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Relatório de Estágio realizado na Farmácia da Isabelinha

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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária - 2019/2020 João Rosa

Farmácia da Isabelinha

João Pedro Lima Rosa

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II

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia da Isabelinha

Fevereiro a julho de 2020

João Pedro Lima Rosa

Orientador: Dra. Catarina Castro

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III

Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 18 de Setembro de 2020

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IV

Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Dra. Catarina Castro, que me acompanhou durante todo o período de estágio. Foi um prazer trabalhar e aprender consigo. Gostaria também de agradecer à Dra. Arminda Nunes de Oliveira e ao Dr. Miguel Valério por terem possibilitado a realização deste estágio e por serem sempre compreensivos comigo.

Um agradecimento especial a toda a restante equipa que me acolheram muito bem obrigado pelos ensinamentos partilhados, pelos momentos de diversão e por estarem sempre lá com os lanchinhos para que os dias de pandemia tivessem mais sabor. À prof. Dra. Susana Casal, minha tutora, um especial obrigado pela compreensão, preocupação e ajuda na realização do relatório.

À Helena, que tem sido uma um pilar central na minha vida, obrigado pela paciência para me aturar, pela ajuda em tudo, mas principalmente por estares sempre lá para mim e por seres o meu porto de abrigo nos momentos mais difíceis.

Por último gostaria de agradecer à minha família: aos meus pais e irmã, que sempre me transmitiram força para que conseguisse alcançar os meus objetivos. Aos meus tios, tias, por sempre acreditarem em mim, as minhas primas, primo e afilhado, pelas brincadeiras e momentos partilhados, que sempre continuemos assim. Ao meu avô, que tem sempre as palavras certas para dizer em cada momento, que me ensinou que a vida só faz sentido quando é partilhada e que a família é o nosso bem mais precioso. À minha avó, que é a estrela que me guia no dia a dia e que para sempre me acompanhará no meu coração.

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V

Resumo

O farmacêutico desempenha um papel fundamental como agente de saúde pública, sendo na maior parte das vezes o profissional de saúde mais próximo da população. Durante os 6 meses que durou o meu estágio na Farmácia da Isabelinha pude colocar em prática todo o conhecimento adquirido ao longo dos 5 anos de estudo e ainda adquirir novos conhecimentos que são essenciais para o desempenho da profissão farmacêutica.

A elaboração do presente relatório de estágio é realizada com o intuito de expor todas as atividades realizadas na Farmácia da Isabelinha entre os meses de fevereiro e julho de 2020.

Na primeira parte do relatório descrevo as atividades realizadas no quotidiano de uma farmácia comunitária, desde a receção de encomendas até ao atendimento ao público e medições bioquímicas. Na segunda parte do relatório abordo os três projetos por mim desenvolvidos no âmbito do estágio, tendo como temas o “Impacto da higiene oral na perda de dentes naturais”, “Colonoscopia” e a “I caminhada solidária da Farmácia da Isabelinha”.

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VI

Índice

Índice ...VI Abreviaturas ...IX I - Descrição da Farmácia ...1 1- Localização ...1

2- Espaço físico da farmácia ...1

3- A Equipa ...2

4- Horário de funcionamento ... 2

5- Sistema Informático utilizado ... 2

6- Cronograma das atividades realizadas ... 2

II – Formação contínua ...3

III – Medicamentos e Produtos Farmacêuticos presentes na Farmácia Isabelinha ….4 1- Medicamentos sujeitos a Receita Médica...5

2- Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ...5

3- Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de venda Exclusiva em Farmácia ...5

4- Suplementos Alimentares ...5

IV – Serviços Prestados na Farmácia Isabelinha ...6

1- Administração de Medicamentos Injetáveis...6

2- Determinação de Parâmetros Bioquímicos e Biofísicos ...6

3- Consultas de Nutrição ...7

4- Entregas ao domicilio ...7

5- Furação de orelhas ...8

6- Recolha de Medicamentos – VALORMED ...8

7- Funcionamento de Período de Pandemia ...8

8- Testes serológicos COVID – 19 ...9

V – Marketing na Farmácia ...10

VI – Casos de Aconselhamento Farmacêutico ...11

1- Caso 1...11

2- Caso 2...11

VII – Projetos Realizados ao longo do Período de Estágio ...12

1- O Impacto da Higiene Oral na Perda de Dentes Naturais ...12

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VII

b. Objetivos ...13

c. Contextualização teórica ...13

i. Caraterização de uma boa Higiene Oral...13

ii. Consequências da perda de dentes naturais...14

iii. Substituição de dentes ausentes...14

d. Métodos ...14

e. Resultados ...15

i. Divisão em Boa, Razoável e Má Higiene Oral...15

ii. Relação entre faixa etária e os hábitos de higiene oral ...17

iii. Relação entre o nível de escolaridade e os hábitos de higiene oral ...18

iv. Relação entre o número de dentes naturais perdidos e os hábitos de higiene oral ...19

v. Impacto da perda de dentes naturais na vida das pessoas...20

vi. Higiene Oral na Farmácia Comunitária...21

f. Discussão e Conclusão...23

2- Colonoscopia ...24

a. Enquadramento ...24

b. Contextualização teórica ...24

i. Em que consiste ...24

ii. Para quem é aconselhado ...24

iii. Preparação ...25

iv. Como se realiza ...27

v. Complicações do exame ...28

vi. Colonoscopia virtual...29

vii. Cápsula Endoscópica ...30

c. Objetivos ...30

d. Implementação do Projeto ...31

e. Resultados ...31

f. Discussão e Conclusão ...31

3- 1ª Caminhada da Farmácia Isabelinha ...32

a. Enquadramento ...32

b. Contextualização teórica ...33

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VIII

ii. Fisiologia do Exercício Físico ...33

iii. Efeito Antioxidante ...34

iv. Efeito na Saúde Mental ...34

v. Doenças Cardiovasculares ...34

c. Objetivos ...35

d. Métodos ...35

e. Resultados ...36

VIII – Conclusão Final...37

IX - Referencias Bibliográficas ...38

X – Anexos...41

1- Anexo I: Organização Interior da Farmácia Isabelinha ...41

2- Anexo II: Questionário “O Impacto da Higiene Oral na perda de dentes naturais” ...42

3- Anexo III: Panfleto sobre preparação para a colonoscopia ...44

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IX

Abreviaturas

2D - A duas dimensões 3D – A três dimensões ATP- Adenosina Trifosfato B-Boa Higiene Oral

COVID-19- Corona Virus Disease / Doença Corona Vírus CTC - Colonografia Tomográfica Computorizada

DII - Doença Inflamatória Intestinal Ex - Exemplo

HO- Higiene Oral IgG – Imunoglobulina G IgM – Imunoglobulina M

IMC – Índice de Massa Corporal

KHN- Surface Microhardness / Microdureza da Superfície M- Má Higiene Oral

MNSRM – Medicamentos Não Sujeitos a Recita Médica

MNSRM-EF – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de venda Exclusiva em Farmácia

MSRM – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica NO - Óxido Nitrico

PNV – Plano Nacional de Vacinação R - Higiene Oral Razoável

ROS - Reactive Oxygen Spicies / Espécies Reativas de Oxigénio

SEM - Scanning Electron Microscopy Analysis/ Microscopia Eletrónica de Varrimento TAC - Tomografia Axial Computorizada

USP- Universidade de São Paulo VO2- Volume de oxigénio

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I. Descrição da Farmácia 1. Localização

A farmácia da Isabelinha situa-se na rua da Isabelinha nº 15, em Viatodos, Barcelos. Localiza-se à face da Estrada Nacional 204, que une Barcelos a Famalicão. É uma das maiores farmácias do concelho de Barcelos e está, desde janeiro de 2020, a realizar obras de ampliação, uma vez que o número de utentes que a frequenta tem vindo a aumentar, entre pessoas da própria freguesia de Viatodos e das freguesias vizinhas e também pelas pessoas que estão apenas de passagem, sendo em trabalho ou lazer.

