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IMPLEMENTAÇÃO E EXPANSÃO DE INSTITUIÇÕES AUXILIARES DO ENSINO NOS GRUPOS ESCOLARES PARAIBANOS DURANTE O ESTADO NOVO ( )

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IMPLEMENTAÇÃO E EXPANSÃO DE INSTITUIÇÕES AUXILIARES DO ENSINO NOS GRUPOS ESCOLARES PARAIBANOS

DURANTE O ESTADO NOVO (1937-1945)

EvelyanneNathaly Cavalcanti de Araújo Silva – PIBIC/UFPB, evelyanne@hotmail.com Antonio Carlos Ferreira Pinheiro – PPGE/UFPB, acfp@terra.com.br

1.Introdução

Este trabalho apresenta resultados parciais de um amplo projeto que se encontra em andamento intitulado: Escolarização para a moral, o civismo e o nacionalismo: os grupos escolares e as escolas rurais espaços para a difusão dos ideais estadonovistas na Paraíba (1937-1945), parcialmente, financiado pelo – CNPq/UFPB. Parte do levantamento documental foi realizado no Arquivo Público Waldemar Bispo Duarte, situado na Fundação Espaço Cultural – FUNESC, na cidade João Pessoa - PB, nos detendo, mais particularmente, nas notícias publicadas do Jornal A União.

Efetuamos a análise da documentação realizando um intercruzamento com leituras críticas da historiografia relacionada ao período estadonovista, procurando observar a maneira como as políticas educacionais sugeridas pelo poder central, acabaram por incentivar e priorizar a expansão dos grupos escolares na Paraíba, bem como estimulou a organização e efetivação de diversas atividades que estiveram para além do simples funcionamento das aulas. Para tanto, utilizamos o referencial teórico propugnado por Thompson (1987) no que concerne, especificamente, à ideia de

experiência e do Hobsbawm (1998) no que tange aos conceitos de permanências e

mudanças constituintes do movimento da história. Essas categorias de análise nos auxiliaram no sentido de observarmos como os grupos escolares e suas instituições auxiliares foram importantes para ajudar na formação das crianças citadinas, sendo esse um dos pontos fundamentais para consecução da política educacional implementada a partir da instauração do Estado Novo.

Nesse sentido, nos grupos escolares paraibanos foram realizadas diversas

experiências sócio-culturais a partir da institucionalização de atividades que eram consideradas auxiliares do ensino, entre elas podemos destacar o teatro infantil e os clubes agrícolas. Entretanto, ao mesmo tempo em que nos detemos em analisar essas práticas sócio-educativas e culturais, não perdemos de vista que elas estiveram articuladas às grandes diretrizes educacionais nacionais que deram respaldo a efetivação

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das políticas educacionais locais, ou melhor, no âmbito do estado da Paraíba. Percebemos com isso, que a política de ampliação e valorização dos espaços para o ensino primário, em especial, a dos grupos escolares, fizeram parte do processo de escolarização, filosoficamente fundamentado, nos princípios estadonovistas de educação voltados para fortalecimento da moral, do civismo e do nacionalismo.

A Paraíba teve dois Interventores federais, quais sejam: Argemiro de Figueiredo (1937-1940) e Ruy Carneiro (1940-1945). Eles procuraram implementar a política nacional de educação, propugnada por Vargas, no sentido da expansão e nacionalização do ensino primário, especialmente com a criação de novos grupos escolares, contudo procurando observar as especificidades locais. Essas escolas foram consideradas espaços privilegiados para a difusão de princípios filosóficos adotados pelo Estado Novo. Silva (1939) ressaltou em um dos seus livros que “a exacerbação do sentimento pátrio e moralizante” (p. 36), seria um dos princípios filosóficos que permeariam a própria estruturação e essência do Estado Novo. Nesse sentido, procuramos aqui analisar como os governos do Argemiro de Figueiredo e Ruy Carneiro estiveram comprometidos com a referida política de expansão do ensino primário, nos detemos todavia, na expansão dos grupos escolares destacando, nesse movimento as instituições auxiliares do ensino bem como os seus objetivos. Para tanto, tomamos como referência os clubes agrícolas e o teatro infantil.

