripá, arrolado no projeto como fonte, não será utilizado na medida em que o viés pretendido para este trabalho passa pela conformação sanitária da população e do meio, enquanto o processo de colonização em si, já foi foco de análise em trabalhos de dissertações e teses, alguns dos quais produzidos nesta mesma universidade, enquanto as questões sanitárias no processo de colonização do oeste do Paraná, ainda não foram contempladas nos estudos sobre esta colonização.

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