2. Espaço Físico da Farmácia

O espaço exterior da Farmácia apresenta a designação “Farmácia” de forma bem visível, bem como o símbolo representativo das farmácias (cruz verde). Apresenta ainda um parque de estacionamento próprio em conformidade com o regime jurídico das farmácias, apresentado pelo Decreto-Lei nº 75/2016 de 8 de novembro. [1] Apresenta ainda um painel na zona de estacionamento (virado para a N204) com o horário de funcionamento da farmácia.

A entrada na farmácia está adaptada para cidadãos portadores de deficiência. Nesta zona encontram-se afixadas informações relevantes para os utentes, farmácias de serviço, horário de funcionamento e contactos dos centros de saúde e bombeiros mais próximos. Durante o tempo de pandemia de COVID-19 e até ao final do meu estágio estão afixadas na porta informações sobre as formas mais adequadas de proteção e prevenção de contágio segundo as orientações mais recentes das entidades de saúde.

O espaço interior da Farmácia da Isabelinha apresenta uma zona de atendimento ao público com 5 postos de atendimento. Apresenta ainda um gabinete de atendimento, para a medição de parâmetros bioquímicos e administração de injetáveis, um gabinete de nutrição, para a realização de consultas de nutrição, um armazém e ainda um

backoffice onde são realizadas todas as tarefas de administração e gestão da

farmácia, bem como a receção de encomendas antes de serem armazenadas (Anexo I).

A zona de atendimento apresenta, por trás dos postos de atendimento, prateleiras onde estão dispostos vários Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)

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organizados por sintomatologia a tratar (ex: gripe, constipação, obstipação, diarreia, azia, congestionamento nasal, entre outros). A zona de atendimento tem ainda várias montras que estão dedicadas à dermocosmética estando estas organizadas por marca (ex: Caudallie, Filorga, Uriage, Eucerim, etc). Apresenta também uma zona dedicada à maternidade, com produtos para a mãe e para o bebé. Nesta zona está ainda disposta a máquina de medição automática do peso, índices corporais e pressão arterial (Anexo I).

3. A Equipa

A equipa de trabalho da Farmácia é constituída por 8 elementos, 5 farmacêuticos (Dra. Arminda Nunes de Oliveira, Dra. Catarina Castro, Dra. Sónia Silva, Dra. Daniela Santos e Dra. Catarina Carvalho) e 3 técnicos (Tiffany Lima, Rita Simões, Alexandra Sampaio).

A proprietária da farmácia é a Dra. Arminda Nunes de Oliveira, que também acumula a função de diretora técnica da Farmácia.

4. Horário de Funcionamento

A Farmácia encontra-se aberta todos os dias, sendo que de segunda a sábado o horário é das 9h até às 20h e aos domingos e feriados está aberta das 10h até às 12h30.

5. Sistema Informático Utilizado

O sistema informático utilizado na Farmácia da Isabelinha é o Sifarma 2000 da Glintt. O mesmo constitui uma ferramenta de gestão e atendimento para as farmácias comunitárias.

Este sistema é utilizado em todo o circuito que os medicamentos e outros produtos têm dentro da farmácia, desde a receção de encomendas até à dispensa ao utente, passando ainda pela gestão de stocks, encomendas e controlo de validades.

6. Cronograma das atividades realizadas

Durante o período de estágio realizei, diariamente, varias atividades que um farmacêutico realiza no seu trabalho quotidiano numa farmácia. Dentro dessas atividades destacam-se a receção e armazenamento de encomendas e o atendimento ao público, conforme detalhado na tabela 1. No início do estágio comecei por realizar

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a receção e armazenamento de encomendas, nos tempos em que não estava a realizar essas tarefas observava os atendimentos da Dra. Catarina Castro.

No início do segundo mês de estágio, foi me delegada a responsabilidade de verificar as validades dos produtos da farmácia, foi também nesta altura que comecei a fazer atendimento supervisionado ao público. No final do mês de março comecei a fazer atendimento de forma autónoma, tendo continuado com esta função a maior parte do período de estágio. No mês de julho fiquei responsável pelo rececionamento de todas as encomendas da farmácia, tarefa que me ajudou a perceber melhor o percurso que os medicamentos percorrem até chegar ao utente, bem como todo o tipo de encomendas e quais os benefícios de cada uma para a farmácia.

Uma vez que no decorrer do período de estágio foi declarada a pandemia de COVID-19 e o estado de emergência nacional, não foi possível a implementação de alguns dos projetos por mim idealizados.

Tabela 1: Cronograma das atividades desenvolvidas.

Armazenamento de produtos Receção de encomendas Atendimento supervisionado Atendimento autónomo Projetos 3 a 23 fev. 24 fev. a 15 março 16 a 29 março 30 mar. a 19 abril 20 a 26 abril 27 abr. a 31 maio 1 a 28 junho Ø 29 jun. a 31 julho Ø Ω

∆- I Caminhada Solidária Farmácia da Isabelinha; Ω- O impacto da higiene oral na perda de dentes naturais; Ø- Colonoscopia

II. Formação contínua

Com a constante mudança do mundo atual e o elevado número de novas descobertas e novos estudos todos os dias, é de extrema importância uma constante atualização dos conhecimentos. De acordo com esse ideal, a Farmácia da Isabelinha possui um plano de formação contínua para os seus funcionários.

Durante o período de estágio pude participar em várias formações que fazem parte desse plano, no entanto nem todas se puderam realizar devido à pandemia de COVID-19. Realizei formações sobre produtos solares, cosmética, novos produtos no

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mercado e também produtos do setor veterinário. As formações ajudaram-me bastante, para conhecer melhor as características dos produtos e desta forma ter mais confiança no momento do aconselhamento aos utentes.

Na tabela 2 apresento as formações que assisti durante o período de estágio. Tabela 2: Formação contínua durante o estágio.

FORMAÇÃO LOCAL DATA E DURAÇÃO

CHRONOPRECISE® Farmácia da Isabelinha 17-02-2020 ; 2h

PRODUTOS FILORGA® Farmácia da Isabelinha 6-03-2020 ; 2h

PRODUTOS ABOCA® Farmácia da Isabelinha 9-03-2020 ; 1h

PRODUTOS CAUDALLIE® Farmácia da Isabelinha 18-05-2020 ; 2h

PRODUTOS BIOCODEX® Farmácia da Isabelinha 4-06-2020 ; 1h30

SUPLEMENTOS BIOATIVO® Farmácia da Isabelinha 8-06-2020 ; 1h

PRODUTOS FARMODIÉTICA® Farmácia da Isabelinha 19-06-2020 ; 1h

PRODUTOS FORTÉ PHARMA® Farmácia da Isabelinha 2-07-2020 ; 1h

ESPAÇO ANIMAL Farmácia da Isabelinha 3-07-2020; 1h30

PRODUTOS ISDIN® Farmácia da Isabelinha 13-07-2020 ; 2h

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL Farmácia da Isabelinha 17-07-2020 ; 1h

III. Medicamentos e Produtos farmacêuticos presentes na Farmácia da Isabelinha

Em seguida irei organizar os principais grupos de medicamentos presentes na Farmácia da Isabelinha, sendo que os três grupos principais são os Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM), os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) e os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de venda Exclusiva em Farmácia (MNSRM-EF), visto que são os que apresentam um maior volume de vendas. Para além destes grupos existem outros medicamentos, como os de uso veterinário, e produtos farmacêuticos, como suplementos, que também têm um volume de vendas considerável e que irei apresentar de seguida.

Segundo o Estatuto do “Medicamento”, toda e qualquer substância ou associação de substâncias que apresente propriedades curativas e/ou preventivas de doenças ou dos seus sintomas no ser humano ou que possa ser utilizada para diagnóstico médico, é um medicamento, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, para restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas. [2]

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1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM)

Para a dispensa de MSRM é necessário, pelos requisitos estabelecidos na legislação em vigor [1], a apresentação de uma prescrição médica válida. Sendo estes totalmente ou parcialmente comparticipados, por meio de vários organismos. É ainda indispensável o aconselhamento farmacêutico para a sua correta utilização ou toma. 2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)

Este tipo de medicamentos, ao contrário dos MSRM, não necessita da apresentação de uma prescrição médica válida para poderem ser dispensados ao utente. Engloba ainda os produtos de venda livre, como o Paracetamol 500mg que não possuem qualquer comparticipação. Estes medicamentos podem também ser comercializados em parafarmácias.

3. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de venda Exclusiva em Farmácia (MNSRM-EF)

Este tipo de medicamentos é semelhante aos MNSRM, com a diferença de apenas poderem ser comercializados em Farmácias. Isto porque é essencial o aconselhamento farmacêutico para uma correta utilização dos mesmos. Neste grupo encontram-se medicamentos como o ibuprofeno 400mg e a hidrocortisona 10mg, entre outros. [3] [4]

4. Suplementos Alimentares

A Farmácia da Isabelinha apresenta uma vasta gama de suplementos alimentares, uma vez que a sua procura está em crescendo. Dentro destes, os mais requeridos são os suplementos multivitamínicos, indicados para a diminuição da fadiga e do cansaço físico e mental. Durante o meu estágio, que se realizou no início da primavera e verão pude verificar um aumento sazonal dos suplementos de vitamina C e D para reforçar o sistema imunitário, também acrescido pelo facto de um sistema imunitário competente ajudar a combater infeções vírias como é o caso da pandemia de COVID-19 que ocorreu durante o período do estágio [5]. No início do verão verifiquei também que houve um aumento na procura de suplementos que estimulam o bronzeado. Para além destes existem muitos outros suplementos, como os destinados à perda de peso e emagrecimento, estimulantes da memória e da função cognitiva.

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Durante o meu estágio tive também a oportunidade de realizar indicações farmacêuticas de utentes que procuravam este tipo de produtos. Procurei sempre encontrar o produto mais adequado a cada situação e pessoa, levando em conta as suas expectativas, medicação corrente e capacidade económica, reforçando a necessidade de manter uma dieta saudável.

IV. Serviços Prestados na Farmácia da Isabelinha

A farmácia não se define apenas pela dispensa de medicamentos. Existe uma variedade de serviços farmacêuticos que podem ser prestados para promover a saúde e o bem-estar dos utentes. [6]

1. Administração de Medicamentos injetáveis

A comodidade que a administração de medicamentos injetáveis transmite aos utentes da farmácia é o fator determinante que faz deste serviço um dos mais requisitados, podendo ser apenas realizado por farmacêuticos com formação complementar específica e reconhecida pela Ordem dos Farmacêuticos.

Durante o período do estágio foi me possível observar a administração deste tipo de medicamentos, pelo que pude verificar o quão importante é a formação específica para a realização deste tipo de serviços, para o realizar de forma segura.

Na Farmácia da Isabelinha é ainda possível a administração de vacinas que não estão no Plano Nacional de Vacinação (PNV), como descrito na Portaria nº 1429/2007, de 2 de novembro. [7]

2. Determinação de parâmetros bioquímicos e biofísicos

No que aos parâmetros bioquímicos diz respeito, a Farmácia da Isabelinha disponibiliza aos seus utentes a oportunidade de realizarem a medição dos valores de colesterol total, glicemia e triglicerídeos.

Quanto aos parâmetros biofísicos é possível efetuar a determinação da pressão arterial e da frequência cardíaca, com recurso a um esfigmomanómetro automático. Os utentes podem ainda realizar a medição do seu peso, altura e índice de massa

corporal (IMC) com recurso a uma balança.

Durante o estágio pude realizar este tipo de serviço, pude medir a pressão arterial, a glicemia, os triglicerídeos e o colesterol total aos utentes que pretendiam realizar este tipo de análises. Foi a primeira vez que realizei este tipo de serviço, o que me permitiu

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obter experiencia e maior confiança para realizar estes procedimentos no futuro. Para além disso, tive a oportunidade de oferecer aconselhamento comportamental para melhorar a saúde da população.

3. Consultas de Nutrição

A Farmácia da Isabelinha dispõe ainda do serviço de consultas de nutrição, realizadas de forma bimensal. Para a realização deste serviço a farmácia possui um gabinete adequado e destinado apenas a este fim, no qual a nutricionista Helena Fernandes procede às consultas.

Durante a consulta é avaliada a condição física do utente, através de uma balança e software especializado. Depois procede-se à análise dos dados e é delineado um plano alimentar personalizado, podendo este incluir suplementos alimentares ou produtos de promoção do emagrecimento.

4. Entregas ao Domicílio

A farmácia da Isabelinha, possui também um serviço de “FARMA EXPRESS”, onde levamos as encomendas realizadas pelos utentes às suas casas. Este serviço teve o seu pico de aderência no momento da pandemia, uma vez que desta forma os utentes evitavam deslocações desnecessárias à farmácia. Para realizar este serviço, os utentes realizam os seus pedidos para o Whatsapp da farmácia ou por chamada telefónica. Posteriormente realizam o pagamento por MBWay ou transferência bancária e aguardam confortavelmente em sua casa pela receção da encomenda. Durante o meu estágio tive oportunidade de funcionar pela primeira vez com este tipo de serviço e preparar as encomendas para posteriormente serem entregues. Penso que este tipo de serviço, está em crescendo, uma vez que reparei que é maioritariamente pedido por pessoas jovens. Por isso mesmo, as farmácias tiveram que se adaptar a este avanço tecnológico, das encomendas “online”. Atualmente já existe a aplicação “FARMAEMCASA”, na qual a Farmácia da Isabelinha já faz parte, para estar mais próximo dos utentes. Este serviço é aproximadamente igual ao “FARMA EXPRESS”, sendo a principal diferença o facto de o utente levantar os produtos na farmácia, evitando as filas de espera.

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5. Furação de Orelhas

A farmácia da Isabelinha dispõe também de um serviço de furação, maioritariamente de orelhas, porém esta prática é cada vez mais comum noutras partes do corpo. Tive a oportunidade de assistir à furação de nariz, mas é a furação de orelha que apresenta maior aderência, sobretudo em crianças com idade inferior a 5 anos. Consegui ainda aprender o procedimento para a sua realização. Primeiramente anestesiamos o local a furar com anestesia tópica (lidocaína a 2%), em seguida, com o auxilio de um marcador realizamos a marcação do local exato da furação. Por último procedemos à furação de ambas as orelhas simultaneamente. Aconselhamos sempre a aplicação de um creme hidratante no local e a não realizarem a troca de brincos durante um período mínimo de 2 meses.

6. Recolha de Medicamentos – VALORMED

A Farmácia da Isabelinha contribui ativamente na educação e sensibilização dos utentes para as boas práticas ambientais. Por isso mesmo, no momento da dispensa de produtos, informamos sempre a necessidade da devolução das embalagens vazias e dos medicamentos e produtos veterinários fora do prazo de validade, para ajudar na proteção ambiental. A farmácia é assim, um ponto de recolha uma vez que possui contentores VALORMED. Durante o tempo de pandemia, este serviço foi desencorajado, para evitar idas desnecessárias à farmácia.

7. Funcionamento em período de pandemia

A farmácia da Isabelinha, tal como todas os outros estabelecimentos teve que adotar medidas rigorosas. Nós, funcionários da farmácia tivemos que nos adaptar a uma nova rotina, tal como mudar o calçado à entrada da farmácia, desinfetar as mãos regularmente, utilizar uma máscara FFP2 e uma viseira durante todo o período em que nos encontrávamos interior da mesma. Retiramos do espaço de atendimento, todos os objetos que poderiam aumentar o risco de contágio, tais como, revistas, panfletos, expositores e zona infantil. A porta da farmácia mantinha-se sempre aberta e era obrigatório o uso de máscara para entrar no interior da mesma.

Apenas eram permitidas 3 pessoas no interior, uma vez que dos cinco balcões apenas três ficaram em funcionamento neste período para permitir o distanciamento físico. Cada pessoa tinha de desinfetar as mãos num dispensador automático de álcool gel, tanto à entrada como à saída da farmácia. Posteriormente deslocavam-se ao balcão

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respetivo, onde tinham de permanecer a uma distância de segurança (demarcada no chão com uma linha). Cada balcão tinha ainda um acrílico que separava os utentes dos funcionários da farmácia, bem como um recipiente de álcool gel para efetuar a sua desinfeção a cada atendimento.