2. Expansão dos grupos escolares

Na administração do Interventor Argemiro de Figueiredo, ocorreu a construção de vários grupos escolares no Estado, bem como a implementação de um ensino voltado para as questões rurais nas escolas de ensino primário1. De acordo com o Decreto nº 795, de 1º de abril de 1937, foram criados os seguintes grupos escolares:

Art. 1º - Ficam creados os seguintes Grupos Escolares: “Gentil Lins”, em Sapé; “Dr. José Maria”, em Pilar; “Dr. AppolonioZenayde”, em Piancó; “Professor Luiz Aprigio”, em Mamanguape; “Professor Clementino Procopio”, em Campina Grande e “Dr. José Leite”, em Conceição, todos de 2.ª categoria; “Monsenhor Salles”, em Galante e “Dr. José Tavares”, em Queimadas, ao municipio de Campina Grande, de 3.ª categoria. (...) (A UNIÃO, 02.04.1937, p. 4)

1 Cf. Araújo (2011) que discute, prioritariamente, a questão do ensino rural na Paraíba, no período do

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Além dessa iniciativa, várias medidas relacionadas ao ensino primário foram tomadas durante a interventoria de Argemiro de Figueiredo, porém foi durante o governo de Ruy Carneiro que ocorreu toda uma reorganização do ensino primário na Paraíba.

Já ano de 1937, estavam já próximos de conclusão a construção de dois grupos escolares no interior do Estado, um na cidade de Conceição, denominado Grupo Escolar José Leite e outro em Misericórdia, denominado de Grupo Escolar D. Vital. (A UNIÃO, 20.01.1937, p. 1). Ainda, segundo notícias do mesmo jornal, também ocorreu o término das obras de melhoramento do Grupo Escolar Epitácio Pessoa, localizado na capital do Estado. (A UNIÃO, 30.01.1937, p. 3). No município de Sapé, o Grupo Escolar Gentil Lins, foi inaugurado e recebeu a visita do então Interventor Argemiro de Figueiredo.

No ano de 1938, estavam em construção os grupos escolares de Picuí, de Santa Rita, de Taperóa, de Cabaceiras e de Serraria, mediante o Decreto nº 1043, de 13 de maio de 19382. Em fevereiro de 1938, o Grupo Escolar Celso Cirne foi inaugurado, na cidade de Moreno. Esses dados acima apresentados demonstram que ocorreu um permanente investimento efetuada pelo Interventor Argemiro de Figueiredo em relação a educação escolar primária e, mais particularmente, com a construção e inauguração de grupos escolares obedecendo não raras vezes aos moldes estabelecidos pela Diretoria de Viação e Obras Públicas. (AUNIÃO, 25.01.1939, p. 01 e 02).

Para se ter noção dos dados estatísticos, percebe-se que no ano de 1934, por exemplo, havia no estado da Paraíba, 34 grupos escolares e, em 1939, esse número já se elevara para 42, sendo que o governo de Argemiro de Figueiredo foi responsável pela construção de 17 grupos escolares. Associado à criação e construção de novos grupos escolares, muito já existentes também, passaram por beneficiamentos tais como reformas, melhoramentos e adaptações, sendo eles os seguintes: Grupo Escolar Santo Antonio, Grupo Escolar Antonio Pessoa, na capital, Grupo Escolar Tomaz Mindêlo, Grupo Escolar de Araruna, Grupo Escolar de Antenor Navarro, Grupo Escolar de Patos, Grupo Escolar de Santa Luzia, Grupo Escolar Solon de Lucena, em Campina Grande, Grupo Escolar de Cajazeiras, Grupo Escolar de Areia, Grupo Escolar de Bananeiras e o Grupo Escolar de Itabaiana. (A UNIÃO, 25.01.1939, p. 01 e 02).

Com publicação do Decreto nº 1.274, de 26 de janeiro de 1939 a Secretaria da Viação e Obras Públicas abriu um crédito especial de 200:000$000 (duzentos contos de

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réis), destinado às despesas com melhoramentos e a construção de grupos escolares,

auxílios e outros serviços. (A UNIÃO, 27.01.1939, p. 4).

