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TÍTULO: ADENOMIOMATOSE DE VESÍCULA BILIAR CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

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Academic year: 2021

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TÍTULO: ADENOMIOMATOSE DE VESÍCULA BILIAR TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): RAVENA CAMPOS CÔRTES PAIVA, MAYARA SCHUINDT FERRARI VERAS AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): VINÍCIUS MAGALHÃES RODRIGUES SILVA ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): DEBORAH CRISTINA GOULART FERREIRA COLABORADOR(ES):

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RESUMO

A adenomiomatose de vesícula biliar é considerada uma condição degenerativa, de etiologia pouco conhecida, caracterizada por uma proliferação benigna do epitélio da superfície e hipertrofia da camada muscular. Como métodos do trabalho foram usados a análise do prontuário do paciente e a revisão da literatura. Ainda que assintomática na maioria dos casos, alguns pacientes apresentam quadros de dor incaracterística na porção abdominal superior direita e cólicas acompanhadas de vômitos, além de intolerância alimentar. O diagnóstico baseia-se nos achados da ultrassonografia abdominal, como espessamento focal da parede da vesícula, principalmente em fundo. Contudo, há relatos de que, embora classificada como alteração benigna, relaciona-se com casos de câncer associados a áreas de adenomiomatose, sugerindo-se como uma lesão pré-neoplásica. Assim, a colecistectomia deve ser considerada se o risco cirúrgico não é impeditivo ou até mesmo em pacientes sintomáticos cujo diagnóstico é duvidoso. Observa-se, então, a importância do diagnóstico e da investigação precoces e adequadamente realizados, haja vista a raridade de manifestações como esta, sendo muitas vezes, desconsideradas.

INTRODUÇÃO

A adenomiomatose de vesícula biliar caracteriza-se pela proliferação benigna do epitélio da superfície e hipertrofia da camada muscular.1,2 Há presença de

formações semelhantes a glândulas e seios extramurais que consistem em dilatações saculares da mucosa (denominadas seios de Rokitansky – Aschoff)..1,2,3,7

As anormalidades podem ser difusas, segmentares ou mesmo localizadas. Pouco se sabe sobre a sua etiologia, sendo considerada uma condição degenerativa da vesícula biliar, e aventada como hipótese o aparecimento destas dilatações saculares e/ou invaginações a ocorrência de contração muscular anormal e consequente aumento da pressão intraluminar.3

A incidência da adenomiomatose na população varia entre 5 a 33%. A maior parte é encontrada em adultos e idosos.3

Na maioria das vezes, a adenomiomatose é assintomática.1,7 Quadros de dor

incaracterística na parte superior do abdome à direita e eventuais cólicas acompanhadas de vômitos, intolerância alimentar e azia, quando não encontradas outras causas, podem ser atribuídas a essa afecção.3 Ademais, a apresentação mais

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semelhante à dor do cálculo biliar com ou sem colecistite. Essa dor é intermitente e principalmente auto-limitante.2

O diagnóstico é, na maioria das vezes, sugerido por meio da ultrassonografia abdominal que identifica espessamento focal da parede da vesícula2, especialmente

no fundo.4 O exame mais tradicional da vesícula é a colecistografia oral, que mostra

divertículos em torno de sua parede, em número e localizações variáveis, de acordo com o tipo de adenomiomatose. Nos quadros mais avançados, a vesícula pode parecer compartimentalizada. Pode-se lançar mão ainda de tomografia computadorizada e até ressonância nuclear magnética ou de cintilografia com tecnécio-99m, geralmente quando há suspeita de adenomiomatose, exclusivamente.3

Em geral, a adenomiomatose não requer tratamento. A colecistectomia somente é indicada se o paciente apresentar cólicas intensas sem outra explicação ou quando a adenomiomatose se associa a estenose, litíase ou, mais raramente, colecistite, preferencialmente por via laparoscópica. ³

Embora tenha sido apontada primeiramente como uma alteração histológica benigna5,6, relatos de casos de câncer associados a áreas de adenomiomatose

especialmente no fundo da vesícula – foram descritos, e é sugerido que a adenomiomatose seja realmente uma lesão pré-neoplásica.5,7 Assim, embora a

magnitude do risco de câncer da vesícula biliar em pacientes com achados característicos de adenomiomatose não seja claramente estabelecido, a colescistectomia deve ser considerada6, se o risco cirúrgico não é impeditivo, já que

o diagnóstico diferencial das lesões malignas não é facilmente realizado por exames de imagem.4 Até mesmo em pacientes sintomáticos cujo diagnóstico é duvidoso, a

colescistectomia é mandatória.6

OBJETIVO

Relatar o caso de um paciente com adenomiomatose de vesícula biliar.

JUSTIFICATIVA

A adenomiomatose da vesícula biliar é uma entidade rara e pouco descrita na literatura, sendo assim é fundamental a orientação da pratica clínica para elucidação da melhor conduta a ser tomada.

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METODOLOGIA

Relato de caso com revisão do prontuário (paciente proveniente do ambulatório de Gastroenterologia do Hospital Electro Bonini – Ribeirão Preto) e da literatura.

RESULTADOS

J. R. S, masculino, 48 anos, pardo, natural de São João Da Serra – PI, residente de Ribeirão Preto – SP, pedreiro, casado. Realiza acompanhamento médico no ambulatório de gastroenterologia, no Hospital Electro Bonini em Ribeirão Preto - SP, com o Dr. Vinícius Magalhães R. Silva, CRM-SP 108.194, desde 2013.