Também a receção de encomendas teve de ser adaptada, com a criação de uma zona suja para colocar as caixas no exterior da farmácia e só após a sua desinfeção entravam na farmácia para a zona limpa e seguiam depois o seu circuito no interior da farmácia.

Durante o período de estado de emergência alguns dos serviços estiveram suspensos, sendo eles a administração de injetáveis, as medições bioquímicas e biofísicas, consultas de nutrição, furação de orelhas. Esta medida foi tomada para minimizar a ida dos utentes à farmácia. Com o evoluir da situação nacional e o levantamento do estado de emergência todos os serviços foram retomados. Foi também nesta altura que se iniciou a realização de testes serológicos à Covid-19, tomando as medidas de segurança necessárias.

8. Testes Serológicos COVID-19

Com o desenvolvimento da pandemia de COVID-19 e devido à pertinência da realização de testes à população, a Farmácia da Isabelinha disponibilizou a realização de testes serológicos à COVID-19. Estes testes permitem a deteção de uma infeção presente ou passada, através da pesquisa de Imunoglobulinas G e M (IgGs e IgMs) no sangue capilar do utente. Para a realização da determinação é desinfetado o dedo do utente e em seguida realizava-se a punção. Posteriormente, com a ajuda de um capilar era recolhida uma quantidade de sangue suficiente para a realização do teste, sendo este colocado na placa de teste. Em seguida, era adicionado a solução diluidora e o resultado aparecia quando o sangue em conjunto com a solução diluidora percorria todo o percurso da placa. O resultado positivo era obtido pelo aparecimento de duas riscas, uma de controlo e outra de teste. No caso de o resultado ser negativo aparecia apenas a risca de controlo. Após anunciarmos que tínhamos este teste ao serviço da população, começamos a ter uma grande procura, sobretudo pela população mais idosa. Realizávamos uma média de 3 testes por dia, sendo que todos os resultados obtidos até ao final do período de estágio foram negativos. [8]

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V. Marketing na Farmácia:

A Farmácia da Isabelinha, conta também com uma página no facebook e uma no Instragram, e todos os funcionários da farmácia dinamizam-nas. Diariamente são publicadas informações importantes para os utentes (ex: informações sobre o COVID-19, como proteger, utilização da máscara, lavagem das mãos, informações sobre exposição solar, programa nacional de vacinação, etc). São também publicadas as promoções em vigor na farmácia, bem como o produto do mês. Durante o meu estágio, tive oportunidade de realizar algumas dessas mesmas publicações, que foi ótimo para perceber como se executa este novo tipo de publicidade, cada vez mais com um maior impacto na nossa vida.

A Farmácia da Isabelinha possui ainda um passatempo mensal, com participação via facebook, que conta sempre com a adesão de um grande número de participantes. Este tipo de marketing é cada vez mais importante, pois para além de aumentar a divulgação da farmácia entre os consumidores, divulga também os produtos nela contidos. Durante o meu período de estágio, foram dinamizados ainda mais 3 passatempos. O primeiro foi no dia de S.Valentim, onde o vencedor ganhou “ Um Body Lotion Caudalie e uma Eau de Vignes Caudalie”. Realizamos também um passatempo para celebrar o dia da Mulher, com a oferta de “TurboSlim Drenante”. No dia Mundial da Criança, colocamos um desafio a todas as crianças, onde premiamos todas os participantes com um KIT de Higiene Dentária, constituído por uma escova de dentes, pasta e um elixir oral. O desafio consistia em pintar um dos desenhos por nós oferecidos ou realizarem um desenho de forma livre. Este tipo de interação com a classe infantil é muito importante, para estabelecer desde as idades mais novas a ligação com o farmacêutico. No dia Mundial da Criança, 1 de Junho, a farmácia foi ainda contemplada com uma decoração especial, cheia de balões, cor e vida.

No dia 13 de Julho, proporcionamos também um dia diferente aos utentes que visitavam a farmácia. Tínhamos uma conselheira técnica da Filorga a ajudar no aconselhamento de produtos de cosmética.

No dia 27 de Julho, tivemos na farmácia uma conselheira técnica Caudallie a ajudar os nossos utentes no aconselhamento dos produtos de cosmética da marca.

Durante o tempo de pandemia, conseguimos verificar a dificuldade da população no momento de guardar a máscara utilizada. Por isso mesmo, a farmácia prontamente tentou resolver essa questão e começamos a ter “Porta Máscaras”, para a população guardar de forma higiénica e segura as máscaras. A farmácia da Isabelinha oferecia

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gratuitamente este porta máscaras a todos os utentes que nos visitavam. Eu penso que esta ideia foi muito importante, pois veio ao encontro da necessidade da população que frequenta a farmácia.

VI. Casos Aconselhamento Farmacêutico 1. Caso 1:

Uma utente do sexo feminino, com 53 anos dirigiu-se à farmácia porque já não conseguia defecar há 3 dias e sentia ainda dor e desconforto na zona intestinal. Referiu como queixa principal, que sempre que ia a casa de banho tinha dores ao tentar evacuar. A utente tomava apenas medicação para a hipertensão arterial. Pela descrição da utente pude perceber que se tratava de um caso de obstipação, pois apresenta todos os sintomas típicos. De seguida prossegui ao aconselhamento da utente, começando com as medidas não farmacológicas nas quais ela deveria aumentar a ingestão de água, adotar uma dieta mais rica em fibras e praticar exercício físico, adaptado à sua condição física (caminhada). Depois procedi ao aconselhamento de medidas farmacológicas, neste caso uma laxante à base de Promelaxina (Melilax®), que é um dispositivo médico de classe IIb. Para além de ter efeito laxante este produto protege a mucosa retal devido aos seus compostos derivados do mel. [9] [10]

Informei ainda a utente, que caso não houvesse melhorias significativas se deveria deslocar ao seu médico.

2. Caso 2:

Um homem de 34 anos deslocou-se à farmácia a queixar-se que ultimamente sentia as pernas muito cansadas e pesadas. Não tomava qualquer tipo de medicação e referiu ainda que tinha alguns derrames nas pernas. Achava que poderia ser por passar muito tempo a pé no trabalho.

Após análise da informação disponibilizada pelo utente conclui que ele apresenta sintomas de insuficiência venosa. De seguida procedi ao aconselhamento não farmacológico em que disse para ele tentar não passar longos períodos de tempo sentado ou em pé. Recomendei também a prática de exercício físico, uma vez que ajuda na normal manutenção do fluxo venoso. Referi ainda a importância de uma dieta equilibrada, para ajudar a controlar o peso, pois o sobrepeso é um fator de risco.

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Depois procedi ao aconselhamento farmacológico onde sugeri a aplicação de um gel à base de Polisulfato sódico de pentosano (Thrombocid®), que possui um efeito anticoagulante, fibrinolítico e anti-inflamatório. Este, iria ajudar a melhorar a circulação sanguínea nas pernas. Sugeri ainda a toma de bioflavonoides (Daflon® 500) que têm uma ação venoprotetora, anti-inflamatória e aumentam a microcirculação, melhorando assim o retorno venoso. [11] [12] [13]

VII. Projetos realizados ao longo do período de estágio 1- O impacto da Higiene Oral na perda de dentes naturais a. Enquadramento:

O farmacêutico constitui uma fonte de informação fiável e próxima da população, e é muitas vezes a quem as pessoas recorrem quando têm alguma dúvida em relação a algum problema de saúde. As patologias orais não são exceção, pelo que o farmacêutico tem a formação necessária para discernir as diferentes patologias e saber quando deve encaminhar a pessoa para o médico dentista.

No entanto, a melhor maneira de tratar um problema de saúde é atuar ao nível da prevenção, sendo que, no caso das patologias orais, o elemento crucial da prevenção prende-se com uma higiene oral (HO) adequada. O farmacêutico, no desempenho das suas funções, tem todas as ferramentas necessárias para efetuar um aconselhamento adequado em relação à higiene oral das pessoas.