O governo de Ruy Carneiro, também demonstrou grande preocupação com o ensino na Paraíba, porém voltou-se, prioritariamente a elaboração da reforma do ensino, bem como com as renovações e modernizações pedagógicas para todo o Estado paraibano. Apesar da Lei Orgânica do ensino primário somente ter sido implementada no ano de 1946, ou seja, pós Estado Novo, foi pensada e articulada durante a vigência do referido período político ditatorial. Vale, entretanto, ressaltarmos que Grupo Escolar Moderno, localizado em Cabedelo, foi concluído em 1942 e nesse mesmo ano o governo projetou a construção de outro Grupo Escolar Padre Ibiapina, em Itabaiana.3

As inovações sócio-educacionais que se projetaram nos governos do período estadonovista na Paraíba, tiveram a preocupação com a reestruturação dos padrões e das formas de gerenciamento dos estabelecimentos públicos de ensino. Assim sendo, foram implementadas, anexo aos grupos escolares ou não a eles, as instituições auxiliares do ensino, que se configuraram a partir da participação ativa daqueles que freqüentavam e faziam parte do corpo docente dos grupos escolares. Nessa perspectiva, a seguir passaremos a analisar como essas instituições auxiliares do ensino contribuíram para o processo de consolidação da educação pública na Paraíba.

2. Implementação e expansão das instituições auxiliares do ensino nos grupos escolares paraibanos

Em 1939, foi publicada no Jornal A União, em 25 de janeiro, uma extensa matéria intitulada: “Movimento educacional e cultural na Paraíba no Govêrno Argemiro de Figueirêdo”.Nela estão explicitadas a preocupação do referido Interventor acerca das necessárias renovações educacionais que deveriam ser implementadas a partir da criação das instituições auxiliares do ensino. Vale ressaltar que até então já existiam em funcionamento, em alguns poucos grupos escolares, as caixas, as bibliotecas e as cooperativas escolares4, entretanto, elas não tinham ainda assumido um caráter de política de governo. Tal mudança começou a ocorrer partir de 1939, quando as instituições auxiliares do ensino passaram a ser visualizadas como práticas pedagógicas

3 Para maior detalhamento sobre a construção do Grupo Escolar Padre Ibiapina, ver Jornal A União,

28.01.1942, p. 6. É importante chamar a atenção que já existia um primeiro Grupo Escolar Padre Ibiapina, também localizado na cidade de Itabaiana que foi fundado pelo Decreto nº 892, de 29 de janeiro de 1918. Para maior detalhamento sobre a sua história consultar Silva (2011, p. 17-21).

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renovadoras que além de ajudarem no processo de ensino-aprendizagem também auxiliariam no sentido da formação do citadino enquadrado nos ideais estadonovistas. Em 1940, umas das instituições auxiliares do ensino que mais teve expressividade foram às cooperativas escolares, anexas aos grupos escolares, que em sua grande maioria serviram para trabalhar junto as crianças o espírito de brasilidade pautado no sentimento patriótico. Para tanto, logo no início do ano letivo de 1940, os diretores de grupos escolares foram chamados pelo Departamento de Assistência ao Cooperativismo (A UNIÃO, 24.01.1940). Tal reunião objetivou orientar os referidos dirigentes escolares a implementarem as cooperativas escolares. Nesse sentido, “fundar cooperativas escolares é a palavra de ordem dentro das nossas modernas normas de ensino” (A UNIÃO, 06.11.1940, p. 3). No ano seguinte foi a vez da implementação de forma mais abrangente das caixas e das bibliotecas escolares, além dos clubes agrícolas.

Porém, foi a partir de do ano de 1942 até o último ano do Estado Novo, que ocorreu uma mudança no panorama das implementações das instituições auxiliares do ensino na Paraíba, uma vez foram publicadas várias Leis Orgânicas para a educação, que terminaram por ampliar enormemente a quantidade e os tipos de instituições auxiliares, conforme podemos observar no quadro que se segue:

QUADRO I

Tipos de Instituições Auxiliares de Ensino implementadas no ano de 1942, por grupo escolar e por cidade

Nome CIDADE INSTITUIÇÃO AUXILIAR DO ENSINO

Grupo Escolar Francisco

Duarte Serraria - Caixa Escolar Antonio Bento - Grêmio Cívico Literário Borja Peregrino - Clube Agrícola Alberto Torres

- Círculo de Pais e Mestres - Jornal infantil

- Teatro infantil

Grupo Escolar João Úrsulo Santa Rita - Biblioteca Infantil Ecila Lins - Grêmio Infantil Primeiro de Janeiro - Liga de Assiduidade