Veio em consulta e relatou na anamnese as seguintes queixas: Dor em região epigástrica e em hipocôndrio direito, de caráter contínuo e em opressão, de intensidade 9/10, sem irradiação. A dor piora após períodos sem ingestão alimentar e em decúbito lateral direito, não melhora com uso de Omeprazol, porém melhora em decúbito dorsal; nega acordar por esse motivo, mas refere piora no período da noite; refere ser uma “dor de inflamação” (sic). Refere ainda sensação de empachamento após as refeições, porém com melhora da dor relatada. Relata ocorrência de flatulências, aumento dos ruídos hidroaéreos (diariamente, a qualquer hora do dia, mas principalmente pela manhã, mesmo sem ter se alimentado). Nega perda de peso, perda de apetite, alteração do hábito intestinal, náusea, vômito, refluxo, tenesmo, dor e sangramento ao evacuar. Apetite sem alterações.

Ao exame físico: PA de 120-170x80-120 mmHg; abdominal em um primeiro momento sem alterações e na consulta seguinte com dor à palpação profunda em epigástrio e hipocôndrio direito; respiratório e cardiovascular sem alterações.

Medicações em uso: Losartana, Luftal e Buscopan em um primeiro momento; Losartana e Omeprazol (não tendo feito uso da Domperidona) no retorno.

Exames complementares: Ultrassom de rins e vias urinárias, colonoscopia, exame parasitológico de fezes, sangue oculto nas fezes, radiografia de abdome simples e dosagem de amilase, todos dentro dos padrões de normalidade. Diante disso, e segundo o Sheng-Hong Lin et al, o exame padrão indicado sob suspeita da doença foi o ultrassom de abdome total. Este revelou a vesícula biliar com parede apresentando espessamento difuso e conclusão de estado ecográfico com achados que podem corresponder a adenomiomatose de vesícula biliar.

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A conduta adotada então, foi o encaminhamento ao cirurgião geral para agendamento da colecistectomia, o que concorda com a literatura presente em “Figado e Vias Biliares: Clínica e Cirurgia”, de Antonio Nocchi Kalil et al.

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Durante a evolução do quadro, em decorrência das supostas hipóteses diagnósticas, como doença inflamatória intestinal e dor abdominal a esclarecer, algumas medicações foram prescritas não havendo melhora das dores com o uso das mesmas, o que elucida o fato de que a adenomiomatose da vesícula biliar não possui tratamento medicamentoso efetivo e descrito na literatura. Assim, a conduta tomada foi o encaminhamento para o ambulatório de cirurgia geral visando a realização da colecistectomia seguindo, dessa maneira, as indicações e o tratamento propostos pelos dados bibliográficos.

Diante das observações expostas e dos dados da literatura é possível pontuar a importância de uma investigação e um diagnóstico bem feitos, haja vista que a ocorrência de manifestações de doenças raras são, muitas vezes, desconsideradas. Dessa maneira, a publicação deste relato tem como objetivo destacar o quanto uma doença pode, por vezes, estar mais presente em do que se imagina. O caso de adenomiomatose da vesícula biliar demonstra, portanto, a importância da identificação exata de uma entidade clínica para que as condutas possam ser tomadas da melhor forma possível, visando uma melhora não só na sobrevida do paciente, nesse caso devido a uma possível evolução do quadro para um carcinoma, como também na qualidade de vida do mesmo em decorrência do incômodo contínuo gerado pelas dores.

REFERÊNCIAS:

1. SERMON, A., et al. Symptomatic adenomyomatosis of th gallbladder – report of a case. Acta Chir Belg. 2003. Ed. 103, v.2, p.225-229.

2. LIN, S.H, et al. Rare gallbladder adenomyomatosis presenting as atypical cholecystitis: case report. BMC Gastroenterol, 2011 Oct 5;11:106. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3198695/?report=reader>. Acesso em: 12 maio 2015.

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3. KALIL, A. N.; et al. Fígado e Vias Biliares: Clinica e Cirurgia. Editora Revinter, 2001. 620-622 p.

4. ROCHA, Andréa Oxley da. Avaliação da presença de proteína p53 e receptores de estrogênio e progesterona em espécimes cirúrgicos de vesícula biliar. 2003. 26 p. Dissertação (Mestrado em Medicina: Ciências Médicas) - Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, 2003. Disponível em:

<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4296/000399229.pdf?sequ ence=1>. Acesso em: 5 maio 2015.

5. COSTA, Adriana Lúcia Agnelli Meirelles. Estudo das Alterações Histológicas da Vesícula Biliar de Doentes Submetidos a Colecistectomia Videolaparoscópica por Colecistolitíase. 2009. 25,26 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.

6. Pellino G; et al. Stepwise approach and surgery

for gallbladder adenomyomatosis: a mini-review. Hepatobiliary Pancreat Dis

Int. 2013 Apr;12(2):136-42. Disponível em:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23558066. Acesso em: 12.05.2015

7. Torres, O. J. M.; et al. Câncer da Vesícula Biliar. PROACI SEMCAD, 2010,

p.5,9. Disponível em:

<http://www.drorlandotorres.com.br/site/arquivos/artigos/PROACI_Cancerdev esicula.pdf>. Acesso em: 5 maio 2015.

Referências

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