Este ato de aconselhamento e de divulgação de uma boa higiene oral é de extrema importância, uma vez que a toma de medicamentos por via oral pode alterar a morfologia superficial dos dentes e o pH da saliva [14], podendo assim a longo prazo provocar patologias como xerostomia, cáries dentárias, erosão dentária, gengivites que podem evoluir para periodontites. Patologias estas que podem levar a perda de peças dentárias, e que podem ser evitadas ou minimizadas através de uma higiene oral adequada.

Existem ainda alguns grupos de fármacos que estão associados a patologias orais especificas, como por exemplo o uso continuado de corticoides no tratamento da asma, isolados ou em associação com agonistas adrenérgicos ß2, associados frequentemente ao aparecimento de candidíase oral. [15]

Este estudo foi realizado sobre a forma de um questionário online disponibilizado nas plataformas digitais (redes sociais) da Farmácia da Isabelinha.

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13

b. Objetivos:

Este projeto teve como objetivo avaliar os hábitos e a higiene oral da população em estudo (utentes da Farmácia da Isabelinha), bem como dar a conhecer à população que os farmacêuticos possuem a formação necessária para os aconselhar nesta matéria. A ideia surgiu no seguimento do atendimento de utentes que se dirigiam à farmácia e que apresentavam patologias orais. Utentes estes que necessitavam de aconselhamento e de educação para uma boa higiene oral.

c. Contextualização teórica:

A higiene oral é muito importante para a manutenção da saúde oral e geral de um indivíduo, pelo que não deve ser deixada de lado em relação a outros cuidados pessoais. Mais importante do que fazer higiene oral é fazer uma boa higiene oral e para isso é preciso aprender como a realizar corretamente. Tanto o médico dentista como o farmacêutico têm formação para aconselhar da melhor forma os utentes sobre esta matéria. [16]

i. Caraterização de uma boa HO

Segundo o Instituto de implantologia® em medicina dentária [16], uma boa higiene oral carateriza-se não só pelos cuidados de limpeza, mas também com uma alimentação adequada e os cuidados a ter com os produtos de limpeza dentária. De seguida enumero os pontos essenciais de uma higiene oral adequada:

Ø Visitas regulares ao médico dentista, pelo menos de 6 em 6 meses; Ø Escovagem adequada dos dentes 2 a 3 vezes por dia;

Ø Uso de fio ou fita dentária uma vez por dia, de preferencialmente à noite; Ø Uso de uma pasta dentífrica com a quantidade de flúor adequada;

Ø Uso de uma escova de dureza média ou macia, que deve ser trocada no máximo de 3 em 3 meses;

Ø Realização de uma alimentação variada, com alimentos de todos os grupos nutricionais;

Ø Evitar a ingestão de alimentos açucarados, principalmente nos intervalos das refeições, quando não é possível efetuar escovagem dentária;

A superfície dentária não é homogénea e existem bastantes áreas de difícil acesso para os produtos de higiene oral. É nestes locais de difícil acesso, nomeadamente a superfície interdentária (superfície do dente que está voltada para o dente contiguo),

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14

que a placa dentária, tártaro e restos de alimentos têm tendência para se acumular, dando origem a cáries. Se estas cáries não forem tratadas atempadamente podem levar à perda precoce de peças dentárias. [16]

ii. Consequências da perda de dentes naturais

A perda de dentes afeta as pessoas a nível estético, funcional, psicológico e social, o que faz com que seja um problema de saúde pública que atinge diretamente a autoestima. Muitas vezes faz com que a pessoa se sinta estigmatizada e diminuída socialmente [17]

Um estudo de coorte realizado na Nova Zelândia, demonstrou que as cáries dentárias, a perda de dentes e as doenças periodontais provocam limitações funcionais e psicossociais nas pessoas, nomeadamente dificuldade em pronunciar palavras e alteração do paladar, para além de estas pessoas se sentirem constrangidas, com dificuldades em relaxar e em realizar determinadas tarefas diárias. [18]

iii. Substituição de dentes ausentes

Hoje em dia é possível para as pessoas que perderam um ou mais dentes realizarem a sua substituição através da colocação de próteses removíveis e/ou próteses fixas (ex: implantes). A modalidade mais comummente usada é a prótese removível, que é também a mais económica. [19]

d. Métodos:

Para a concretização deste projeto foi usado um questionário online, presente no anexo II, facultado nas plataformas digitais da Farmácia da Isabelinha desde o dia 29 de junho.

As pessoas foram classificadas como tendo uma boa HO (B), razoável HO (R) e má HO (M), segundo as repostas às perguntas 7, 8, 9 e 10 do questionário. Após esta classificação foram cruzados os dados entre cada um destes segmentos e outros parâmetros (nº dentes naturais perdidos, faixa etária e nível de escolaridade) para verificar se há alguma relação entre eles.

O tratamento estatístico das respostas obtidas foi efetuado usando o Microsoft® Excel®.

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15

e. Resultados:

O questionário esteve disponível para preenchimento após o dia 29 de Junho até ao final do mês de julho, sendo que neste período de tempo obteve 101 respostas. Destas respostas, 62 foram do sexo feminino e 39 do sexo masculino. Ao questionário responderam 36 pessoas com idade inferior a 30 anos, 33 pessoas com idade compreendida entre os 30 e os 50 anos, 12 pessoas com idade entre os 50 e os 70 anos e 19 pessoas com idade superior aos 70 anos, como se pode verificar na Figura 1.

i. Divisão em Boa, Razoável e Má Higiene Oral

Para a realização deste estudo dividi a amostra populacional em 3 categorias de Higiene Oral, tendo-os classificado em Boa HO, HO Razoável e Má HO. Para dividir a minha amostra, atribui uma respetiva pontuação às respostas número 7, 8, 9 e 10 do presente questionário.

De seguida explico como atribuí pontuação por cada parâmetro de HO (Tabela 3). Posteriormente, cada pessoa foi classificada individualmente segundo as suas respostas, e agrupadas em 3 grupos. Tal como demonstrado na figura 2, as pessoas com pontuação igual ou superior a 8 pontos foram classificadas em “Boa Higiene Oral”, as pessoas entre 5 a 7 pontos, no grupo “Higiene Oral Razoável” e pontuação inferior a 4 pontos, no grupo “Má Higiene Oral”. Após dividir os indivíduos em estudo, obtive 48 pessoas com uma higiene oral Boa (47%), 40 pessoas com Razoável (40%) e 13 pessoas com Má (13%). 35% 33% 13% 19% <30 anos 30-50 anos 50-70 anos >70 anos

(25)

16

Tabela 3: Critérios de atribuição de pontuação a cada parâmetro de HO.

Questões Pontuação

7 – Quantas vezes lava os dentes por dia?

Nunca lavo + 0 pontos

1 vez por dia +1 ponto

2 ou mais vezes por dia +3 pontos

1 a 2 vezes por semana + 0 pontos

Quando me lembro + 0 pontos

8 – Assinale o que utiliza para escovar os dentes:

1- Escova dos dentes +1 ponto

2- Pasta dos dentes +1 ponto

3- Fio dentário +1 ponto

4- Elixir oral +1 ponto

5- Escovilhões dentários +1 ponto

6- Outros: A avaliar

9- Qual o tempo médio que demora a escovar os dentes?

1- Menos de 30 segundos + 0 pontos

2- Cerca de 1 minuto +1 ponto

3- Cerca de 2 minutos +2 pontos

4- Mais de 2 minutos +3 pontos

10 – Costuma ir ao dentista com que frequência?

1- Uma vez por ano + 2 pontos

2- Duas vezes por ano +3 pontos

3- Mais do que uma vez por ano +2 pontos

4- Só quando me doem os dentes +0 pontos

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17

Higiene Oral

BOA

≥ 8 𝑃𝑂𝑁𝑇𝑂𝑆

RAZOÁVEL

≤ 7 𝑒 ≥ 5 𝑃𝑂𝑁𝑇𝑂𝑆

≤ 4 𝑃𝑂𝑁𝑇𝑂𝑆

ii. Relação entre a faixa etária e os hábitos de higiene oral

Para verificar se havia alguma relação aparente entre os hábitos de HO das pessoas e a sua faixa etária, os dados relativos aos dois fatores foram cruzados e obtiveram-se os resultados preobtiveram-sentes nas figuras 3, 4 e 5.