- Grêmio Escolar 21 de abril - Liga da Bondade

- Grêmio Infantil Três de Maio - Clube dos Amigos da Natureza - Grêmio Infantil 5 de Agosto - Clube de Leitura e Audição - Grêmio Escolar 7 de Setembro - Clube de Linguagem

- Grêmio Escolar 13 de Maio - Bandeira de Saúde

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Grupo Escolar Duarte da

Silveira João Pessoa - Caixa Escolar Abel da Silva - Cooperativa Duarte da Silveira - Círculo de Pais e Mestres - Biblioteca Pedagógica Grupo Escolar Álvaro

Machado Areia - Caixa Escolar Simão Patrício - Círculo das Mães Alice Monteiro

- Grêmio Literário e Artístico José Rodrigues de Aquino

- Biblioteca Infantil

- Clube Agrícola Antenor Navarro - Jornal infantil Primavera

- Clube de Leitura Grupo Escolar Antenor

Navarro Guarabira - Liga de Bondade Darcí Vargas Grupo Escolar Irineu Jófili Esperança - Liga da Bondade

- Círculo de pais e mestres Grupo Escolar Rio Branco Patos - Clube Infantil Lítero-recreativo Grupo Escolar D. Vital Itaporanga - Círculo de Pais e Mestres

- Jornal Infantil - Cooperativa Escolar - Biblioteca dos Professores Grupo Escolar Alcides

Bezerra Cabaceiras - Círculo de Pais e Mestres - Liga da Bondade - Biblioteca General José Pessoa Grupo Escolar Padre Ibiapina Itabaiana - Clube Agrícola Alberto Torres.

- Museu escolar (proposta do Inspetor Pedro Jorge de Carvalho, a ser organizado)

Grupo Escolar Félix Daltro Taperoá - Centro de Cultura Lourenço Filho. - Clube de Leitura Rui Barbosa. - Grêmio Infantil

- Pelotão da Saúde - Caixa Escolar - Cooperativa Escolar

- Clube de Linguagem Antenor Navarro - Clube Agrícola

Grupo Escolar de Pilar Pilar - Clube Agrícola Anísio Borges - Clube Agrícola Pimentel Gomes - Pelotão da Saúde

Grupo Escolar Peregrino de

Carvalho Espírito Santo - Museu escolar - Círculo de Pais e Mestres Grupo Escolar Afonso

Campos Pocinhos - Clube Agrícola - Círculo de Pais e Mestres

- Biblioteca Infantil Padre Antonio Galdino Grupo Escolar Gentil Lins Sapé - Clube Agrícola João Pessoa

- Biblioteca Francisca de Farias Caldas Grupo Escolar de Laranjeiras Laranjeiras - Círculo de Pais e Mestres

- Jornal Infantil - Clube de Leitura

- Estava previsto também a organização de um Clube Agrícola

Grupo Escolar Gama e Mélo Princesa

Isabel - Liga da Bondade - Clube de Linguagem - Círculo de Pais e Mestres

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foi organizado um Círculo de Pais e Mestres - Biblioteca Pedagógica UmbelinaGarcês Grupo Escolar de Piancó Piancó - Biblioteca pedagógica para professores.

- Clube Agrícola.

- Círculo de pais e mestres Grupo Escolar Xavier Junior Bananeiras - Jornal infantil O Saber

- Círculo de Pais e Mestres Prof. Leônidas Santiago

- Reorganização do Clube Agrícola José Augusto da Trindade

Grupo Escolar de Catolé do

Rocha Catolé do Rocha - Dois Clubes de linguagem. - Biblioteca pedagógica Ruy Barbosa Grupo Escolar Monsenhor

Milanez Cajazeiras - Clube de Leitura Rui Barbosa Grupo Escolar Apolônio

Zenaide Alagôa Grande - Biblioteca pedagógica

Grupo Escolar João da Mata Pombal - Biblioteca Infantil João Vieira Carneiro - Clube Agrícola Ruy Carneiro

- O Infante, jornal dos alunos Grupo Escolar Celso Cirne Vila de

Moreno - Círculo de Pais e Mestres Nevinha Cavalcanti - Caixa Escolar Professor Eduardo Medeiros - Jornal infantil O Clarim