No gráfico 3 podemos verificar que o número de pessoas com boa HO vai diminuindo com o aumento da idade. No que diz respeito às pessoas com HO razoável, os grupos etários mais representativos são o de pessoas com idade inferior aos 50 anos (Figura 4). Em relação à figura 5 podemos dizer que o grupo etário com idade inferior a 30 anos é o que apresenta uma menor prevalência na categoria de Má Higiene Oral.

0 5 10 15 20 25

<30 anos 30-50 anos 50-70 anos >70 anos 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

<30 anos 30-50 anos 50-70 anos >70 anos

Figura 3: Número de pessoas com boa HO

por faixa etária. Figura 4: Número de pessoas com HO razoável por faixa etária. Figura 2: Critérios de classificação das pessoas sobre a sua higiene oral.

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18

iii. Relação entre o nível de escolaridade e os hábitos de higiene oral

Como se pode verificar pela análise na figura 6 o número de pessoas com boa HO vai aumentando com o aumento do nível de escolaridade. Podemos observar também que os níveis mais baixos de escolaridade predominam na categoria de Má HO (figura 8). Relativamente à higiene horal razoável há uma maior incidência em utentes com escolaridade acima do 3ºciclo (figura 7).

0 1 2 3 4 5 6 7 8

<30 anos 30-50 anos 50-70 anos >70 anos

0 5 10 15 20 25 30 0 2 4 6 8 10 12 14

Figura 5: Número de pessoas com má HO por faixa etária.

Figura 6: Número de pessoas com boa HO por nível de escolaridade.

Figura 7: Número de pessoas com HO razoável por nível de escolaridade.

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19

iv. Relação entre o número de dentes naturais perdidos e os hábitos de higiene oral

Através da análise da figura 9 podemos verificar que 44 (91,7%) das 48 pessoas com boa HO estão nos grupos em que não perderam qualquer dente ou perderam entre 1 e 5 dentes naturais. Ainda 29 (60,4%) das pessoas com boa HO têm todos os dentes. No que diz respeito às pessoas com HO razoável podemos verificar que cerca de 29 (74,4%) já perderam pelo menos um dente natural, como se pode verificar na figura 10. Já nas pessoas que têm uma má HO, representadas na figura 11, 6 pessoas (46%) são desdentadas totais.

0 1 2 3 4 5 6 7 0 5 10 15 20 25 30 35 Tem todos dentes 1-5

dentes dentes 6-8 >8 dentes falta todos dentes 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Tem todos dentes 1-5

dentes dentes 6-8 >8 dentes falta todos dentes

Figura 8: Número de pessoas com má HO por nível de escolaridade.

Figura 9: Número de pessoas com boa HO

por número de dentes naturais perdidos. razoável por número de dentes naturais. Figura 10: Número de pessoas com HO perdidos.

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v. Impacto da perda de dentes naturais na vida das pessoas

Após analise, pude verificar que 58% da população analisada tem falta de dentes naturais, à exceção dos dentes do siso. Percebi ainda que 11% da população analisada é desdentado total (Figura 12). Comparando com a 5ª edição do Barómetro da Saúde Oral Portuguesa, lançado pela Ordem dos Médicos Dentistas em 2019, verifiquei que os dados obtidos no meu estudo se assemelham aos 70% da população com falta de 1 ou mais dentes e que 10% da população tinha falta de todos os dentes referidos nesse estudo. [20]

Dos utentes com falta de dentes naturais, 52% não apresentam dentes de substituição. Também este valor está muito próximo dos dados a nível nacional de

0 1 2 3 4 5 6 7 Tem todos dentes 1-5

dentes dentes 6-8 >8 dentes falta todos dentes

Figura 11: Número de pessoas com má HO por número de dentes naturais perdidos.

42% 35% 6% 6% 11% Tenho todos os dentes Falta-me 1 a 5 dentes Falta-me 6 a 8 dentes Falta-me mais de 8 dentes Falta-me todos os dentes

Figura 12: Distribuição das pessoas que responderam ao presente questionário por número de dentes naturais perdidos.

(30)

21

2019 que se situava em 48.6%. [20] Dentro dos indivíduos que apresentam dentes a substituir, 29% refere ter uma dentadura (prótese removível) e 19% afirma ter dentes fixos.

Dos 58 utentes que apresentam falta de dentes naturais, aproximadamente 72% afirma que essa mesma perda causou mudanças na sua vida de alguma forma, tal com o podemos verificar pela análise da Figura 13.

Verifica-se também, que entre as pessoas que afirmaram apresentar modificações na sua vida devido à perda de dentes naturais, 88% apresentam alguma ou muita dificuldade na mastigação, aproximadamente 55% apresentam vergonha em sorrir e 69% dificuldade em falar.

vi. Higiene Oral na Farmácia Comunitária

Para avaliar a perceção que a população tem dos produtos de HO presentes na farmácia e de que os farmacêuticos possuem a formação necessária para os aconselhar nesta matéria foram formuladas as perguntas 4, 5 e 6 do presente questionário, cujas respetivas respostas estão nas figuras 14, 15 e 16.

Como se pode verificar, 92 pessoas sabem que a farmácia possui produtos de higiene oral ao seu dispor (figura 14), no entanto apenas 68 delas já adquiriu algum produto de HO na farmácia (figura 15). No que diz respeito a requerer conselhos do seu farmacêutico nesta matéria, apenas 35 pessoas admitem já o ter feito (figura 16).

72%

28% SimNão

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22

Figura 15: Distribuição das respostas à pergunta 5 do presente questionário.

Figura 16: Distribuição das respostas à pergunta 6 do presente questionário.

92% 8% Sabe que a farmácia possui vários produtos para mehorar a sua higiene oral? Sim Não 68% 32% Já alguma vez comprou produtos para melhorar a sua higiene oral na farmácia? Sim Não 35% 65% Já alguma vez pediu ajuda ao seu farmacêutico para o aconselhar sobre produtos de higiene oral? Sim Não

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f. Discussão e Conclusão:

Os resultados obtidos pelo presente questionário permitem concluir que a maioria da população em estudo (87%) tem uma boa ou razoável higiene oral, o que é um indicador de que as pessoas se preocupam com a sua cavidade oral.

Podemos verificar ainda que quase toda a população tem conhecimento de que é possível adquirir produtos de higiene oral na farmácia, no entanto apenas 34,7% afirma já ter pedido ajuda ao seu farmacêutico para aconselhar esses produtos. Isto pode ser devido ao facto de as pessoas não verem nos farmacêuticos um potencial conselheiro nos tratamentos referentes à área da saúde oral.

Uma análise mais detalhada permite verificar que o grupo de pessoas que têm uma boa higiene oral são tendencialmente mais jovens, com nível de escolaridade superior e têm menor perda de dentes naturais. Em relação aos grupos de pessoas com higiene oral má ou razoável, tal não é possível concluir pois a amostra populacional é demasiado pequena. Verifiquei também que a percentagem de pessoas com falta de 1 ou mais dentes naturais é bastante elevada (57,5%), e que dessas, 72% afirma ter tido alterações na sua vida devido à falta desses mesmo dentes. Este valor é bastante importante, pois significa que essa mesma perda leva a alterações funcionais e sociais (vergonha de sorrir), que poderão comprometer a vida social dos mesmos. Dentro dos indivíduos que falta mais do que um dente podemos ainda verificar que 52% não apresentam nada a substituir (nem prótese fixa, nem removível), o que compromete não só a saúde oral, mas também a saúde geral destes indivíduos. Uma vez que a cavidade oral e os dentes nela contidos, são a porta de entrada dos alimentos para o resto do organismo, quando não são mastigados de forma correta poderão provocar complicações no resto do sistema digestivo.

Após a realização deste estudo, verificamos que é importante reforçar junto da população a importância da higiene oral e sensibilizar para a ajuda, que nós, farmacêuticos, podemos dar para melhorar esses mesmos hábitos. Por isso mesmo, a Farmácia da Isabelinha, realizou uma sensibilização, em que ofereceu amostras de pasta de dentes aos utentes que comprovam algum produto de higiene oral (escovas de dentes, fio dentário, elixir oral, etc), para incentivar o hábito de escovagem. Também agora, no regresso às aulas, no inicio do mês de setembro, entrou em vigor, uma promoção da ELGYDIUM onde na compra de uma pasta dentária oferece uma escova de dentes. Disponibilizamos também na farmácia, os panfletos sobre “Saúde

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24

Oral na Criança” e “Saúde Oral Sénior” disponibilizados online pela Ordem dos Médicos Dentistas, para informar melhor os utentes que nos visitam.

2- Colonoscopia a. Enquadramento

A verificação de um elevado número de pessoas a realizar este tipo de exame médico e a expor dúvidas sobre o mesmo e sobre a preparação adequada para os mesmos motivou a execução de um trabalho nesta área. Mais especificamente na área de maior intervenção farmacêutica – os produtos e cuidados a ter na preparação para o exame.

A metodologia escolhida foi a realização de um panfleto, permitindo que o mesmo tivesse mais detalhe informativo do que o que seria possível transmitir oralmente, sobre a preparação para o exame, bem como a sua entrega para futura leitura pelos utentes. A ideia da realização do panfleto foi bem aceite por toda a equipa da Farmácia.

b. Contextualização teórica i. Em que consiste

A colonoscopia é um exame endoscópico do reto, cólon e pode ainda incluir a porção distal do íleo. Por se tratar de um exame endoscópico este é considerado invasivo. A sua realização tem como principal função a deteção de pólipos (tumores benignos), que podem adquirir malignidade posteriormente. É também usado para o diagnóstico de doença inflamatória intestinal (DII), principalmente de doença de Crohn e colite ulcerosa. [21]

ii. Para quem é aconselhado

Normalmente este exame é aconselhado por rotina a pessoas com mais de 50 anos ou a pessoas de menor idade nas quais o risco de desenvolver patologias intestinais esteja aumentado [22], tendo sempre de ser prescrito pelo médico.

As situações em que este exame pode ser prescrito mais precocemente incluem: 1- Avaliação de defeitos detetados por exames médicos imagiológicos. 2- Avaliação de sangramento intestinal sem causa aparente.

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25

4- Rastreio de neoplasias do cólon.

5- Diagnóstico e determinação da extensão da DII.

6- Diarreia clinicamente significativa sem causa aparente.

7- Identificação intraoperatória de lesões não aparentes em cirurgia.

8- Tratamento de sangramentos intestinais provocados por lesões na mucosa. 9- Remoção de corpos estranhos.

10- Excisão de pólipos do cólon.

11- Descompressão de megacólon e vólvulo sigmoide. 12- Dilatação de lesões estenóticas com balão.

13- Tratamento paliativo de neoplasias hemorrágicas. iii. Preparação

Para que, durante a realização do exame, haja uma boa visibilidade da mucosa é preciso que o paciente que se vai submeter ao mesmo faça uma preparação prévia, que consiste numa limpeza adequada e rigorosa do intestino e deve ser iniciada alguns dias antes.

Para que a limpeza intestinal seja adequada existem produtos de limpeza específicos para quem vai fazer este exame, que podem ser adquiridos em qualquer farmácia. Dado que a preparação depende tanto da hora em que o exame irá ser realizado e do produto que a pessoa adquire, de seguida irei apresentar os produtos existentes e os procedimentos a serem efetuados em cada caso (tabela 4).

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26

Tabela 4: Produtos de preparação para exame colonoscópico. [23] [24] [25] [26] [27]

O produto em específico que cada pessoa vai tomar para a sua preparação é aconselhado e prescrito pelo médico.

Os laxantes osmóticos atuam por retenção de água, pelo que fazem o bolo fecal ficar mais líquido, facilitando assim a sua evacuação. Por outro lado, os laxantes de contacto atuam por promoção dos movimentos peristálticos do intestino, causando muitas vezes cólicas abdominais e irritação da mucosa intestinal. [28]

No caso de o médico escolher um dos dois produtos à direita na tabela 4 e ser uma pessoa que habitualmente está obstipada, é aconselhada a toma de um laxante à base de bisocodilo (ex: Dulcolax® 2 comprimidos à noite) nos 3 dias antecedentes ao exame.

Depois de escolhido o produto, a pessoa deve seguir as instruções, dividindo a dose para efetuar duas tomas iguais.

Se o exame for de manhã:

Ø 1ª Toma entre as 17 e as 19h da véspera do exame Ø 2ª Toma entre as 22 e as 24h da véspera do exame Se o exame for à tarde:

Macrogol 3350 Ácido cítrico, Óxido de magnésio, Picossulfato de sódio Moviprep® Laxante osmótico 2L produto + 1L líquidos claros Custo tratamento: 18,94€ Picoprep® Laxante de contacto 2 tomas de 150ml produto + 4L líquidos claros (2L após cada saqueta) Custo tratamento: 12,30€ Endofalk® Laxante osmótico 3 a 4L de produto Custo tratamento: 11,89€ Citrafleet® Laxante de contacto 2 tomas de 150ml produto + 4L líquidos claros (2L após cada saqueta) Custo tratamento: 14,43€

Klean-Prep®

Laxante osmótico 4L de produto Custo tratamento: 11,23€

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27

Ø 1ª Toma entre as 22 e as 24h da véspera do exame Ø 2ª Toma entre as 8 e as 10h do dia do exame

Normalmente não se deve ingerir qualquer sólido, semissólido ou liquido pelo menos 2h antes do exame. No entanto, se o exame for realizado sob anestesia é aconselhado não haver qualquer ingestão pelo menos até 6h antes do exame. [29]

iv. Como se realiza

Este exame é realizado com material endoscópico específico que permite também a recolha de tecidos para exame histopatológico (biópsia), e de procedimentos como a remoção de pólipos (polipectomia), descompressão do vólvulo do cólon sigmoide e tratamento de lesões sangrantes na mucosa intestinal. [30]

O médico faz passar um tubo fino, oco e flexível até ao final do cólon. Este tubo, também designado de colonoscópio, possui na sua extremidade uma lanterna e uma câmara, que capta e transmite imagens para um monitor.

Ao longo do exame, o médico procura qualquer alteração ao normal da mucosa intestinal, para obter uma melhor visibilidade insufla pequenas quantidades de ar no cólon, através do colonoscópio. [30]

Quando uma anomalia é detetada durante o exame, esta é, sempre que possível, imediatamente corrigida, pois o colonoscópio possui na sua extremidade as ferramentas necessárias para corrigir as anormalidades que mais comummente são detetadas com este exame, como a excisão de pólipos e tratamento de hemorragias intestinais. [30]

A colonoscopia diminui em cerca de 80% a probabilidade de uma pessoa poder vir a ter cancro colorretal. No entanto, existe um pequeno risco de perfuração do intestino, pelo que este exame é apenas indicado para pessoas com sintomatologia ou com risco superior de alguma das patologias que se pode detetar com o mesmo. [30]

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v. Complicações do exame

Ø Dor abdominal e desconforto são as complicações mais comuns, ocorrendo em 5 a 11% dos casos, bem como o inchaço abdominal que ocorre em 25% dos casos. [31]

Ø As complicações cardiopulmonares também podem ocorrer e são normalmente associadas à sedação. Ocorrem em aproximadamente 0,9% dos casos em que é usada a sedação. [31]

Ø A perfuração do cólon pode ocorrer durante o procedimento por força excessiva contra as paredes do intestino, barotrauma ou em resultado de procedimentos terapêuticos. O risco desta complicação ocorrer é entre 0,1 e 0.3%. [31]

Ø As hemorragias então principalmente associadas com a polipectomia e podem ocorrer durante o procedimento ou nas semanas seguintes. Ocorre em cerca de 0,1 a 0,6% dos casos. [31]

Ø Infeções do trato intestinal também podem ocorrer após uma colonoscopia, normalmente por desequilíbrio bacteriológico da flora intestinal. Ocorrem em cerca 4% dos casos e são geralmente assintomáticas. [31]

Ø O Síndrome da Eletrocoagulação pós-Polipectomia é o resultado da eletrocoagulação que deixa uma lesão na parede do intestino, que não é detetável por métodos radiográficos. Ocorre entre 0,003 e 0,1% dos casos. [31] Ø Explosão de gás é o resultado da junção, no intestino, de níveis elevados de

hidrogénio ou metano com oxigénio e o uso de energia por parte dos instrumentos como cauterizador elétrico ou coagulador por árgon, que provoca uma explosão e na maioria dos casos perfuração intestinal. É uma complicação muito rara, mas que acarreta consequências graves. [31]

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Ø A morte relacionada com qualquer uma das complicações da colonoscopia é de aproximadamente 0,03%, sendo que são contabilizadas também as mortes até 30 dias após o procedimento. [31]

O risco de qualquer uma destas complicações ocorrer aumenta em cerca de 13% quando a colonoscopia é realizada sob sedação. [32]

vi. Colonoscopia virtual

A colonoscopia virtual, também denominada de colonografia tomográfica computorizada (CTC), é um exame que faz uso de tecnologia de modelação a três dimensões (3D) para fazer uma reconstrução a três dimensões da estrutura do cólon. Este método está a ser estudado como alternativa em relação ao método tradicional, sendo as suas principais vantagens o facto de ser confortável para o paciente, não exigir sedação e o risco de perfuração do cólon não ser aplicável.