- Clube Agrícola 13 de Fevereiro - Biblioteca Américo Falcão - Teatro infantil Silvino Lopes Grupo Escolar Joaquim

Távora Antenor Navarro - Clube Agrícola - Biblioteca pedagógica Grupo Escolar Professor

Lordão Picuí - Círculo de Pais e Mestres Silvino Macêdo - Biblioteca Dr. Saldanha - Jornal O Juvenil

- Museu Escolar Luciano Jaques de Morais Grupo Escolar João Soares Caiçára - Jornal Infantil O Cruzeiro

- Biblioteca pedagógica dos professores Grupo Escolar Batista Leite Souza - Biblioteca Pedagógica Cônego Viana

- Liga de Enfermagem - Liga da Bondade - Clube Agrícola Grupo Escolar do Município

de Bonito Bonito - Círculo de pais e mestres Grupo Escolar Targino

Ribeiro Araruna - Círculo de pais e mestres - Biblioteca Pedagógica Professor Amaro Gomes de Almeida

- Clube Agrícola Dr. Guedes Pereira Grupo Escolar Solon de

Lucêna Campina Grande - Biblioteca de professores Grupo Escolar Coêlho Lisboa Santa Luzia - Círculo de pais e mestres Grupo Escolar de São João do

Cariri São João do Cariri - Clube de linguagem - Clube Agrícola Pascoal Trócoli Grupo Escolar de Queimadas Queimadas - Clube Agrícola João Pessoa Grupo Escolar Cel. Antonio

Pessoa Umbuzeiro - Clube Agrícola Dr. Epitácio Pessoa Sobrinho - Reorganização da biblioteca infantil Professora Adamantina Tavares Barreto Grupo Escolar Prof. Cardoso Alagoa Nova - Cinzel, órgão oficial dos alunos.

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Grupo Escolar Isabel Maria

das Neves João Pessoa - Primeiras iniciativas favoráveis à criação do Teatro Infantil da Paraíba Grupo Escolar Miguel Santa

Cruz Monteiro - Pelotão de Saúde Osvaldo Cruz Grupo Escolar Epitácio

Pessoa João Pessoa - Em 20 de setembro de 1942, fundação do Núcleo de Jovens Artistas – O teatro e a sua função educacional.

Fonte: Vários números do Jornal A União, 1942.

Os anos posteriores acabaram por dar prosseguimento ao que havia se iniciado em 1942. Todavia, algumas instituições auxiliares de ensino tiveram maiores expressividades enquanto outras nem tanto, mesmo que tenha continuado as suas atividades alimentadas por aqueles que fizeram parte do corpo formativo dos grupos escolares. Dentre as que se destacaram, pelo menos a partir do olhar da imprensa paraibana, aqui destacamos o teatro infantil e os clubes agrícolas, instituições auxiliares do ensino, que nos deteremos nos próximos tópicos.

3. O Teatro Infantil da Paraíba e os Clubes Agrícolas: instituições auxiliares do ensino com grande expressividade educacional

3.1 – O Teatro Infantil da Paraíba: a arte em parceria com a educação

A criação do Teatro Infantil da Paraíba5, se originou dos ideais do jornalista e teatrólogo Silvino Lopes e a sua implementação como atividade auxiliar de ensino, a partir de 1942, repercutiu de forma extremamente satisfatória junto à sociedade paraibana. Logo em seguida passou a ser denominado “Teatro Infantil – Escola Darcy Vargas” ou simplesmente “Teatro Infantil Darcy Vargas”6. Recebeu esse nome para homenagear a esposa de Getúlio Vargas. Entretanto, ocasionalmente também era denominação “Escola Dramática Darcy Vargas”, apontando-se como sendo uma escola criada em conjunto com o Teatro Infantil da Paraíba.

O Teatro Infantil da Paraíba era constituído especificamente por alunos dos grupos escolares da capital e se constituiu uma importante parceria da arte com a educação. Os ensaios sempre eram precedidos por uma aula efetivada pela professora

5 Para um maior detalhamento sobre o Teatro Infantil da Paraíba, consultar Silva e Pinheiro (2012).

http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.11.pdf

6 Para ver a notícia na íntegra sobre “Um telegrama do Ministério da Educação”, em que Carlos

Drummond de Andrade, Chefe do Gabinete do Ministro da Educação, enviou a Mario Antonio Gama e Mélo, sobre a iniciativa de criação do então “Teatro Infantil Darcy Vargas”, consultar Jornal A União, 08.08.1942, p. 3.

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Adamantina Neves, que se propunha a falar sobre questões cívicas, pátrias e morais para as crianças.

No dia 10 de dezembro de 1942, foi apresentada uma peça intitulada Terra, Céu

e Mar, tendo como organizadores os professores Adamantina Neves, Francisco Sales, Mário da Gama e Mélo e Augusto Simões, além do seu idealizador Silvino Lopes.

A peça era composta de 2 atos e 5 tempos, tendo cenas de expressivo patriotismo. Na sua finalização era cantada a canção patriótica Pátria Minha. Tal peça foi amplamente divulgada pelo Jornal A União destacando que foi bastante aplaudida e elogiada. Abaixo podemos observar uma das cenas da referida peça teatral.

Foto 1: “Garavoche” estava perto da forca. Fonte: Jornal A União, 11.12.1942, p. 05.

Nos anos seguintes, o Teatro Infantil da Paraíba, prosseguiu as suas apresentações, articulado sempre a arte como forma de ampliar os ensinamentos das crianças.

A repercussão dessa instituição auxiliar de ensino foi tão positiva que serviu de exemplo para que outras cidades da Paraíba, também organizassem junto aos seus grupos escolares teatros infantis.

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melhor o espaço rural

A partir, mais especificamente, do ano de 1940, iniciou-se uma campanha nacional em prol das organizações dos Clubes Agrícolas, apoiado pelo Serviço de Informação Agrícola (A UNIÃO, 22.05.1940. p. 1.). Tal Serviço se colocou mais diretamente preocupado em atentar para que as instituições escolares organizem clubes agrícolas, a fim de auxiliar no ensino prático das questões mais voltadas a ciência da terra e do plantio, mesmo que localizadas no meio urbano. A ideia era disseminar formas de ensino, no sentido de que desde cedo as crianças tivessem contato com as formas mais adequadas de otimizar o tempo e o espaço rural. Para tanto, questões sobre o meio rural, deveriam ser ensinadas e praticadas em locais específicos, nesse caso nos clubes agrícolas. Com esse objetivo foram divulgadas campanha ruralista na Paraíba que tinha como ideia central de criação dos referidos clubes, tendo como ponto fundamental dar aos escolares primários maior expressividade sobre as problemáticas enfrentadas no meio rural. (A UNIÃO, 04.07.1940)

Em 1941, as campanhas em prol da criação de clubes agrícolas, anexos aos grupos escolares, se expandiram e se mantiveram com o mesmo objetivo específico que era de formar uma mentalidade ruralista nas novas gerações brasileiras (A UNIÃO, 15.11.1941). Nos anos posteriores, a ideia não se diferiu muito, e tendeu além de tudo a ampliar-se. Tanto é que já em 1942, foram criados em torno de 18 clubes agrícolas, ficando apenas abaixo das bibliotecas (incluindo as infantis, as pedagógicas ou as destinadas prioritariamente aos professores), que ficou em torno de 20, conforme podemos verificar a partir do Quadro I. No ano seguinte, isto é, em 1943, os clubes agrícolas encabeçaram um movimento mais expressivo na Semana da Árvore demonstrando a ampla importância dessa instituição auxiliar do ensino. (A UNIÃO, 27.07.1943).

Vejamos a seguir um dos momentos específicos demonstrando um pouco do trabalho que era realizado pelos clubes agrícolas anexos aos grupos escolares:

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Foto 2: Clube Agrícola João Pessoa, vinculado ao Grupo Escolar de Queimadas – promoção da “Festa do Milho”.

Fonte: A União (27.08.1942. p. 5).

Nos anos subsequentes, até o final do Estado Novo, percebemos a permanência em relação a criação e efetivação dos clubes agrícolas que serviram como espaços urbanos para as experimentações rurais e que auxiliaram na construção de uma mentalidade ruralista já desde a infância.