Faz uso da tecnologia de tomografia axial computorizada (TAC) que, através de radiação, vai captando várias imagens ao redor do corpo, enquanto o paciente se encontra deitado. Posteriormente, o software especifico analisa as imagens e faz uma representação de superfícies e volumes em perspetiva a duas e três dimensões (2D e 3D), tanto do cólon como do reto. [33]

Este é um procedimento bastante útil em pacientes que não podem ou não querem ser submetidos a uma colonoscopia convencional.

Pelo facto de ser uma técnica ainda em estudo, possui algumas limitações, que se espera serem ultrapassadas no futuro. As suas limitações são as seguintes:

Ø Maior sensibilidade para lesões superiores a 1cm; Figura 18: Equipamento de CTC. [33]

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30

Ø Menor sensibilidade para lesões planas e nos casos de cólon sigmóide e reto;

Ø Não permite a realização de uma biópsia, que só é possível através de uma colonoscopia convencional;

vii. Cápsula endoscópica

O uso da cápsula endoscópica ainda é apenas reservado ao estudo do intestino delgado, maioritariamente em doentes com hemorragia digestiva crónica de origem desconhecida, ou que não foi detetada pelo método tradicional.

Tal como a colonoscopia virtual, este é um método não invasivo, que se torna mais comodo para a pessoa e não necessita de sedação.

Para a realização do exame, um dispositivo de dimensões reduzidas (11mm por 30mm), de formato semelhante ao de uma cápsula medicamentosa, é deglutido com um pouco de água, para que atravesse o sistema digestivo na totalidade.

A cápsula possui uma bateria, uma fonte de iluminação, um sistema de captação de imagens e um aparelho que regista as imagens captadas. A pessoa após a ingestão da cápsula pode fazer a sua vida normal, enquanto a cápsula vai avançando por todo o sistema digestivo, o que pode levar cerca de 10h. As imagens vão sendo transmitidas via wireless para o aparelho de armazenamento que se encontra à cintura da pessoa.

Posteriormente as imagens são analisadas com recurso a software específico, que deteta qualquer anormalidade que possa haver para ser visualizada pelo médico. A eliminação da cápsula nas fezes ocorre 1 ou 2 dias após a sua ingestão.

Apesar de não necessitar de sedação é necessário fazer uma preparação prévia, para que seja possível a visualização da mucosa intestinal. [34] [35]

c. Objetivos

O principal objetivo deste projeto é diminuir as dúvidas apresentadas pelas pessoas que vão efetuar este exame em relação ao tipo de alimentos que podem ou não ingerir nos dias de preparação para o mesmo, bem como em relação aos procedimentos que devem efetuar na toma dos produtos de limpeza intestinal.

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d. Implementação do projeto

O processo de implementação deste projeto passou pela abordagem do tema durante o atendimento, bem como pela passagem do panfleto (anexo lII), a todos os utentes que vinham à farmácia requisitar um dos vários produtos de preparação para colonoscopia. Primeiramente, entregava o produto para a realização da colonoscopia, e posteriormente, com o auxilio do panfleto, explicava todo o procedimento que o utente deveria ter na preparação para o exame. Respondia as questões que poderiam surgir, de forma atenciosa e cuidadosa, para não restar qualquer tipo de dúvida. No final, entregava o panfleto ao utente, para este o levar consigo e poder reler e relembrar toda a informação por mim dita anteriormente.

Toda a equipa da farmácia realizava este protocolo junto dos utentes que iriam realizar o exame de colonoscopia.

e. Resultados

O panfleto foi distribuído a 27 utentes, dos quais 16 (59%) eram do sexo feminino e 11 (41%) do sexo masculino.

Ao abordar o tema, no momento da dispensa, a maioria das pessoas já sabia que deveria adotar uma dieta diferente para a preparação do exame, no entanto apresentavam algumas dúvidas nos alimentos concretos que podiam ou não ingerir. Alguns utentes faziam-se acompanhar dos folhetos de preparação fornecidos pelo médico, porém comentavam que continuavam com algumas dúvidas. Afirmavam que as “folhas” do médico apresentavam um discurso pouco percetível e eram de difícil leitura, devido à sua extensão. Por isso mesmo, o panfleto que fornecíamos, era bem recebido pelos utentes, pois continha informação concreta e era visualmente atrativo. f. Discussão e Conclusão

O maior número de panfletos entregues a indivíduos do sexo feminino corrobora a informação de que o cancro cólon-rectal tem maior incidência sobre este género. Uma vez que o género não é o único fator que influencia a incidência deste tipo de cancro, também a idade e a dieta adotada pelos indivíduos têm um papel importante na sua etiologia. [36]

O que verifiquei ao longo do período de realização do projeto é que apesar da imensa informação que existe hoje em dia no que diz respeito à preparação para a realização deste tipo de exames, as pessoas continuam a ter duvidas. Talvez porque a

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informação transmitida não é clara ou por defeito no canal de transmissão desta informação.

Considero por isso que o panfleto teve um impacto positivo na saúde dos utentes, na medida em que ia de encontro a determinadas dúvidas que os próprios utentes colocavam no momento da dispensa. Foi também importante pois, desta forma, os utentes tinham um suporte escrito para, em casa puderem ler com mais atenção e ficarem mais informados sobre a colonoscopia.

Uma das funções mais importantes do farmacêutico é fornecer aos utentes a informação necessária para a correta utilização dos medicamentos e dispositivos médicos que estão a dispensar, e para isso deve fazer uso de várias plataformas, sendo uma das mais importantes e eficazes o suporte escrito. Nunca dispensando a explicação oral do mesmo, o que dá ao utente uma maior sensação de segurança e de confiança no seu farmacêutico.

Esta iniciativa adotada pela farmácia continua a ser implementada mesmo após a conclusão do projeto e do período de estágio.

3- Iª Caminhada Solidária da Farmácia da Isabelinha a. Enquadramento

A manutenção de um peso corporal adequado é imprescindível para uma boa saúde geral, por isso mesmo, a farmácia Isabelinha dispõe, como dito anteriormente, de um serviço de consultas de nutrição. Para que tal manutenção seja possível é necessário atuar a dois níveis. Primeiramente é necessário adotar uma dieta equilibrada e o segundo um estilo de vida ativo, através da prática de exercício físico. [37]

A farmácia dispõe de balança para efetuar a pesagem corporal dos utentes e de uma enorme variedade de produtos de emagrecimento. Estes últimos, são solicitados de forma regular e consistente pelos utentes que frequentam a farmácia. Por isso mesmo, propus a realização de uma caminhada para promover a prática de exercício físico. A deia foi bem aceite pela equipa, que colocou todos os recursos à disposição para a realização da mesma. Durante a procura de parceiros para a realização da caminhada fizemos uma parceria com várias entidades, entre elas, os Bombeiros Voluntários de Viatodos. Após falar com a cooperativa de bombeiros, verificamos que tinham algum material em falta, sendo a aquisição de novos capacetes de proteção uma das grandes prioridades naquele momento. Por isso mesmo, decidimos que todo

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