Considerações finais

Ao observarmos o panorama estadonovista em relação a educação formal e escolar percebemos que apesar do ensino primário não ter sido prioritário, recebeu mesmo assim atenção, especialmente, se tratando do Estado da Paraíba, tendo como o seu principal difusor das ações implementadas pelos governos de Argemiro de Figueiredo e Ruy Carneiro, o Jornal A União.

Os grupos escolares, foram se tornando pouco a pouco os espaços educacionais responsáveis pelo desenvolvimento do ensino primário, uma vez que foram eles que mais sofreram ampliações, modernizações em várias cidades paraibanas, além da sua notória expansão. Agregados, principalmente, a eles estiveram às instituições auxiliares do ensino.

Podemos observar, mais especificamente, que dentre as mais variadas instituições auxiliares do ensino, duas delas tiveram uma maior expressividade, que foram: o Teatro

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Infantil da Paraíba e os Clubes Agrícolas. A primeira não tanto pela quantidade, uma vez que no período aqui em estudo detectamos a existência de apenas quatro experiências, duas delas localizadas em cidade do interior (Serraria e Vila de Moreno) e duas na capital paraibana. Contudo, ao que tudo indica, elas obtiveram grande repercussão sócio-cultural e educativa em virtude da ampla divulgação que foi realizada pela impressa local.

A segunda, foram os clubes agrícolas que se pautou, muito possivelmente, na ciência e no conhecimento sobre a terra, mas vinculada aos interesses dos ruralistas, isto é, alimentada por aqueles que tinham como projeto de nação brasileira as atividades econômicas primárias. Para tanto era necessário ampliar, fortalecer uma mentalidade ruralista.

Esse projeto de nação brasileira rural esteve em grande disputa em relação ao projeto industrialista, modernizador que fora vencedor a partir do movimento de 1930, no qual Getúlio Vargas fora o seu maior representante.

Referências bibliográficas:

ARAÚJO, HennyNayanne Tavares de. Relatório Final do PIBIC – Plano de trabalho: Escolas Rurais: a moral, o civismo e o nacionalismo para civilizar o homem do campo. João Pessoa, PB: UFPB, 2011a.digitado.

_______, Princípios cooperativistas no espaço escolar paraibano (1938-1949). João Pessoa, PB: UFPB/DH, 2011b. (Monografia Licenciatura em História). digitado.

HOBSBAWM, Eric. Sobre história: ensaios. Tradução de Cid kniple Moreira, São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1998.

SILVA ,Alvimar. A Filosofia do Estado Novo. Rio de Janeiro, RJ: 1939.

SILVA, Enoque Bernardo da.História do Grupo Escolar Professor Maciel a partir das memórias de sua professoras (1956-1971). João Pessoa, PB: UFPB/PPGE, 2011. (dissertação de mestrado em educação).

SILVA, EvelyanneNathaly Cavalcanti de Araújo e PINHEIRO, Antonio Carlos Ferreira. A Educação Física e o Teatro Infantil na Paraíba: corpo e a mente para a

pátria cívica (1937-1945), 2012. Disponível em:

http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.11.pdf THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa: a árvore da liberdade. Tradução de Denise Bottmann. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1987. (Coleção oficinas da história, vol.1).

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PARAÍBA, Estado da.Jornal A União, João Pessoa, 20 de janeiro de1937. _________, Jornal A União, João Pessoa, 30 de janeiro de 1937.

_________, Jornal A União, João Pessoa, 02 de abril de 1937. _________, Jornal A União, João Pessoa, 14 de maio de 1938. _________, Jornal A União, João Pessoa, 25 de janeiro de 1939. _________, Jornal A União, João Pessoa de 27.01.1939.

_________, Jornal A União, João Pessoa, 24 de janeiro de 1940. _________, Jornal A União, João Pessoa, 22 de maio de1940. _________, Jornal A União, João Pessoa, 04 de julho de 1940. _________, Jornal A União, João Pessoa, 06 de novembro de 1940. _________, Jornal A União, João Pessoa, 15 de novembro de 1941. _________, Jornal A União, João Pessoa, 28 de janeiro de1942. _________, Jornal A União, João Pessoa, 08 agosto de 1942. _________, Jornal A União, João Pessoa, 27 de agosto de 1942. _________, Jornal A União, João Pessoa, 11 de dezembro de1942. _________, Jornal A União, João Pessoa, 27 de julho de 1943.

Referências

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